Descubra como ela alcançou a santidade apesar de ter sido obrigada a se casar:
Santa Rita de Cássia
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Enquanto a piedosa menina só pensava em Deus e em seus velhos pais;
Estes, que não haviam podido compreender plenamente os segredos de sua alma virginal, procuravam casá-la.
No declínio de sua vida, não queriam deixá-la só no mundo e talvez esperassem mesmo ver crescer a seu redor os netos.
Não se sabe exatamente qual a idade de Santa Rita nessa época; certos autores dizem que tinha dezoito anos; outros, que tinha doze somente.
Pouco nos importa sabê-lo, e é difícil acrescentar que seus pais tenham empenhado a palavra de uma filha tão jovem, embora os pais de Santa Catarina de Sena tivessem desejado fazê-lo.
Que lutas, que dores para o coração de Rita!
Não sentia a coragem de dar a um homem o coração que desde a infância consagrara a Deus e;
Doutro lado, causavam-lhe piedade seus velhos pais, muito idosos, aos quais se acostumara a obedecer nas mínimas coisas.
Além de tudo, o jovem que pedia sua mão não era certamente o que convinha a uma criatura tão tímida, delicada e tão desapegada das coisas do mundo.
Enquanto a pobre Rita, com imensa dor se dispunha a obedecer a seus pais, outra menina romana e de nobre família, era também sacrificada pelos seus.
Assim como Santa Francisca Romana…
É costume comparar a menina romana com a humilde filha das montanhas porque suas vidas têm muitas semelhanças.
O marido de Francisca (que passou à história com o nome de Francisca Romana) chamava-se Lourenço de Ponzani, jovem senhor romano, rico e de família nobre.
Talvez por motivo do sofrimento que experimentou em aceitar um casamento que não desejava, ou por disposições da Divina Providência, Francisca, apenas chegara à casa de seu esposo;
Teve uma grave doença que durou cerca de dois anos, e da qual milagrosamente se curou a 17 de julho de 1398, dia de Santo Aleixo.
Francisca teve filhos que educou com o máximo cuidado.
Após a morte de seu marido, entrou na vida religiosa onde foi incomparável modelo de humildade, paciência e caridade.
O decurso de nossa história mostrará os principais pontos de semelhança entre essas duas santas, muito especialmente a devoção que ambas dedicaram à Paixão de Nosso Senhor;
Devoção tão profundamente sentida e vivida que as tornou, não somente no espírito, mas também no corpo, cópias vivas de Cristo padecente.
Grande semelhança ligou Santa Rita com a santa senhora romana.
O livro de cabeceira de ambas foi o Crucifixo; ambas levaram em si as chagas de Nosso Senhor.
E ambas tiveram que sacrificar sua íntima aspiração de se entregar totalmente a Deus.
Vitral de Santa Rita de Cássia, Catedral de Santa Maria, Austin, Texas.
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Rita nascera e crescera na povoação alpestre de Rocca Porena, à pequena distância de Cássia;
Mas os monges agostinianos, que tinham seu mosteiro nesta cidade, se haviam espalhado pelos arredores e alguns viviam em grutas para santificar sua alma.
Entre estes, a história nos lembra o bem-aventurado João, dos duques de Chiavano, que, depois de ter recebido o hábito religioso aí por 1320;
Se retirou durante 25 anos no eremitério de Santa Eufémia de Atino e aí morreu em odor de santidade por volta de 1350.
Lembra-nos igualmente o bem-aventurado Ugolino, agostiniano de Cássia, morto também em odor de santidade no eremitério de Santa Maria de Castellano.
Esses eremitas exerciam, sem dúvida alguma, salutar influência nas almas simples e boas, e acreditamos que as pessoas que por aí viviam;
Deviam visitá-los para lhes pedir conselho e deles receber o conforto e as normas da vida cristã.
Santa Rita que, desde criança, havia aspirado à vida perfeita, teria desejado imitá-los, mas, não podendo deixar seus velhos pais, isolou-se na casa paterna.
Para isso escolheu, com o consentimento de seus pais, um quartinho afastado, transformando-o em oratório que adornou com as imagens da Paixão e aí se encerrou como num lugar de delícias.
Ela aí que esperava o Divino Esposo que vinha falar ao seu coração.
Em tal estado de alma, qual não deve ter sido o terror da piedosa menina, quando seus pais lhe falaram em casamento!
De seus lábios não podia sair uma recusa categórica porque estava acostumada a obedecer-lhes cegamente e não queria entristecê-los.
Mas podemos acreditar que foi mais com lágrimas que com palavras que Rita suplicou que a deixassem seguir sua vocação religiosa.
Ter-se-iam certamente deixado enternecer pelas suas ardentes súplicas se fosse outro o jovem que a pedira em casamento e ao qual eles a haviam de certo prometido.
Santa Rita de Cássia
Quando Deus a viu perfeitamente resignada e confiante, teve compaixão dela;
E uma noite, quando estava em oração, ouviu chamar: Rita! Rita!
Um pouco receosa talvez, pois ia avançada a noite, aproximou-se da janela para ver quem a chamava e o que queria, mas não viu ninguém.
Pensando ter-se enganado, voltou à oração, mas, pouco depois, repetiu-se o mesmo apelo: Rita! Rita! Desta vez teve a certeza de que não se enganara.
Quem era?
Se fossem criaturas mortais, a piedosa mulher se teria assustado ou teria suposto que se tratava de viajantes a pedir pousada e alimento;
Mas iluminada por divina luz, Santa Rita não tardou a reconhecê-los:
Eram seus protetores tantas vezes invocados: São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino, que a convidaram para segui-los.
Em êxtase, como num sonho, ela os seguiu; em pouco tempo estava em Cássia, diante do convento de Santa Maria Madalena.
Dormiam as religiosas; a porta estava fechada e bem trancada.
Mas não é sem razão que se chama Santa Rita, a santa dos impossíveis.
Com efeito, era impossível abrir esta porta por meios humanos, mas Santa Rita estava em boa companhia.
Os Santos que Deus enviara para acompanhá-la fizeram com que se encontrasse no interior do mosteiro.
Ela aí se achou, mas só, porque seus Santos haviam desaparecido.
Sem que nenhuma das boas religiosas o pressentisse, o mosteiro recebia de Deus, nessa silenciosa noite, o dom de uma bem preciosa margarida…
Fonte: retirado do livro “Santa Rita” de Mons. Luis de Marchi.
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