segunda-feira, 7 de junho de 2010

Homeopatia



Homeopatia

Homeopatia é um termo criado por Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843) para designar uma terapia alternativa que se baseia no princípio similia similibus curantur ("os semelhantes curam-se pelos semelhantes").

Confunde-se-a com a fitoterapia, por conta dos produtos usados em suas formulações, embora ambas tenham corpo ideológico e metodologia essencialmente distintos.

De fato, o tratamento homeopático consiste em fornecer a um paciente sintomático doses extremamente pequenas dos agentes que produzem os mesmos sintomas em pessoas saudáveis, quando expostas a quantidades maiores.

Deste modo, o sistema de cura natural da pessoa é estimulado e estabelece uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora.

O medicamento homeopático é preparado em um processo que consiste em diluição sucessiva da substância, sucussão e "dinamização" (ou "potencialização"), em uma série de passos.

Homeopatia não se acha pacificamente inserida como especialidade médica em todos os países.
Mesmo aqueles que lhe conferem alguma aceitação oferecem-lhe certas restrições, ou de natureza institucional (as comunidades científico-médicas, os conselhos médicos, as ordens médicas etc.) ou de cunho legal (as disposições normativas pertinentes na ordem jurídico-política de cada país).

Consideram-se questionáveis, sob a ótica da metodologia científica vigente, tanto o princípio como as técnicas, que deveriam ser provados e aprovados segundo os cânones do método científico moderno.



Em particular, citam-se:
os altos níveis de diluição (variando de acordo com o medicamento), que conduziriam à ineficácia por inexistência de princípio ativo (compostos são tão diluidos que, em doses comuns, é impossível que haja uma única molécula do princípio activo em toda a solução);

a falta de estudos acadêmico-científicos que comprovem a eficácia de tal método (sobretudo estudos de duplo-cego)

o grande número de estudos científicos com resultados negativos — que comprovam a ineficácia da homeopatia.

No Brasil, é considerada especialidade médica desde 1980 e é utilizada pelo Sistema Único de Saúde desde 2006, além de ser uma das práticas alternativas recomendadas pela OMS.



Generalidades
Homeopatia é considerada uma filosofia (lato sensu) holística, vitalística, na medida em que interpreta as doenças e enfermidades como causadas pelo desequilíbrio ou distúrbio de uma hipotética energia espiritual ou força vital no organismo de quem as apresenta.

Desse modo, ela vê tais distúrbios como manifestações em sintomas únicos e bem definidos.
Sustenta que a força vital tem o poder de se adaptar a causas internas ou externas, o que os homeopatas chamam de "lei da suscetibilidade".
Essa lei significa que um estado mental negativo pode atrair entidades hipotéticas chamadas "miasmas", as quais invadem o organismo e produzem os sintomas das doenças.
Hahnemann, contudo, rejeitou a idéia de ser a doença "algo separado, uma entidade invasora" e insistiu em que ela é parte de um "todo vital".



Hipócrates
Os defensores da homeopatia destacam o fato de que alguns princípios gerais da homeopatia já teriam sido enunciados por Hipócrates há cerca de 2500 anos:

Observar.
Para Hipócrates, grande parte da arte médica consiste na capacidade de observação do médico.
A observação deve ser feita sem nenhum tipo de preconceito ou julgamento, estando o prático aberto aos relatos explícitos e implícitos do paciente.
Estudar o doente, não a doença.
Este princípio, proposto no Ocidente pela primeira vez no tempo de Hipócrates, assentou as bases da holística, estabelecendo que na compreensão do processo saúde/enfermidade não se divide a pessoa em sistemas ou órgãos, devendo-se avaliar a totalidade sintética do indivíduo.
Este ponto é essencial no entendimento das históricas divergências entre as escolas de Cós (cujo expoente principal é o próprio Hipócrates) e de Cnido.
Esta última pregava a especialização, a impessoalidade, o organicismo e a classificação das doenças.

Avaliar honestamente.
Dá-se importância à leitura prognóstica dos problemas da pessoa.
Ajudar a natureza.
A função precípua do médico é auxiliar as forças naturais do corpo para conseguir a harmonia, isto é, a saúde.
Esses princípios guardam semelhança com as conclusões de Samuel Hahnemann no século XVIII, como se expõe a seguir.



Hipócrates foi também o primeiro a descrever as duas maneiras principais de abordar a terapêutica:

Similia similibus curantur:
"Semelhantes são curados por semelhantes".
Base terapêutica da homeopatia.
Contraria contrariis curantur.
"Contrários são curados por contrários".
Princípio seguido por Galeno que estabeleceu também as bases da alopatia.

A visão integradora de Hipócrates permeia sua obra, cujos textos mais conhecidos são Aforismos e Juramento.
A saúde, para ele, é resultado da harmonia entre os quatro humores que ele acreditava estarem presentes no corpo e da interação da pessoa com o meio. Higiene, dieta, exercícios físicos, clima e outras circunstâncias são levadas em consideração na avaliação da saúde.
O adoecimento obedeceria, de acordo com o pensamento de Hipócrates, a três estágios facilmente reconhecíveis por um observador atento:

(1º) degeneração (desequilíbrio) dos humores;
(2º) cocção; e
(3º) crise.
Não se dava importância à classificação das doenças, levando-se muito mais em conta a pessoa e seu contexto.
Na terapêutica era parco o uso de medicamentos, interferindo-se somente nos momentos considerados necessários, quando a natureza o indicasse.

Ficou muito conhecido no seu tempo por sua honestidade científica e na relação com os pacientes e seus familiares, insistindo na necessidade de se trabalhar com a verdade e de se fazer a leitura do prognóstico do estado de saúde. Estabeleceu as bases da ética nas relações entre médicos, entre médico e discípulos e entre médicos e pacientes.

Todavia, embora o pensamento de Hipócratres seja de enorme importância para a história da medicina e formação da ética médica, considera-se ter pouca importância epistemológica, a começar pelo fato de que três dos quatro humores por ele descritos e nos quais fundamentava o seu pensar sequer existem.

Ele acreditava que a saúde era resultado do equilíbrio entre quatro supostos líquidos diferentes secretados pelo corpo: o sangue (único dos quatro que realmente existe), a fleuma, a bile amarela e a bile negra. Também acreditava que a proporção destes líquidos era capaz de definir as variações de caráter entre os humanos.



De Hipócrates a Paracelso
Os séculos seguintes apresentaram preponderância crescente das crenças de Cnido e das práticas de Galeno, chegando ao dogmatismo.
O establishment da Antigüidade e, posteriormente, da Idade Média, não permitia qualquer tipo de oposição às idéias galênicas que reinaram quase absolutas por quinze séculos.
Galeno ficou conhecido por seus preparados farmacêuticos que incluíam várias substâncias em cada um deles.
Sua teriaga, uma de tantas misturas preparadas, chegou a ter mais de setenta ingredientes em sua composição até a época de sua morte.
Na Idade Média o preparado já continha mais de cem substâncias, sendo usado como antídoto universal.
Até o final do Século XIX a teriaga estava registrada nas farmacopéias oficiais de vários países europeus.



Paracelso
Um dos maiores críticos de Galeno, e, não casualmente, devoto de Hipócrates, foi Paracelso (1491 – 1541).
Dotado de um espírito questionador, iconoclasta e revolucionário, esse médico e alquimista, nascido em Zurique, abalou as estruturas acadêmicas de sua época, questionando os clássicos e afirmando a necessidade de se realizarem experiências e observações próprias para o conhecimento da ciência.
Com efeito, a medicina paracelsista é um retorno à filosofia da natureza, ao holismo.
Ele vê a pessoa submetida às mesmas leis e princípios que governam o universo; em suas palavras:
"Assim como é em cima, é em baixo".
Para ele, a saúde é resultante da harmonia entre o homem (microcosmo) e o Universo (macrocosmo). Paracelso aceita o princípio da cura pelo semelhante e prescreve: "Scorpio escorpionem curat".



Samuel Hahnemann
No Século XVIII, Samuel Hahnemann (1755-1843) nasce na Alemanha e inicia sua prática médica em 1779.
Naquela época, sangrias, eméticos e purgantes eram receitados sem nenhum resguardo.
Os médicos julgavam-se autoridades máximas, acima da natureza, e não duvidavam de seus métodos mesmo diante de desastrosas evidências do dano que causavam.
Hahnemann frustra-se profundamente com a prática médica e decide abandoná-la em 1789.
Um de seus escritos reflete a angústia e o desânimo que pousaram sobre ele naquela época: "converter-me em assassino de meus irmãos era para mim um pensamento tão terrível que renunciei à prática para não me expor mais a continuar prejudicando".
Essa postura mostra sintonia com a máxima hipocrática:
"Primo nil nocere", ou seja, primeiramente não prejudicar.
Era um poliglota.
Consta que conhecia grego, latim, hebraico, árabe, caldeu, alemão, inglês, francês, italiano, espanhol, entre outras línguas.
O conhecimento desses idiomas é decisivo no futuro de Hahnemann, pois, havendo abandonado a prática médica, começa a sobreviver realizando trabalhos de tradução.
Traduz, sobretudo, obras médicas e científicas, retomando estudos de antigos mestres como Hipócrates, Paracelso, Jan Baptista van Helmont, Thomas Sydenham, Boerhaave, Stahl e Albrecht von Haller.



A história registra sua personalidade prodigiosa, dotada de capacidade de observação e de senso crítico.
Foi quando trabalhava na tradução da Materia Medica de Cullen, em 1790, que um fato descrito por aquele autor chamou sua atenção.
A Cinchona officinalis (quinina ou simplesmente quina) era usada na Europa, proveniente do Peru, para o tratamento do paludismo.
Segundo explicações do autor do livro, a Cinchona atuaria fortalecendo o estômago e produzindo uma substância contrária à febre.
Movido por curiosidade e intuição científicas, Hahnemann decide provar, nele mesmo, o medicamento.
Observou em si o aparecimento de sintomas semelhantes ao das crises febris da malária (esfriamento das extremidades, rubor facial, sonolência, prostração, pulsações na cabeça) ao ingerir a quina e seu desaparecimento ao cessar o uso.



Repetiu várias vezes o experimento com a quinina e depois continuou fazendo provas com beladona, mercúrio, digital, ópio, arsênico e outros medicamentos. Inspirado pela obra de von Haller, que preconizava o estudo do medicamento na pessoa saudável, antes de ser ministrada ao doente, inclui seus parentes nas experiências, observa e anota pormenorizadamente os resultados.

Depois de seis anos de pesquisas intensas, Hahnemann publica o "Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicamentosas, seguido de alguns comentários a respeito dos princípios aceitos na época atual".
1796 entra para a História da medicina como o ano de sistematização dos conhecimentos homeopáticos (para alguns o "nascimento da homeopatia").

Como visto acima, os princípios já haviam sido enunciados por outros médicos anteriormente, mas é Hahnemann quem dá um corpo único, coerente, sintético, com fundamentos nitidamente compreensíveis à homeopatia.
É curioso mencionar que foi ele quem cunhou os termos "homeopatia" (à qual também se referia como Arte de Curar) e "alopatia" (Prática abusiva, agressiva e pouco eficaz).

A partir de 1801 Hahnemann começa a usar "medicamentos dinamizados" (técnica própria da homeopatia que visa o desenvolvimento da força medicamentosa latente na substância e que consiste em submeter a droga a diluições e sucussões sucessivas) e observa que isso dá mais potência ao medicamento.
Em 1810 publica sua obra fundamental, "Organon da Medicina Racional", mais tarde, "Organon da Arte de Curar".
Em vida, chega a publicar cinco edições do Organon.
A sexta e definitiva edição vai para o prelo post mortem, em 1921.



Princípios da homeopatia
Além da visão holística impressa em toda a obra de Hahnemann, ou seja, a visão do todo sobre as partes, há quatro princípios que orientam a prática homeopática, quais sejam:

Lei dos Semelhantes:
Resultado de suas releituras dos Clássicos e, sobretudo, de suas próprias experiências, anuncia esta Lei universal da cura: similia similibus curantur.

Exemplificando, um medicamento capaz de provocar, em uma pessoa sadia, angústia existencial que melhora após diarréia e febre, curaria uma pessoa cuja doença natural apresente essas características.

Experimentação na pessoa sadia:
A fim de conhecerem as potencialidades terapêuticas dos medicamentos, os homeopatas realizam provas, chamadas patogenesias; em geral são eles mesmos os experimentadores.
Tipicamente não se fazem experiências com animais.
Uma condição básica para a escolha dos provandos é que sejam saudáveis. Esses medicamentos são capazes de alterar o estado de saúde da pessoa saudável e justamente o que se busca são os efeitos puros dessas substâncias.

Doses infinitesimais:
A preparação homeopática dos medicamentos segue uma técnica própria que consiste em diluições infinitesimais seguidas de sucussões rítmicas, ou seja: mistura-se uma pequena quantidade de uma substância específica em muita água e/ou álcool e agita-se bastante.
A tese é de que essa técnica "desperte" as propriedades latentes da substância. Isso é chamado de "dinamização" ou "potencialização" do medicamento.




Medicamento único:
Primeiro o homeopata avalia se a natureza individual está a "pedir" intervenção com medicamento, pois esse é um dos meios que o médico tem para auxiliar a pessoa, não o único.
Sendo o caso, usa-se um medicamento por vez, levando-se em conta a totalidade sintomática do paciente.
Só assim é possível ver seus efeitos, a resposta terapêutica e avaliar sua eficiência ou não.
Após a primeira prescrição é que se pode fazer a leitura prognóstica, ver se é necessário repetir a dose, modificar o medicamento ou aguardar a evolução.

É surpreendente que Hahnemann tenha enunciado os princípios da homeopatia no final do século XVIII, somente como resultado da observação, pois só no século XX (principalmente na segunda metade) é que a expressão integral desse preceito começou a ser notada por contemporâneos, com destaques para as pesquisas de George Vithoulkas, Masaru Emoto, Jacques Benveniste, Fritjof Capra, C.G.Jung, Lovelock, Lynn Margulis, Gregory Bateson, Humberto Maturana, Lorenz, Bohr dentre vários outros.

É evidente que esta pequena lista mostra cientistas de ramos muito diferentes e que a relação de suas pesquisas com a homeopatia pode não ser direta.
Mas todos têm algo muito forte em comum: a ruptura com a visão cartesiana-positivista de parte substancial da ciência ocidental.

Depois de Hahnemann, a homeopatia expandiu-se, tendo seu desenvolvimento e sua aceitação atingido diferentes níveis nas várias regiões do mundo.
Por exemplo, na Índia e no Brasil a homeopatia faz parte das políticas oficiais de saúde.
Já na Argentina está banida das políticas públicas, chegando a ser praticamente proibida em algumas províncias.



Ideologias da homeopatia
Unicismo:
Prescrição de um único medicamento, igualmente a Hahnemann.
Pluralismo:
É chamado também de alternismo, dois medicamentos administrados em horas distintas, um complementando o outro.
Complexismo:
São prescritos dois ou mais medicamentos que podem ser administrados simultâneamente.
A indústria produz em larga escala medicamentos ditos complexos, que tem objetivos de tratar doenças particulares, não considerando a lei dos semelhantes.
Organicismo:
O medicamento é prescrito conforme o órgão doente.
Esta prática aproxima-se muito da alopatia.





Paradigmas Conceituais
Todas as dúvidas só fazem sentido na medida em que muitos antigos defensores da homeopatia utilizavam-se de conceitos ultrapassados e errôneos, como a teoria dos humores, e interpretações alternativas de teorias de difícil compreensão, para justificar mecanismos de ação dos princípios ativos ultradiluídos.

Entretanto, atualmente já existem vários instrumentos e inclusive patenteados no mundo inteiro, que comprovam o diagnóstico homeopático pela resposta energético-frequencial, também conhecido como biorressonância e a sua comprovada demonstração prática através do seu imediato efeito ao nível mental e que também não deixam quaisquer dúvidas quanto a eficácia de seu efeito biológico posterior, assim cada vez mais a ciência médica, com o apoio da física vem elucidando os mecanismos sutis envolvidos nos processos de adoecimento e manutenção da saúde, relacionados com a questão energética.




A questão da superdiluição
Alguns cientistas acreditam que diluir substâncias tanto quanto é feito na Homeopatia diminuiria drasticamente o efeito que a substância em questão possua.
São pesquisadores antigos e ultrapassados como Robert L. Park, professor de Física e diretor do escritório de Washington da American Physical Society, que dizia no livro Voodoo Science:
The Road from Foolishness to Fraud:
Na realidade este pesquisador esqueceu de ver o envolvimento que há da física quântica, e que explica perfeitamente o porque da ação à distância e da ação sutil.





Exemplificações
Em dias quentes é tradicionalmente comum na Índia e na China tomarem chá quente.
Paradoxalmente, e comprovado ao longo de milhares de anos e por milhões de pessoas, ao invés dos organismos sentirem aquecidos, passam a sentir mais frescos.
Por que?
Porque houve a resposta da energia vital, onde o fator calórico foi reconhecido e como resposta a esta informação, o organismo passou a se esfriar.

Portanto, ao contrário da alopatia que trabalha somente com a lei dos opostos: antibióticos, anti-inflamatórios, anti-térmicos e vários outros "anti", a homeopatia faz acordar a resposta energética correta, assim como um programa de computador passa a detectar a presença de um vírus, somente através de um dado programa, onde não se altera a estrutura de hardware.

E mais: verifica-se que nossa energia vital tem forças naturais para debelar infecções, inflamações, ou mesmo estados de choque, a depender da energia vital, dando-lhe o correto estímulo, por entrar em ressonância com o órgão ou organismo e assim produzir a resposta de cura.

Assim sendo, passamos a entender perfeitamente do porque que muitos experimentos homeopáticos passaram a ser classificados como charlatanices: simplesmente porque caíram na armadilha da padronização alopática de querer dar um só tipo de medicação para cada doença, ao invés de avaliar individualmente a resposta adequada para cada um com base na sua própria resposta energética.

Ainda assim, não podemos nos esquecer que no início do século passado, quando ainda não existiam antibióticos, a eficácia dos hospitais homeopáticos era bem superior aos alopáticos e sem produzir efeitos colaterais ou resistência bacteriana ou viral, tratando com sucesso inúmeros quadros epidêmicos.



Preparo dos medicamentos

Almofariz e pilão usados para trituração e moagem de sólidos insolúveis a serem empregados em medicamentos homeopáticos, inclusive conchas de ostras, quartzo e outros constituintes.
O preparo dos medicamentos homeopáticos segue princípios e técnicas bem definidos e simples em si [a questão da validade não é aqui discutida]. De ordinário, há as seguintes etapas:

Extração dum princípio mineral ou vegetal da fonte;
Pulverização (trituração e moagem) do insumo, quando necessário;
Dissolução num veículo adequado, aquoso, hidroalcóolico etc.;
Diluição em sequência centesimal hahnemanniana;
Dinamização, ou Potencialização ou ainda sucussão.




Quadro de diluições
As soluções homeopáticas — frequentemente ditas simplesmente diluições homeopáticas — preparam-se segundo uma sequência centesimal.
Eis a regra para esse preparo:

"Toma-se uma parte da substância curativa pura e dilui-se-a em 99 partes de solução hidroalcoólica a 70% (i.e., 70% de álcool etílico e 30% de água): esta é a primeira diluição ou primeira potência (CH1).
Depois, da diluição resultante, toma-se 1(uma) parte e dilui-se-a novamente com 99 partes de solução alcoólica a 70%; esta é a segunda diluição ou segunda potência (CH2).
E assim por diante".
A homeopatia considera que quanto maior a diluição seguida da sucussão, tanto maior será a potência do preparado.



Homeopatia no Brasil
A prática da homeopatia chegou ao Brasil em 1840, pelas mãos do médico francês Dr. Benoit Jules Mure (Bento Mure) que, na cidade do Rio de Janeiro, fundou a primeira escola para o seu ensino: o Instituto Homeopático Brasileiro. Os diversos insumos então utilizados vinham da Europa.

Dr. Mure e seu amigo, Dr. João Vicente Martins, ministravam os cursos e o interesse dos farmacêuticos era crescente.

A cisão da homeopatia da prática médica deu-se por volta de 1851, por parte dessa instituição acadêmica.
Com o Decreto nº 9554 de 1886, os farmacêuticos ganharam o poder de manipular medicamentos.

Com o passar dos anos surgiram leis específicas para a farmácia homeopática, e com muitos esforços da classe médica e farmacêutica, foi elaborado o Decreto nº 78841, aprovando a 1ª edição da Farmacopéia Homeopática Brasileira.

Entretanto, apenas em 1980 é que o Conselho Federal de Medicina reconheceu a homeopatia como especialidade médica, apesar da profissão ainda poder ser exercida legalmente por outros profissionais não médicos, tais como veterinários, odontólogos, psicólogos e enfermeiros.



Homeopatia na Saúde Pública
Na Inglaterra, o comité da ciência e tecnologia da Casa dos Comuns declarou que as "políticas governamentais de homeopatia não eram baseadas em provas fiáveis", sugerindo que o serviço nacional de saúde deixe de apoiar tratamentos que não são cientificamente provados .

Estudos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), no Brasil , mostram resultados muito positivos em favor da homeopatia, quando comparada à alopatia na Atenção Primária de Saude.
Menor índice de encaminhamentos e menor número de exames complementares estão a explicitar maior resolução dos problemas.

Os custos do tratamento para o Sistema Único de Saúde são também sensivelmente menores.
Assim, a PBH ampliou o acesso gratuito da população de Belo Horizonte aos serviços de homeopatia, criando o PROHAMA e inserindo médicos homeopatas nas Unidades de Saúde do Município.

Uma pesquisa para dissertação de mestrado da Universidade Federal de Minas Gerais apontou a percepção que tinham da homeopatia os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) quando comparada com a alopatia.

Os resultados foram positivos para a homeopatia, o que explicaria a enorme demanda por homeopatas no SUS do Brasil e as longas filas de espera por uma consulta.



A questão da atenção médica
Consultas realizadas por homeopatas costumam ser mais demoradas e seus questionários mais extensos.
Estas características conferem subjetivamente ao paciente um atendimento mais "humanizado" proporcionando um ambiente de maior confiança e empatia por parte de ambos, fortalecendo a relação médico-paciente.
Sabe-se que este tipo de relação aumenta a eficácia dos efeitos placebos de toda e qualquer terapia, seja alopática, homeopática ou outra qualquer.

Outra crítica aos trabalhos a favor da homeopatia é o diagnóstico da patologia a ser tratada.
Se uma pessoa apresenta queixa de dor de cabeça, as causas catalogadas pelos neurologistas podem chegar a mais de uma centena.
Ou seja, diversas doenças podem ser a causa de sintomas comuns.
Alguns estudiosos duvidam que a maioria dos homeopatas consiga apenas através de uma consulta clínica classificar dentro de estritos critérios médicos todos os pacientes para toda uma vasta gama de queixas (e quase sem exames).
Para tanto os homeopatas se valem de teorias empíricas próprias de funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos.
Evidentemente os pacientes que serão estudados para finalidade de trabalho científico deverão ser catalogados pelas suas doenças e não pelas suas queixas (sintomas).



A questão da tradição
Outra crítica à homeopatia é de que os argumentos em seu favor levariam muito em consideração práticas consolidadas sem questionamentos e de que seu conhecimento se pautaria em demasia nas afirmações de Hahnemann acriticamente.



Favoráveis à homeopatia
Os defensores da homeopatia asseveram que ela contempla o ser humano não de modo fragmentário, mas numa visão integrada, vendo-o como um todo onde corpo e psique são indissociáveis e, assim, necessitam ser abordados como um ente único.
Neste aspecto — observam — ela se aproxima das medicinas clássicas orientais e do que viria a formar, no século XX, o pensamento sistêmico.

Aceitação da homeopatia nos países
A aceitação da homeopatia como uma forma autônoma e válida de medicina depende da legislação de cada país.
Eis o panorama conforme vigente até esta data (26 de março de 2010):




Austrália:
à semelhança do qu ocorre no Reino Unido, a homeopatia é legalizada como prática médica, por ato do parlamento.

Bélgica:
a homeopatia é reconhecida, desde que praticada por médicos.
Cerca de 25% da população belga utiliza por vezes medicamentos homeopáticos.

Brasil:
a partir de 1979 a homeopatia passou a constar no Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica Brasileira e em 1980, do rol de especialidades do Conselho Federal de Medicina, deixando de fazer parte das medicinas alternativas e passando a constituir parte do que hoje se chama medicinas integrativas.
O SUS - Sistema Único de Saúde - a inclui em suas rotinas de atendimento e hoje está estabelecida como política de Estado.
Há no País médicos veterinários e odontólogos, além de farmacêuticos e psicólogos, que trabalham oficialmente com homeopatia.
Há também a formação em homeopatia ministrada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) onde não se exige graduação na área de saúde, e nem mesmo um curso superior, formando os chamados "terapeutas homeopatas", atividade que tem causado muita controvérsia.
Todavia são poucas as faculdades de medicina no país que reconhecem a homeopatia como especialidade médica.

A maior parte dos cursos de medicina (sobretudo os das universidades públicas e particulares de ponta) não reconhecem esta modalidade e nem a introduzem em suas ementas.
Entre as poucas universidades que permitem o ensino de tais práticas a maioria deixa a critério dos alunos a opção entre estudá-las ou não, ao definirem as disciplinas relacionadas ao método como eletivas.

Espanha:
a homeopatia é reconhecida como especialidade médica, sendo ensinada nas universidades de Sevilha, Valladolid, Múrcia, Barcelona, Bilbao e Málaga.

EUA:
depois de ter sido popular no começo do século XX e ter declinado, a homeopatia ressurge, com escolas de formação em vários estados.
Na década de '80 havia cerca de 1000 médicos homeopatas, e outros três mil profissionais usando homeopatia, inclusive dentistas, veterinários e psicólogos.

França:
a homeopatia segue as regras estabelecidas por Phillipe de Lyon, que só aceita as potências até CH30.
Estes medicamentos, prescritos por médicos, são reembolsados pelo sistema público de saúde.
Quase todas as farmácias francesas vendem medicamentos homeopáticos.

Índia:
há mais de 120 escolas de homeopatia, ligadas a universidades e a hospitais. 19 delas são mantidas pelo governo.

Países Baixos:
a homeopatia não tem reconhecimento oficial, mas uma lei de 1996 garante o direito de cada pessoa escolher entre o tratamento pela medicina oficial ou por outra forma de terapia.

Portugal:
a Ordem dos Médicos não reconhece a homeopatia como especialidade médica. No entanto, existem duas associações, uma em Lisboa (SPH) e outra no Porto (SPMH), que aceitam apenas médicos como membros.
As farmácias em Portugal vendem medicamentos homeopáticos com autorização do Infarmed.

Reino Unido:
a homeopatia é legalizada como prática médica. Um ato do parlamento inglês de 1950 (Ato da Faculdade de Homeopatia) reuniu as leis e regulamentos sobre a prática da homeopatia.

República Checa:
há cerca de mil médicos homeopatas clássicos, que não receitam apenas remédios homeopáticos porque as companhias de seguro não cobrem os gastos.
Romênia: a homeopatia foi legalizada em 1969, e é exercida apenas por médicos. Há cerca de setecentos homeopatas no país.




LIVROS E ARTIGOS

A

Acupuntura e Homeopatia Para Plantas.pdf


C

Cartilha de Homeopatia.doc

Cartilha_De_Homeopatia.pdf

Curas_ancestrais_-_Tatiana_Diniz_-_Curas_naturais_-_fitoterapia_-_homeopatia_-_cura.doc

H

HOMEOPATIA NO BRASIL.docx

Homeopatia_-_Excelente_Material.pdf

M

Medicina_Natural_-_Homeopatia_e_Radiestesia.pdf

Nenhum comentário :