quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Ela é a Santa das Causas Impossíveis!

Ela é a Santa das Causas Impossíveis!

Descubra como ela alcançou a santidade apesar de ter sido obrigada a se casar:



Santa Rita de Cássia
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Enquanto a piedosa menina só pensava em Deus e em seus velhos pais;

Estes, que não haviam podido compreender plenamente os segredos de sua alma virginal, procuravam casá-la.

No declínio de sua vida, não queriam deixá-la só no mundo e talvez esperassem mesmo ver crescer a seu redor os netos.

Não se sabe exatamente qual a idade de Santa Rita nessa época; certos autores dizem que tinha dezoito anos; outros, que tinha doze somente.

Pouco nos importa sabê-lo, e é difícil acrescentar que seus pais tenham empenhado a palavra de uma filha tão jovem, embora os pais de Santa Catarina de Sena tivessem desejado fazê-lo.

Que lutas, que dores para o coração de Rita!

Não sentia a coragem de dar a um homem o coração que desde a infância consagrara a Deus e;

Doutro lado, causavam-lhe piedade seus velhos pais, muito idosos, aos quais se acostumara a obedecer nas mínimas coisas.

Além de tudo, o jovem que pedia sua mão não era certamente o que convinha a uma criatura tão tímida, delicada e tão desapegada das coisas do mundo.

Enquanto a pobre Rita, com imensa dor se dispunha a obedecer a seus pais, outra menina romana e de nobre família, era também sacrificada pelos seus.
Assim como Santa Francisca Romana…

É costume comparar a menina romana com a humilde filha das montanhas porque suas vidas têm muitas semelhanças.

O marido de Francisca (que passou à história com o nome de Francisca Romana) chamava-se Lourenço de Ponzani, jovem senhor romano, rico e de família nobre.

Talvez por motivo do sofrimento que experimentou em aceitar um casamento que não desejava, ou por disposições da Divina Providência, Francisca, apenas chegara à casa de seu esposo;

Teve uma grave doença que durou cerca de dois anos, e da qual milagrosamente se curou a 17 de julho de 1398, dia de Santo Aleixo.

Francisca teve filhos que educou com o máximo cuidado.
Sofreu com o coração plenamente resignado o exílio de seu marido e o confisco de seus bens.

Após a morte de seu marido, entrou na vida religiosa onde foi incomparável modelo de humildade, paciência e caridade.

O decurso de nossa história mostrará os principais pontos de semelhança entre essas duas santas, muito especialmente a devoção que ambas dedicaram à Paixão de Nosso Senhor;

Devoção tão profundamente sentida e vivida que as tornou, não somente no espírito, mas também no corpo, cópias vivas de Cristo padecente.

Grande semelhança ligou Santa Rita com a santa senhora romana.

O livro de cabeceira de ambas foi o Crucifixo; ambas levaram em si as chagas de Nosso Senhor.

E ambas tiveram que sacrificar sua íntima aspiração de se entregar totalmente a Deus.




Vitral de Santa Rita de Cássia, Catedral de Santa Maria, Austin, Texas.
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Rita nascera e crescera na povoação alpestre de Rocca Porena, à pequena distância de Cássia;

Mas os monges agostinianos, que tinham seu mosteiro nesta cidade, se haviam espalhado pelos arredores e alguns viviam em grutas para santificar sua alma.

Entre estes, a história nos lembra o bem-aventurado João, dos duques de Chiavano, que, depois de ter recebido o hábito religioso aí por 1320;

Se retirou durante 25 anos no eremitério de Santa Eufémia de Atino e aí morreu em odor de santidade por volta de 1350.

Lembra-nos igualmente o bem-aventurado Ugolino, agostiniano de Cássia, morto também em odor de santidade no eremitério de Santa Maria de Castellano.


Esses eremitas exerciam, sem dúvida alguma, salutar influência nas almas simples e boas, e acreditamos que as pessoas que por aí viviam;

Deviam visitá-los para lhes pedir conselho e deles receber o conforto e as normas da vida cristã.

Santa Rita que, desde criança, havia aspirado à vida perfeita, teria desejado imitá-los, mas, não podendo deixar seus velhos pais, isolou-se na casa paterna.


Para isso escolheu, com o consentimento de seus pais, um quartinho afastado, transformando-o em oratório que adornou com as imagens da Paixão e aí se encerrou como num lugar de delícias.

Ela aí que esperava o Divino Esposo que vinha falar ao seu coração.

Em tal estado de alma, qual não deve ter sido o terror da piedosa menina, quando seus pais lhe falaram em casamento!

De seus lábios não podia sair uma recusa categórica porque estava acostumada a obede­cer-lhes cegamente e não queria entristecê-los.

Mas podemos acreditar que foi mais com lágrimas que com palavras que Rita suplicou que a deixassem seguir sua vocação religiosa.

Ter-se-iam certamente deixado enternecer pelas suas ardentes súplicas se fosse outro o jovem que a pedira em casamento e ao qual eles a haviam de certo prometido.



Santa Rita de Cássia

Quando Deus a viu perfeitamente resignada e confiante, teve compaixão dela;

E uma noite, quando estava em oração, ouviu chamar: Rita! Rita!

Um pouco receosa talvez, pois ia avançada a noite, aproximou-se da janela para ver quem a chamava e o que queria, mas não viu ninguém.

Pensando ter-se enganado, voltou à oração, mas, pouco depois, repetiu-se o mesmo apelo: Rita! Rita! Desta vez teve a certeza de que não se enganara. 
Levantando-se abriu a porta e foi à rua.

Quem era? 
Um homem de venerável aspecto, acompanhado de dois outros.

Se fossem criaturas mortais, a piedosa mulher se teria assustado ou teria suposto que se tratava de viajantes a pedir pousada e alimento;

Mas iluminada por divina luz, Santa Rita não tardou a reconhecê-los:

Eram seus protetores tantas vezes invocados: São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino, que a convidaram para segui-los.

Em êxtase, como num sonho, ela os seguiu; em pouco tempo estava em Cássia, diante do convento de Santa Maria Madalena.

Dormiam as religiosas; a porta estava fechada e bem trancada. 
A mesma porta que por três vezes se fechara diante dela, a porta que lhe era a entrada do paraíso terrestre.

Mas não é sem razão que se chama Santa Rita, a santa dos impossíveis.

Com efeito, era impossível abrir esta porta por meios humanos, mas Santa Rita estava em boa companhia.

Os Santos que Deus enviara para acompanhá-la fizeram com que se encontrasse no interior do mosteiro.

Ela aí se achou, mas só, porque seus Santos haviam desaparecido.
Entretanto estava segura de que, após tão evidente milagre, seria admitida.

Sem que nenhuma das boas religiosas o pressentisse, o mosteiro recebia de Deus, nessa silenciosa noite, o dom de uma bem preciosa margarida…

Fonte: retirado do livro “Santa Rita” de Mons. Luis de Marchi.

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