Martha Martha Follain tem uma longa história preenchida pelo
seu amor aos animais.
Atualmente, entre os cuidados com seus 18 gatos e 4 cães,
todos resgatados das ruas, dedica-se profissionalmente à prática, promoção e ao
ensino de terapias complementares para os animais.
O tratamento holístico não é novidade para ela, que tem
formação em direito, neurolinguística, regressão e hipnose.
Martha é uma das pioneiras em tratamentos com terapia
reikiana e floral para animais no Brasil.
Ela também partilha sua experiência em cursos sobre a
aplicação de Florais de Bach, Florais de Minas e Aromaterapia em animais, além
de ser consultora da Phytoterápica, fornecedora e distribuidora de óleos
essenciais.
Sob os cuidados de Martha Follain, os proprietários podem
ser orientados para a aplicação da cromoterapia, atividade da qual ela tem
muito para se orgulhar como é possível perceber pelo programa do curso que
oferece online.
Em destaque entre seus estudos atuais estão também bioeletrografia, terapia ortomolecular,
fitoterapia brasileira e cristaloterapia para animais humanos e não humanos.
Nesta entrevista exclusiva à jornalista Cynthia Schneider,
da ANDA, Martha Follain fala sobre os cuidados que devemos ter com a saúde dos
animais, das possibilidades complementares de tratamento para promoção do seu
bem-estar e de casos que mostram como o atendimento adequado pode melhorar a
qualidade de vida dos animais.
ANDA – Como surgiu seu interesse pelo uso das terapias
complementares para os animais?
Martha Follain –
O que me estimulou a
estudar mais profundamente a aplicação em animais não humanos foi uma gatinha
que busquei em um abrigo – Alice Maria, na época com 3 meses, hoje com 9 anos.
Toda vez que eu saía, ela urinava na minha cama, no som, nos
sofás etc.
O tratamento convencional, com o veterinário, não propunha
solução para esse comportamento, já que ela fez todos os exames e não foi
constatada nenhuma inflamação ou infecção.
Só os florais trataram Alice Maria, que não gostava de ser
deixada sozinha, era carente e, ao mesmo tempo, mandona e possessiva.
Em 1 mês de tratamento floral, seu comportamento mudou
completamente. O Dr. Bach, em sua pesquisa, concluiu que, os animais podem e
devem ser tratados com as mesmas essências dos humanos, por terem emoções
similares.
O Dr. Bach tratava seu cachorro de nome Lulu, um Cocker
spaniel com florais, e Nora Weeks, assistente do Dr. Bach tratava seus vários
gatos também com as essências.
A gata Alice Maria
ANDA – Você fez uma pesquisa sobre os chakras e os
corpos sutis dos animais.
Poderia comentar sobre a relação entre isto e o
veganismo de animais humanos, conforme o resultados obtidos?
Martha Follain –
Todos os animais não
humanos possuem um sistema de chakras como os animais humanos.
A maioria dos animais não humanos possui 8 chakras
principais ativos – ou 12 nos gatos, 21 chakras secundários ou menores – alguns
autores referem-se a 14.
Ainda há 6 chakras em botão, sendo 4 nos coxins plantares –
somente em animais com “almofadinhas” (animais com cascos não) – e 2 nas
aberturas dos ouvidos.
Os chakras nos animais não humanos também estão relacionados
ao seu sistema endócrino.
Essas imagens mostram como são os chakras nos animais:
Chakras de Cães e Gatos
Chakras dos Cavalos
Os chakras afetam a área do corpo onde estão localizados.
Muitos desequilíbrios físicos podem ser resultado de
desequilíbrios dos chakras.
Nos animais não humanos o processo é o mesmo: a desarmonia
se manifesta em outros corpos mais sutis e, por último, no corpo físico, que é
o mais denso dentre todos.
Para que o bicho tenha uma boa saúde, é necessário que tenha
o campo energético em estado de equilíbrio. Isso pode ser obtido pelas Terapias Holísticas: Florais,
Cromoterapia, Cristaloterapia, Música, Aromaterapia e outras.
Mas, sobretudo, os animais não humanos precisam ser amados!
Reagem mais rapidamente a qualquer tratamento holístico ou terapia vibracional,
pois não têm resistência inconsciente aos processos de harmonização.
Além de que conviver com um animal é também exercitar a
percepção de nossas próprias limitações e necessidades emocionais.
Na realidade, se colocarmos um humano de quatro, os chakras
e meridianos energéticos serão praticamente os mesmos.
Animais não humanos possuem um sistema de energia como o dos
animais humanos.
Tudo que tenha uma estrutura atômica, isto é átomos, está em
movimento e libera e recebe energia, de acordo com a Teoria Quântica.
Essa energia é exatamente a mesma para todos os seres (Qi
para os chineses, Prana para os hindus, Ki para os japoneses etc.).
Nosso organismo e o organismo dos animais não humanos são
massa, que é energia condensada, compostos de células, moléculas, átomos que
são formados por prótons, nêutrons e elétrons.
Nossos corpos, como tudo mais no
Universo, são constituídos de átomos.
O átomo é composto por um núcleo e uma eletrosfera.
Qualquer átomo no Universo está sempre recebendo energia ou
cedendo energia.
O ser vivente é formado por células, e sendo as células
unidades vivas, geram vibrações contínuas.
Tais vibrações criam um campo de energia – o campo
bioeletromagnético.
Como posso admitir devorar um “irmão de jornada” com um
sistema energético tão delicado e parecido como o meu?
Aliás, os animais podem “sentir” com mais intensidade –
qualquer sentimento: o animal humano recebe a energia vital através do chakra
coronário (no alto da cabeça), a qual posteriormente é distribuída para outros
chakras.
O animal não humano recebe a energia vital diretamente em
cada chakra – podemos supor que “sintam” mais dor, mais amor, tristeza etc.
ANDA – Como deve ser conduzida a alimentação dos
animais?
Cães e gatos podem ser atendidos plenamente com uma dieta
vegetariana?
Martha Follain –
Esse tema é extremamente
controverso.
Os animais domésticos, retirados de seu hábitat natural, já
mudaram sua orientação alimentar – cães (onívoros) e gatos (carnívoros) que
caçavam para comer – comiam a carne crua, e os alimentos do estômago e intestino
de suas presas.
Atualmente, podemos enquadrar nessa definição nossos animais
domésticos?
E serão as “rações” os alimentos mais saudáveis para eles?
Segundo o Dr. Andrew Knight, médico veterinário americano,
“os riscos para a saúde dos animais que comem rações vendidas no comércio são
inúmeros.
Estas rações contêm, frequentemente, restos de matadouros:
carne 4-M (carne proveniente de animais mortos, moribundos e doentes); carne
com a data vencida ou carne deteriorada proveniente de supermercados, restos de
inúmeros animais abandonados em abrigos, restos de gorduras usadas em
restaurantes com uma alta concentração de radicais livres e ácidos graxos
trans, peixes com data de validade vencida ou deteriorados com alta taxa de
mercúrio, saturados em agentes químicos e outras toxinas.
Bactérias patogênicas, fungos, vírus bem como endotoxinas e
micotoxinas que lhes são associados, resíduos de hormônios e de antibióticos
adicionados a perigosos conservantes.
Para tornar o produto final apetitoso para os animais,
adiciona-se, ao todo, uma sopa digestiva composta de vísceras de galinhas
parcialmente dissolvidas.
Mais de 95% dos animais de estimação são alimentados dessa
forma.
Como era de se esperar, encontramos na literatura científica
a descrição de várias doenças provocadas por esse tipo de alimentação destinada
a cães e gatos: doenças renais, hepatite, doenças coronárias, neurológicas,
problemas oftalmológicos, desordens musculoesqueléticas e sanguíneas, doenças
de pele, deformações congênitas, queda da imunidade e doenças infecciosas.
Ele afirma que as doenças degenerativas como o câncer, as
insuficiências hepáticas e as paradas cardíacas ocorrem com muito mais
frequência do que deveriam, e que muitas dessas doenças são agravadas ou
diretamente provocadas pelos numerosos ingredientes (mais que duvidosos)
presentes nos alimentos com carne vendidos em latas, ou adicionados às rações
para alimentar os cães e gatos.
O Dr. Andrew Knight propõe uma alimentação vegetariana para
cães e gatos.
“Por outro lado, uma alimentação vegetariana
nutricionalmente equilibrada parece estar associada a vários benefícios:
aumento da vitalidade, diminuição do número de cânceres, diminuição de
infecções, hipotireoidismo e ectoparasitas (pulgas, carrapatos, piolhos e
ácaros), embelezamento da pelagem, controle de alergias e do peso, redução da
artrite, progresso na redução da catarata e melhoria dos odores das fezes
(Gillen, 2003; Peden, 1999; PETA, 1994).
Há rações vegetarianas no mercado.
Mas penso que nada substitui a boa comidinha caseira,
vegetariana para cães e gatos.
E, atualmente, nos deparamos com animais naturalmente
vegetarianos.
Tenho um cachorro, o Bento, que detesta carne – qualquer
carne –, gosta de rações vegetarianas e come ovo uma vez por semana e ricota
todos os dias de manhã. Porém ele gosta de verduras, legumes, tofu etc.
Pessoalmente, acredito que podemos oferecer uma alimentação
ovolactovegetariana (pelo menos) para nossos animais.
Por causa de questões éticas e muitos problemas de saúde,
como as alergias causadas pela absorção de alimentos à base de carne de boi,
carneiro e outros, é que as marcas de alimentos vegetarianos foram criadas para
alimentar cães e gatos.
Todavia, a alimentação vegetariana para animais continua
sendo um tema cheio de controvérsias pela ignorância, sobretudo, relacionadas
aos problemas nutricionais e de saúde.
Cada guardião deve conversar com o veterinário e decidir o
que achar melhor para seu pet.
A utilização apropriada de complementos nutricionais e de um
regime equilibrado é essencial para prevenir as doenças cardíacas (ou outras) e
na preservação da saúde de animais vegetarianos.
Um teste regular de pH da
urina é importante para detectar a alcalinização desta, com as consequências
potenciais de cálculos urinários, cistites e infecções, mas que raramente
ocorrem quando um animal é vegetariano.
Os fatores mais importantes ao longo de
uma transição para outro tipo de alimentação são a mudança gradual e a
perseverança.
A alimentação dos animais de estimação dos veganos é uma
questão mais polêmica ainda, principalmente do ponto de vista ético.
Se um vegano respeita todas as formas de vida, não deveria
submeter seu animal a uma alimentação carnívora – antropofágica.
Comprar comida “normal” para animais domésticos é dar apoio à
mesma indústria da carne, com toda a sua crueldade, exploração, desperdício e
danos ambientais, à qual o veganismo se opõe.
Os cães e os gatos podem receber uma dieta vegana, mas não
são veganos por natureza – os cães são onívoros e os gatos são carnívoros.
Embora ambos pertençam à classe dos carnívoros, isso não é
muito significativo, pois o urso panda também pertence à mesma classe e é quase
vegano.
No entanto, é necessário estabelecer dietas especiais para
gatos, pois estes precisam de um aminoácido chamado taurina, encontrado nos
músculos de animais.
Parecem não ser capazes de sintetizá-lo em quantidades
suficientes, ao contrário dos humanos e dos cães.
Já se desenvolveu a taurina sintética, usada em alimentos
comerciais (não vegetarianos), para gatos.
Os animais que não comerem carne devem receber estes ou
outros suplementos, pois a sua deficiência pode causar cegueira e mesmo a morte
do animal.
Os gatos precisam ainda de vitamina A pré-formada e ácido
araquidônico.
Todos os alimentos veganos para estes felinos contêm esses
ingredientes essenciais, e as empresas que os comercializam incluem-nos nos
seus produtos.
Não fica mais caro dar uma dieta vegana a um animal de
estimação, pois rações de qualidade também não são baratas.
E mesmo quando se opta
por usar comida “caseira” em vez de rações, os ingredientes mais caros como
castanhas e sementes são tão concentrados em energia e nutrientes que são
necessárias pequenas quantidades para deixarem os bichinhos saciados.
O proprietário de um animal, ao decidir dar-lhe uma dieta
vegetariana ou vegana, tem apenas de prestar atenção à nutrição, de forma que
não falte nenhum nutriente essencial.
Alimentar cães e gatos com uma dieta
vegana por vezes tem ainda a vantagem de evitar alergias e outros problemas de
saúde.
Isso sem falarmos nos corantes; aromatizantes; conservantes;
antioxidantes; estabilizantes; acidulantes (já foi comprovado que os corantes
vermelho e amarelo podem causar hiperatividade em crianças humanas e animais).
O corante vermelho 4 é produzido a partir da cochonilha, um
inseto, uma praga de plantações. Observa-se um número maior de crianças e
animais com intolerância ou alergia a esse corante, e há cada vez mais casos de
crianças e animais com problemas de déficit de atenção e hiperatividade.
Leia os rótulos dos alimentos – os corantes vermelhos
considerados mais seguros são os extratos de beterraba e de páprica (pimentão
vermelho).
ANDA – Como é a aceitação de terapias
complementares para tratamento de animais atualmente? Como você avalia o
interesse da comunidade pelos cursos de terapias holísticas para animais online?
Martha Follain –
Em todo o mundo a utilização das terapias
holísticas já é uma realidade, por serem efetivas – para animais humanos e não
humanos.
Uma avaliação com um profissional em terapia complementar não
substitui a consulta com o médico veterinário, que é quem diagnostica e trata
“doenças” dos animais.
Os terapeutas colaboram com o tratamento do veterinário,
proporcionando mais qualidade de vida ao animal e tratando seus desequilíbrios
energéticos.
ANDA – Como tem sido a sua experiência com o curso
de cromoterapia e com a utilização dessa terapia para os animais?
Martha Follain –
Sensacional: e é extremamente efetiva e
barata.
O cromoterapeuta pode orientar o guardião a aplicar a terapia das cores
em seu pet por meio da aplicação direta da luz, da água solarizada, da
alimentação cromatizada, aplicação direta da luz nos chakras, harmonização
cromática do ambiente no qual vive o animal: Feng Shui, elixires de cristais e
cristaloterapia.
Há novas turmas iniciando em março.
ANDA – Quais os principais motivos que levam à agressividade
em cães?
É comum ouvirmos histórias de tutores que agravam a situação com a
própria irritação e até com o uso de violência.
Como você orienta a terapia em
casos assim?
Que recomendações você faz a tutores de cães agressivos?
Martha Follain –
Não é somente agressividade.
Os animais,
devido ao processo de domesticação, deixam de viver sua verdadeira biologia,
alterando seus hábitos de convívio com outros indivíduos da mesma espécie,
caçar para comer e atividades reprodutivas.
Muitas vezes, os animais apresentam
distúrbios e transtornos, sem um motivo aparente:
– Automutilação: sugere o tédio do cativeiro; em aves, além
da automutilação (arrancar as penas), a oscilação da cabeça decorrente de
estresse;
– Destruir objetos, sugerindo a falta de atividades físicas
naturais da espécie;
– Mamar em si mesmo, em roupas etc., decorrente do desmame
precoce;
– Compulsão pela limpeza corporal: lambeduras excessivas,
provenientes do estresse de viver sozinho – estresse, frustração e tédio podem
levar a compulsões;
– Coprofagia: comer fezes – pode estar ligada à alimentação
inadequada, solidão, competição com outros animais;
– Hiperfagia: comer demais – animais em confinamento podem
desenvolver esse comportamento, como consequência da ansiedade;
– Ingestão excessiva de água;
– Apetite pervertido: ingerir sacos plásticos, tecidos,
metais, etc. – pode estar ligado a transtornos nutricionais e à solidão,
competição, tédio;
– Morder o flanco e o rabo, principalmente em cães,
decorrente de frustração, tédio etc.
A domesticação de animais é uma prática realizada desde os
primórdios da humanidade, pois o homem sempre teve a necessidade de ter certos
animais ao seu lado, seja para auxiliá-lo na caça de subsistência, ajudá-lo em
certos serviços, ou para fazer-lhe companhia.
O homem tornou-se produtor de
alimentos após a domesticação do cão.
Com isso, duas grandes alterações
perniciosas aconteceram:
– Monoculturas: predomínio de certas espécies é tolerável,
mas não exclusivamente;
– Domesticação de outras espécies: quando o homem intervém,
fornecendo alimento e impedindo o animal de caçar, a Natureza cessa
imediatamente essa condição.
Mesmo que não haja sofrimento aparente, os animais que estão
confinados em jaulas, circos, apartamentos, casas etc. foram privados do que
sua natureza biológica necessita de mais básico. Sensações psicológicas como
medo, estresse, pânico e ansiedade são provocadas pela privação da liberdade,
realidade comum a todos os animais nessas condições.
Animais privados do
exercício de sua natureza são forçados a alimentar-se e a “movimentar-se”
inadequadamente por viverem confinados a espaços limitados.
Algo muito
diferente do que seria a vida em seu habitat natural.
Filhotes serão vendidos
como mercadorias e muitas vezes trancados em apartamentos ou em quintais com
correntes, impedidos de procurar nutrientes (não só biológicos, mas
psicológicos também) que realizariam enquanto indivíduos de determinada
espécie.
Psicologicamente, isto funciona como uma violência que, na maioria das
vezes, leva esses indivíduos a desenvolverem transtornos como estresse,
angústia, ciúmes, agressividade, ansiedade, pânico e tédio.
Nem todos os seres
humanos possuem sensibilidade quanto à posse e responsabilidade em relação aos
animais de estimação para minimizar essa condição de perda de liberdade, e por
várias outras razões, tais como velhice, doenças, crescimento excessivo do
animal, etc., animais são abandonados à sua própria sorte, sujeitos a todo o
tipo de maus-tratos.
ANDA – Como você vê os esforços atuais de entidades
independentes pelo fim do especismo?
Já é possível perceber eco no poder
público e em setores mais abrangentes da sociedade?
Martha Follain –
Especismo é a discriminação praticada
contra os animais, “fundamentada” no preconceito cultivado por seres que se
dizem morais, contra seres que não têm uma aparência igual à do Homo sapiens.
O
especista acredita que a vida de um membro da espécie humana, pelo simples fato
de o indivíduo pertencer à espécie humana, tem mais peso, mais importância do
que a vida de qualquer outro ser.
Os fatores biológicos que determinam a linha
divisória de nossa espécie teriam um valor moral – nossa vida valeria “mais”
que a de qualquer outra espécie.
Historicamente pode-se supor que a atitude
especista foi reforçada com a expansão
do cristianismo, que atribui ao homem um papel dominante sobre todas as outras
criaturas.
Para o cristianismo, o homem foi criado pela divindade à sua própria
semelhança, sendo assim, o “cerne” da criação.
Consequência nefasta do
especismo é considerar ser moralmente admissível infligir sofrimento a seres
que não pertencem à espécie humana.
E esse sofrimento, esse brutal desrespeito,
traduz-se em hábitos alimentares (comer carne – processo industrial de produção
em larga escala para abate e consumo), exploração animal (circos, touradas,
zoológicos etc.), uso do couro no vestuário, uso de cosméticos testados em
animais, vivissecção, isto é, submeter
os animais aos interesses exclusivos dos seres humanos.
O fato de a vida humana ser evidentemente valiosa não é
razão suficiente para dizer que humanos são superiores a qualquer outra forma
de vida.
Dessa forma, o movimento pelos direitos dos animais, contrapõe-se ao
especismo.
O movimento pelos direitos dos animais confere aos animais certos
privilégios e impõe algumas restrições na forma como humanos interagem com os
animais, opondo-se ao tratamento cruel em relação a eles, à sua utilização como
alimentação dos humanos, à sua exploração para entretenimento dos humanos, bem
como a quaisquer outras formas de exploração dos animais.
E os animais teriam “direitos”?
Sem dúvida: animais terão
direitos se humanos tiverem-nos.
“Humanos são animais, portanto, direitos dos
animais são direitos humanos!”, diz David Cowles-Hamar.
O princípio fundamental
deste movimento é que todos os animais não humanos merecem viver de acordo com
sua própria natureza, sem serem feridos ou abusados.
As bases científicas do
movimento começaram com as descobertas de Charles Darwin (séc. XIX), quando
este afirmou que humanos partilham sua ascendência com os primatas, não sendo o
resultado de nenhuma criação especial.
E, hoje, está cientificamente provado
que animais têm a capacidade de experimentar diversas sensações/emoções:
alegrar-se, entristecer-se, ter vontades, recordações e agir de modo
intencional.
O movimento pelos direitos dos animais pretende garantir que os
animais sejam tratados com o respeito que “merecem”, abolindo todas as formas
de exploração dos mesmos, por parte dos humanos.
Os principais objetivos são:
– Abolição da
exploração e abate de animais para consumo ou uso humano (recomendando o
vegetarianismo);
– Fim da exploração
de animais para entretenimento dos humanos (circos com animais, touradas,
zoológicos etc.);
– Abolição da experimentação em animais (experimentação com
fins comerciais e experimentação científica e médica”).
A Unesco proclamou em Bruxelas, em 27 de janeiro de 1978, a
Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
ANDA – Poderia deixar uma mensagem sobre a atenção que a
sociedade deve dar aos animais?
Martha Follain – Se os seres humanos possuem sentimentos, os
animais também – somos todos “animais”, de espécies diferentes.
Muitas pessoas,
arrogantemente, encontram dificuldade em aceitar essa afirmação, pois se
consideram o “produto” final e especial da criação – Divindade ou Natureza.
Obviamente a humanidade está em profunda dívida com os bichos, pois os tem
escravizado, humilhado e destruído através dos séculos, gerando danos e dor.
Talvez nem todos os seres humanos tenham percebido que os animais são seres
sencientes, com o mesmo direito inalienável de viver plenamente uma vida
decente e digna neste planeta.
Com os animais de estimação nosso compromisso
ainda é maior e mais delicado.
A partir do momento que alguém decide adotar um
animal, assume total responsabilidade por ele e sua vida: abrigo, alimentação
adequada, cuidados higiênicos, cuidados com sua saúde, atenção, carinho e amor.
E mais: harmonia energética e colaboração e apoio com sua evolução espiritual,
partindo-se do princípio de que somos todos seres “iguais” (talvez eles sejam
mais iguais, pois são melhores).
Os animais, nesse contato com o homem, estão
desenvolvendo, aprendendo e ensinando seus sentimentos, seus valores
essenciais.
Portanto, devemos ajudá-los nessa tarefa, e humildemente aprender
lindas lições de puro amor, em vez de tornar suas vidas miseráveis.
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