quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Lenda do Lótus Azul




O Lótus sempre foi uma planta misteriosa e sagrada, considerada como o símbolo do Universo.

Em todo Egito ela é usada para ilustrar os papiros e monumentos.

Na Índia ocupa lugar Divino já que se diz que ovo de ouro do qual nasceu Brahma é chamado de Lótus Celestial.

Lakshmi, esposa de Vihnu, flutua sobre um lótus branco, e Buda, Senhor do Universo, se representa sentado sobre um lótus aberto.

Na índia o Lótus é geralmente de cor dourado mas entre os Budistas do Norte ele é azul.

Porém, existe um terceiro tipo de lótus: o Ztzuphus, lótus azul.

Conta a lenda que existiu na Índia um rei descendente do Sol.

Ele se considerava o melhor dos Adoradores de Deus, mas sentia-se humilhado e castigado por não ter tido filhos homens.

Todas as manhãs ele se lamentava em suas orações até que um dia seu fiel conselheiro lhe orientou a fazer um voto para Deus: se Ele lhe enviasse dois ou mais filhos, o rei prometeria sacrificar o mais velho deles numa cerimônia pública.

Assim o Rei teve um filho seguido de vários outros.

O mais velho, herdeiro da coroa era chamado de ‘o Vermelho’ e seu apelido era ‘aquele que foi oferecido’.

O menino cresceu e se transformou num Príncipe inteligente e egoísta.

Quando atingiu a idade da oferenda, Deus chamou o Rei e o lembrou da promessa.

Mas o Rei inventando cada vez mais desculpas para não cumprir sua palavra, fez com que o Altíssimo ficasse furioso e ameaçou o Rei.
Porém, enquanto as vacas sagradas estavam bem, o Rei não levou em conta as coléricas ameaças Divinas.

Quando as vacas e o dinheiro começaram a faltar, o Rei teve que chamar o primogênito e lhe contou a promessa.

Mas o filho se negou a cumprir a palavra do pai que seria matá-lo em oferecimento a Deus.

E mesmo com as fogueiras acesas e as pessoas esperando por ele, o Príncipe não apareceu.

Ele fugiu para os bosques próximos porque ele sabia que ali moravam os ermitãos e os homens santos e que ninguém poderia violá-los.

Ele permaneceu nos bosques por muitos anos e pensava que poderia satisfazer ao Deus Varuna encontrando um substituto com tal de que fosse filho de um Rei, e partiu à procura.

Encontrou um homem e sua família a ponto de morrer de fome, e astutamente contou a sua história e ofereceu cem vacas em troca do filho para que ele fosse imolado para Deus.

Mas o Virtuoso pai negou-se a conceder o filho em troca de alimentos.
O doce filho ofereceu-se por conta própria para que com sua vida salvasse a vida da família.

O pai chorou ‘um mar de lágrimas’ mas consentiu frente ao sublime pedido de devoção e entrega, e foi acender a pira para o sacrifício.

Próximo daí estava o Lakshmi-Padma (lótus branco) banhando-se no lago, Ela escutou a oferenda do filho do ancião; viu a dor do pai, e cheia de amor e compaixão mandou vir um dos filhos do Deus Brahma, contou-lhe a história e Ele prometeu ajuda.

Assim, Ele se aproximou do rapaz e lhe ensinou dois Mantras Sagrados que deveriam ser rezados na pira.

O altar foi preparado perto do lago e as pessoas foram chegando para o sacrifício.
O filho foi amarrado e perfumado e quando cheio de dor o pai levanta a faca, enquanto o filho recitava os Mantras, a faca entra no seu peito.

Então, Indra, o Deus Azul do firmamento, desceu dos céus e envolvendo tudo numa espessa nuvem azul, apagou as chamas da pira, desamarrou o rapaz e espalhou luz azul dourada por todo o lugar.

As pessoas presentes, assustadas, ajoelham-se com medo.

Quando voltaram a se levantar, tudo tinha mudado.

Já não havia nuvem e o fogo reacendeu-se sozinho, e no lugar do filho havia um animal que não era ninguém mais senão o Príncipe que havia fugido quando jovem, queimando pelo seu pecado de maldade.

A poucos metros, sobre os lótus, dormia o pobre rapaz e no lugar em que a faca tinha cortado seu coração brotou um belíssimo lótus azul, e todos os lótus brancos do lago tinham se transformado em lótus azuis.

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