quinta-feira, 22 de agosto de 2013

"A festa de Babette": um cardápio que entrou para a história


 
Cena de "A Festa de Babette", com Stéphane Audran no papel da francesa Babette

Simplesmente um grande filme.

Uma história singela e regada com champagne Veuve Clicquot, tradicional marca que é facilmente distinguida pelo seu rótulo laranja.

Você vai se deliciar vendo o verdadeiro ritual de uma noite com todos os sabores franceses.

Em 1871, em uma noite de tempestade, Babette chega a um vilarejo protestante na Dinamarca, fugindo da França durante a repressão à Comuna de Paris.

Ela se emprega como faxineira e cozinheira na casa de duas solteironas, filhas de um rigoroso pastor, sem qualquer remuneração.

Ali ela vive por quatorze anos, até que um dia, ganhado uma inesperada fortuna, ela pede permissão para preparar um jantar em comemoração aos centésimo aniversário do pastor e suas obras.

A princípio, os convidados ficam assustados com o que Babette, uma católica e estrangeira, poderia servir e temiam ferir alguma lei divina ao aceitar um jantar francês, mas acabam comparecendo.




Babette e as duas adoráveis senhoras que a acolhem em sua casa.

O sentido do filme é mesmo revelar que comer, de alguma maneira, é ser enfeitiçado.

Babette é uma artista que conhecia os segredos de produzir alegria pela comida.

Ela sabia que, depois de comer, as pessoas não permaneciam as mesmas.

Para isto, ela prepara um jantar memorável.

E coisas mágicas acontecem neste jantar.

Desconfiavam os endurecidos moradores daquela aldeota, que tinham medo de comer do banquete que Babette lhes preparara, pois achavam que ela era uma bruxa e que o banquete era um ritual de feitiçaria.

Achavam que Babette iria por suas almas a perder e que não iriam mais para o céu.

De alguma maneira, eles estavam certos mesmo.

Babette é uma autêntica feiticeira na cozinha.

Só que não do tipo que eles imaginavam.



Jantar memorável preparado por Babette para os membros de uma pequena igreja protestante em um vilarejo dinarmaquês.

O cardápio começa com a sopa de tartaruga com quenelles de vitela, acompanhada do vinho Clos de Vougeot de 1845 e continua com a deliciosa codorniz en sarcophage (codornizes recheadas de foie gras e trufas).

A festa gastronômica de Babette tem o blinis demidof (panqueca com creme azedo e caviar), servido com o champagne Veuve Clicquot de 1860 e vinho Amontillado, vinho espanhol de Jerez de La Frontera.

Depois a salada e os queijos.

Na sobremesa, baba ao rum, frutas, café, e um cálice de Marc Fine Champagne, destilado de uvas viníferas que os franceses apreciam como digestivo.

Assim, as durezas e rugas do corpo são sensibilizadas pelo paladar, os rostos endurecidos vão ficando bonitos pelo riso.

É este o conteúdo do grande filme “A Festa de Babette”.

O cardápio servido converteu-se numa espécie de cult da alta gastronomia, cozinheiros de todas as épocas e lugares clamando pela inspiração da quituteira francesa para reproduzi-lo em cada detalhe.
http://www.paulocannizzaro.com.br

Cidadão Kane, uma obra imortal do cinema




Orson Welles tinha pouco mais 20 anos de idade e mesmo assim dirigiu, produziu e roteirizou uma das maiores obras-primas da história do cinema.

Mais do que simplesmente um filme, a obra é um marco para a evolução das técnicas cinematográficas.

Produzido em1941 nos Estados Unidos, o filme foi considerado muito à frente do seu tempo, devido à abordagem dada a manipulação da massa através do meio de comunicação em questão: o jornal.


Cartaz do Filme Cidadão Kane


Filme baseado em fatos reais, inspirado na vida do magnata da comunicação Willian Randolph Hearst, nascido e criado em berço de ouro, que foi herdeiro de um jornal que ambicionava o crescimento do seu veículo de comunicação.

É até dificil definir com clareza a grandeza desta obra prima ou falar de Cidadão Kane: é complexo assistí-lo, é difícil medir até mesmo a dimensão de sua importância para o cinema.

É ainda impossível falar do filme sem levar em conta a época que fora realizado.

Se ainda hoje a produção tem impacto e denuncia toda a sujeira por trás do sistema jornalístico mundial, imagine o apocalipse que causou na tradicionalista e cheia de regras de conduta década de 40?

Um personagem sujo, egoísta e egocêntrico no meio de tantos galãs?

Uma guerra começando e a denúncia ali, na tela?

Era muito para as pessoas.

Na época de seu lançamento, diversas pessoas chegaram a abandonar as salas de cinema revoltadas e o filme foi muito mal em diversas críticas.

O filme começa com uma cena bem curiosa: um castelo, que em breve sabemos que se chama Xanadu, com uma placa de “afaste-se” pendurada na grade e uma câmera que vai passeando por ele, como se desfilasse até uma janela.

Até aí, nada demais para quem, de alguma maneira, está familiarizado com uma certa linguagem de boa qualidade no cinema.

No entanto, tudo isto teve um significado muito maior na época.

Depois a cena de transição passa para dentro do castelo e então, por um outro recurso técnico inovador, vemos uma pessoa segurando uma bola dizendo Rosebud.

Logo depois, ele a solta, entra uma enfermeira na sala e vemos que o homem está morto.



O último suspiro do poderoso Kane, um homem obcecado pelo acúmulo do poder, e Rosebud

Tem-se início um documentário.

Através dele, descobrimos que quem acabara de morrer é ninguém mais ninguém menos que Charles Foster Kane, um dos homens mais importantes da época.

O documentário tem duração de mais ou menos 10 minutos e mostra tudo resumidamente o que será aprofundado pelas próximas duas horas em Cidadão Kane.

A partir daí, vemos quem está realizando o tal documentário e que o mesmo não está satisfeito com o resultado provisório apresentado.

Na tentativa de tornar o conteúdo mais interessante, ele coloca seus jornalistas atrás da resposta sobre uma questão que será a espinha dorsal do filme: O que diabos significaria Rosebud, a última palavra proferida pelo gigante Kane?

Pode ser que nem todos achem a história de Cidadão Kane tão interessante, mas, analisando a sua importância, o filme é grandiosamente impecável.

Um destes clássicos do cinema que deve ser assistido por todos, não importa a idade, os valores humanos, as preferências ou sei lá mais o quê.

É um filme inesquecível e estará vivo facilmente por mais alguns sessenta anos.



Cena em Cidadão Kane

O filme foi considerado, por grande parte da crítica especializada, como o maior filme da história do cinema, figurando em primeiro lugar na lista do American Film Institute (AFI).

Os especialistas elegem pelo menos cinco razões que fazem Cidadão Kane aparecer em todas as listas dos grandes filmes:

1) A revolucionária estrutura do roteiro de Welles e Mankiewicz;

2) A singular composição fotográfica em claro-escuro, que leva às últimas consequências o estilo expressionista;

3) O efeito dramático obtido com o rebaixamento dos tetos do cenário;

4) O audacioso paralelo proposto entre o personagem Charles Foster Kane e o real magnata da imprensa William Randolph Hearst;

5) A permanência do mistério que envolve a palavra Rosebud.



Noite de estreia de Cidadão Kane

Para quem gosta do que é bom, Cidadão Kane é uma obra prima do cinema, verdadeiramente imortal.

Em qualquer lista de quem conhece bons filmes ele estará, com certeza, entre os melhores

http://www.paulocannizzaro.com.br/

A LISTA DE SCHINDLER




Cartaz do filme A Lista de Schindler, 1993.


Simplesmente imperdível.

Este é um dos filmes que, seguramente, ficou na história do cinema e na mémoria de toda pessoa que o viu.

Em 2007, o American Film Institute elegeu A Lista de Schindler como o oitavo melhor filme americano da história.

É também considerado pela crítica especializada como um dos melhores filmes já produzidos e diga-se de passagem que o filme é verdadeiramente perfeito, irretocável em toda a sua concepção, mesmo que em seu conteúdo tenham cenas tão doloridas do holocausto.

Merecidamente, este filme foi um verdadeiro sucesso de bilheteria; recebendo sete Oscars, incluindo melhor filme e diretor, sete BAFTAs e três Golden Globes.

O filme tem ainda uma singularidade que nao dá para esquecer: foi filmado todo em preto e branco, para criar um efeito sombrio e ambientar-se à história retratada.


SINOPSE:

Ele nos conta a história de Oskar Schindler, um empresário alemão que salvou a vida de mais de mil e duzentos judeus durante o Holocausto ao empregá-los em sua fábrica.

O filme foi dirigido por Steven Spielberg e escrito por Steven Zaillian, baseado no romance Schindler's Ark, escrito por Thomas Keneally.

É estrelado por Liam Neeson como Schindler, Ben Kingsley como o contador judeu de Schindler Itzhak Stern e Ralph Fiennes como o oficial da SS.


Cena do filme com Liam Neeson e Ben Kingsley, quando Schindler e seu contador redigem uma das listas.


Cena do filme com Liam Neeson e Ben Kingsley, quando Schindler, sua esposa e seu contador judeu caminham pela fábrica.


Schindler tornou-se membro do Partido Nazista em 1938. No início da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para a Polônia com um único objetivo: ganhar dinheiro aproveitando-se da situação da guerra.

No entanto, ao enxergar a dor dos judeus ele jogou a sua fortuna fora para salvar judeus.

Em Cracóvia, ele abre uma fábrica de armas esmaltadas, onde passa a empregar trabalhadores judeus. A origem destes trabalhadores era do Gueto de Cracóvia, local onde as pessoas começaram a ser divididas.

Em março de 1943, o gueto foi ativado e os moradores que não foram para o local, foram enviados para o campo de concentração de Plaszow.

Os operários de Schindler trabalhavam o dia todo em sua fábrica e à noite voltavam para Plaszow.

Quando, em 1944, os administradores de Plaszow receberam ordens de desativar o campo, devido ao avanço das tropas russas (o que significava mandar os seus habitantes para outros campos de concentração onde seriam mortos), Oskar Schindler convenceu-os através de suborno que necessitava desses operários "especializados" e é assim que se cria a famosa Lista de Schindler.

Os judeus integrantes desta lista foram transferidos para a sua cidade natal de Zwittau-Brinnlitz, onde Schindler colocou-os em uma nova fábrica adquirida por ele.


Treze páginas da lista de Schindler, encontradas em meio às anotações de pesquisa de Thomas Keneally em uma biblioteca na Austrália.

A lista, datada de 18.04.1945, salvou 801 judeus nos dias finais da Segunda Guerra Mundial.

Ao término da guerra, 1.200 judeus entre homens, mulheres e crianças foram salvos.

Nos últimos dias da guerra, antes da entrada do exército russo na Morávia, Schindler conseguiu ir para a Alemanha, em território controlado pelos Aliados.

Ele livrou-se de ser preso devido aos depoimentos dos judeus a quem ajudara.

Passada a guerra, ele e a esposa Emilie foram agraciados com uma pensão vitalícia do governo de Israel em agradecimento aos seus atos humanitários.

O seu nome foi inscrito, junto a uma árvore plantada no centro da cidade por ele, na Avenida dos Justos entre as Nações do Museu do Holocausto em Jerusalém, ao lado do nome de outras cem personalidades não-judias que ajudaram os judeus durante o Holocausto.

Durante a guerra, Schindler tornou-se próspero, mas gastou o seu dinheiro com a ajuda prestada aos judeus que salvou e com empreendimentos que não deram certo após o término da guerra.

Viveu na Alemanha e morreu pobre num hospital com 66 anos de idade.
Católico, mas não praticante, foi enterrado no cemitério cristão no Monte Sião, em Jerusalém, com honras de herói.


Memorial de Oskar Schindler em sua cidade natal de Svitavy, na República Tcheca.


Schindler (com chapéu na mão) e um grupo de judias salvas por suas listas, em 1946.


"Ele que salva uma única alma, salva todo o mundo"
A inscrição judia em um anel presenteado a Schindler pelos judeus de Brunnlitz.

http://www.paulocannizzaro.com.br

Ben-Hur




Cartaz Original de Ben-Hur


Ben-Hur é um drama épico bíblico dirigido por William Wyler.
O roteiro foi baseado no romance de mesmo nome do escritor Lew Wallace.
O contexto da história narrada no filme reporta-se ao sétimo ano do reinado de César Augusto e, nesta época, temos o aparecimento da vida do princípe hebreu Judah Ben-Hur, praticamente no mesmo período de Jesus Cristo.
A história é linda.


SINOPSE:

Em Jerusalém, no início do século I, vive Judah Ben-Hur, um rico mercador judeu.
Com o retorno de Messala, o amigo de sua juventude que agora é o chefe das legiões romanas na cidade, há um desentendimento entre os dois devido a visões políticas divergentes.
Messala, então, condena Ben-Hur a viver como escravo em uma galera (navio movido a remos) romana, mesmo sabendo da inocência do ex-amigo.




Todo o filme é desenvolvido a partir de um tolo incidente que teve a mãe e a irmã de Ben-Hur como protagonistas, sem nenhuma culpa.
Uma telha cai da casa de Ben-Hur na hora da passagem dos guardas de Cesar Augusto.

Agravado pela recusa de Ben-Hur em denunciar os patriotas hebreus em luta contra o ocupador romano, Messala destrói a casa e a família do antes amigo Ben-Hur.
A mãe e a irmã são jogadas numa masmorra e Ben-Hur é condenado às galés.

Cerca de três anos depois, escravizado, Ben-Hur, quem sabe também por uma providência divina, numa batalha no mar, salva Quintus Arrius de um naufrágio e, assim, o almirante romano liberta Ben-Hur, adotando-o como filho legítimo de sua fortuna.
Ben-Hur, então, é alçado a posição de um patrício romano, herdeiro de Quintus Arrius e herói das corridas de quadrigas.



Em busca de sua mãe e da irmã, ele decide partir para a Judeia e vai ajustar as contas com Messala, numa corrida emocionante de quadrigas, que por si só já justifica o filme.
As cenas da corrida são impressionantes!


Cena de Ben-Hur

Seguramente, Ben-Hur foi o grande acontecimento de 1959: uma das maiores experiências da história do cinema; recorde de premiação na época, levando onze oscares da Academia; consagrou Charlon Heston como o herói de todos os filmes épicos; foi um estrondoso sucesso de bilheteria e uma das grandes super produções do cinema americano.

Definitivamente, trata-se mesmo de um épico grandioso e espetacular sobre a vida agitada de um princípe hebreu, que se torna escravo, depois nobre romano, héroi popular nas corridas de quadrigas entre Jerusalém e Roma e que cruza o destino de Jesus Cristo.

Os encontros de Ben-Hur com Jesus Cristo são de uma delicadeza também muito marcante.
William Wyler assinou um filme admirável, pela sua dimensão de ser uma aventura romântica, mística e heróica.

Mais de cinquenta anos depois, o filme ainda impressiona pela sua grandiosidade, pela comovente narrativa humana e com cenas que são impossíveis de serem esquecidas.
Ben-Hur buscando sua mãe e irmã no Vale dos Leprosos e a corrida de bigas, são cenas que perseguem sempre a memória de quem ama o cinema de qualidade.

O filme ainda carrega algumas curiosidades:
A produção de Ben-Hur foi uma bem-sucedida tentativa da MGM de sair da ameaça de falência e o ator Burt Lancaster recusou o papel de Judah Ben-Hur porque, segundo o ator, a história continha conceitos violentos aos quais discordava.
Além deLancaster, os atores Marlon Brando e Rock Hudson também recusaram o papel-título.

Todo o visual deslumbrante de Ben-Hur é resultado de um trabalho técnico da mais alta qualidade, tudo muito esmerado.
A perfeccionista direção de arte da dupla Edward C.Carfagno e William A.Horning, trabalhou detalhadamente em cada uma das muitas locações que o longa utilizou.

Tudo sugere bastante realismo, ambientando perfeitamente o espectador à trama: os belíssimos figurinos de Elizabeth Haffenden; os cavalos brancos e escuros como uma sutil representação simbólica do lado bom e mau da disputa; a direção de fotografia de Robert Surtees que aproveita ao máximo a beleza da região para criar um esplendor visual repleto de cores vivas e intensas e a trilha sonora impecável de Miklos Rozca.

Os adjetivos são poucos para definir este filme: grandioso, magnífico, impecável...

http://www.paulocannizzaro.com.br/

Gandhi, um grande filme para homenagear um grande homem

"Deus é verdade", Gandhi.
 

Mais um daqueles filmes imperdíveis.
O ator Ben Kingsley está magnífico no papel de Gandhi.
Com uma direção irretocável de Richard Attenborough, o filme de 1982 impressiona pela grandiosidade, mostrando a peregrinação desse fascinante líder em busca da pacificação e independência de um povo.

Cena do filme "Gandhi", com Kingsley na melhor atuação de sua carreira.
 
O filme começa com o assassinato do grande líder e sequencialmente com o seu cortejo fúnebre.
Em flashback, volta-se ao passado, para o tempo em que o jovem advogado Gandhi encontrava-se na África do Sul, período esse em que teve contato pela primeira vez com um regime dolorido de extrema discriminação racial: o Apartheid.
Acredita-se que o episódio em que fora expulso de um trem, com ele ainda trabalhando como advogado, por se recusar a deixar a primeira classe, tenha sido o evento que despertou sua consciência social, sua visão humanista e universal.
Gandhi na frente de seu escritório, na África do Sul
A partir de então, começam as inúmeras manobras de desafio às autoridades britânicas em nome dos direitos civis da minoria hindu na África do Sul, contestando o sistema social baseado na desigualdade e se apropriando da desobediência como instrumento para tanto.
Quando Gandhi tombou, por obra de três balas de um fanático assassino, muito da consciência da humanidade ficou sem porta-voz, como disse o general George Marshall, então secretário de Estado dos Estados Unidos.
 
A humanidade empobreceu.
Em sua terra e no estrangeiro, com as armas da doçura, da franqueza, da honestidade, da humildade, da não-violência, ele construiu uma história, uma narrativa de êxito desusado, com meios também inusitados.
 
Um dos termos mais usado para defini-lo foi “satyagraha”,termo sânscrito para “firmeza na verdade”.
Em 31 de janeiro de 1948, às margens das águas sagradas do Jumna, perto de Nova Deli, quase meio milhão de pessoas esperou, ao sol, que a procissão fúnebre chegasse ao sítio da cremação.
Naquele dia predominava o branco—o branco dos sáris de algodão, das mulheres, bem como das vestimentas, dos capuzes e dos turbantes dos homens.

Procissão fúnebre de Gandhi, em 1948.

Quando morreu, Gandhi era o que sempre fora: um cidadão comum, sem riqueza, sem bens de raiz, sem títulos, sem posição oficial, sem distinção acadêmica e sem realizações científicas.
Não obstante, os chefes de todos os governos, exceto os do governo soviético, e os líderes de todas as religiões, prestaram-lhe homenagens.
 
O presidente Truman, o rei da Inglaterra, o presidente da França, o arcebispo de Canterbury, o papa Pio XII, o rabino-chefe de Londres, o dalai-lama do Tibete e mais de três mil outras personalidades estrangeiras enviaram mensagens de condolências, não solicitadas, à Índia.
 
O Conselho de Segurança das Nações Unidas interrompeu as suas deliberações para render tributo a Gandhi e enaltecer a sua devoção à paz, bem como as suas qualidades espirituais.

Philip Noel-Baker, delegado britânico, louvou Gandhi como tendo sido o amigo dos mais pobres, dos mais abandonados e dos perdidos” e colocou que as grandes realizações de Gandhi ainda estavam por vir.
Gandhi tornou a humildade e a verdade mais poderosas do que impérios”, disse o senador norte-americano Arthur H.Vandenberg.
 
Não conheço outro homem, de qualquer época, e, com efeito, nem na história recente que haja demonstrado, tão poderosa e convincentemente, o poder do espírito sobre as coisas materiaisdeclarou Sir Stafford Cripps, estadista britânico.
 
Eu nunca vi Gandhi, não conheço seu idioma. Nunca pus os pés em sua terra.
E, contudo, sinto o mesmo pesar, como se eu houvesse perdido alguém próximo e caro.
O mundo inteiro foi lançado à tristeza, devido à morte desse homem extraordinárioescreveu Léon Blum, antigo primeiro-ministro francês.

Sugestão de leitura


Outra sugestão ainda: se quiser conhecer melhor ainda a vida deste líder leia o livro mais recente da Companhia das Letras, “Mahatma Gandhi e sua luta com a Índia”, de Joseph Lelyveld.
Esse autor nos conta passagens bem curiosas da vida dele, nos fazendo seguramente conhecer mais um pouco sobre a riqueza de sentimentos de uma das maiores figuras da humanidade.

Cerveja e doces, boas heranças da família real portuguesa no Brasil





Fotografia do Museu da Bohemia em Petrópolis, RJ. Cervejas produzidas pela Imperial.



Um dos primeiros rótulos da brasileira "Brahma"

Conta-se que a origem da cerveja é muito antiga.
Atribui-se que qualquer bebida que tenha sido elaborada com cereais nos últimos 8.000 anos possa ser considerada como cerveja, mesmo que ela tenha mudado a sua apresentação ou o seu gosto ao longo dos anos.

Estima-se que os sumérios e egípcios produziam cervejas há mais de 5.000 anos.
Também os babilônios já fabricavam mais de dezesseis tipos de cerveja de cevada, trigo e mel há mais de 4.000 anos antes de Cristo.
De fato, a bebida é muito antiga.

Na América do Sul, séculos antes da chegada dos espanhóis, os incas já bebiam cerveja de grãos de milho.
O mais antigo código de leis conhecido, Hamurabi, declarava que a pena de morte poderia ser imposta àqueles que diluíam a cerveja que vendiam.

Papiros egípcios, de cerca de 1.300 antes de Cristo, já se referem ao regulamento de venda de cerveja. Na Idade Média, a cerveja foi utilizada como mercadoria para comércio, pagamento e impostos.

Os monges aperfeiçoaram a tecnologia cervejeira e serviram, de certo modo, como vendedores por atacado.
No século 14, a cidade de Hamburgo, no norte da Alemanha, era o centro cervejeiro da Europa, com mais de mil mestres cervejeiros.

A Lei da Pureza (“Reinheitsgebot”), que é o mais antigo código de alimentos do mundo vigente no mundo, determinava que apenas água, malte, lúpulo e levedura podem ser utilizados na elaboração da cerveja. Ela foi instituída pelo Duque Guilherme IV da Baviera, em 1516.

"Cerveja Marca Barbante" foi a denominação genérica dada às primeiras cervejas brasileiras que, com sua fabricação rudimentar, tinham um grau tão alto de fermentação que, mesmo depois de engarrafadas, produziam uma enorme quantidade de gás carbônico, criando grande pressão.
A rolha era, então, amarrada com barbante para impedir que saltasse da garrafa.
Refrescante e de baixo teor alcoólico, a cerveja foi aos poucos conquistando popularidade em nosso país tropical.


No Brasil, a cerveja demorou a chegar, pois os portugueses temiam perder o filão da venda de seus vinhos.
A cerveja chega ao Brasil em 1808, trazida pela família real portuguesa, acompanhando a mudança para o então Brasil-Colônia. Consta que Dom João VI, grande apreciador de cerveja, não podia ficar sem consumir a bebida.
Com a abertura dos portos às nações amigas de Portugal, a Inglaterra foi a primeira a introduzir a cerveja na antiga colônia.




Companhia Antarctica Paulista

A bebida consumida pela população era a“Gengibirra”, feita de farinha de milho, gengibre, casca de limão e água, essa infusão descansava alguns dias, sendo então vendida em garrafas ou canecas, ao preço de 80 réis.
A “Caramuru” feita de milho, gengibre, açúcar mascavo e água, esta mistura fermentava por uma semana e custavam 40 réis o copo.

Bem antes, entre mitos, lendas e a história propriamente dita, pesquisas apontam ainda a ocorrência de menções à cerveja ao longo da história brasileira e a principal narrativa conta que ela começa com a chegada de Maurício de Nassau ao Recife em 1637.
Ele veio rodeado de artistas, cientistas, astrônomos e médicos, mas não se esqueceu da cerveja.

Neste período próspero, a cidade de Recife tornou-se o principal porto da Companhia das Índias Ocidentais no Brasil, tendo também a primeira ponte, o primeiro observatório astronômico e a primeira fábrica de cerveja das Américas (Nassau trouxe uma fábrica de cerveja desmontada para o Brasil).


Cerveja Guarany, da Brahma




Propaganda das cervejas Brahma

Com esta influência europeia, sobretudo pela mão das senhoras portuguesas, nossa mesa brasileira ficou cheia de deliciosas maravilhas.
A ceia com peru, as bebidas, o bom vinho, as rabanadas, bolos, o bacalhau, as castanhas, o quindim, os pastéis e o cozido.
Fartamos nossos hábitos destes estrangeirismos, muito pelas mãos influenciadoras da família real, que nos ensinou e expandiu estas tradições.


Alguns dos famosos doces portugueses "conventuais".

Gilberto Freyre chegou a dizer que “sem o português não haveria a cozinha brasileira”.
Exatamente na maravilhosa confeitaria, por exemplo, é onde ainda se aplicam muitas das técnicas da gastronomia lusa, onde os doces já valem também pela história.
Em Portugal, as freiras usavam claras de ovos para engomar seus trajes.
Assim, sobravam as gemas e dessa forma surgiram os “doces conventuais” que, no início, eram vendidos apenas nos conventos: fios de ovos, barriga de freira, toicinho do céu, pastel Santa Clara, etc

http://www.paulocannizzaro.com.br

A história do leque e o uso no Brasil


 

Leques Japoneses

Diz-se que há relevos e pinturas que atestam a antiguidade do uso de leques remontando à dinastia egípcia, existindo também testemunhos de seu uso na Assíria, Pérsia ou Índia.


Originalmente, eles não podiam ser abertos e fechados como os conhecidos de hoje.
Tinham um grande porte, sendo manuseados por escravos.

O uso destinado aos leques era ligado a momentos cerimoniais das classes mais elevadas. Representava uma grande honra poder abanar o Faraó.

Os gregos, no século V a.C., adotaram o uso dos leques.

Abanar a esposa enquanto ela dormia era uma prova de amor.
Há uma lenda que diz que Eros, Deus do Amor, criou o leque ao arrancar uma asa de Zéfiro, o Deus do Vento do Oeste, para refrescar sua amada Psique enquanto ela dormia em um leito de rosas.

Estes leques eram bem diferentes dos atuais e geralmente eram de tecidos ou penas.

Em um primeiro contato com o Oriente, durante as Cruzadas, entre os séculos XII e XIII, teriam chegado novos tipos de leque à Europa.
Mas o tipo de leque mais conhecido até os dias de hoje teve origem na China do século VII.
Ao que consta, um inventor inspirado nas asas de um morcego elaborou um leque de pequeno porte que abrisse e fechasse com facilidade, surgindo os leques retráteis, antepassados dos que conhecemos hoje.

Este mesmo leque inventado na China chega até o Japão e é lá que os europeus descobrem a novidade, trazendo para a Europa em fins do século XV pelas mãos dos portugueses, quando começaram a estabelecer rotas comerciais com o Oriente.




O leque tornou-se um item indispensável no vestuário das damas.

Somente no século XVII ganha a forma com a qual é conhecido até hoje, tornando-se não apenas um instrumento utilitário, mas como uma espécie de vitrine para expressar os gostos de uma época.


Foram introduzidos barrados, relevos, incrustações e adicionados materiais nobres em sua fabricação.



Leque trabalhado com franja, pedras preciosas e renda.

Exibição no Museu Carlos Costa Pinto, em Salvador/BA

O leque acabou por converter-se em forma de comunicação, em momentos em que as palavras poderiam não ser adequadas.


Assim, criou-se uma linguagem própria do leque, servindo para enviar mensagens, tudo muito discretamente.

Esta linguagem do leque ao que consta, nasceu na Corte Francesa do século XVIII, tendo nas cortes dos reis Luis XIV e Luis XV o seu período áureo.

Nesta época, tornou-se complemento indispensável no vestuário de uma grande dama.

No Brasil, a moda e o uso dos leques chegam mais tarde, com a chegada da Família Real Portuguesa e boa parte da Corte ao Brasil.Com D. João VI, foi introduzido no Brasil o costume dos leques comemorativos, nos quais eram retratados momentos importantes.


No período do Império, estes leques comemorativos eram feitos na China e importados para o Brasil, tendo em um lado a cena comemorativa e do outro, motivos orientais decorativos.

A era dos leques enquanto utilitários chega ao fim nos anos de 1930, mas até os dias atuais, em alguns países e em ocasiões especiais continua sendo um sinônimo de elegância.


A fabricação de leques é reduzida no Ocidente, tendo uma faixa de preços bem variável, custando desde uma simples moeda até uma pequena fortuna.

O país que mais produz leques atualmente é a China, justamente a terra onde o leque articulado foi criado.

A LINGUAGEM DOS LEQUES:



Durante seu período áureo, o leque era utilizado pelos homens e mulheres como forma de comunicação.

Como dito, o leque não exercia apenas a função de refrescar as damas, era uma fonte de linguagem. Uma dama deveria saber se portar com um leque.

Alguns exemplos desta linguagem:

Eu amo-o: Esconder os olhos com o leque aberto;

Aproxime-se: Andar com o leque, conduzindo-o aberto na mão esquerda.

Amo outro: girar o leque na frente do rosto com a mão esquerda.

Quando nos veremos? Leque aberto no colo.

Não me esqueça: Tocar o cabelo com o leque fechado.

Adeus: Abrir e fechar o leque.

Sim: Apoiar o leque no lado direito da face.

Não: Apoiar o leque no lado esquerdo da face.

Preciso falar com você: Tocar o leque com as pontas dos dedos.

Desculpe: Manter o leque aberto na altura dos olhos.

http://www.paulocannizzaro.com.br/

A Moda Como Linguagem





 Vestir uma roupa é muito mais do que seguir as tendências da moda.
É como você se apresenta ao mundo e comunica as pessoas que estão ao seu redor a sua personalidade e individualidade.
Ao longo dos séculos a roupa feminina evoluiu, mas permanece a sua função de comunicação social. Um acessório que foi muito útil as mulheres das cortes européias foi o leque, usado como objeto de sedução e conquista e que mantém seu charme até os dias de hoje.




































http://nandolopezevoce.blogspot.com.br

VARIOS PPS / 3


 



Poema dos Dons
Jorge Luiz Borges - Poema dos Dons.pps 1088.5 kb



Um aloha para ti!!!
ALOHA.pps 1702.5 kb



Bernardette
Bernardette-2 (2).pps 487 kb


A Escolha E Sua
Crystal - A Escolha E Sua.pps 678.5 kb

Quando me amei
 Kim McMillen - Quando me amei.pps 618 kb


O que te faz feliz
 Sofia Morgado - O que te faz feliz.pps 717 kb


Renascer
 Crystal - Renascer.pps 536.5 kb



Claret jugs collection
 Claret jugs collection.pps 3538.5 kb


HISTÓRIA DA CRIAÇÃO
 A_Criacao.pps 452.5 kb


Mundo muçulmano: chocante!
 MUNDO_MUÇULMANO.wmv.wmv 4416.6 kb


FLORES HUMANAS
20120428193522Fichier.pps 3709 kb


Extraordinaire
extraordinairetourdecartes!11.wmv 5680.7 kb


LINDO DEMAIS
Relaxa escuta e admira.pps 1398.5 kb


Theatro Municipal Rio de Janeiro
Theatro Municipal do Rio _.pps 9491 kb


Hoje é dia do amigo
 Amigo_-_Definição.pps 308 kb


Caricaturas Papa FRANCISCO
 PAPA FRANCISCO CARICATURAS SIMPATICAS2.pps 2786 kb


CONVITE - FAVOR CONFIRMAR
 Convite-1.pps 388 kb


Extraordinaire
extraordinairetourdecartes!11.wmv 5680.7 kb


Inteligente. Tirocínio.
Sabe quem eu sou.mpg 5146 kb


A Simplicidade como Caminho
Assista e Reflita!!!

http://www.youtube.com/watch?v=BjZ52Mlo9Fo

Um grande LIDER


Papa Francisco um homem iluminado por Deus!

Para: Este Papa é mesmo um homem iluminado e dono de uma humildade ímpar, um líder nato e, não importa a religião que cada um segue, ele vem tocando o coração de muita gente, num momento em que a humanidade está precisando muito.
Que Deus o abençoe em sua caminhada espiritual!
 
Relato do Grupo Espírita Allan Kardec (do Recife)
O Papa está celebrando uma Missa muito peculiar: os convidados são os jardineiros e o pessoal de limpeza do Vaticano.
Num momento da celebração ele pede a todos que orem em silêncio, cada um pelo que o seu coração deseja. Nesse instante, ele levanta-se da sua cadeira presidencial que está na frente e vai sentar-se numa das últimas cadeiras para fazer a sua própria oração.
 
Dá a impressão de que este chefe preferiu que todos se centrem em ver de frente a verdadeira razão da sua existência, esse Cristo crucificado que está ali presente e não em que o vejam a ele, o seu chefe, que não é mais que um homem que falhou e continuará a falhar, e a quem hoje todos chamamos o Papa Francisco.

A famosa diferença entre chefe e líder é absoluta nesta foto.
 
O chefe sempre se emproa, pondo-se à frente para que todos o vejam e lhe obedeçam, enquanto que o líder sabe quando se deve sentar atrás, não incomoda, acompanha, facilita o caminho para que os outros consigam os seus propósitos; o líder é capaz de desaparecer no momento oportuno, para que os seus companheiros cresçam e se centrem no que é verdadeiramente importante.
 
O líder não teme perder o seu lugar, porque sabe que, muito para além do “seu lugar”, trata-se de ajudar aqueles que se encontrem no seu caminho.

Na foto (abaixo), o admirável Francisco está de costas.
 
Ele sabe que muitos o queriam ver de frente, mas neste instante tão íntimo, ele prefere ficar de costas para os fotógrafos e dar a cara a esse Deus de todos, Amor para o jardineiro e Amor para o Papa, esse Deus que não diferencia o abraço nem dá mais por um ou por outro, ambos são pecadores e ambos precisam d’Ele.

Quantos chefes terão a capacidade de ir sentar-se naquela cadeira de trás?

Quando é que mães e pais teremos que “celebrar” essa cerimônia chamada vida com os nossos filhos, e num momento oportuno sermos capazes de nos sentarmos atrás, para que eles fiquem de frente para a sua missão?

Quantos poderemos voltar as costas aos aplausos, à barafunda dos “clicks”, aos elogios, para dar a cara, num momento íntimo, a essa oração profunda que torna o nosso coração despido de orgulho, a um Deus que deseja com fervor escutar-nos?
 
 
 

Quatro funções secretas no seu celular







Existem quatro funções -secretas- muito legais no seu celular que você não sabia!

 (Algumas delas, podem até salvar sua vida)
Veja o que ele pode fazer por você:

Emergência I

O número universal de emergência para celular é 112!
Se você estiver fora da área de cobertura de sua operadora e tiver alguma emergência, disque 112 e o celular irá procurar conexão com qualquer operadora possível para enviar o número de emergência para você, e o mais interessante é que o número 112 pode ser digitado mesmo se o teclado estiver travado.
Experimente!

Emergência II

Você já trancou seu carro com a chave dentro?

Seu carro abre com controle remoto?
Bom motivo para ter um celular.
Se você trancar seu carro com a chave dentro e a chave reserva estiver em sua casa, ligue pelo seu celular, para o celular de alguém que esteja lá.
Segure seu celular cerca de 30 cm próximo à porta do seu carro e peça que a pessoa acione o controle da chave reserva, segurando o controle perto do celular dela.
Isso irá destrancar seu carro, evitando de alguém ter que ir até onde você esteja, ou tendo que chamar socorro.
Distância não é impedimento.
Você pode estar a milhares de quilômetros de casa, e ainda assim terá seu carro destrancado.

Emergência III *3370#

Vamos imaginar que a bateria do seu celular esteja fraca.

Par ativar, pressione as teclas: *3370#
Seu celular irá acionar a reserva e você terá de volta 50% de sua bateria.

Essa reserva será recarregada na próxima vez que você carregar a bateria.

Emergência IV *#06#*

Para conhecer o número de série do seu celular, pressione os seguintes dígitos: *#06#*

Um código de 15 dígitos aparecerá.
Este número é único.
Anote e guarde em algum lugar seguro. Se seu celular for roubado, ligue para sua operadora e dê esse código.
Assim eles conseguirão bloquear seu celular e* o ladrão não conseguirá usá-lo de forma alguma*.
Talvez você fique sem o seu celular, mas pelo menos saberá que ninguém mais poderá usá-lo.