quarta-feira, 11 de julho de 2018

CHELAS QUE DESEJAM SUBSTITUIR O AMOR DO EU MENOR PELO AMOR DO EU MAIOR:



As lendas gregas contam uma história de um jovem muito belo que, contemplando o seu reflexo numa lagoa, se apaixonou pela imagem. 
À medida que definhava no amor do eu menor, transformou-se num narciso, e até hoje é lembrado por esse nome.

E assim, quando olhardes para os narcisos amarelos e dourados nas brisas primaveris, agitando-se suavemente com os frescos ventos de Áries e Thor, lembrai-vos da devoção do eu inferior que, pela alquimia do Espírito Santo, se transformou, através da oferta floral, na devoção do Eu Superior.

Por vezes os homens que abusam da dádiva do livre-arbítrio descobrem que, na misericórdia da lei, as suas energias, circulando através da natureza, são equilibradas pelo reino elemental, pois formas de vida vegetal e animal assumem o fardo do carma do homem. 
Assim, através dos fogos da transmutação e do sacrifício da evolução inferior em prol da superior, toda vida evolui rumo a Deus, em direção ao centro do Ego Divino, que acaba por deslocar todo egocentrismo pela compreensão da adoração da individualidade como o Grande Eu Divino.

A veneração do eu menor é ilegítima. 
E a veneração do Eu Maior é legítima. 
Por isso, na evolução da humanidade, aqueles que se deixaram apegar à forma e à consciência da forma, sempre descobriram que o seu amor é linear, seguindo a linha finita que tem princípio e fim. Gradualmente vão aprendendo a lição que todos os mestres ascensos aprenderam, de que o amor é esférico, e de que o verdadeiro amor é um sol girando dentro do coração.

A sua devoção, acesa pelo Espírito Santo, é para com a chama da vida em cada individualidade, em cada parte do Grande Todo. 
E, através da devoção à chama, o amor esférico do Eu maior absorve, em medida cada vez maior, a totalidade do eu menor, incluindo a sua forma e o que não tem forma; assim, o verdadeiro amor, que abarca tudo, inclui o Todo e a parte.

O verdadeiro amor responde às necessidades humanas, e às divinas também. 
O verdadeiro amor só pode ser experimentado quando a integridade do Eu maior, é refletida na lagoa da alma.

Assim, contemplando o Grande Espírito, a grande realidade da individualidade, homem e mulher apaixonam-se pela imagem de Deus, e são por ela consumidos. 
E no consumir dá-se a consumação de um amor maior que qualquer outro que possa ser contido no cálice da consciência aqui embaixo. No entanto, esse amor maior, que Deus Pai-Mãe partilha com todos os Seus filhos e filhas, inclui a totalidade da criação, a vastidão de um cosmo.

Nas relações de Deus com Deus, tal como são vivenciadas na vida na Terra, Deus dá ao homem um gole de cálice eucarístico do amor que somente Ele pode dar. 
Permite-lhe provar esse amor imortal que, através da união do eu menor com o Eu Maior – da alma com o Espírito – todos um dia partilharão, como alegria do êxtase, sendo arrebatados nos fogos da ressurreição dos Ungidos.

A Hierarquia vem encurtar os dias de tribulação para todos os que captaram a visão da meta. 
Numa trajetória tão retilínea como o voo da flecha, a alma é projetada do arco do Eterno Arqueiro.

Atravessando os planos da materia com o momentum e o impulso do grande braço da vida, a alma alcança a marca do amor e transcende todas as imagens inferiores da individualidade.

A flecha acerta no ponto zero do centro do ser – zero ego, zero autopercepção separada de Deus. Aqui a individualidade é definida para sempre como uma flecha em chamas, desejando tão ardentemente a Imagem Real que se torna um magneto atraindo as energias do Grande Sol Central, incluindo todas as virtudes e talentos que contam para a expansão da individualidade no Espírito Santo e como o Espírito Santo.

A Hierarquia vem salvar os devotos do naufrágio de uma existência mortal confinada na mortalidade e que os confina na mesma, possuída e possuidora de egos inferiores, formas de idolatria e da geração idólatra.

A Hierarquia vem com um chamado aos discípulos de Cristo que queiram tornar-se pescadores de homens. A Hierarquia sabe quem sois e onde estais. 
Tal como Jesus, caminhando à beira do mar da Galiléia, marcou Simão e André – que já tinham sido marcados pela lei interior do ser – quando lançavam ao mar as suas redes, e lhes disse: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”, assim também o Hierarca da Era de Aquário envia o chamado aos discípulos do Ser Flamejante da Liberdade.

E tal como estes, os que foram marcados pela lei na sua alma largarão logo as suas redes e segui-lo-ão, deixando amigos e inimigos para seguirem aquele que, dos grandes fogos do seu coração, trará toda a humanidade para a rede da consciência do Cristo Cósmico. 
E, assim, os “peixes” fundem-se na unidade do Eu Maior, no amor que transcende todos os outros amores, e os pães* também foram formados do amor de Deus Pai-Mãe. 
E a sua lealdade é que comanda os elétrons da própria alma quando esta olha na lagoa da Individualidade para formar a imagem do seu Criador.

A marca do peixe, adotada pelos cristãos dos primeiros tempos, é não somente o símbolo do conquistador pisciano que conquista as emoções de um planeta pela água do Verbo, mas o signo daqueles que fizeram dos arcos-gêmeos de Alfa e Ômega espirais no caduceu da polaridade divina. 
E o ponto do olho é o ponto do infinito onde estais.

Às almas à deriva no mar da vida enviamos uma corda. 
É uma corda salva-vidas que elas têm que segurar com confiança; sim, porque sem confiança as dúvidas e medos do eu inferior, com toda a sua ansiedade e frustração, inundam a alma que procura a reunião com o espírito do Deus vivente. 
Ao segurar a corda, o chela faz uma opção. É a opção de deixar-se conduzir, para poder um dia conduzir ele mesmo. 
E há também uma opção diária: continuar a segurar a corda ou largá-la.

Os mestres ascensos não forçam os seus chelas. 
Eles permitem que os seus chelas os forcem – que os atraiam – e desse modo atraiam a si mesmos a lei superior do seu próprio ser. Toda a mestria a ser adquirida na senda requer uma certa fricção. 
É necessário suportar incômodos e talvez incongruências, já que por vezes perdeis a sintonia com a alavanca da lei.

Os chelas têm que estar dispostos a esforçar-se. 
O esforço é o obstáculo e o guindaste da mente e da alma levantando o fardo das trevas para que possam tornar-se luz. E o poder de perseverança tem que ser posto à prova, um agarrar-se à vida, ao respirar, ao amor, à integridade.

Escrevemos as nossas Pérolas de Sabedoria com engramas de luz, com matrizes do espírito. Parágrafo após parágrafo, a fórmula sagrada da individualidade desabrocha. 
O homem tem que decifrar a fórmula da vida e do viver. Tem que explorar. 
Tem que ler e tornar a ler. 
Tem que invocar o Espírito Santo, em cuja chama encontrará a interpretação do Verbo vivente e da multiplicação dos pães e dos peixes, números da lei que são comunicados como equação do Espírito e da Matéria – tanto nas linhas como nas entrelinhas das palavras impressas.

Não damos de comer aos nossos chelas com uma colher. Esperamos que eles venham encontrar-nos pelo menos a meio caminho. O mingau está na colher. Que quem tem fome se incline para diante, pegue na colher e coma sozinho!

Exigimos que a mente do chela entre em conformidade com a mente de Deus. Por isso o nosso método na apresentação da lei é por vezes usando os koan dos mestres zen. Permitimos que o enigma da razão divina desafie a razão humana, que force a alma num novo plano, o plano da racionalidade do Logos eterno.

Os nossos cursos de instrução não são apresentados como fórmula de sucesso instantâneo do tipo “faça você mesmo”. Não nos interessa “fazer negócios” nem ser populares junto da consciência das massas; tampouco lisonjeamos o ego doente e moribundo que se agarra e arfa na agonia de um impulso derradeiro para fazer-se valer através do controle emocional e mental de outros egos.

Não prometemos fazer pelos nossos chelas aquilo que eles têm que fazer por si mesmos. Os sistemas que envolvem a manipulação de aspectos do ego e que aparecem aqui e ali em cursos de auto-hipnose, controle mental, e da “purificação” mecânica de padrões subconscientes ou dos registros do carma do passado não são mais que ganchos psíquicos que aprisionam as almas de milhares de pessoas.

Tudo isto não é senão a manipulação, como diz o Grande Diretor Divino, dos que estão empenhados numa viagem “do ego” fora da chama viva. Deixai-os ter o seu dia – pois estão contados os dias da sua ambição.

Ah! Sim! Os nossos textos contêm a fórmula sagrada, mas para que a fórmula se cristalize na mente do chela, há um requisito. Esse requisito é a colaboração do chela – o ingrediente anímico. O chela tem que incorporar o momentum da sua própria chama divina individualizada.

Os nossos discursos são destilações do Espírito. Tal como os muitos alimentos instantâneos expostos nas prateleiras dos vossos supermercados, as nossas palavras são um concentrado: é preciso levá-las para casa e acrescentar água. A água é o Verbo vivente que flui livremente da fonte da Mãe Divina. Por Deus, vós sois o Verbo em encarnação! Temos que juntar insulto ao dano acrescentando a água em vosso lugar? Bah! fazei vós a vossa mistura!

Pela alquimia do Mestre e do chela, pela fusão da individualidade embaixo como no alto, emerge da página impressa e da Palavra falada uma definição de conceitos e a fórmula sagrada, que é única para cada indivíduo embora ao mesmo tempo afirme a lei universal dos elementos.

Esta interação ocorre cada vez que o chela traz o fluxo da individualidade, da experiência adquirida à medida que avança no tempo e no espaço, para a instrução dos mestres ascensos.

Assim, a associação do chela com o mestre é única em cada caso. Sim, para cada indivíduo há um momento especial na eternidade onde o tempo deixa de ser e o espaço é consumido.

Estas experiências com os mestres ascensos ocorrem dia após dia aos que querem deixar para trás os padrões do eu menor e unirem-se à consciência solar do Eu Superior ao estudarem as Pérolas de Sabedoria e as Lições dos Guardiães da Chama, e ao meditarem sobre os ditados da Hierarquia comunicados pelos nossos Mensageiros Mark e Elizabeth Prophet.

De vez em quando ouvimos o clamor do orgulhoso intelecto que pega numa Pérola de Sabedoria e depois declara, por causa do desejo do ego de impressionar os seus pares, ou de justificar intelectualmente a sua rebeldia: “Não consigo aprender nada nas Pérolas.”

Ora, pobre traça, pergunto eu, que é que esperavas? Vendo bem, não colocaste nada nelas. Cada Pérola de Sabedoria é uma chave a outra faceta da consciência do mestre. E se, como a traça, ousares aproximar-te da luz sem teres luz própria, serás consumido como a traça.

Se amais o mestre, impregnareis a Pérola do vosso próprio momentum de devoção à lei e ao ensinamento. E isto, aliado às palavras da mensagem, fará descer a luz do Corpo Causal do mentor. Alguns tentarão ficar com o ensinamento sem darem de si mesmos. Esses mantêm uma percepção mental e uma atitude mental. Não têm o Espírito, os seus cálices estão vazios. Nada tendo recebido, não têm nada para dar.

A mesma lei é verdadeira quando ledes as escrituras sagradas do mundo, porque os verdadeiros mestres dos séculos nunca jogaram as suas pérolas descuidadamente.

Revelaram uma parte do mistério através da Palavra falada, e outra através da palavra não falada do seu exemplo. Para além disso, deixaram a lei interior do ser de cada um atuar para obrigar a alma a elevar-se ao nível da consciência crística. Aí, recebida pela Presença do EU SOU individual, ela recebe os dons do espírito encerrados na matriz em palavras, que é decodificada agora pelo EU SOU O QUE EU SOU. “Pois em parte conhecemos, e em parte profetizamos, mas quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.”

Que todos aceitem, portanto, o desafio de encontrar a pérola de grande valor encerrada em cada Pérola de Sabedoria. Que pensem duas vezes antes de porem de lado aquilo que, aos olhos da sua sofisticação exterior, parece demasiado simples ou complicado demais, demasiado superficial ou profundo demais, antiquado ou prematuro, conforme o caso. Que pensem duas vezes antes de porem de lado a oportunidade de comungarem com o Espírito do Deus vivente.

Os seres humanos são todos mergulhadores mergulhando no grande mar da vida. Alguém disse que se o mergulhador em busca de uma pérola mergulha no oceano e nada encontra, não é por culpa do oceano. A oportunidade está nas areias da ampulheta eternamente fluindo através do tempo e do espaço.

A oportunidade está em agarrar o grão do momento e transformá-lo numa pérola vivente. Oportunidade significa tomar a pérola do eu, de uma alma translúcida, que reflita o arco-íris dos Elohim, e lançá-la no mar da vida para que outros possam encontrar na pérola do eu abnegado o caminho que conduz a uma individualidade eterna.

Nesta era os mestres ascensos lançaram a pérola da sua identidade selada em Deus no grande mar da humanidade, para que a humanidade possa encontrar a sua própria individualidade e a sua alma semelhantemente consignada a Deus.

EU SOU a pérola que aguarda o mergulhador. Vinde encontrar-me.

El Morya
O El do Raio Materno
No Olho do Yod Flamejante
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Ditado de El Morya do livro - O Discípulo e a Senda
Mensageira Elizabeth Clare Prophet

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