quinta-feira, 14 de junho de 2012

Sanat Kumara - O Senhor do Mundo

 

I - Definição

Nosso mundo é regido por um Grande Ser Espiritual.

Esse Ser maravilhoso veio de Vênus para o nosso planeta, juntamente com seus Três Discípulos, os Três Kumaras, seus Auxiliares, e trinta Seres Poderosos.

Esta tem sido a primeira Hierarquia Oculta há aproximadamente seis milhões e meio de anos, durante o período da Terceira Raça Raiz, com a finalidade de orientar a evolução na Terra.

Sua chegada é descrita de maneira bela e detalhada na obra O Homem, de Onde e Como Veio e Para Onde Vai?, escrita por C. W. Leadbeater e Annie Besant.

Os hindus chamam esse Grande Ser Espiritual de Sanat Kumara, título que em sânscrito significa príncipe ou regente. Freqüentemente Ele é mencionado como o Iniciador Único, o Um Sem Segundo, o Eterno Jovem das Dezesseis Primaveras, o Rei Espiritual ou, mais comumente, como o Senhor do Mundo.

Ele é nosso Regente Supremo, porque em Suas mãos e dentro de Sua Aura atual encontra-se a totalidade do Seu planeta.

Ele é uma representação do Logos, naquilo que se refere ao nosso mundo, e dirige a evolução do planeta inteiro, não apenas da Humanidade mas também dos espíritos da Natureza e todas as criaturas relacionadas com a Terra.

Durante a etapa de cada período mundial, segundo se diz, existem, sucessivamente, três Senhores do Mundo.

O que ocupa o cargo atualmente é o terceiro do presente período.

O Senhor do Mundo reside com Seus Três Discípulos em um oásis no Deserto de Gobi, chamado Shamballa.

Com freqüência esse lugar é mencionado como "A Ilha Sagrada", em memória à última vez em que foi uma ilha, no mar da Ásia Central.

Sobre ela brilham sempre a Estrela Imortal e a Estrela Refulgente, símbolos do Rei do Mundo.

Esses quatro grandes Adeptos Espirituais são chamados "Os Filhos da Neblina Flamígera", já que pertencem a uma evolução diferente da nossa.


Seus corpos, ainda que de aparência humana, diferem amplamente dos nossos em sua constituição, podendo-se dizer que têm revestimentos que adotam por conveniência, em lugar dos costumeiros corpos humanos, posto que são artificiais, criados por Kriyashakti.


Suas partículas não se modificam como as das estruturas humanas.

Não precisam de nenhum tipo de alimento e permanecem imutáveis por milhões de anos.

Os Três Discípulos, que se encontram no nível de Buda, são chamados Budas Pratyeka ou Pachcheka, e assessoram o Senhor do Mundo em Seu trabalho.

Eles mesmos estão destinados a ser nossos Três Senhores do Mundo, quando a Humanidade passar a ocupar o planeta Mercúrio.



II - Seu Trabalho

O Senhor do Mundo é o Chefe da Grande Fraternidade Branca, a Hierarquia Oculta que governa o mundo.

Ela não é somente uma corporação de homens, cada um dos quais com seus próprios deveres a cumprir, mas também uma unidade extraordinária, um instrumento totalmente flexível nas mãos do Senhor do Mundo e uma arma poderosa que se pode usar, e de fato se usa, em beneficio da evolução da Humanidade.

Durante a cerimônia de Iniciação, o Hierofante explica o trabalho da Grande Fraternidade Branca no mundo e a responsabilidade que é dada a cada um dos seus membros individualmente.


Porque cada um tem que dividir o peso da grande carga de sofrimentos do mundo.

Cada membro deve estar pronto para ajudar, tanto para serviços como para conselhos.

Porque a Fraternidade é uma unidade que atua sob uma mesma Lei e um Chefe único, e cada um de seus integrantes tem o privilégio de colocar qualquer conhecimento particular ou faculdade especial que possa possuir à disposição de sua organização espiritual, para impulsionar qualquer departamento no seu grande trabalho especial e auxiliar o progresso da Humanidade.

O trabalho do Senhor do Mundo está relacionado à Humanidade em seu conjunto, mais do que a pessoas individualmente.

Porém, quando influi sobre alguém em particular, diz-se que é através de Atma e não do Ego que sua influência se faz notar.

Todo o Plano da Evolução está contido em Sua Mente, em algum nível elevado do qual nada sabemos.

O Senhor do Mundo é a força que impulsiona toda a maquinaria evolutiva da Terra, e é a personificação da Vontade Divina sobre o planeta.

A fortaleza, o valor, a decisão, a perseverança e qualquer outra qualidade similar, quando aparecem na vida dos homens, são sempre reflexos Dele.

Em Suas Mãos concentram-se os poderes da destruição cíclica, porque Ele utiliza Fohat nas suas formas mais elevadas e pode tratar diretamente com as forças cósmicas fora da nossa Cadeia Terrestre.

A exaltada posição que ocupa nosso Grande Regente Espiritual é descrita, de forma inspirada, em A Doutrina Secreta, de Helena Blavatsky.

III - Sua Consciência

A consciência do Senhor do Mundo é de uma natureza tão ampla que compreende, de imediato, toda a vida sobre o nosso Globo.

A consciência da Grande Fraternidade Branca, que Ele dirige, é algo maravilhoso e indescritível.

É como um grande oceano resplandecente e calmo.

É tão extraordinário que, à menor vibração de uma consciência, resplandece de um extremo a outro, imediatamente.

Sem dúvida, cada membro sente que é a sua própria consciência individual, ainda que com um poder, uma força e uma sabedoria inusitadas, inacessível a qualquer outra consciência humana.

Assim como um grupo de discípulos é uno com seu Mestre, da mesma forma a Grande Fraternidade Branca, em sua totalidade, é uma com a Consciência do Seu Senhor.

Não há no plano humano nada que se possa comparar adequadamente a essa consciência (da Fraternidade como um todo).

Tocá-la é entrar em contato com algo novo e original e, sem dúvida, é maravilhoso.

Essa experiência não necessita de evidências e não tem igual, mas afirma-se por si mesma ao estar em um mundo superior e desconhecido.


IV - Seu Governo

Do mesmo modo que o Logos é uma Trindade, igualmente o Governo Interno do Mundo possui Três Grandes Departamentos, dirigidos por três funcionários poderosos que são apenas reflexos dos Três Aspectos do Logos, mas que, de forma real, são manifestações verdadeiras de cada um Deles.

Esses Oficiais são o Senhor do Mundo, o Senhor Buda e o Senhor Mahachohan.

Seus Graus de Iniciação permitem-lhes ter consciência de vigília sobre todos os planos da Natureza, até aqueles que se encontram além do campo de evolução da Humanidade, onde vive o Logos manifestado.

O Senhor do Mundo é uno com o Primeiro Aspecto, no mais elevado dos nossos planos, Adi, o Divino, e aplica a Vontade Divina sobre a Terra.


O Senhor Buda está unido ao Segundo Aspecto, o plano Anupadaka, o Monádico, e derrama a Sabedoria Divina sobre a Humanidade. O Senhor Mahachochan é totalmente uno ao Terceiro Aspecto, que reside no plano Nirvânico, Átmico ou Volitivo e exercita a Atividade Divina; representa o Espírito Santo e é verdadeiramente o braço do Senhor estendido sobre o mundo, para fazer Seu Trabalho.

O Governo do Senhor do Mundo é absoluto; no entanto, Ele leva seu vasto Conselho consigo e, a todo momento, está disposto a considerar qualquer questão relativa a algum membro.

Além disso, não se toma nenhuma decisão de importância sem o consentimento até do mais jovem membro da Fraternidade Branca; por isso, ela difere totalmente de qualquer parlamento terreno.

Os que se encontram acima dos demais, em posição de autoridade, não foram eleitos nem designados por alguma organização política; ocupam suas posições atuais porque as mereceram, e obtiveram-nas por um desenvolvimento superior e uma sabedoria maior.

O Primeiro Raio - do Governo - é regido pelo Senhor do Mundo.

O Segundo Raio se encontra aos cuidados do Senhor Buda.


O Senhor Mahachohan tem a seu cargo os Raios que vão do Terceiro ao Sétimo.

V - O Cetro do Poder

O Cetro do Poder mantém-se sob a custódia do Senhor do Mundo, em Shamballa; até onde se sabe, o Festival de Wesak, ou Vaisakh, é a única ocasião em que não está sob sua custodia.


"O Senhor Maitreya materializa-se durante o festival de Wesak, na lua cheia de maio, no centro do círculo, e sustém, em Suas mãos, o Cetro do Poder."

Esse símbolo maravilhoso é, de certo modo, um centro físico ou ponto de apoio para as forças que fluem desde o Logos Planetário, e foi magnetizado por Ele há milhões de anos, quando pôs em movimento a onda de vida ao redor de nossa cadeia de globos.


Diz-se que é um sinal físico que concentra a atenção do Logos e que é levado de planeta em planeta, à medida que muda Sua atenção.


Onde se encontra o cetro do Poder, é lá que se situa o teatro central da evolução; quando abandonar nosso planeta em direção ao próximo, a Terra submergirá naquilo que se compara a um estado de inércia.


Se aos planetas não-físicos é levado ou não o Cetro de Poder, não o sabemos; não compreendemos exatamente como ele é utilizado nem qual é seu papel na economia do mundo.


VI -O Festival de Shamballa

Uma vez a cada sete anos o Senhor do Mundo conduz em Shamballa uma grande cerimônia, similar ao festival de Wesak, mas em escala ainda superior e de um tipo diferente, onde todos os Adeptos e alguns Iniciados (que estão abaixo desse Grau) são convidados, e assim têm a oportunidade de entrar em contato com seu Grande Dirigente.

Em outras ocasiões, o Senhor do Mundo trata somente com os Chefes de Departamentos da Hierarquia Oculta, exceto quando, por razões especiais, Ele convoca outros à Sua Presença.


VII - Iniciação

Em todo o mundo, há somente um Iniciador Único, mas no caso das Primeiras e Segundas Iniciações, o Senhor do Mundo possui faculdades para delegar a algum outro Adepto a responsabilidade de levar a termo a cerimônia por Ele, mesmo que, então, o Oficiante se volte para Shamballa e invoque o Senhor do Mundo no momento crítico de conferir o Grau.


Esse é um momento transcendental na vida espiritual do candidato.

Quando um Ego recebe a Iniciação, converte-se em parte da organização mais coesa, forte e sincera que existe no mundo; une-se ao grande mar de consciência da Grande Fraternidade Branca.


Durante muito tempo, o novo iniciado não será capaz de compreender tudo o que essa união implica; deve penetrar profundamente dentro do Santuário, antes que possa se dar conta da força do laço e da Consciência que o une ao próprio Senhor do Mundo, e que todos os irmãos, em certa medida, compartilham com Ele.

Esse novo estado de consciência é incompreensível e inexprimível no plano em que vivemos; é metafísico e sutil, está além das palavras, mas, sem dúvida, é uma realidade gloriosa, palpável e tão real que, à medida que se começa a captá-la, todo o resto parece irreal.

Com o novo laço criado, o recém-iniciado, como cada irmão que vive no mundo, deve recordar que é um centro através do qual a força do Senhor do Mundo flui livremente até aqueles que passam por necessidades ou atribulações, e que qualquer Irmão Mais Velho pode, a qualquer momento, utilizar como um canal para Sua bênção.

Por isso, cada irmão mais jovem deve estar sempre preparado para ser utilizado a qualquer momento, porque nunca poderá prever quando serão requeridos os seus serviços.

 

Deve recordar, também, que a honra da Grande Fraternidade Branca está em suas mãos, já que cada membro é um representante da Fraternidade em qualquer parte do mundo onde possa estar, e cada um está juramentado para ficar à disposição da Hierarquia Oculta, para aceitar ir aonde quer que sua presença seja necessária, para trabalhar em qualquer tarefa que se encomende a ele e de qualquer forma que seja necessária.

Não há, nem pode haver, a menor sombra de coerção para que esses Irmãos Mais Velhos pensem ou atuem de modo similar, pois é tal a confiança na sua poderosa organização, ela é tão perfeita e justa, que é impensável que Eles difiram.


Só tendo em mente uma tal Fraternidade, sob tal comando, é que podemos compreender plenamente as palavras cheias de ternura de uma das "coletas" da igreja cristã: "em Seu Serviço há uma liberdade absoluta".


VIII - A Primeira Iniciação

(Fragmento)

"Então o Iniciador levantou-se de sua poltrona e, com o rosto voltado para Shamballa, exclamou em voz alta: Faço isso, oh Senhor da Vida, da Luz e da Glória, em Teu Nome e Por Ti!

Em resposta brilhou sobre a cabeça do Senhor Maitreya a Estrela Fulgurante que denotava o assentimento do Senhor do Mundo para outorgar a Primeira Iniciação, e todos se inclinaram perante Ela, enquanto uma música angélica ressoou de maneira triunfal em uma solene marcha.

A esses compassos o candidato avançou, conduzido pelos dois Mestres, e se ajoelhou perante Aquele que representava o Iniciador Único, já que Ele é quem pode conceder admissão à Fraternidade.


Um raio de luz fulgurante, semelhante ao resplendor de um relâmpago que tenha permanecido imóvel, estendeu-se desde a Estrela até o coração do Hierofante e Dele até o coração do candidato.

Sob o influxo desse magnetismo tremendo, a pequena Estrela de Prata da Consciência, que representa a Mônada no candidato, juntou-se ao brilho esplendoroso até envolver seu corpo causal, e, durante um momento maravilhoso, a Mônada e o ego foram um, assim como o serão permanentemente quando for alcançado o Adeptado.


O Senhor Maitreya colocou Suas Mãos sobre a cabeça do candidato e, chamando-o por seu verdadeiro nome, disse:


Em nome do Iniciador Único, cuja Estrela rutila sobre nós, recebo-te dentro da Fraternidade da Vida Eterna.


Trata de ser um membro digno e útil Dela.


Agora estás a salvo para sempre, entraste na corrente; que possas alcançar logo a outra margem!

Posteriormente, quando o Iniciador foi apresentado ao Senhor do Mundo, este lhe disse o seguinte:

 

Minha Estrela brilhou visivelmente sobre ti há algumas horas; recorda que Ela estará sempre sobre ti realmente, ainda que não a possas ver; onde resplandecer sempre haverá poder, pureza e paz."


IX - Segunda Iniciação

(Fragmento)

"No jardim da casa do Senhor Maitreya, durante o ato de conferir a Segunda Iniciação, resplandeceu posteriormente, em resposta à invocação solene, a Estrela Fulgurante do Iniciador Único, o Rei Todo Poderoso da Hierarquia Oculta, o Senhor do Mundo."


X - Terceira iniciação

(Fragmento)

Outro símbolo relacionado a esse passo aparece nos relatos do Evangelho, na apresentação de Cristo a seu Pai, no Templo.

No relato tradicional isso está um pouco deslocado, porque Cristo se apresenta como uma criança.

 

Nessa etapa do progresso do homem, é necessário apresentar-se perante o Senhor do Mundo, o Regente Espiritual, o Chefe Todo Poderoso da Hierarquia Oculta, que, nesse terceiro passo, confere a Iniciação por Si Mesmo ou a delega a um de Seus Discípulos, os Três Senhores da Chama, que vieram com Ele de Vênus.

 

Nesse último caso, o Iniciado apresenta-se perante o Senhor do Mundo imediatamente após haver realizado a Iniciação.


XI - Quarta Iniciação

(Fragmento)

O homem que tenha compreendido essa unidade maravilhosa jamais poderá esquecê-la e nunca mais voltará a ser o que era antes, porque não importa o quanto lhe será possível esconder-se em seus veículos inferiores; nunca esquecerá que seus olhos viram o Senhor do Mundo em toda a Sua Beleza e Esplendor, que vislumbrou a Terra Longínqua, muito longínqua e ao mesmo tempo tão próxima, porque se encontra dentro de nós mesmos todo o tempo, embora não possamos vê-la.


Para chegar ao Nirvana não necessitamos ir a um céu muito distante, mas apenas abrir nossa consciência à Sua Glória.


Fonte: Loja Teosófica Liberdade

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