sábado, 4 de maio de 2013

O amor perante a indignidade

 


É comum o cristão experimentar a angustiante sensação de que não está à altura da crença que esposa.

Ele pensa que não se esforça o bastante para viver o que acredita.

Ou que seus esforços não dão os resultados que gostaria.

Uma triste dúvida por vezes lhe baila na mente:

Será que ele é apenas um hipócrita, enamorado de belos ideais, mas sem colocá-los em prática?

O modelo cristão é bastante elevado.

Trata-se da figura do Cristo, sublime sob todos os aspectos.

Embora em constante contato com seres ignorantes e transviados, preservou Sua pureza.

Ensinou, curou e exemplificou as mais excelsas virtudes.

Submetido às maiores violências, perdoou imediatamente.

Rigorosamente paciente com os simples e ignorantes, soube usar de energia ao tratar com os poderosos e os sábios de coração vazio.

Jesus alterou a História e os valores da Humanidade.

Com ele, a palavra amor ganhou uma nova acepção.

Não mais se tratava apenas de erotismo ou de amizade, conforme o legado dos filósofos gregos.

Tinha-se doação incondicional, sem qualquer expectativa de retorno.

Surgiu a concepção de que o semelhante deve ser amado apenas porque existe, independentemente de seus valores e de seus atos.

Aí reside um fator de dificuldade para uma boa parte dos cristãos.

A figura de Jesus cintila em Suas perfeições.

O relato de Seus feitos provoca um intenso desejo de segui-Lo, de imitar-Lhe a conduta.

Mas para isso é preciso desenvolver um amor desinteressado e abrangente.

Entretanto, a Humanidade parece tão lamentável e suscita tão pouca simpatia!

Pessoas genuinamente boas são raras no Mundo.

Já os desonestos são tão abundantes e ardilosos!

As notícias sobre políticos corruptos não colocam o coração humano em disposição amorosa.

Os criminosos sempre estão a conseguir um modo de sair da cadeia.

Vê-se por todo lado a esperteza, a desonestidade e o egoísmo.

Parece que todo mundo está à cata de vantagens e de privilégios.

Fala-se mais em greves do que em serviços eficientemente prestados.

Amar uma Humanidade assim parece uma tarefa bem difícil, quase impossível ...

Entretanto, Jesus é o Modelo e conviveu com homens ainda mais rudes e os amou.

Um fator importante a considerar é que cada qual recebe conforme suas obras.

A Justiça Divina preside a harmonia universal.

Não é necessário gastar tempo com atitudes de revolta e inconformismo.

As leis humanas são falhas e freqüentemente são burladas.

Mas as Leis Divinas são incorruptíveis e infalíveis.

Todo ato, seja digno ou indigno, tem naturais e automáticas repercussões.

Assim, os que se permitem viver no mal devem apenas ser lamentados.

Eles estão semeando dores em seus destinos.

Conforme afirmou o Mestre na cruz, eles não sabem o que fazem.

Ciente dessa realidade, não deixe que a miséria moral alheia seja um obstáculo à sua piedade e ao seu amor.

Mesmo que você não consiga fazê-lo com perfeição, esforce-se em amar seu semelhante.

Os ignorantes e indignos são apenas os mais necessitados de compreensão e auxílio.

Pense nisso.




Redação do Momento Espírita.

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