Quando
somos diagnosticados com diabetes, somos invadidos por um sentimento de medo,
ficamos sem chão.
É como se o mundo nos culpasse de alguma coisa e a pergunta é
: Por que eu?
E agora?
É como tivessem carimbando o nosso passaporte colocando
um limite de bagagem. Sentimentos mil se afloram na cabeça e a vida que devia
ser doce passa a ser amarga, que doce ironia ou seria ironia amarga?
Quando
temos alguém com diabetes em nossa família, por osmose, acabamos nos tornando
diabéticos também, passamos a enxergar um mundo de restrições.
Mas,
com o tratamento em andamento, vemos que podemos sim sobreviver à primeira
insulina e é com certeza mais dolorosa (a dor emocional)de todas, ainda
mais quand o se é uma criança.
Onde as cortinas de um palco de
fantasias acabam desabando em lágrimas.
Mas,
sem lamentações, o importante aqui é a atitude.
Pense assim: se está um
dia chuvoso, uso um guarda-chuva, capa para me proteger, a chuva não
vai me impedir de fazer o que eu tinha programado, só que vou ter que me
preparar mais, levar mais algum tempo para sair.
Assim é com a diabetes, já que
estamos diante dela, não resolve ir para o bastidor e ficar
se lamentando: Por que eu?
Deus não me ama!
E, sim, ir para o palco da
Vida, munido da abençoada insulina, e de toda tecnologia que existe para que
tenhamos qualidade de vida.
Lembre-se,
se você se cuidar isto quer dizer, parar de lamentar-se e colocar mãos à
obra, vai ver que não é tão difícil assim.
Eu não estou falando que
é fácil, mas que é possível, sim , viver plenamente, tendo disciplina com sua
saúde.
Sabendo
que uma pessoa que tem todos esses cuidados pode ter muito mais qualidade de
vida do que aquela que não tem diabetes, pois você está fazendo uma poupança,
pense nisso.
E é a melhor de todas, pois o lucro é certo: você inteiro.
A diabetes não vai lhe
impedir de realizar seus sonhos, ela não afeta sua inteligência, seu
raciocínio, sua percepção.
O
importante é você lidar com a diabetes como se ela fosse algo familiar, e o
segredo é fazer dela sua aliada e não sua inimiga.
Haverá dias
em que você vai ficar de "saco cheio", gritar...
Permita-se apenas 10
segundos, depois respire fundo, siga em frente, pois você está aqui para
se superar e, com certeza, para se organizar.
Se está alterado o nível de
açúcar, pode ser por n fatores, mas não se descontrole, pois hoje temos tudo
que uma pessoa docinho(é um termo usado em uma associação para crianças com
diabetes), precisa e o mais importante delas é o conhecimento, buscar
saber como a diabetes funciona.
Quando
você consegue equilibrar o nível de açúcar no sangue, tudo se normaliza.
E vá
vivendo um dia de cada vez e viva esse dia com muita alegria.
Faça atividades físicas,
musculação.
Mexa-se.
Hoje, a qualidade de vida
de um diabético é cem vezes melhor que há 30 anos.
Convivi com uma amiga
diabética, quando criança, ela gostava de chocolate (na época só existia da pan
e kopenhagem) refrigerante nem pensar, chocolate em pó e outros doces
diets, como gelatina, também não.
Ela media o nível de açúcar, apenas pela
urina -era o que existia na época.
Hoje, temos os aparelhos que medem em
segundos a glicos e com uma pequena gotícula de sangue, insulinas rápidas,
todos tipos de alimentos, conhecimento e mais informação.
E, por favor, não
se veja como um doente, veja-se como um lindo docinho abençoado por Deus.
Você está diabético, você
não é a diabetes.
A cura logo estará aí, para aqueles que se tratam bem, isto
quer dizer, para aqueles que se cuidam.
E
não se esconda da vida.
Eu sei que tem aquelas horas que você dá uma saidinha
da dieta, que seja antes de fazer atividade física, não vá se punir ou castigar
comendo doces fora de hora, quem se prejudica é você...
Quer chamar a atenção?
Culpar alguém?
Vamos
parar com isso, fique do seu lado 24 horas e não contra você.
Escute seu corpo,
veja como reaja, e tenha muita paciência com você mesmo(a) e não se sinta
culpado(a) ou diferente de ninguém, pois a qualidade de vida de um diabético
depende do controle dos níveis de açúcar, das atividades, da dieta e, sem
dúvida nenhuma, da Alegria de Viver.
Quem se cuida não se preocupa.
Veja-se
como um vitorioso, uma vitória a cada dia, não se desespere, confie em seu
tratamento e, principalmente, sempre se ame muito, muito, muito.
Na
Associação Doces Amigos da cidade de Cubatão, chamam as crianças diabéticas de
docinhos.
Eu achei maravilhoso a utilização deste termo, ele não deixa a
criança ficar com a auto-estima para baixo.
O mais importante para um diabético
é não se sentir um ser estranho, afinal, somos todos diferentes, uns gordinhos,
outros magrinhos, louros, altos, baixos e outros docinhos.
Márcia Kennusar, mãe de
um docinho.
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