sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
CÂNTICO DA ALMA
Não sou ego nem razão, nem sou mente ou pensamento,
Não posso ser ouvido ou vertido em palavras, nem pelo odor ou visão jamais ser captado:
Sou a consciência e a felicidade encarnadas, sou a
Bem-aventurança do bem-aventurado.
Não sou encontrado nem na luz, nem no vento, nem na terra, nem no céu.
Não tenho nome, não tenho vida, não respiro o sopro vital,
Nenhum elemento me conformou, nenhuma veste corpórea é minha morada:
Não tenho fala, nem mãos, nem pés, nem meios de evolução
Sou a conciência e a felicidade, e a Bem-aventurança em extinção.
Deixo de lado ódio e paixão, venci a ilusão e a cobiça;
Nenhum toque de orgulho me acaricia, assim, a inveja nunca é criada;
Além de todas as crenças, passada a influência da riqueza, da liberdade e do desejo,
Sou a conciência e a felicidade, e a Bem-aventurança é o meu ornamento.
Virtude e vício, ou prazer e dor não são a minha herança,
Nem textos sagrados, nem oferendas, nem oração, nem peregrinação:
Não sou comida, nem alimentação, nem sou aquele que come
Sou a consciência e a felicidade encarnadas, sou a Bem-aventurança do Bem-aventurado.
Não tenho medo da morte, nem me dividem abismos de raça,
Nenhum pai jamais me chamou de filho, nenhum vínculo de nascimento jamais me enlaçou:
Não sou discípulo, nem mestre, não tenho parente, nem amigo
Sou a consciência e a felicidade, e imergir na Bem-aventurança é o meu fim.
Não sou nem cognoscível, nem conhecimento ou cognoscente; ser informe é a minha forma,
Resido dentro dos sentidos, mas eles não são o meu lar:
Para sempre serenamente equilibrado, não estou livre, nem atado
Sou a consciência e a felicidade, é na Bem-aventurança que sou encontrado!
Cântico da Alma, cantado por Sankarachaya em seu Atman Ahatkam
Do livro A luz da ioga, de Yengar
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