quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vai um Petisco aí??


Artigo publicado pelo jornal "A Tribuna", edição n. 9152, de 08/12/09, pg. A6


No último final de semana visitamos meus pais em uma cidade vizinha (cerca de sessenta quilômetros de Piracicaba).
É evidente que não deixaríamos de levar nosso cão!
Uma Rottweiler fêmea, de dois anos, chamada Liv.
Interessante como a questão de viajar com o animal ainda chama a atenção de muitos, com se estivéssemos levando no carro um “homem das cavernas”, ou um “pé-grande”.

Durante a viagem, Liv oscilou entre euforia, cansaço e tédio, tudo em questão de pouco mais de uma hora.
Às vezes reflito em como um cão vive sua vida de forma intensa, e quão sofrido deve ser para aqueles que passam os dias presos, trancados, sem atividades nem atenção.

Antes mesmo de chegar à rodovia, ainda no posto de combustível, Liv já dava piruetas no banco traseiro enquanto abastecíamos o carro.
Deu pra perceber o terror nos olhos do frentista.
Nem passava pela sua mente que o maior mal que nosso cão poderia causar, (se escapasse), seria um banho de gasolina em todos nós, e lambidas no pé.
Liv adora entrar debaixo de mangueiras pra morder o jato de água, mas infelizmente ainda não posso exigir dela que reconheça a diferença entre uma mangueira de jardim e uma mangueira de combustível.

Sobre lamber os pés dos outros, ela ainda está sendo educada em relação a isso.
Você que tem um animalzinho e pensa que pode ser complicado viajar com ele, saiba que hoje no Brasil existem mais pets shop que farmácias, (Revista Veja, Edição 2122, de 22 de julho de 2009).

Em qualquer cidade podemos encontrar veterinários “plantonistas”, e inclusive em algumas regiões, verdadeiros “hospitais veterinários”.
Naquele domingo, acordei por volta das seis da manhã para fazer uma caminhada.
Pensei em aproveitar para tomar café da manhã em alguma padaria, mas, após cinqüenta minutos de percurso, a única coisa aberta que encontrei foi justamente um pet shop, em pleno domingo!

Pensei em roer um osso, ou finalmente experimentar um daqueles petiscos com cheiro de bacon que a Liv adora.
Insisti na procura e por sorte, após algum tempo, encontrei uma padaria (para seres humanos) aberta, onde não poderia deixar de ser, também trazia à disposição dos clientes alguns petiscos caninos.
Definitivamente, Liv estava bem mais servida de recursos nessa viagem do que eu.
Além de uma bela aspirada no carro, levar um cãozinho para um passeio de carro não traz nenhum aborrecimento, isso é claro, se você gosta de cães.

Mas alguns cuidados são necessários antes de viajar.
Neste site você encontra dicas de como transportar corretamente seu cão no automóvel: http://noticias.brasilpetshop.com.br/como-levar-o-cao-corretamente-no-carro-81/.

E é claro, nunca se esquecer de avisar os anfitriões sobre a chegada do visitante especial.
É imprescindível também consultar o hotel ou pousada sobre a disponibilidade de vagas para cães.
Chegar com o cão sem avisar pode ser trágico e estragar toda a viagem.
Mas inegável é o fato de que hoje os cãezinhos estão em alta.
Facilmente encontramos acessórios e serviços que até pouco tempo eram absolutamente incomuns.
Desde centros de beleza e estética, agências de namoro, motéis e hotéis, até serviços funerários e cemitérios, tudo especializado em cães.

Mas este crescente mercado de assistência canina, (inclua também gatos e outros animais domésticos), ainda contrasta com uma triste realidade presente em todos os centros urbanos do país: Maus tratos, abandono, descaso e crueldade com animais, que nos leva a conhecer também outro trabalho igualmente importante, mas que não trata dos luxos e prazeres da vida canina, mas sim, da simples proteção do direito de viver desses animais.

Acho engraçado quando alguém questiona ou critica o trabalho de proteção aos animais.
Penso em o que essas pessoas estariam fazendo pela sociedade.
Sim, isso mesmo, sociedade!
Por que não?
Evidente que um cão não é uma pessoa, mas sabemos que cães soltos nas ruas, sem a devida vacinação, vermifugação e castração, podem em um curto espaço de tempo duplicar sua população, e isso significa mais sujeira pelas ruas, doenças - que inclusive podem ser transmitidas aos humanos - gerando mais gastos com nosso rico dinheiro público.

Portanto, é uma questão social sim, que muitas vezes bate à sua porta, ou no mínimo, suja a sola de seu sapato, (quem nunca foi premiado com uma bela pisada em dejetos caninos que atire a primeira pedra).
Por isso, registro aqui minha admiração e respeito por essas pessoas, que muitas vezes dedicam grande parte de suas vidas para tratar desta questão.

Para aqueles que pagam para ter acesso digno a preceitos garantidos constitucionalmente (saúde, educação, segurança), resta colaborar também com essa questão de saúde pública, pois sabemos que a demanda é grande para a estrutura disponível, e a exemplo de tudo que é de grande demanda neste país, os recursos são insuficientes.

Para adotar um cãozinho, basta de dirigir ao Canil Municipal, que fica na Rua dos Mandis, s/n, Bairro Jupiá. Telefone 3427-2721.

Além de adotar, quem quiser contribuir de alguma outra forma para esta questão, basta entrar em contato com a ONG “Vira Lata Vira Vida”, pelos telefones 3411-5490 / 9831-1929.

Essa ONG atualmente cuida e abriga cerca de 430 cães, dando alimentação, higiene, vacinação e castração. Segundo a voluntária Cecília, entre as principais necessidades da ONG estão:
Medicamentos e acessórios, (soro, seringas, antibióticos), ração (são utilizados em média 200 quilos de ração por dia), e claro, voluntários para ajudar no trabalho, que não é pouco.

Todos os animais da ONG estão disponíveis para adoção, porém é necessário agendar um horário para visitar o abrigo e conhecer seus futuros novos companheiros!
Liv manda lambidas à todos que ajudarem!

Eduardo Müller
Técnico em Gestão Empresarial, e Bacharelando em Direito pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).

http://juriseduardo.blogspot.com/2009/12/vai-um-petisco-ai.html

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