terça-feira, 9 de março de 2021

O umbigo é um vórtice de energia



Escrito por Vital Frosi

Amados!
Os seres humanos encarnados iniciam o grande processo de expansão da consciência.
Na medida em que os véus são erguidos, o conhecimento inato surge na mesma proporção.
Estamos no final da Transição Planetária, evento que levará parte da humanidade a um grau de consciência mais elevada, que também podemos chamar de ascensão.

O Planeta Terra elevará a sua vibração — que antes era de Terceira Dimensão em sua Crosta e de Quarta Dimensão em seu Astral — para um nível mínimo de Quinta Dimensão.
Os Espíritos aptos a herdar essa Nova Terra naturalmente devem estar vibrando energeticamente em níveis 5D.
No decorrer dos primeiros séculos a partir de agora, toda a energia existente na Terra poderá variar dentro de 5 faixas dimensionais: entre a Quinta e a Nona Dimensões.

O Evento no qual culminará a passagem definitiva e permanente do nosso Planeta e sua humanidade para a 5D está muito próximo, mesmo que essa Transição demore em torno de 300 anos.
Já estamos nos últimos anos e tudo se acelera agora.
A consciência humana é a última remanescente das vibrações ainda tridimensionais.
Por isso é que nem todos os Espíritos na forma humana estão prontos para a ascensão.

Para ascensionar, o Espírito deve estar na mesma vibração da Nova Terra.
Caso contrário, as polaridades não serão compatíveis.
O que proporciona essa compatibilidade é o grau de consciência de cada um.
O grau de consciência mais elevado é alicerçado nas condições éticas e morais do ser humano, que, por sua vez, fundamenta-se em três pilares básicos: amor incondicional, compaixão e respeito a tudo e a todos.

Tudo é energia!
Aquilo que vemos com os olhos físicos são as formas materiais das múltiplas possibilidades que as energias mais grosseiras conseguem formar.
Mas isso é apenas uma ilusão de ótica, pois a verdadeira energia e a realidade de tudo o que há, não podem ser vista com esses olhos carnais.
Mas já começamos a sentir e a entender que os limites agora se alargam rapidamente.

A física quântica explica muito bem — ao menos para aqueles que são mais racionais e menos empatas —, pois ela tanto pode ser entendida de modo científico como apenas ser sentida.

O fato é que agora, com o despertar das consciências, tudo começa a fazer sentido.
Não é necessário tanto estudo e tanto conhecimento, pois o sentir não vem por meio de palavras.

É claro que, quanto mais conhecimento, mais podemos compreender aquilo que sentimos.
Como um bebê que aprende tudo com o passar dos primeiros anos, estamos agora no ponto zero.
A humanidade renasce como o NOVO HUMANO e precisa aprender rapidamente tudo aquilo que antes não sabia, pois a Terra não será mais a mesma.
A Velha Terra também morreu para dar lugar a uma Nova Casa Planetária.
O Velho Homem também está morrendo para surgir o Novo Humano.

Nuca se falou tanto em energias e vibrações.
Mas tudo o que há sempre foi energia, mesmo que agora essa energia mude a sua vibração.
Os Planetas, as Estrelas e as Galáxias são energias acumuladas ao longo dos milênios.
Não existe energia estagnada; ela está sempre em movimento.
Tudo se move e, por isso, tudo se modifica no decorrer dos tempos.

O corpo humano é a vestimenta dos Espíritos que ocupam a Terra como sua morada, formado de uma base de carbono sólida, correspondente às energias de Terceira Dimensão.
Toda espécie de matéria existente na Terra estava consolidada em suas formas variadas, sempre em base carbono, pois era a energia tridimensional que a Terra recebia por meio do nosso Portal de Luz, ou seja, o nosso Sol.

Tudo se move constantemente e o nosso Sistema Solar adentrou um espaço da Galáxia onde as vibrações e a Luz mais forte produzem uma energia de vibração entre a Quinta e a Nona Dimensões. Naturalmente, a base de carbono vai se desfazendo e adquirindo uma base mais sutil mais leve, mais cristalina.

Já dissemos aqui que os reinos animal, vegetal e mineral fazem essa mudança naturalmente, pois tudo é energia e a energia vêm da Luz. Já o hominal tem a sua consciência própria, e isso difere um pouco nessa adaptação.
A consciência humana é formada principalmente pelas crenças, pela mente pensante e pelos sentimentos característicos das pessoas, por isso ela demora um pouco mais para fazer a adaptação.
Requer algum esforço, pois as crenças precisam ser mudadas.
E ainda tem o Espírito, que é realmente aquilo que podemos chamar de essência, pois foi ele quem sempre sobreviveu no transcorrer das sucessivas encarnações.

O que mantém a vida e as energias em tudo o que há na Terra são os vórtices, que fazem essa energia circular.
Em forma de espiral duplo, ou seja, comparado a dois funis virados, eles recebem e emanam constantemente as energias necessárias.
São denominados CHÁCRAS.
Tudo tem chácras, até mesmo um objeto.
A nível Planetário, eles são chamados de Portais.

No ser humano, são 7 os principais Chácras.
Cada um tem a sua função.
Não vou me ater a essa particularidade para não me estender demais. Quem é Reikiano entende bem do assunto.

Entre os sete principais, temos o Terceiro Chácra, também denominado de Plexo Solar, que se situa logo acima do umbigo.

É pelo Plexo Solar que recebemos quase toda a energia necessária.
E é por ele que entram também as energias nocivas, pois um chácra é também um Portal, ou um portão, para entender melhor.
É óbvio até para um principiante.
Quando o bebê está no ventre da mãe, ele recebe toda a energia necessária para o seu desenvolvimento por meio do cordão umbilical.
Esse cordão liga o vórtice (Chácra) da mãe ao do bebê.
Somente quando esse cordão é cortado é que a criança passa a ter necessidade de se alimentar, de respirar e de receber energias independentemente da mãe.

Esquecemos as vidas passadas; esquecemos quem somos, mas o umbigo mostra de forma materializada que estávamos ligados a um cordão umbilical que não só unia com a mãe, mas com a FONTE. Mesmo cortando esse cordão, ficamos ligados energeticamente com a mãe, com a FONTE e com tudo o que há nos infinitos universos. (Veja o formato do umbigo: um funil em forma de espiral, que leva para dentro).

O Chácra Plexo Solar liga o nosso corpo ao Sol, a fonte energética da Terra.
Liga às energias superiores e também às inferiores, pois é um portal que nunca se fecha.
Esse Chácra não está somente no corpo físico; está automaticamente ligado a todos os demais corpos que compõem o nosso EU TOTAL.

É importante entender que podemos nos ajudar muito quando aprendemos a dominar as energias.
Podemos agora fazer os mesmos “milagres” atribuídos ao Cristo Jesus.
Na verdade não são milagres; é apenas o entendimento de como podemos utilizar as energias para conseguir aquilo de que precisamos.
E isso vai ser cada dia mais fácil de entender.
Todos os que alargam a sua consciência já podem começar a fazer milagres.

Você pode!
Hoje vou te ensinar a conduzir as energias através do Plexo Solar.
Ao sentir qualquer indisposição; qualquer desconforto; principalmente físico ou emocional; e principalmente quando você sentir que há energias baixas te perturbando, pare por um momento, feche os olhos, imagine o teu umbigo e a região do estômago girando no sentido anti-horário.
Mentalize uma cor, principalmente branca ou violeta, e faça-a entrar por ali.
Envie para todo o corpo enquanto inspira.
Ao expirar, ponha para fora as energias que causam desconforto. Depois de alguns minutos, passe a imaginar luz dourada, que é a cor natural desse Chácra.
Faça o mesmo movimento por mais alguns minutos.

O alívio é imediato.
Mesmo que não consiga nas primeiras tentativas, pratique sempre.
Com o tempo, você vai aprendendo a dominar e a trabalhar as energias em todos os Chácras e em todas as partes do corpo.
O “cura-te a ti mesmo” é isso.
Claro que há muito mais coisas, mas vamos começar assim.
Já falei outro dia sobre a importância da respiração.
Hoje, estou deixando aqui mais uma prática que vai ajudar aquele que quer se ajudar.

Eu sou Vital Frosi e minha missão é o esclarecimento!

Namastê!

INVEJA DOS MORTOS.

Amados!
Há escritos muito antigos que relatam uma projeção dos tempos finais do Ciclo que agora se encerra. 
Como sabemos, a maioria das previsões catastróficas que promoveriam a Transição Planetária, não irão se confirmar, pois Gaia, a consciência viva da Terra, decidiu por uma Transição o mais suave possível.

Entre muitas possibilidades, estava a própria destruição do Planeta como aconteceu com tantos outros. Temos o exemplo de Maldek, um Planeta do nosso próprio Sistema Solar. 
Não conseguindo o propósito por parte de sua população, o seu destino foi a desintegração , transformando-se no que é hoje o Cinturão de Asteroides.

O Apocalipse relata muitas possibilidades perturbadoras, porém, a humanidade da Terra conseguiu a nota mínima necessária a fim de que não seríamos destruídos como Maldek. 
Lembrando que a palavra apocalipse significa "mudança". 
É um erro de interpretação comparar esta palavra com acontecimentos trágicos.

Assim como cada ser humano tem o poder de decidir o seu futuro, quer seja na vida corpórea como esta atual existência, quer seja no seu percurso como Alma imortal, o coletivo humano também decide o seu destino de acordo com a soma das ações conjuntas.
Uma vez alcançado esse mérito, por mínimo que seja, Gaia tomou sua decisão: a terra então está fazendo a sua Transição de uma forma que ninguém vai passar pelo que não precisa passar. 

A Natureza ficará livre dos eventos ainda necessários. 
Animais, plantas, o solo e a água assim como o ar, ficarão intactos pois não há motivos para que sejam afetados.
Tudo se resume neste final, às ações exclusivas do homem. 
E mesmo assim, cada um vai sentir na pele exatamente o toque que precisa para despertar, para resgatar seus débitos ou para mudar aquilo que ainda precisa ser mudado. 
Ninguém vai ser esquecido! 
Todos estarão envolvidos de uma forma ou de outra neste momento histórico para a humanidade da Terra, e até mesmo as raças de toda a Galáxia.

Há ainda dentro da cada ser humano, alguns ajustes finais a serem levados em conta. 
Mesmo os já despertos e os que estão despertando, lições ainda úteis chegam no dia a dia. 
O desconforto que cada um sente, está intimamente ligado a cada encarnado, e a sua intensidade também está de acordo com o esforço que cada um deve fazer, a fim de se alinhar com as novas vibrações exigidas.

A situação caótica que se mostra momentaneamente em toda parte, é resultado deste ajuste. 
Cada um está tendo a oportunidade de dar o passo adiante. 
Muitos darão um verdadeiro salto quântico, pois a largura do vão que separa a 3D da 5D é maior. 
Outros, basta apenas um pequeno passo. 
Há os que já estão do outro lado, e podem dar o suporte aos que estão passando agora. 
E por fim, há também o grande grupo dos que não estão prontos. Estes tomarão outro destino, que não será a Nova Terra.

As ferramentas que serão utilizadas nesta travessia são variadas, mas entre elas, há três que são fundamentais: a compaixão, o amor incondicional e o respeito. 
Não sabendo utilizar uma dessas ferramentas, a passagem não estará completa. 
Por isso, é fundamental que cada um tenha a consciência plena disso.
A compaixão será necessária agora pois quando as revelações forem feitas, todos saberão quem está por trás de toda a dor e de todo o sofrimento infligidos à humanidade por longos milênios. 
Serão pessoas de todas as classes e hierarquias; pessoas adoradas por muitos; pessoas públicas, conhecidas, amigas, e até familiares. Enfim, pessoas em que você confiava cegamente.

As revelações fazem parte do último ato que colocará um fim neste longo Ciclo da humanidade. 
Cortará de uma vez por todas os laços de energia 3D que ainda amarram parte da humanidade. 
As revelações levarão aos Tribunais Internacionais, mais de um milhão de manipuladores com sangue frio, ou seja, seres desprovidos de emoções. 
É preciso exercitar a compaixão, o amor incondicional e o respeito por eles, pois se não o fizermos, não estaremos prontos ainda para a travessia que nos levará à Nova Terra.

Precisamos conhecer a verdade para que a libertação definitiva ocorra. 
Essa verdade provocará ondas de choque de realidade em muitas pessoas. 
Estejamos preparados para dar o apoio necessário, independente de quem seja. 
Até mesmo para aqueles que te desdenharam o tempo todo. 
Você vai ser testado a fim de avaliar o grau de consciência. 
Da mesma maneira que um aluno presta os últimos testes num final de ano letivo. 
Os aptos seguirão adiante. 
Os reprovados, repetirão o aprendizado.

Mesmo que esses dias estejam próximos, o que já passamos nestes últimos anos, nos dá uma amostra real do que está por vir. Certamente, os que acompanham e se interessam por este tipo de assunto, fazem parte da linha de frente nesta reta final. São os apoiadores dos mais necessitados. 
Percebem com mais clareza a realidade e até o que ainda está por vir. E não está sendo fácil para nenhum de vocês.
Há momentos que parecem faltar forças. 
E nessas horas, dá vontade de desistir. 
Quem de vocês já não sentiu inveja daqueles que morreram recentemente? 
Sim, uma inveja no bom sentido, pois você sabe que eles não precisam mais passar por aquilo que você está tendo que enfrentar agora. 
Mas não se culpe por tais pensamentos, isso também é normal. Em algum lugar já estava escrito: "E CHEGARÁ UM MOMENTO EM QUE OS VIVOS INVEJARÃO OS MORTOS".

Na verdade, cada um que está aqui na linha de frente, pediu para estar aqui agora. 
Sabia antes mesmo de encarnar que esse momento viria exatamente agora. 
Você pediu para estar exatamente onde você está. 
Até mesmo aqueles que precisam trabalhar no Plano Astral, fizeram o seu propósito para desencarnar agora. 
Há trabalho nos dois lados. 
Não é diferente o que está em cima do que está em baixo.
Sananda, o Cristo Cósmico, está aqui juntamento com Arcanjo Miguel. Sua gigantesca Nave Pleiadiana denominada Jerusalém, já está se posicionando na atmosfera da Terra. 

Também não é sem motivo que seu posicionamento está sobre o manto azul do Brasil, a Pátria do Evangelho que daqui se estenderá para toda a Terra. 
Também não é por outra razão que aqui no Brasil os escuros colocaram em posições estratégicas de comando, milhares dos seus mais perversos representantes.
Mas os tempos são chegados! 
O próprio Sananda está dizendo que a linha de chegada está visível aos nossos olhos. 

Estamos na reta final. 
Mantenhamos a confiança e o nosso propósito de Alma. 
Sejamos fortes e corajosos pois formamos o verdadeiro exército da Luz na Crosta da Terra. 
Somente os melhores guerreiros são arregimentados para tais fileiras. Você faz parte disso! 
Por isso, suas armas são a compaixão, o amor incondicional e o respeito.
Lembre-se disso!

Eu sou Vital Frosi e minha missão é o esclarecimento!
Namastê.

sábado, 6 de março de 2021

Oração de Krishna

ORAÇÃO DE KRISHNA

Ó Vós, infinita e sagrada Presença Divina, Altíssima Fonte de Toda Vida!
Abençoado seja Vosso Sagrado Nome!
Nós nos prostramos aos vossos pés.
Nós Vos agradecemos.
Nós Vos rendemos Graças.
Nós Vos glorificamos por Vossa Majestosa Presença no Universo!

Porque Vós sois - EU SOU o EU SOU!
Nós Vos devolvemos, ó Poderoso, toda Força e Poder que foram usados por nós na imperfeita manifestação visível ou invisível.

Não existe outro poder alem do Amor Incondicional.
Seja feita a Vossa vontade em nós, agora.
Deixai Vosso Reino de Luz manifestar-se constantemente na face da Terra, através de todo o tempo, nos corações de todos os que são abençoados  e que estão em condições de viver esta graça!

Ó Vós, Altíssimo Bem-Amado!
Elevamos nosso coração, nossa visão, nossa consciência a Vós.
Deixai a substância do Vosso Próprio Ser fluir em cada um de nós,
de acordo com as nossas necessidades, 
para seguirmos em Vosso Nome e não haver deficiência em Vosso Serviço.

Pedimos perdão, pelas nossas transgressões à Vossa Lei de Amor e Harmonia - para nós e para todas as pessoas,  bem como para as forças dos reinos dos elementais e do reino da natureza.

Dai-nos, agora, a Vossa Misericórdia.
Com Vossa Força e Vosso Desejo, queremos perdoar, de nossa parte,
a todos os que nos magoaram, desde o início dos Tempos!

Não tememos mal algum, porque estais em volta de nós e dentro de nós.
Não existe Poder além do Amor Incondicional, nada que possa ferir, destruir ou roubar a Beleza da Vida.
Vós sois a Força e o Poder no qual trilhamos o caminho da prestação de contas. 
Ó Pai da Luz, glorificai-nos em Vosso Próprio Ser e mostrai-nos toda a Glória da qual no começo participamos Convosco,  antes que o mundo fosse feito.

Assim Seja, Assim é, Amém, Aum , Om .

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 11


Foto por lzflzf1/123RF

Escrito por Benedito Milioni


QUANDO AGUINALDO SILVA, PAULO DEBÉLIO E PAULINHO REZENDE ENTENDERAM O QUE TEM DENTRO DE UMA MULHER… E ETERNIZARAM RECOMEÇOS!

Que venha essa nova mulher de dentro de mim

Com olhos felinos, felizes e mãos de cetim

E venha sem medo das sombras

Que rondam o meu coração

E ponha nos sonhos dos homens

A sede voraz da paixão

Que venha de dentro de mim ou de onde vier

Com toda malícia e segredos que eu não souber

Que tenha o cio das onças

E lute com todas as forças

Conquiste o direito de ser

Uma nova mulher

Livre, livre, livre para o amor

Quero ser assim, quero ser assim

Senhora das minhas vontades e dona de mim

Livre, livre, livre para o amor

Quero ser assim, quero ser assim

Senhora das minhas vontades e dona de mim

Que venha de dentro de mim ou de onde vier

Com toda malícia e segredos que eu não souber

Que tenha o cio das onças

E lute com todas as forças

Conquiste o direito de ser

Uma nova mulher

Livre, livre, livre para o amor

Quero ser assim, quero ser assim

Senhora das minhas vontades e dona de mim

Livre, livre, livre para o amor

Quero ser assim, quero ser assim

Senhora das minhas vontades e dona de mim

Que venha essa nova mulher de dentro de mim

Que venha de dentro de mim ou de onde vier

Que venha essa nova mulher de dentro de mim

Uma Nova Mulher

(composição de Paulo Debélio e Paulinho Rezende)

Estes versos: “Que venha de dentro de mim, de onde vier” marcaram a história da teledramaturgia brasileira na “magicalização” (sei… essa palavra não existe, mas gostei dela…) da personagem chamada Tonha, vivida pela magnífica Yoná Magalhães (1935-2015), na novela “Tieta do Agreste”, de Aguinaldo Silva, levada ao ar pela TV Globo entre agosto de 1989 e março de 1990. 

Na novela, a personagem, depois de anos de intenso sofrimento nas mãos de um marido retrógrado, que sempre a reprimia, a ponto de fazê-la ingerir sopa de capim, se libertava e voltava a Santana do Agreste, cidade que era cenário do folhetim, totalmente repaginada por sua, digamos, mentora, personagem vivida por Beth Farias. 

No instante da sua chegada, a personagem sai de dentro do carro que a trazia de volta, vestes ao vento e ao fundo a voz de Simone, cantora de primeira linha da MPB das últimas décadas. 

A música tingia de magia e cores o significado do recomeço de Tonha, a nova mulher. 
Foi um fenômeno, comentários iridescentes por todos os cantos, pela belíssima plasticidade das cenas e pela repercussão no mais profundo de todas as mulheres de então.

Foto: Reprodução

Tonha foi o emblema do recomeço e, se ficou na memória das pessoas, como espero, se deveu a uma permissão quase pedagógica para a opção de recomeçar, re-recomeçar, re-re-recomeçar todas e tantas vezes até sabe-se lá quando e por quantas vezes, mas recomeçar é direito, obrigação e a única e definitiva chance de construir caminhos em busca da felicidade.

Recomendo que você, caro(a) leitor(a), ouça essa música atentamente sempre que estiver sentindo vacilações nos seus vulcões internos que lhes trazem as erupções transformadoras que governam a sua vida.

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 10



Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 10 – AMOR É COMEÇO E RECOMEÇO: BASTA CUTUCAR!

Frejat, o autor e intérprete dessa música, “Amor pra Recomeçar”, certamente estava num daqueles dias em que anjos piedosos são enviados pelo Criador para inspirar alguns mortais que devem atuar como seus mensageiros: o trecho que ilustra a foto do autor certamente merece inclusão numa espécie de lista de versos da música popular brasileira que sobreviverão ao tempo!


Unsplash/Nathan Dumlao

O amor recomeça tudo, desde a mais complicada encrenca afetiva até os conflitos que saltam como faíscas das disputas entre aguerridos times de futebol de várzea: no primeiro caso, o amor adoça os sentidos e as emoções e os leva a recomeços entre beijos e juras de mais amor e, no segundo, por incrível que pareça, depois de muitos insultos e ameaças terríveis entre os disputantes, sobra entre eles o amor… pela bola, e tudo se torna líquido e saboroso, como a cerveja que é tomada para comemorar! 

Só quem não viveu um amor de inspirar os trovadores, como o citado Frejat, ou não teve suas canelas esfoladas por jogos de futebol em campos cheios de buracos e poeira é que não consegue entender que, sem amor, nada começa ou recomeça.

O primeiro grande trabalho emocional que o postulante ao recomeço do que quer que seja é a busca do sentido de amor no pretendido. Isso se dá na medida em que o foco é uma espécie de balé orbital, como o de um beija-flor, em torno da essência do que vivifica o recomeço. 

É preciso estar 100% entregue emocionalmente aos significados do ato em recomeço e colocar-se em torno e sempre próximo do objeto do recomeço. 
O beija-flor gasta uma energia imensa no seu frenético bater de asas para girar em torno da flor e, avançando e recuando, trazer para si a microgotinha de néctar que está bem protegida no coração entre as pétalas, e assim é que deve ser quanto às pessoas: muita energia investida no extraordinário sabor do que se pretende ter e fazer como recomeço, porque esse sabor acaricia o mais sensível dos sentimentos e os entrega a ondas de bem-estar (isso é amor, não é, caro(a) leitor(a)?).

Unsplash/Lars Kuczynski

Esse passo emocional é solitário, mudo e sem anteparos onde se possa apoiar mãos trêmulas e sustentar passos vacilantes: ele tem que ser como o primeiro voo de águia órfã, sem ninguém que a ensine, empurre do ninho ou a apare se não conseguir sustentar-se no ar e estatelar-se no chão duro e indiferente. 

Águias e outras aves de mesmo porte e natureza indômita são testemunhas das suas próprias conquistas e não se deixam diminuir por quem lhe faça críticas, porque quem as faria não existe. 
É tudo escolha delas mesmas e assim deve ser com as pessoas: nem tudo se pode fazer acompanhado por alguém ou sob o olhar atento de uma multidão, notadamente as escolhas pelas mudanças grandiosas, que vão mais que repaginar uma vida, farão germinar uma vida nova. Nisso é preciso amor… muito! 
Tem razão o Frejat!

CONTINUA

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 9


Eu Sem Fronteiras/Canva

Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 9 – SONHAR UM SONHO SONHADO: DÁ ATÉ SAMBA ENREDO!

Esta criativa frase é de uma simplicidade contundente. 
Não sei a quem creditar a autoria, porquanto tenha aparecido em minha tela sei lá como, mas juro que gostaria que fosse minha. Sonhos, de padaria ou nuvens em nossas mentes, são doces, saborosos e quando acabam podem ser substituídos por outros, com novos sabores, texturas e significados. 
O sonho de recomeçar é de uma doçura extrema: ao que parece, o tom doce que carrega e renova em si deve ser produzido por uma abelha-rainha, conforme um conto que ouvi na minha distante infância, quando queriam que tomasse purgante para dar uma limpeza geral por dentro. 

Tinha cinco ou seis anos de idade, devo ter tomado aquela coisa repugnante, mas guardei comigo a ideia da abelha-rainha, porque sempre imaginei que fosse uma abelha com todas as cores e que guardava em seu coração o segredo dos açucares de todos os méis. Se o ato de recomeçar é sonho num determinado momento, pode assim se mostrar e com os toques de doçuras de que precisamos nos momentos seguintes, durem o tempo que for necessário.


Unsplash/Kenrick Mills

Falemos em linguagem sem doces e sabores assemelhados e coloquemos o que pensar em matizes de outros sabores, começando pelo salgado, numa simbologia sem grandes voos literários, porém oportuna nesse momento: o sonho, quando se desfaz, deixa um rastro de ácida amargura, em tons agressivamente salgados. 

Um recomeço muito sonhado que resultou de maneira diferente ao que se esperava ou que teve que ser abandonado precisa de um tempo para ser eliminado, por mais longo que este seja. 
O sonho pode ser buscado novamente em outra padaria: uma vez um desconhecido me contou no saguão de um aeroporto que sempre que algo não dava certo na vida dele, o passo seguinte era trocar tudo, e para começar, já que tanto apreciava a boa mesa, ele procurava um novo restaurante para degustar um jantar “au grand complet”, incluindo vinho de adega protegida do olhar menor que o de um enólogo certificado e demorava-se na degustação de cada porção e de cada gole. 

Entre um e outro avaliava o sucedido e destacava o que evitar e o que fazer na sequência dos fatos (um recomeço…). 
Segundo ele, e não vejo razões para duvidar, a estratégia funcionava muito bem, e no mínimo, segundo me permito deduzir, pelo menos o sabor ácido/salgado era sublimado pelos sabores do belo jantar.

O que não se pode fazer, quando de um sonho que virou fumaça, para encerrar esse pedacinho do livro é: pensar que não existe mais padarias onde comprar o sonho (tem muitas mais e algumas são criativas ao ponto de querermos mandar a prudência e a recomendação médica às favas).

Acreditar que sonho desfeito por um recomeçar mal-resolvido é devastador ao ponto de nada mais crescer em seu lugar. 
A esse respeito, lembre-se que os soviéticos, durante a Guerra Fria, detonaram 456 bombas atômicas no Campo de Testes de Semipalatinsk, no chamado Polígono do Cazaquistão…e consta que ainda a vida se manifesta por aquelas bandas.

Pexels/freestocks.org

Ignorar que não é sem motivo que a natureza aposta tanto na renovação, quaisquer que sejam as circunstâncias: cai uma árvore, os ninhos que abrigava serão refeitos, pisa-se na entrada de um formigueiro, logo ali será construída outra, um incêndio toma conta do pasto, não demora e a relva ressurge verde e úmida…e tem sido assim desde muitos antes da nossa saída das cavernas.

continua

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 8



Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 8 – CONTROL, ALT, DEL E VAMO QUE VAMO!

Sim, até o último ato da aventura de viver, você pode (e deve!) dar um “enter” e pular de linha, para a próxima, usando e abusando do “delete” e reescrever o texto que define o que tem feito e virá a fazer em seguida. 
Não há nada que não possa ser refeito, melhorado, modificado e assim é na sua vida, no que tange aos imperativos do recomeçar.

Uma linha novinha, boa para receber seus escritos, é mesmo uma oportunidade imperdível de iniciar uma nova jornada de recomeços. A essa linha, acrescente outra e mais outra e assim sucessivamente, tantas quantas você entenda que deva dispor. 
Em cada linha entenda que há espaço para conter a descrição do que fará, sempre lembrando que “deletou” o que havia nas linhas antigas e, aproveitando, optou por esquecê-las de vez!



Uma boa liturgia para ajudá-lo(a) a se sentir mais confiante na produção de novas linhas para o seu programa de recomeço, do que queira que seja recomeçado: pegue um monte de folhas de papel pautado, uma borracha de apagar lápis novinha, um porção de lápis HB número 2 e de canetas esferográficas tipo Bic ponta fina, um estilete daqueles de lâminas internas e um pedaço de plástico rígido, do tamanho de uma folha de papel ofício. 

Escreva em cada linha, sinteticamente, algo que não tenha dado certo nas tentativas anteriores de recomeço, depois corte cada linha em uma tirinha, usando o estilete sobre a folha de plástico. 
Separe tudo. 
Feito isso, pegue a caneta e escreva em outras linhas tudo o que você deseja que se concretize como ações de recomeço. 
Recorte. 
Separe. 
Guarde. 

Retorne para as linhas do que não deu certo, junte tudo e… jogue fora! Tome as tirinhas do que pretende que seja realizado e envolva um bombom com cada uma e os ofereça para pessoas muito carentes, agradecendo por aceitarem. 
Sabe o que vai acontecer? 
O que deu errado vai embora e não volta; o que deve dar certo, dará certo porque você quer que assim seja e abençoou esse querer com a alegria de quem nem sempre tem um bombom para degustar!

É… a vida tem esses fenômenos aparentemente pueris, mas “a fé não costuma faiá…” (da música Andar com Fé, composta e interpretada por Gilberto Gil) e não custa nada apostar nessas energias e colocá-las a serviço das suas ações de recomeço, mesmo porque sabidamente mal não fazem. 
E como não há provas que realmente causem malefícios, sobram as vibrações positivas, concorda?


Recomeço e Fé são como queijo e goiabada: bons isoladamente, indescritíveis quando degustados juntos e, se acrescentarmos um ingrediente a mais, creme de leite, por exemplo, aí é de se acreditar que o Criador mande um anjo para tirar uma lasquinha! 
O terceiro ingrediente é a alocação de energia intensa no projeto de recomeço, o catalizador entre fenômenos interdependentes. 
Se não estiver convencida de que pode e deve ser dona da sua nova forma de ser e agir, a pessoa não está pronta para um recomeço pleno e transformador.

continua

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 7



Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 7 – DOIS VERBOS, UMA AÇÃO!

Preste atenção nos quatro últimos versos desta bela canção. 
Neles, há dois verbos poderosos no contexto de um recomeço, seja este do que for… Aprontar e esquecer são os verbos. 
Eles precisam ser incorporados por você nos seus propósitos de recomeçar. 

Verbos, por definição, são as vozes da ação e é dessas vozes que você precisa para que seu recomeço seja realmente efetivo, algo com sabor e sentido em si mesmo, a energia da motivação para seguir adiante.


Primeiro, se apronte. 
Isso mesmo: como se fosse para uma grande festa, se apronte minuciosamente, com muito amor por si mesmo(a). 
Cubra-se com as vestes simbólicas que farão com que se sinta em condições de transitar pelos caminhos e emaranhados de pessoas com desenvoltura, narizinho empinado, certo(a) de que está pronto(a) para o que der e vier, mas que seu recomeço é fato. 

Que vestes são estas? 
Simples, como as que cobriram os grandes homens e mulheres que trouxeram a civilização até os dias atuais: consciência de si e de suas missões, tecidas com os fios das crenças e propósitos combinados, tudo envolvido pelas cores das emoções e sentimentos que fornecem vibrações que atuam como energias próprias de quem diz “sei o que quero” e “sei por que quero”.

Depois, esqueça. 
Esqueça o que não deu certo, use essa coisa pastosa das experiências ruins apenas como referência para não repetir… mas deixe para trás, esqueça as frases de todos que disseram para você que se conformar é mais prudente, esqueça as dores emocionais do que enseja ter que escolher um recomeço e vá para a ação!

Uma liturgia para esse momento: tome uma mochila bem resistente, nela coloque pedras de todo tipo e tamanhos que for achando pelo caminho escolhido para a prática dessa liturgia (quem sabe uma trilha em região com mata), certifique-se de que esteja bem pesada, tire as pedras, nelas coloque uma fita adesiva onde deve escrever os fatos que devem ficar para trás, coloque as pedras de volta. Vá para o caminho, faça suas preces, e por ele incursione, tirando uma pedra por vez e jogando-a fora e, com ela, o que está escrito na fita adesiva.

Procure notar a diferença no peso a cada pedra que é extraída da mochila e imagine o quanto o problema que nela estava escrito pesava na sua vida e usufrua a sensação de alívio. 
Você estará trabalhando em nível mental com as sensações que resultam da combinação da consciência do peso dos problemas e da mudança que ocorre quando ele se vai, mesmo que ainda figurativamente. 

A prática dessa liturgia construirá um cenário interno que acolherá fatos e razões para recomeços, seus valores emocionais e recompensas em todos os sentidos. 
A cada pedra que se vai e, com ela, o peso respectivo, menos penosa será a condução da mochila, assim como mais intensa a sensação de leveza que fica no lugar das asperezas dos pesos das muitas aflições do dia a dia.

Recomeçar apenas com aquilo que é relevante é um formidável processo de cura. 
Voltando à liturgia das pedras: se cada uma que se vai deixa um espaço antes doloroso, este pode ser convertido em depositário de boas lembranças, pedaços de sonhos e de aspirações. 
Essa conversão depende só da pessoa e da sua vontade, como a força que reside na expressão “Quero e estamos conversados!”

A liturgia sugerida leva a que se crie o instante de recomeçar, aquele em que tudo está pronto, encaixado, redondinho, na justa medida e no exato peso. 
Mas, para estar pronto para o recomeço, o processo contempla algumas medidas preparatórias fundamentais e que exigem observância. 
Eis algumas muito úteis, sem nenhuma ordem de importância:

A promessa a si mesmo: não vou começar de onde parei e sim começar do zero, ainda que demore e me solicite mais das forças.

A vida não pode ser escrita a lápis.

Você não pode apagar um erro e corrigi-lo;

Mas pode recomeçar em outra linha.Karem Krüger

Control+Alt+Del, a por vezes milagrosa combinação de teclas que manda para as calendas o que já não serve no texto, deve ser acionada na mente, em cima de todas as porcarias que trouxeram dores e aflições: deletar, apagar, jogar fora, eliminar, enfim é preciso livrar-se do que trouxe riscos à alma e deixá-la prontinha para uma nova arquitetura.

Medo de barata, aranha e bichos rastejantes vá lá, mas medo da própria capacidade de transformação é intolerável! 
Deixar de refazer os caminhos por medo de qualquer tipo é de fazer os anjos uivarem de dor!

Mas… e se não der certo? 
Não deu, ora! 
E o que impede outro recomeço?

continua

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 6



Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 6 – SE NÃO TEM TU, VAI TU MESMO!

“O nosso negócio é recomeçar todos os dias, com força total e mesmo sem ela.” – Lisbeth Resende Paulinelli Seba, Consultora Formadora na Educação Corporativa

Abertura de seminário, 08:30 hs do dia 22 de outubro de 2014, em Goiânia, GO.

Ouvi essa frase logo nos primeiros minutos de um seminário em Goiânia, GO, e anotei porque intuí, naquele momento, que seria útil mais uma vez, além do seu efeito na abertura do evento, em que eu dividia a regência com a citada profissional. 
Hoje, eu a utilizo para ser uma espécie de madrinha desse trecho. 

E ela, cabe, portanto na sustentação de uma realidade nesse enorme desafio de recomeçar…para valer! 
Ocorre que recomeçar não é tiro que se dispara uma só vez: se acertar, ótimo, mas se não, aí mesmo é que a porca torce o rabo! 
Será preciso efetuar uma série de disparos, para ir calibrando rumos e trajetória, até que se encontre o caminho certo, e aí é só acelerar e dar início ao júbilo do recomeço!

Pode ser que o recomeço “trave”: a arrancada pode não ter sido com a potência necessária ou o peso do que se abandona ainda seja grande demais ou o que é muito pior, pode ocorrer que as forças reativas, no sentido contrário da decisão e da ação de recomeço, venham a ser poderosas demais.

Recomece. 
Re-recomece. 
Re-re-recomece, mas não pare. 
Com força total ou sem força alguma, todos os dias tudo recomeça: nosso Planeta em torno do próprio eixo a cada ciclo de 24 horas é um modelo inspirador. 
Nisso, a natureza tem algo a nos dizer. 
E nós a aprender




Recomece, mas não volte ao que era, não ceda diante deste ou daquele impulso por abandonar o sonho de refazer trajetórias. 
Isso ficou muito claro para mim quando, assistindo um jornal televisivo em São Paulo, cobrindo um incêndio na favela do Piolho, vi as imagens e a locução de uma moradora no local, que olhava desolada para seu cantinho reduzido a cinzas. 

Perguntada sobre o que faria, diante da perda de tudo, aquela valente senhora disse para o repórter:
 “Recomeçar meu filho, como fiz nas outras três vezes em que perdi tudo aqui mesmo. 
Recomeçar até não precisar mais, né? 
Difícil demais, mas o que se há de fazer?” 

Nunca soube o nome da referida senhora, mas guardei comigo uma pungente lição de vida e prometi a mim mesmo que a utilizaria na primeira oportunidade que tivesse para provocar em quem precise o recordar-se que “fibra” e “coragem” não são exclusivos dos aclamados pela mídia, sempre faminta por a quem louvar: a citada senhora, todas as honras lhes sejam feitas, provou, na dor e na perda, que recomeçar é o que vem após…se assim for decidido.

Todos os dias, com força total ou sem ela, mas recomeçar, não largar o osso, permito-me acrescentar! 
Se estiver com força total é mergulhar fundo nas ações que levarão ao efetivo recomeço, e à falta dela, não se engane porque ainda assim será possível um recomeço, nesse caso com muito esforço, mas SEMPRE o recomeço.

Naquele dia de outubro, dez a seguir do meu aniversário, a consultora que dirigia os trabalhos no evento ”mexeu” muito com os participantes do curso, comigo também, sendo que, de alguns deles no intervalo do café, consegui colher uma impressão que neles ficou, mais ou menos assim: 
“O que a professora disse é que a gente queira ou não tem mesmo é que tocar a bola pra frente, é ou não é?”

Guardei a manifestação daquele jovem profissional de vendas, e algum tempo depois, não sei precisar quanto, aconteceu outro aprendizado sobre ter que recomeçar, com energia total ou sem nenhuma: uma extensa reportagem sobre os refugiados dos países massacrados por guerras internas e os relatos de milhares de pessoas sem lar, sem dinheiro, sem alimento e água, com frio, sem nada mais que a roupa que pudessem vestir e carregar e sem mais força alguma, diante de ter que recomeçar, porque não havia alternativa. 
Alguns dos entrevistados disseram que todos os dias buscavam forças onde não tinham e assim eram suas pobres e maltratadas vidas.

Então veio-me o momento de praticar o que havia aprendido: por volta das duas da tarde perdi o arquivo em que trabalhava desde cinco da manhã, por causa de uma corrupção no HD do meu vetusto notebook e tendo uma data de aprontamento apalavrada, o que é mais que sagrado para mim. 

Muito cansado, muito mesmo, sem energia alguma, decidi recomeçar a produção do texto, não sem antes me permitir saborear um potão de sorvete de chocolate com menta e dizer para mim mesmo: “Agora essa história de recomeçar sem ter energia é comigo, aliás uma boa oportunidade para saber um pouco mais sobre minha fibra!” 

Quando o relógio à direita da tela do note book mostrou ser 23:00 horas o texto estava pronto e nem me dei conta se estava ou não com energia porque não deu tempo: alguns passos e já estava dormindo antes de tocar os travesseiros com minha laboriosa cabeça.

Foi bom para mim: não tinha ninguém para me instigar e nem aplaudir, a não ser a frase da consultora, a imagem da face da senhora da favela do Piolho e o brilho nos olhos dos refugiados da guerra civil na Síria.

continua

RECOMEÇAR… UM BOM COMEÇO DE NOVA VIDA – Capítulo 5



Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 5 – O PROTAGONISTA DO RECOMEÇAR EM DIA DE LITURGIA!

“Começar de novo e contar comigo

Vai valer a pena ter amanhecido

Ter me rebelado, ter me debatido

Ter me machucado, ter sobrevivido

Ter virado a mesa, ter me conhecido

Ter virado o barco, ter me socorrido”“Começar de Novo”, Ivan Lins


Esses primeiros versos da genialidade de Ivan Lins são suficientes para inúmeras oportunidades de reflexão para a hora da decisão de recomeçar algo que deixou de ser bom e que vale a pena retomar, inclusive o ato em si de viver.



É preciso decidir recomeçar, mesmo que seja uma ação do tipo “chutar o pau da barraca”, menos poético termo que os utilizados pelo compositor citado em sua bela música. 

Na voz de Ivan Lins, ou da Simone, cantora que marca em emoções agudas cada música que grava, você, caro(a) leitor(a), que decide mudar e recomeçar, pode escolher essa música como hino e cantá-la com a boca da alma e deixar que cada verso interaja com os tecidos emocionais e que seja promessa feita a si mesmo(a). 
Será muito útil e notável reforço nas energias internas para assumir a regência da própria vida e mudá-la em um ou mais recomeços.

Convém uma espécie de liturgia para formalizar a decisão de recomeçar. 
Por seu caráter simbólico, uma liturgia intensifica a fé e a crença de um determinado ato que ela represente, marcando-o profundamente na pessoa.

Uma boa e simples liturgia já vi funcionar muitas vezes em “workshops” de desenvolvimento pessoal e espiritual, nos quais figurei como participante e como facilitador: o fogo como eliminador do que se deseja deixar para trás. 
O funcionamento dessa liturgia não requer práticas de iniciados nem se perde nos mistérios da falta de sentido: você deve escrever tudo que deseja deixar para trás nesse momento de recomeçar, tudo mesmo, em detalhes, claramente registrado em uma ou mais folhas de papel, qualquer papel, sem se preocupar com ordem de importância e de cronologia. 
Registre tudo, mesmo que tenha que fazê-lo em várias etapas, para não deixar nada para trás.




Com as folhas de papel nas mãos, dirija-se para um lugar tranquilo e queime-as, preferencialmente dentro de um recipiente e mentalize o fim de tudo, a sua libertação das aflições e dos problemas registrados e olhe para as chamas como as forças da Natureza arrancando-os e para a fumaça como os resíduos que se perdem nos ares e se espalham-se para nunca mais voltar.

Uma prece de agradecimento pela simbólica exclusão dos problemas e aflições viria bem a calhar nesse momento. 
Faça-a e esteja certo(a): 
VAI FUNCIONAR!

CONTINUA

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 4



Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 4: O nada antes de tudo

Oque vem antes do recomeçar pra valer? 
Pode ser muita coisa e não cabe aqui relacioná-las, mas vamos nos ater ao que mais importa: o que precede o recomeço intenso e transformador.

Subitamente, você sente um vazio atordoante: é o que sobra da ruptura com o que precisa ser mudado, instante exato da consciência de que há o que zerar e, logo a seguir, uma nova contagem ser iniciada. 
Ouvi dizer que nessa hora o Criador manda um anjo da sua mais absoluta confiança para sussurrar no ouvido do vivente: “Segura aí, porque vai zerar tudo e você vai ver um imenso nada, mas não se desespere, porque aquilo que vier depois – virá! – será muito bom para você!”

É como o enorme silêncio que vem depois do relâmpago e antes da trovoada: os pássaros ficam quietos, o vento os acompanha com medo também, os raios aceleram a velocidade da queda para fugir do que virá, uma coisa espantosa! 
É um silêncio de deserto distante, daqueles em que apenas os seres alados ousam dar os seus volteios, silêncio apropriado para reflexões e reordenamento das forças, silêncio que nos é oferecido para acalmar as inquietações e deixar de ouvir as vozes dos que conspiram contra nós, sejam deste ou de quaisquer outros mundos.




Quer recomeçar as relevâncias da sua vida? 
Conte com isso: na hora exata virá o estrondoso silêncio aqui referido, a abençoada ocasião para que se acalme, reflita mais uma vez sobre as dores, aflições, angústias e comece a atirar longe as pedras dos medos e sentimentos de menos-valia de si e se prepare para ouvir o coro de vozes amigas que lhe chegarão como permissão para o recomeço.

Nesse hiato de silêncio ensurdecedor você deve cuidar para que as vozes da desesperança e os fantasmas dos medos e das inseguranças não ocupem o espaço e os preencha com as muitas frases que apenas se mostram como obsessões. 

Das muitas, as que mais conspiram contra a felicidade humana têm sido:
“Gato escaldado tem medo de água fria” (aqui, com o sentido de que se já não deu certo, não dará mais).
“Deixe a vida te levar” (e costuma levar para um buraco mais fundo…).
“O que tiver que ser será” (mas se não tentar aí mesmo é que não vai ser!).
“Estava escrito, conforme-se” (onde?).
“É… fio(a) …melhor mesmo é se conformar” (pensando assim, ainda estaríamos nas cavernas…).

O fato é que o recomeço de algo importante na vida nunca é tarefa das mais fáceis, muito menos indolor, como a queda de dente de leite. 
Recomeçar requer espírito forte e vontade de faminto diante da proximidade do alimento e sobretudo ouvidos surdos para as sandices das bocas sem sentido e dos que perderam a capacidade de sonhar e de se reconstruir. 

A dor passa, junto com cada movimento de reconstrução, até que fica para trás e não mais provoca incômodos. 
O projeto de recomeço segue adiante, juntando às dores todo o lixo que se despeja nas pessoas que apenas querem provar para si mesmas que são capazes de reconstruir, refazer, realinhar, rearquitetar, recomeçar enfim!

E, finalmente, o mais grandioso na fase do silêncio vazio que antecede um recomeço: você, caro(a) leitor(a), terá muito tempo para fazer uma reflexão avaliativa dos fatos que descrevam a situação que pretende deixar para trás e sucedê-la pelo cenário que virá com o recomeço. 
Para tanto, o que se pode recomendar é:

Uma passagem por seu espaço religioso e, nele, as preces e pensamentos que couberem. 
Agindo assim, você robustecerá a sua sintonia com o divino da sua existência e certamente dele trará forças, energias e luzes para a sua caminhada de recomeço.



Um tempo de recolhimento em local sem conexões com o mundo do seu cotidiano, em paz e muita meditação. 
Tome o tempo que for necessário. 
Nada de pressa. 
Cuide para que esteja sozinho(a), de modo que os diálogos internos e as vozes sutis que vêm ainda não se sabe muito bem de onde possam influir nos pensamentos e nas luzes que devem ser despejadas sobre eles.

Tomar uma folha de papel, dividi-la em três partes iguais com uma linha vertical e, no topo de cada uma das colunas resultantes dessa divisão, escrever: 
ONDE PISEI NA BOLA, ONDE PISARAM NA JACA COMIGO, VARIÁVEIS INTERVENIENTES E NÃO CONTROLÁVEIS.

Na coluna ONDE PISEI NA BOLA, anote tudo que tenha feito e que se refletiu na situação-problema que justifica um recomeço, mas TUDO MESMO, corajosamente, de forma adulta e sem reservas tolas. Esgote as suas memórias do que tenha feito, aproveite para dar uma espécie de faxina nelas. 

Na coluna ONDE PISARAM NA JACA COMIGO, registre as ações de terceiros que contribuíram para que se instalasse a situação que precisa passar por recomeço. 

Na coluna VARIÁVEIS INTERVENIENTES E NÃO CONTROLÁVEIS, faça a inclusão dos fatos e ocorrências que vieram de fontes sobre as quais você não podia e não teve qualquer regência, mas que foram influentes no elenco de fatos que chegaram ao que precisa ser recomeçado.



Finalmente, examine tudo com muita atenção e conclua sobre os cuidados a tomar no que será recomeço, para que as mesmas perturbações da sua paz não se repitam ou possam ser melhor administradas, quando não prevenidas ou minimizadas.

Trocando em miúdos: leis de Deus e da sua serva mais diligente, a Natureza, preveem todos os cenários que serão o entorno dos seres humanos e sempre lhes dão a devida oportunidade para se reconhecerem e aos momentos, com tempo mais do que suficiente para parar, pensar, entender e começar a agir! 
Conte com isso!

CONTINUA

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 3



Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 3 – UMA FORMA NADA ORIGINAL DE COMEÇAR… MAS QUE FUNCIONA DE MONTÃO!

PRIMEIRO PASSO PARA UM BOM E PODEROSO RECOMEÇAR: QUE TAL TRABALHAR COM O “RECOMEÇÔMETRO”?

Este instrumento não se propõe a assumir ares de cientificidade, muito menos advogar para si a sabedoria de todos os mestres, mas é uma ferramenta valiosa quanto mais não seja para provocar a reflexão que deve preceder uma tomada de decisão sobre ter, querer, precisar recomeçar ou não um fato, dado, momento, fase, enfim algo valioso em nossas vidas.

Funciona assim: tome um golinho de água e vá para um canto sossegado, munido(a) de lápis e borracha, para poder apagar e mudar as respostas se for o caso. 
Respire fundo, acione música suave e se concentre em analisar cada variável das dez listadas a seguir e, para cada uma, marcar o ponto relativo à intensidade dentre as quatro dimensões escritas na linha inferior à da escala numérica.


Descreva aqui a situação-foco, o que aconteceu que o(a) coloca diante de uma possibilidade de ter que recomeçar (seja breve, mas preciso(a)). 
Máximo de trinta palavras!

Acordar o meio da noite e ter que repassar outra vez toda a situação passada e seus detalhes dolorosos

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante. 
Tira-me do sério.

Ter os pensamentos invadidos a qualquer momento do dia pelas lembranças da situação como se acontecendo

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante. 
Tira-me do sério.

Ter que explicar outra vez e mais outra para amigos e parentes o que aconteceu na situação-foco

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante. 
Tira-me do sério.

Volta e meia me sentir culpado(a) do sucedido e ouvir a voz interna implacavelmente me cobrando

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante. 
Tira-me do sério.

Tomar conhecimento de que sou alvo de censura e criticas como vilão(ã) da situação-foco

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante. 
Tira-me do sério.

Suportar o sabor amargo da sensação de perda diante do mau desdobramento da situação-foco

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante. 
Tira-me do sério.

Ter que reconhecer que, de fato, se houve pisada na bola na situação, foco, foi da minha parte.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante.
Tira-me do sério.

Toda hora me lembrar de que já passei por perdas até maiores e delas ter dado conta, recomeçando.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante.
Tira-me do sério.

Admito que esteja precisando provar para mim mesmo que sou da luta e este é o momento de provar valor.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante. 
Tira-me do sério.

Vejo todos os dias exemplos de recomeços em situações parecidas com a minha e isso mexe comigo.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Irrelevante, incomoda, pega bastante. 
Tira-me do sério.



Agora, some os pontos de cada dimensão e reflita sobre a seguinte gradação de importância sobre vir a ter que começar ou não um processo de recomeço para valer:
Entre 80 e 100 pontos: recomeçar já e dando tudo de si nessa direção, para que evite o risco de se deixar abafar pelo sucedido (a tal situação,foco). 

Nem um minuto a mais a perder e o que vale é o seu bem estar e nada justifica fugir da raia ou entrar naquela de “vida leva eu…”
Entre 60 e 80 pontos: olha…Veja bem…cá entre nós, não estaria na hora de recomeçar para se livrar, mais tempo, menos tempo, desse incômodo? 
Vale a pena seguir com essa comichão na sua “pele” emocional? 
Cuide de si e do seu ideário de felicidade e comece a pensar em ações de recomeço em alguns meses no máximo!

Menos que 60 pontos: pense que é como aquela dorzinha de cabeça que vem e vai, em dada hora do dia e que você até sente falta quando não se manifesta: não vai morrer por causa dela e muito menos perder tempo precioso.


Então! 
Que tal? 
Ajudou na sua decisão? 
O fato é que, usando a expressão menos rebuscada, visando comunicar melhor e mais incisivamente, sapo que não pula não engole mosca, cobra que não se arrasta não engole sapo e mosca que pula na hora certa não está nem aí para essa história de “cadeia alimentar”! 
Cuide dos seus recomeços e que nunca deixe de administrá-los porque, afinal, a vida é sua e o mínimo que você merece é ser MUITO feliz! 

CONTINUA

Recomeçar… Um bom começo de nova vida – Capítulo 2




Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 2 – QUANDO PROTAGONISTA E DIRETOR DE CENA SÃO A MESMA PESSOA

Precisava de uma espécie de arrancador para a lavra desse livro, cujo título e essência há muito estavam guardados num canto quieto da minha mente. 
Numa dessas navegadas despretensiosas pelo Facebook e sua miríade de imagens e mensagens que apenas passam diante dos olhos e logo são postas de lado, topei com a mensagem que encabeça essa página. 
Gostei muito dela e a guardei. 
E decidi usá-la mais para fechar o texto que por chamar a atenção na abertura. 
Aí mudei de ideia e, bem, ela está encabeçando o texto e confesso que ainda estou em dúvida sobre o melhor lugar para sua inserção. Chegaremos lá…

O livro foi avançando e resolveu sair da minha cabeça para as linhas desse texto e colocar-se a serviço dos (as) leitores (as) que possam, eventualmente, estar hesitando entre começar, recomeçar ou seguir recomeçando. 
Bem…creio ser melhor registrar o que vim evitando desde a letra “p” que começa a primeira palavra desse capítulo: muita gente não sai da primeira e última tentativa de recomeço apenas porque:




Acredita que recomeçar é arma de um só tiro: disparado, errou…e sem chance de outro! 
Grande bobagem, coisa de filosofia de botecos ordinários…
Começa mal a história que vai escrever: nem sabe qual será o seu final. Bobagem maior ainda,porque ninguém chega onde não queira…
Atua num dado recomeço de forma burocrática, à semelhança de tudo que se faz… 
Por fazer. 
Bobagem das mais sem sentido, porque fazer por fazer é a mesma coisa que entregar a vida e suas possibilidades à repetição de erros e lhe retirar qualquer nuance de sabor.
Carrega sentimentos de culpa desnecessários, sequelas do recomeço infrutífero. 
E essa é grande e definitiva bobagem!


Para um recomeço PARA VALER, sugere-se que a pessoa deixe de se punir e impedir o ser feliz, como fica evidente nas frases terríveis e dispensáveis:

“É…é complicado!”

“Não era para ser, então…”

“Que fazer né?…”

A primeira é a desculpa própria de quem não entende até porque a pipoca pula no óleo quente, além de ser clichê dos que usam o cérebro apenas para decorar inutilidades. 
Cada vez que ouço uma pessoa dizer “É…é complicado!” dá-me vontade de dizer que complicado mesmo é o desperdício de material genético…

A segunda é a justificativa que acalma qualquer sentimento ruim que tenha sobrado de uma ou outra tentativa sem força, sem viço e que, é claro, não resultaram em nada mais que nada ou em mais desesperanças combinadas com nutridos sentimentos de fracasso …

A terceira frase é de lascar! 
Não existe rendição mais besta e sem graça do que o seu real significado. Meu amigo Batatinha, também conhecido como Luis Carlos de Almeida Chaves, o saudoso Batatinha, dizia para o sujeito que soltava essa lástima: “Já experimentou pular do vão livre da Ponte Rio/Niterói?” 
Sempre jocoso, em face do seu insuperável senso de humor combinado com inteligência cortante, o meu amigo deixava o interlocutor com cara de bocó e seguia adiante, murmurando:
 “Que cara desagradável!”

Para um recomeço PARA VALER, cabem melhor às frases:

“Agora vai, nem que a vaca tussa ou espirre a coruja!”

“Até agora foi treino, daqui pra frente é para valer!”

E a melhor delas: “Chega de ‘era uma vez’ e vamos para ‘é dessa vez!'”

CONTINUA

RECOMEÇAR… UM BOM COMEÇO DE NOVA VIDA – Capítulo 1

 


Escrito por Benedito Milioni


Capítulo 1 – INTRODUÇÃO AO RECOMEÇO

Este é um bom começo para este quase livro.
Digo “quase” porque de tal forma simples, objetiva e despretensiosa quanto a ser palavra final, pode até ser chamado de “livro”, mas não importa, o texto é honesto e limpo como a frase acima que dá o tom de “bom começo”.

Ninguém dispõe da máquina do tempo e as leis da Física não toleram violações, simplesmente não se deixam levar pela vontade humana: não volta no tempo e muito menos se desfaz o que foi feito ou se faz o que não tenha sido.
Passou, passou.
Restam apenas lembranças, saudades, o que lamentar e muito aprendizado.
Resta, ao cabo de tudo, recomeçar para um fim melhor, como disse muito melhor que eu diria o saudoso, Chico Xavier.

Recomeçar, no escopo dessa publicação (melhor, esse nome, não?) não é começar do ponto em que se parou e nem seguir fazendo e refazendo o que foi feito.
Nada de autoenganos ou de comportamentos de consolo, e muito menos nada de fatalismos ou de outras contaminações advindas de fontes amargas e que se comprazem em negar a felicidade humana.




Recomeçar é zerar o cronômetro, “deletar” os textos dos mapas mentais escritos
com tintas de pouco ou nenhum viço, apagar as memórias carrancudas, onde parecem beber os seres que constroem e editam os nossos pesadelos, dar uma sacudida nos nossos penduricalhos emocionais desagradáveis, e PRINCIPALMENTE, não ouvir conselhos e palpites de gente presa nas suas próprias prisões, cujos muros são os medos em não tentar e o horror em correr riscos e acreditar no perverso ditado: “melhor o certo que o duvidoso”.

Recomeçar é um ato de libertação.
Recomeçar para valer é uma libertação luminosa, como a experimentada por um prisioneiro de si mesmo e dos seus medos que, certa vez, de tanto espiar como era o mundo fora dos seus limites, acabou tropeçando da amurada e despencando no
mundo que temia e que se revelou, para seu espanto e êxtase, como imenso cenário de coisas novas!

Recomeçar é seguir junto da natureza: todo dia ela recomeça e em todas as estações do ano ela se repagina, se faz mais bela, se faz mais generosa e tolerante e sempre promete que assim será por muuuuuuuuito tempo (mais alguns milhões de anos pelo menos…ou bilhões…nem sei, tamanha é a escala do tempo do Criador).

Recomeçar é renascer já adulto e pleno todos os dias, é fazer de si mesmo o útero de um novo ser, cuja fecundação e genes são escolhas autônomas e cheias de graça, porque banhadas em cores e sons líquidos: cá entre nós, a fonte da célula mater que nos dará vida nova para ser o que quisermos!

Mas…afinal, que é mesmo um “novo fim”?
Esse patamar pode ser contido no campo do possível ou tende a se perder nas imensas extensões dos sonhos de “príncipe encantado no cavalo branco ou princesa dourada na carruagem de diamantes”, tudo muito bacaninha, não é, estimado(a) leitor(a)? 
Contudo não tem a menor utilidade no campo do real!
É preciso que se tenha em mente um cenário possível e desejado, homologado simultaneamente pela emoção e pela razão.



A imagem a seguir, da Roda da Vida, ferramenta muito utilizada em diversos campos do desenvolvimento na vida, pode ajudar muito para que se possa projetar os cenários do porvir que se deseja, o “novo fim” para a história de sua vida que estará trabalhando nos processos de recomeço. 

Ela funciona assim: considere que cada “pedaço de pizza” é um segmento da sua existência.
Na figura, há uma escala de 1 a 10, de dentro para fora (o ponto 1 é o centro do 
círculo, que significa a menor intensidade até o estágio 10, que representa a plenitude.
Vá preenchendo os espaços, de sorte que você tenha, no final, uma visão gráfica do quanto esteja satisfeito(a) com cada segmento.
Pode ser que um ou mais desses segmentos acabe sinalizando onde você deva pensar seriamente em um recomeço…para valer!



CONTINUA

Aperte a tecla dane-se!







Escrito por Paulo Tavarez


Quantas vezes não nos vemos diante de problemas, aparentemente insolúveis, aí surge aquela voz interior amiga fazendo a seguinte recomendação: “Melhor apertar a tecla…”.

Apertar a tecla dane-se corresponde a uma atitude extremamente eficaz e não é só diante de um quadro problemático, em que percebemos o quanto é inútil estarmos presos ao problema, mas frente a qualquer relação com a essa pretensa ‘realidade’.

Estamos mergulhados na Matrix, presos aos construtos mentais da experiência e lidando com reveses circunstanciais que foram provocados por profundos envolvimentos emocionais com os fatos, pois consideramos que todos os eventos alcançados pela consciência são a expressão da realidade e esse tem sido enredo na vida de cada ser humano.

Não percebemos que tal espetáculo dramático não tem um outro objetivo que não o de nos mostrar o quanto, ainda, somos conduzidos por nossa natureza biológica, humana, escravos da ilusão corpo-mente, o quanto estamos presos aos imperativos dos nossos históricos emocionais e agarrados a valores e crenças que determinam nossos comportamentos e atitudes diante da vida.

Não percebemos que agimos, quase sempre, no automático, acionados por demandas externas, reagindo de forma programada, orientados por crenças e valores que foram positivados pelas experiências no mundo e quando, em minutos de lucidez, olhamos friamente para si, o que encontramos? 
Uma máquina sem alma e desconectada da própria natureza.

Desde muito cedo, fomos treinados para competir, assumirmos o controle, compelidos a querer mudar o mundo que nos cerca, sem perceber, com isso, que passamos a vida lutando contra moinhos de vento como o anti-herói de Cervantes, pois todas as nossas pegadas deverão ser removidas através do tempo, ou seja, quanto mais nos envolvemos com os desejos de realização na matéria, mais imantados ficamos das energias grosseiras desta relação.

Na verdade, o homem sofre em função do apego exagerado às pessoas e coisas que valoriza de forma inconsequente.

Pena por não entender que nada daquilo que a mente apresenta como realidade é de fato real, pois são informações impermanentes que deveriam ser tratadas como uma paisagem dessa viagem que a vida nos convida a fazer.

A mente cria toda uma realidade a partir dos dados fornecidos pela consciência (Self) e usa, como argila, todo o combustível emocional que fornecemos. 
O mundo que tratamos como real, na realidade é apenas mental.

Diante de tudo isso, por que sofremos tanto com esse panorama? 
Por que não percebemos que nada disso tem o poder de nos representar? 
Por que não apertamos, simplesmente, a tecla “dane-se” e tratamos o desconforto das circunstâncias apenas como uma brincadeira (leela)? É simples responder, isso ocorre por criarmos identificação com o personagem que, ao invés de testemunhar os eventos, resolve atuar e trata o enredo dramático da existência como realidade.

A experiência humana é uma experiência mental, é como se estivéssemos, realmente, vivendo uma vida virtual, presos em uma Matrix; acreditamos tanto nessa realidade que parece impossível aceitar um discurso contrário.



Por que nos importamos tanto com o outro, com aprovações, com avaliações, com julgamentos, com a normas da tribo, com expectativas alheias, etc.? 
Por que sonhar? 
Por que esperar por situações favoráveis?

Estamos mergulhados em uma mentira, acreditamos no prazer, no sucesso, na conquista, quando na realidade, tudo aquilo que precisamos, já temos, somos plenos, estamos cavando em busca de água em um lugar errado, só precisamos acordar e entender que a melhor forma de lidarmos com essa realidade é apertando a tecla dane-se.

Como você está se enganando?



Escrito por Eu Sem Fronteiras

Vemos muita evolução em assuntos antes pouco abordados, como homofobia, feminismo, legalização do aborto e uma vida mais igualitária, porém, ao mesmo tempo, vemos inúmeros casos de violência e intolerância envolvendo os mesmos temas. 

Vemos também muita gente se preocupando apenas com o próprio umbigo e deixando de sequer dar um cordial “bom-dia” ao porteiro de seu prédio. 

Recentemente, vimos ainda moradores de uma cidade sem policiais aproveitarem da situação para saquear comércios de seus próprios vizinhos. 
Será que nossa vida realmente tem caminhado para a frente ou seria um retrocesso velado?

O mestre budista Padmasambhava, em seu livro “Advice from the Lotus-Born”, disse: 
“Quando a época degenerada deste aeon chegar, as pessoas serão suas próprias enganadoras, suas próprias más conselheiras, as criadoras da própria estupidez, mentindo e enganando a si mesmas. Quão triste que essas pessoas tenham formas humanas mas não possuem nenhum senso maior que um boi!”
 Isso foi dito lá no século VIII, mas será que esta era finalmente chegou?


Caso este mestre estiver certo e realmente estamos vivendo esta previsão, por que será que não nos damos conta disso e mudamos o rumo dos acontecimentos? 
Talvez porque vivemos uma grande enganação e deixamos que este véu de penumbra paire sobre nossos olhos dia após dia, situação após situação. Infelizmente, vivemos uma época de “deixe estar”. 

Nos preocupamos apenas com o que desperta nosso interesse e algumas vezes até vamos para as ruas protestar por algum direito, mas na mais branda oportunidade reagimos de forma errônea em relação ao próximo.
Não se abstenha quando for chamado à luta e sempre use sua mente para o melhor caminho.
Será que vale a pena continuar se enganando e fingindo que está tudo bem? 
Talvez seja hora de refletir sobre seus atos e fazer cada vez com mais afinco a sua parte para mudar este mundo. 

Saia da inércia e tome as rédeas de suas ações, mostre aos outros a melhor forma de agir diante de determinadas situações e em hipótese alguma finja estar tudo bem se algo te incomoda.

A pior virtude de um homem é a falsidade, principalmente se ela for usada para demonstrar menor capacidade e menor poder de escolha.


Escrito por Roberta Lopes da Silva da equipe Eu Sem Fronteiras

Como as reclamações podem afetar a sua vida







Escrito por Eu Sem Fronteiras


Desde estudos esotéricos, conhecimentos antigos e crenças populares, todos falam do poder da reclamação. 
Do poder que ela tem de piorar a sua vida. 
Se o mundo tem desafios o tempo todo e a vida não para, porque reclamar facilitaria algo para você? 
Essa observação sobre a reclamação começou a muito tempo atrás, mas hoje até mesmo a ciência começa a fazer estudos sobre o assunto.

Desde a época do antigo Egito já se falava dentro dos círculos de estudos ocultos sobre o poder que a mente tem de alterar a realidade. Os hermetistas estudavam esse fenômeno e defendiam que o universo, além de físico, é sobretudo mental. 
Dessa forma, tudo o que está na mente pode se manifestar também no mundo físico. 
Se refletirmos sobre esses estudos herméticos, vamos perceber quantos pensamentos ruins estão em nossa mente e questionar como eles podem estar criando uma realidade que não queremos e, consequentemente, nos dando mais motivos para reclamar.

Nos dias de hoje, o que acontece é que alguns cientistas e pesquisadores começam a encontrar essa relação entre a reclamação, o poder dos pensamentos e a realidade. 
Steven Parton, um cientista e filósofo norte-americano, estuda exatamente essa questão, de como os nossos pensamentos “reclamões” podem afetar inclusive o nosso organismo.


O pesquisador afirma que pensamentos levam cada vez mais pensamentos semelhantes aparecerem, com maior frequência e agilidade. 
Parton afirma que “sinapses (responsáveis por transmitir informações de uma célula para outra no cérebro) que disparam juntas, se mantêm juntas”. 
Em outras palavras, é como se o cérebro criasse uma ponte entre um pensamento e outro, fazendo associações. 
Dessa forma, quando você tem um pensamento ruim, “reclamão”, ele vai fazer uma ponte para achar cada vez mais outros pensamentos que justifiquem a sua reclamação e trazer mais reclamações ainda.

Por outro lado, se esse efeito das sinapses acontecem para pensamentos não saudáveis, ela também acontece para pensamentos bons e positivos. 
Por isso, a melhor forma de combater uma inércia mental baseada em pensamentos negativos é exatamente se policiando para ter pensamentos otimistas, construtivos e que o levem a uma postura proativa na vida.

Outro fator importante a ser considerado, é que não basta não reclamar. 
Ficar perto de pessoas que reclamam também afeta o
nosso cérebro. 
Ficar exposto a condições onde há muitas reclamações pode
gerar estresse e isso dificulta que você se livre desses pensamentos. A dica para combater tudo isso segundo Parton é: “…se você está sempre reclamando e menospreza o seu próprio poder sobre a realidade, você não pensa que tem o poder de mudar. 
Assim, você nunca vai mudar”. 
Lembre-se: você pode mudar a sua realidade, só depende de você. 
E, para isso, o primeiro passo é parar de reclamar.


Escrito por Ricardo Sturk da equipe Eu Sem Fronteiras

O que mobiliza nosso coração quando ocorre uma tragédia?



Escrito por Chirles de Oliveira

Sempre que acontece alguma catástrofe, nos sensibilizamos com a dor do próximo. 
E não foi diferente com Brumadinho. 
Poucos minutos após a tragédia televisionada e repostada em milhares de mídias nacionais e internacionais, veio uma avalanche de comentários compassivos com a dor dos familiares e dos moradores daquela pequena cidade.

O que mobiliza nosso coração? 
O que nos faz sentir a dor do outro? 
É algo de ordem religiosa, espiritual, cultural?

Segundo os ensinamentos budistas, a compaixão é uma qualidade de se colocar no lugar do outro, mas não de forma intelectual, racional, com o pensamento. 
Realmente é preciso sentir o que a pessoa está passando. 
Ao ouvir a dor do outro, devemos assimilar, compreender, mas acima de tudo, SENTIR a verdadeira compaixão em nossos corações.

Segundo o Dalai Lama, nós nascemos com o sentimento da compaixão em nós. 
As crianças têm essa emoção bem acentuada, tanto que uma cai e a outra vai lá dar a mão para outra se levantar e ambas continuarem a brincadeira. 
Uma se sensibiliza com o choro da outra. 
Uma divide o que tem com a outra. 
Essa é nossa natureza compassiva e por isso mesmo, amorosa e divina.


Ao sentir compaixão, desejamos a felicidade ao outro, assim como desejamos a nós próprios.

Na meditação da bondade amorosa ou da compaixão, “Desejamos que nós mesmos e os outros sejamos felizes e alcancemos a causa da felicidade”. 
Segundo Richard Davison, a meditação da bondade amorosa ou da compaixão, realizada por algumas semanas, altera nossas rotas neurais, trazendo mais bem-estar e liberando hormônios da felicidade.

Depois que eu aprendi os benefícios dessa meditação, passei a praticá-la usando o app Insight Time. 
E sugiro, para quem gosta de mediação guiada, o canal Meditando com Silvia Mizoguti.

Clique aqui e confira a Meditação da Bondade Amorosa

Por isso, que em momentos de infortúnios, nosso coração se sensibiliza, se movimenta para ajudar os desabrigados, os menos favorecidos. 
Quem tem um coração compassivo, não fica paralisado. 
Age para que possa beneficiar o próximo, seja de forma material enviando donativos ou até colaborando com ajuda espiritual, enviando orações, mentalizando luz e desejando que todos os seres possam despertar a sua natureza divina e serem livres.



No livro, Chaves para a felicidade, o mestre budista Kyabgib Phajcgij Rinpoche escreve:

A causa de todo nosso sofrimento é o egoísmo: pensar que nós e nossos sentimentos são mais importantes que os dos outros. 
É isso que torna a vida tão difícil. 
Da mesma maneira, alcançar certa liberdade desse egoísmo e criar um desejo genuíno de fazer algo pelos outros é a causa da felicidade verdadeira”.
É impressionante como podemos aprender com a filosofia budista, não é verdade?

As tragédias de Mariana e de Brumadinho são reflexos do egoísmo e da ganância do homem. 
Mas, pode servir também como uma grande oportunidade de aprendizado para governos, empresas e sociedade.

Tudo na vida é uma grande lição. 
Como vamos reagir: com compaixão ou indiferença? 
Com ação amorosa ou revolta mental?



Os frutos das nossas ações revelam o que temos em nosso coração. Por isso, gostaria de convidar o leitor a refletir como ele tem reagido às grandes tragédias ou às pequenas pedras no caminho: com bondade amorosa, compaixão para consigo e o próximo, paciência, compreensão, tolerância, calma ou com raiva, medo, indiferença, egoísmo, ganância, intolerância, etc.?

Enfim, eu acredito que sempre é possível fazer mais e melhor pelo mundo. 
E para finalizar, vou usar a afirmação do grande Mahatma Gandhi:

 “Sejamos a mudança que queremos ver no mundo”.

Abraços fraternos de um coração feliz!