domingo, 10 de novembro de 2013

GUIAS ANGÉLICOS - VACINAR OU NÃO VACINAR, EIS A QUESTÃO





Mensagem dos Guias Angélicos
Por Taryn Crimi
Em 04 de novembro de 2013 


Hoje nos pediram para discutir um assunto bastante controverso: vacinas.

A pergunta que muitos pais fazem a nós é se devem ou não vacinar seus filhos.


Com toda certeza, todo pai é movido pelo desejo de fazer o que é melhor para seu filho, apesar de que há muitas crenças variadas em relação a como realizar isso.


O que parece ser a causa de tanta confusão são os relatórios conflitantes sobre os efeitos que essas vacinas tiveram e têm em crianças e adultos igualmente.


Antes de começarmos, é importante que vocês se lembrem de que nós não temos um julgamento de "bom" ou "mau", pois atualmente nós não existimos na dualidade.


Portanto nós somos capazes de simplesmente compartilhar com vocês o que temos observado para que vocês possam tomar a melhor decisão que é certa para vocês.


Primeiro começaremos com uma pequena explicação sobre por que as vacinas foram criadas e a qual propósito elas se destinariam.


As primeiras vacinas foram introduzidas na virada do século com esperança de conter e limitar os efeitos devastadores generalizados que doenças provocaram no passado.


Muitas doenças se espalhavam através de circunstâncias insalubres, água potável contaminada e saúde fraca de que o campo médico agora tomou conhecimento.


Os cientistas e a indústria médica como um todo progrediu e mudou de muitas formas desde a primeira introdução de vacinas para o público.


Elas foram comercializadas como uma cura preventiva para uma vasta gama de doenças que infestaram a população por séculos, apesar de que uma grande variedade de vacinas agora disponíveis, não o eram anos atrás.


As indústrias médica e farmacêutica continuaram a criar muitas variações através de tentativa e erro.


É fortemente estimulado o início da vacinação na hora do nascimento de uma criança: os pais em sua busca de garantir a saúde, segurança e bem-estar concordavam amplamente com as afirmações das indústrias médicas, porém, nos anos mais recentes os pais começaram a questionar a eficácia e segurança dessas vacinas, preocupados com a possibilidade de elas serem responsáveis por fazer mais mal do que bem.


Como com tudo em sua realidade, este tópico tem duas visões opostas.


Há aqueles que acreditam inflexivelmente que por introduzir no corpo uma pequena dose da doença e permitir que o corpo a combata com sucesso, cria uma imunidade à doença, o que amenizará ou até evitará que o corpo sucumba à doença caso ele entre em contato com ela mais tarde na vida.


Há outros que acreditam inflexivelmente que por introduzir em um corpo saudável os contaminantes que devem ser utilizados para levar a doença para o corpo, como também a própria doença, é prejudicial para o sistema imunológico e, portanto, enfraquece um corpo antes saudável, deixando tão ou até mais suscetível a contrair a doença num tempo posterior.


Agora que compartilhamos com vocês as duas visões opostas, compartilharemos a nossa própria perspectiva.


Em resumo, não há poder que possa proteger nem curar o corpo além do poder que criou o corpo.


Mas a questão ainda permanece: as vacinas ajudam o corpo a combater futuros ataques mais fortes?


Nossa resposta é sim e não.


Vamos explicar melhor.


Na teoria, seu corpo é projetado para e inevitavelmente entrará em contato com milhões de micróbios, poluentes e bactérias diariamente.


Na verdade, todos vocês entram em contato com as doenças mais "letais", mas muitos de vocês não foram nem um pouco afetados pelo contato.


O sistema imunológico está constantemente combatendo e retirando esses poluentes de seu corpo com um efeito normalmente de muito pequeno a não perceptível.


Há aqueles que tentarão proteger seus corpos desses micróbios tentando matá-los com produtos químicos e não ter contato com outras pessoas doentes, apesar de que não é disso que vem a saúde ou a doença.


Na verdade, por tentar se isolar dos "germes" dos outros e usar produtos químicos nos espaços onde vivem, vocês fazem mais mal ao seu corpo do que bem.


Como?


Agora, como estávamos dizendo, seus corpos são projetados para entrar em contato com milhões de micróbios que têm o potencial de causar doença, entretanto, a doença não pode ocorrer num corpo que está em um estado de equilíbrio.


As químicas, tais como os seus produtos de limpeza, alvejantes, amoníaco e álcool verdadeiramente são muito mais prejudiciais a vocês do que as bactérias em si.


Seus corpos são feitos para se protegerem contra doenças, eles não são projetados para serem submetidos a produtos químicos tóxicos em uma base regular.


Seus corpos são constituídos dos mesmíssimos elementos que vocês tentam eliminar dentro dos micróbios.


Isto tem o mesmo efeito tóxico em seu corpo como tem para os micróbios que vocês estão tentando matar.


O sistema imunológico é um design muito avançado para garantir que esse equilíbrio também seja alcançado.


O sistema imunológico de uma criança primeiro é fortalecido pelo leite materno que contém todos os anticorpos que a mãe armazenou em seu próprio sistema imunológico e conforme a criança cresce, ela desenvolve sua própria imunidade ao ambiente em que ela foi inserida.


O corpo produz sua própria imunidade naturalmente por respirar e ingerir milhões de vários germes, mas quando é introduzida artificialmente nele uma doença, ela não penetra no corpo da mesma maneira.


Vamos explicar melhor.


Quando um micróbio, doença, germe ou bactéria é introduzido naturalmente no corpo, é por ingestão, respiração ou transmitido por fluidos corporais.


Quando a doença é introduzida artificialmente no corpo, isto é realizado por um líquido que é inserido no músculo ou pele por meio de uma agulha.


As vacinas que são dadas nesta época à sua população não contêm somente a doença em si, pois não haveria como "somente" aplicar a doença, ela precisa de um líquido ou solvente que contém e transporta a doença pelo seu corpo.


O problema está tanto na introdução artificial da doença no corpo como também no líquido ou solvente utilizado para transportar a doença para o corpo.


É por isso que nós declaramos que nossa resposta à sua pergunta relacionada à eficácia das vacinas era sim e não.


Sim, o corpo estaria melhor preparado para combater a doença num tempo posterior se ele entrasse em contato com a doença de um modo natural e o corpo fosse capaz de combatê-la com sucesso.


A imunidade e anticorpos seriam conservados no sistema imunológico para que ficasse mais difícil para a doença tomar o corpo outra vez.


Entretanto, quando vocês introduzem no corpo qualquer doença artificialmente, ele não reage de um modo natural.


Vamos explicar melhor.


Na verdade, seu corpo tem duas linhas de defesa.


A primeira linha de defesa está posicionada nas células de seu nariz, pulmões e boca.


Elas são capazes de detectar matéria estranha que tem a capacidade de prejudicar ou perturbar seu corpo.


Vocês realmente entram em contato com doenças bem conhecidas diariamente, elas estão no ar que vocês respiram, mas a forma de defesa natural do corpo normalmente é capaz de combater esses micróbios com efeitos físicos pequenos ou nenhum efeito.


Quando a sua primeira linha de defesa não é forte o bastante para combater a invasão, o real sistema imunológico de seu corpo é imediatamente ativado e começa a multiplicar seus glóbulos brancos para ajudar a combater a doença.


Quando seu corpo consegue combater uma infecção com que ele entrou em contato naturalmente, vocês então estão imunes a essa classe de vírus específica por toda a vida.


Agora, quando é introduzida artificialmente uma doença em vocês, vocês pulam a primeira linha de defesa, ativando o ataque imunológico massivo de seu corpo contra a invasão.


Seu corpo pode e normalmente reagirá à doença porque ela não foi enfraquecida pela primeira linha de ataque de seu corpo.


A vacina pode ativar uma imunidade temporária à doença, entretanto não é uma solução permanente.


Seu campo médico está ciente disto e é por isso que vocês frequentemente são estimulados a receber um "reforço" ou uma vacina adicional após receber a primeira vacina.


É por isso também que aqueles que foram vacinados contra uma doença específica ainda podem contraí-la mais tarde na vida, quando o corpo entra naturalmente em contato com essa doença.


Seus pesquisadores agora estão começando a descobrir o número de pessoas que foram vacinadas contra uma doença específica, mas a contraíram anos depois, e nós acabamos de compartilhar com vocês o por quê.


Era importante para nós primeiro explicar como o corpo realmente se defende da doença em um nível físico antes que pudéssemos entrar no por que as vacinas têm sido tão prejudiciais.


Infelizmente, os efeitos dessas vacinas não foram bem documentados e nem levados ao conhecimento do público.


Com certeza há muitas crianças que apresentam poucos ou nenhum dos efeitos colaterais das vacinas que ela receberam, entretanto, houve um número maior que apresentou e que não foi noticiado pela sua mídia até agora.


As vacinas têm a capacidade de proporcionar a imunidade temporária à doença, mas as vacinas não podem ser simplesmente uma injeção com somente a doença.


A doença precisa ser posta em alguma coisa para ser transportada para o corpo, como nós dissemos antes.


As substâncias que são utilizadas para transportar a doença são muito mais prejudiciais do que a doença em si.


Seus corpos são fisicamente construídos para se defender contra micróbios, bactérias e doenças, entretanto eles não são projetados para filtrar os níveis tóxicos de metais pesados.


Os metais pesados contidos nessas vacinas predominantemente são os responsáveis pelo dano que é causado ao corpo que provocou efeitos duradouros, não a doença em si.


Nós percebemos que isto pode ser chocante para muitos de vocês, pois vocês têm confiado em seus profissionais de medicina para garantir que seus filhos sejam bem cuidados, entretanto nem todos os profissionais de medicina sabem o que realmente está contido nas vacinas.


É por isso que estamos compartilhando isto com vocês neste momento, para que vocês agora possam ficar cientes e possam pesar os "prós" e os "contras" e decidir por si mesmo o que é melhor para vocês e seus filhos.


Nós compartilhamos nossa perspectiva sobre o que testemunhamos em relação aos aspectos físicos das vacinas, como elas funcionam e como seu corpo reage naturalmente, entretanto é importante não se esquecer da perspectiva espiritual sobre esta questão.


Agora nós compartilharemos a razão de por que as vacinas realmente não têm um papel se vocês contrairão ou não a doença mais tarde em sua vida.


Nossa resposta é simples: a saúde não pode ser alcançada pela prevenção, ela é criada pela intenção.


Não lhes serve temer a doença, se vocês não querem ficar doentes, então se focalizem na criação da saúde.


Cem pessoas podem ser submetidas à mesma doença, no mesmo ambiente; elas podem ter idade, peso e altura semelhantes.


Elas podem ser vacinadas ou não vacinadas e algumas contrairão a doença e algumas não contrairão.


Sorte ou azar não é responsável pela sua saúde.


É muito importante se lembrar de que a doença não pode permanecer num corpo que está em um estado de equilíbrio.


Mantenham o equilíbrio tanto em seu corpo físico como no espiritual e vocês não experimentarão "doença".


Esperamos tê-los servidos de alguma forma.


No amor e na luz,
Nós somos seus Guias Angélicos.



Você pode compartilhar e redistribuir este material contanto que o conteúdo seja copiado integralmente e sem alteração, seja distribuído gratuitamente e esta nota de direitos e o link sejam incluídos: http://angelicguides.wordpress.com/
Tradução: Blog SINTESE http://blogsintese.blogspot.com

Respeite todos os créditos

Filhos

  
Meu filho, você não merece nada  
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada. 






ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista.
Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem.
É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br Twitter: @brumelianebrum

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada.

Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço.

Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida.

E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade.

E não foi ensinada a criar a partir da dor. 

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia.

Uma geração que teve muito mais do que seus pais.

Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil.

Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.


Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede.

Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram.

E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito.

Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos.

Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim?

Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje.

Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito.

E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”.

Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade. 

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores.

Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal.

Mas é possível uma vida sem frustrações?

Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço?

Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento?

Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço.

Prefere a genialidade.

O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto.

Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa.

Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor.

Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina.
Este atesta a excelência dos genes de seus pais.

Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer.

De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido.

Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito.

E a frustração um fracasso.

Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”. 

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido.

Expressão que logo muda para o emburramento.

E o pior é que sofrem terrivelmente.

Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções.

Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer. 

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”?

É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão.

Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade.

Desde sempre sofremos.

E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado?

Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar.

E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual.

Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter?

Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele?

Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia.

É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar.

E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem.

E, portanto, estão perdendo uma grande chance.

Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados.

E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo.

E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa. 

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade.

Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem.

Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada.

É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas.

Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
 
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando:

“Te vira, meu filho.

Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”.

Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”.

Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência.

É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência.

De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia.

O melhor a fazer é ter a coragem de escolher.

Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele.

E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes.

Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência. 

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor.

Sim, a vida é insuficiente.

Mas é o que temos.

E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.


Eliane Brum