quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Natalie Wood em "Clamor do Sexo"



 

No final do ano de 2011, noticiou-se a reabertura do caso sobre a morte da bonita artista Natalie Wood, que morreu, em 1981, sob estranhas circunstâncias.
A artista, que sempre declarou que não sabia nadar e nunca escondeu seu medo de água, acabou morrendo da forma que sempre temera.

Wood estava passando o final de semana de Ação de Graças em um iate juntamente com seu marido, Robert Wagner, e o amigo Christopher Walken.
Seu corpo foi encontrado na praia da Ilha de Catalina, Califórnia.

A versão oficial foi morte acidental, mas há quem diga que não passou de um crime passional e a recepção de novas evidências dão margem a novas especulações.

Quando se pensa nesta artista é inevitável não se lembrar deste bom filme da década de 60.

Aparentemente, era um texto singelo e poderia transparecer ser um filme comum.
Com a direção de Kazan, Clamor do Sexo foi um grande filme.


CLAMOR DO SEXO


SINOPSE:

É a história de Bud (Warren Beatty) e Deanie (Natalie Wood), um casal de estudantes, no estado do Kansas, no final dos anos 1920.
Apesar da grande paixão do casal, o romance sofre forte resistência pela repressão sexual da sociedade da época.
O crash da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, ainda atinge as respectivas famílias de diferentes maneiras, dificultando ainda mais o sucesso deste amor.

Kazan, o diretor, deu a Warren Beatty o seu primeiro papel de destaque e o jovem ator se saiu muito bem; mas é Natalie Wood, que já tinha provado ser uma grande atriz no eterno musical Amor, Sublime Amor e em Juventude Transviada, quem rouba a cena.

O filme mostra a depressão gradativa da personagem de Natalie Wood por conta do afastamento do namorado Bud.
Ela está extraordinária no papel.
Esse aspecto não deixa de ser um pouco forçado por parte do roteirista Willian Inge, que exagera melodramaticamente ao internar, muito rapidamente, Deanie num hospício.

Não nos é mostrado com clareza o afastamento do casal, e, de repente, Deanie já está aos berros histéricos na banheira de sua casa, num descontrole mental absurdo.
Entretanto, como Wood trabalha com muita competência, acabamos nos convencendo que ela esteja mesmo fora de controle, e, assim, tudo se torna aparentemente bem real.

A passagem imperdível mesmo no filme é ela lendo um poema de William Wordsworth, romântico poeta inglês, que resume de forma apropriada todo o conteúdo da película.
A beleza disto tudo é simples: ver duas formas de arte se comunicando na tela, unindo-se para criar um trabalho consistente e delicado - cinema e poesia juntos - e, por isto, o filme não deixa de ser um clássico; importante tanto no seu aspecto artístico quanto histórico.

Vale a pena conferir!


Leia parte deste lindo poema, que justifica, inclusive, o nome original do filme:

Ode: Prenúncios de imortalidade em recordações da primeira infância, verso X:

"Que importa agora que não mais me encante aquele antigo e vívido fulgor?
Mesmo que nada nos devolva o instante  de esplendor para a relva e glória para a flor
No que restou, vamos achar, sem mágoas, um poder similar
Na simpatia primordial, que tendo sido, é eternal..."


Para quem tiver interesse, achamos a cena na internet (em inglês):
http://www.youtube.com/watch?v=lWbd8uOsbBE

Título original: Splendor in the Grass
Lançamento: 1961 (EUA)
Direção: Elia Kazan
Gênero: Drama/ Romance

http://www.paulocannizzaro.com.br

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