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Escrito por Eu Sem Fronteiras
Quem segue a religião hindu conhece muito bem Bhagavad-Gita e sabe que se trata de uma obra de extrema importância.
Bhagavad-Gita significa “Sublime Canção”, “a canção (Gita) de Deus (Bhagavan) ou ainda “canção do bem-aventurado” e origina-se do sânscrito védico – antiga língua indiana, idioma dos Vedas, que são os mais antigos textos do conjunto de regras e princípios das escrituras hindus.
Trata-se de um capítulo do Mahabharata, um dos mais longos épicos clássicos indianos.
Após cumprir essas metas, o homem está apto a alcançar o moksha, ou seja, a iluminação espiritual ou plenitude.
Índice de conteúdo
O que diz Bhagavad-Gita
As simbologias
Os valores do yoga mencionados na obra
O que diz Bhagavad-Gita
Apesar de ser um pequeno capítulo do Mahabharata, Bhagavad-Gita consegue transpor, em seus curtos versos, os ensinamentos de todos os Vedas.
Cada um teve sua família e seus herdeiros (os Pandavas, descendentes de Pandu; e os Kauravas, descendentes de Dhritarastra).
A obra é um diálogo entre Arjuna e Krishna – que é o condutor da carruagem do jovem guerreiro.
Em meio a uma verdadeira crise interna, Arjuna paralisa totalmente, seu corpo treme, a boca fica seca.
O jovem guerreiro decide, então, desistir da luta, uma vez que não pode lutar contra aqueles que ama, e indaga a Krishna os motivos pelos quais precisa enfrentar seus próprios parentes, tarefa para a qual julga não ter forças.
Para a surpresa de Arjuna, Krishna, então, explica o real sentido da batalha: é um conflito interno, que enfrentamos no nosso dia a dia e é fruto dos nossos problemas existenciais.
As simbologias
Arjuna, por muitas vezes, questiona a sua própria capacidade de vencer – ou mesmo de entrar na luta.
Seus questionamentos são os nossos questionamentos diante da vida, o medo da tomada de decisões, de se livrar de alguns vícios, de fazer o que é certo, mesmo que isso tenha um custo.
Krishna, como condutor da carruagem, simboliza o conhecimento, que guia o guerreiro em sua jornada.
Os Pandavas são as nossas qualidades essenciais, valores, aquilo que temos de mais nobre.
É por isso que se torna bem difícil se desfazer de um mau hábito.
Os valores do yoga mencionados na obra
O ilustre diálogo entre Arjuna e Krishna contido nesse capítulo tão essencial da Mahabharata ensina valores perenes, atemporais e desprovidos de subjetividade, aquilo que podemos chamar de ética. Ou, como já falamos brevemente mais acima, dharma.
Esses valores, segundo bem retrata Swami Dayananda Saraswati, em seu livro “O Valor dos Valores”, são as “qualidades que a mente do buscador deve ter para alcançar o conhecimento do Ser”.
Nessa obra, Saraswati fala sobre eles de forma esquemática, e aqui vamos resumir de forma que você possa entender um pouco sobre aquilo que é ensinado a Arjuna em sua jornada de decisões, além de também poder fazer deles um norte para a sua própria jornada.
1. Amanitvam: ausência de vaidade, arrogância ou necessidade de ser elogiado;
2. Adambhitvam: ausência de pretensão;
3. Ahiṁsā: não violência;
4. Kṣānti: pacífica adaptabilidade;
5. Arjavam: retidão;
6. Acāryopāsanam: dedicação ao mestre;
7. Śauchan: purificação;
8. Sthairyam: firmeza de propósito;
9. Ātma-vinigraha: comando sobre o pensamento;
10. Indriyartheśu vairāgyam: desapego em relação aos objetos dos sentidos;
11. Anahaṅkāra: ausência de identificação com as coisas do ego;
12. Janmamṛtyujaravyādhiduḥkhadośānudarśanam: reflexão sobre as limitações do nascimento, a morte, a velhice, a doença e a dor;
13. Aśakti: ausência de apego à ideia de posse;
14. Anabiśvaṅgaḥ putradaragṛhādiśu: equanimidade afetiva;
15. Nityam samacittatvam iśtaniṣṭopapattiṣu: equanimidade constante;
16. Bhaktir avyabhicāriṇī: devoção inabalável;
17. Viviktadeśa sevitvam: apreço por um lugar tranquilo;
18. Aratiḥ janasamsadi: apreço pela solitude;
19. Tattvajñānārthadarśanam: foco e clareza na verdade;
20. Adhyātmajñāna nityatvaṁ: disposição contínua para o autoconhecimento.
Para que você consiga obter uma luz sobre como encontrar o caminho da evolução, é preciso ter em mente que escolhas serão feitas, e isso traz o peso das consequências, seja qual for a sua decisão.
Lute as suas batalhas, não se deixe iludir pelo conforto do status quo, em especial das suas falhas, pois elas se instalam com mais facilidade, já que em muitas das vezes te apresentam atalhos para “resolver” as questões da vida.
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Devemos agir com responsabilidade e consciência, assumindo todas as nossas ações, mas sempre tendendo a fazer aquilo que é correto, buscando sempre melhorar como seres humanos.
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