sábado, 27 de agosto de 2011

A generosidade



Quanto mais caminho,mais percebo o quanto o mundo anda sedento.

As pessoas correm,sofrem, se desesperam e continuam buscando a felicidade como se essa fosse apenas uma miragem nesse imenso deserto que a vida se transformou.

Há muita gente no mundo, milhares e milhares.
Portanto, a solidão continua assolando vidas, maltratando corações que,no fim do dia e das contas acabam desacreditando nas portas que se abrem a elas.

Cada qual pensa no próprio eu e todo mundo se isola.

Enquanto isso, a vida continua,cresce a indiferença,cresce o desamor, multiplicam-se as depressões e incompreensões.

As pessoas sentem-se vazias e reagem como pessoas vazias.
Vazias, pelo menos,de amor e caridade,mas cheias de tristezas e desilusões.

Há, portanto, dentro de cada um de nós um poço de possibilidades e compartilhar de si é deixar-se um pouquinho em cada um.

Só não tem nada para oferecer quem possui um coração vazio, não as mãos.
E acabar com a solidão de alguém é contribuir para o fim da própria solidão.

Oferecer a esperança é dar-se a si uma nova chance, é reabrir portas, é descobrir o novo e entregar-se a ele.

Há melhor presente no mundo que o dom de si?

Há coisa mais bonita que saciar o coração de alguém?

Devolver a esperança, por menor que seja ela,é dar às pessoas a oportunidade de descobrir
o outro lado da vida, aquele que, embora um pouco esquecido,ainda existe.

O dia tem 24 horas e parece muitas vezes que são insuficientes para fazermos tudo o que temos que fazer.

Lamentamos a falta de tempo para isso ou aquilo e pensamos que um dia, quem sabe,se atingirmos a bênção da velhice tranqüila, poderemos dar um pouco mais de nós aos outros.

Quanto engano!!!

Podemos dar de nós a cada dia e a cada hora, agindo com o coração e tendo uma atitude que nos torna diferentes em qualquer lugar.

Pode-se resistir ao ódio por muito tempo, mas quem resiste à ternura,ao afeto, ao amor e à boa-vontade?

Quando as pessoas agirem com menos egoísmo e ao invés de ruminarem a própria infelicidade começarem a agir para o bem do próximo, as doenças da alma começarão a encontrar a cura
e o amanhecer terá para cada um de nós um outro rosto, mais sereno, mais amigo e mais esperado.

* * * * *

Letícia Thompson

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