Carta ao Panetone
Querido Panetone,
Você sabe o quanto gosto de você, mas não podemos viver assim: eu lhe cortando em pedaços e você me engordando sem parar. Quando o amor deixa o casal infeliz, é hora de parar.
Amor não é
sofrimento.
Apesar da sua massa macia e suave, temos que lidar com aquelas frutinhas cristalizadas de toda relação. Acredite, vai ser melhor pra nós dois.
Você fica com sua integridade, e eu com minha
cintura.
Continuarei olhando você com ternura e desejo, mas sabendo que já não nos pertencemos mais. Adeus, Panetone. Foi doce, foi bom, mas deixou marcas que agora a blusa comprida precisa encobrir..... Adeus!!! Resposta do Panetone: Minha Querida, Antes de mais nada gostaria de dizer-lhe que o que engorda não é o que te delicia entre o Natal e o Ano Novo, mas tudo o que você come entre o Ano Novo e o Natal; portanto, reveja seus fundamentos. Sei da sua admiração por mim e que sua decisão de me deixar está muito mais ligada à sua incapacidade de administrar seu peso do que a qualquer insatisfação comigo. Sinto pela separação, mas ainda vamos nos encontrar.
Assim como
minha massa é mole, a sua carne é fraca.
Você ainda vai ter uma
recaída.
Não encare isto como uma praga, mas sabedoria de quem entende muito de tentações. Acho que você está carente.
Se eu tivesse
bracinhos, dar-lhe-ia um abraço.
Por enquanto, do seu sempre, Panetone |
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Carta ao Panetone
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