sábado, 29 de maio de 2010
Ame A Si Mesmo
A meta da espiritualidade é amar ao próximo como a si mesmo.
Verdade?
Isso significa que se você está fazendo seu trabalho corretamente, você ama a si mesmo.
Você o faz?
Aprecia quem é e o que traz a mesa?
Você se sente suficientemente capaz e competente?
Se eu te pedisse que você fizesse duas listas, uma com as coisas que mais odeia em você e outra com as que mais ama em você, qual seria a lista mais longa?
Há um ditado na Cabala que diz que não entramos no templo para adorar Deus, mas sim que entramos no templo para revelar Deus dentro de nós.
Conheço tanta gente que se odeia completamente e me causa dor em ver isso.
Até o pior de nós tem muito amor, alegria e doçura para revelar.
Tudo o que precisa é aprender a aceitarmos a nós mesmos, cada dia, um pouco mais.
Aponte na modalidade de ser bom consigo mesmo.
Se você comete um equivoco, seja gentil, fale com si mesmo com uma voz calma e amável.
“Tudo bem.
Estou aprendendo.
Estou melhorando a cada dia.”
Enquanto mais abrirmos nosso coração a nós mesmos, mais poderemos abrirmos com os demais.Vou compartilhar um ensinamento do professor Shmuel Lemle sobre o “jogo do ego”:Jogo do Ego“Rabi Israel Bem Eliezer, o Baal Shem Tov, foi um dos maiores cabalistas de todos os tempos.
Vivendo numa época de grande pobreza, desespero e desconexão espiritual, ele trouxe esperança, felicidade e uma paixão espiritual renovada.
Certa vez, um aluno do Baal Shem Tov perguntou a ele quem seria seu sucessor.
Ele respondeu que só podia dizer quem não seria seu sucessor: aquele que dissesse que tinha a solução para o ego.
A explicação é que não existe solução para o ego, porque ele está sempre jogando conosco.
Por um lado não nos deixa ver e admitir o que fizemos de errado.
Por outro, nos diz:
‘Sou tão mau, sou o pior do mundo, não há saída para mim’.
Achar que sou o melhor ou o pior do mundo, tanto faz, o ego tem o controle, atacando de diferentes direções.”
Meditando nessa Sintonia nós percebemos que se não amamos a nós mesmos não poderemos amar aos outros.
Se não sentimos o amor dentro de nós mesmos, tendo um coração aberto para com nós mesmos, como poderemos abrir nosso coração para os outros, e conseqüentemente para a Luz?
Claro que há um equilíbrio no amar a si mesmo, porque esse “amor” pode virar prepotência e egocentrismo.
Tudo se trata de equilíbrio.
“Eu me amo para assim conseguir amar ao próximo.”
Esse é o equilíbrio.
E agora mais a fundo:
O que significa na prática amar a si mesmo?
Primeiro, significa aceitar nossas limitações e nossos defeitos.
Segundo, significa enxergar nossos defeitos (os físicos e os espirituais) como oportunidades de revelar muita Luz, já que nascemos “assim” somente para termos a oportunidade de diminuir nosso ego.
Num fim de semana passado eu fui à praia surfar e estava tendo um campeonato de bodyboard lá, e vi um monte de gente na areia e menos pessoas na calçada da praia.
Eu tenho um defeito físico que ativa demais o meu ego.
Esse defeito são os meus pés “chatos”.
Aí quando eu me arrumo para ir surfar meu ego de imediato grita:
“Num vai pela areia não!
Ta vendo não o monte de gente que tem lá e que vai olhar pros teus pés chatos e vai te zoar ou comentar?
Vai pela calçada, tem menos gente e você não vai passar vergonha.”
Aí me lembrei da história da “roupa de palhaço” que o Michael Berg conta no excelente livro para matar o ego, “Tornar-Se Como Deus.
A Cabala E O Destino Final.”
Aí pensei: Não vou pela calçada.
Vou pela areia porque quero acabar com você (ego).
Então fui pela areia, e a cada passo eu lutava contra a minha vergonha (ego) e contra meus pensamentos (ego) que dizia:
“Eita, tão olhando pros teus pés chatos e comentando.
Tão rindo dos teus pés chatos.
Etc e etc.
”E então eu me lembrei de mais um ensinamento da mulher do Michael Berg, a Mônica Berg, que dizia:
“O sorriso é uma grande arma espiritual”.
Então comecei a sorrir da situação e assim consegui passar por todas as pessoas que estavam na areia, e surfei, e inclusive peguei boas ondas!
Graças a minha alma eu consegui aproveitar um defeito meu e uma situação bem vergonhosa para diminuir meu ego e ganhar muita Luz em troca, porque foi muto difícil fazer isso, foi algo meio que suicida, entendem?
Mas valeu muito a pena.
E sabemos que quanto mais uma ação / situação for desconfortável (difícil) maior será a Luz e a transformação espiritual que ela revelará.
A minha intenção de relatar isso que me aconteceu é ilustrar a vocês que tudo é uma oportunidade de diminuir o ego e ganhar Luz em troca.
E só amando completamente quem a gente é (eu procuro amar os meus pés chatos agora) é que verdadeiramente acendemos e encontramos Deus dentro de nós.
Ficamos brilhantes, porque nos amamos, completamente.
Por: Yehuda Berg e Shimon Ferreira
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