A paisagem antiga, perdida, encontra-se enterrada sob o Atlântico Norte, com sulcos cortados por rios e picos que já pertenceram a montanhas.
“Parece um mapa de um país terrestre”, disse o pesquisador Nicky White.
“É como uma paisagem antiga, fóssil, preservada dois quilômetros abaixo do fundo do mar”.
Até agora, os dados revelaram uma paisagem 10.000 quilômetros quadrados a oeste das Ilhas Orkney (ou Órcades, localizadas no Mar do Norte), que se estendia acima do nível do mar cerca de um quilômetro.
Os cientistas suspeitam que a paisagem faz parte de uma região maior que se fundiu com o que é agora a Escócia, e pode ter se estendido em direção a Noruega, em um mundo pré-humano.
A descoberta surgiu a partir de dados coletados por uma empresa que utiliza uma técnica avançada de eco-sondagem.
Ar de alta pressão é liberado de cilindros de metal, produzindo ondas sonoras que viajam para o fundo do oceano através de camadas de sedimentos.
Toda vez que essas ondas sonoras encontram uma mudança no material através do qual estão viajando, por exemplo, de lama para arenito, um eco volta.
Microfones registram esses ecos, e as informações neles contidas podem ser usadas para construir imagens tridimensionais da rocha sedimentar abaixo do mar.
A equipe descobriu uma camada enrugada dois quilômetros sob o fundo do mar – uma evidência da paisagem enterrada, que lembra a mítica Atlântida perdida.
Assim, os pesquisadores traçaram oito rios principais, e amostras a partir de rochas abaixo do fundo do oceano revelaram pólen e carvão, provas de moradia e vida no local.
Mas, acima e abaixo destes depósitos, os pesquisadores encontraram evidências de um ambiente marinho, incluindo minúsculos fósseis, indicando que a terra subiu acima do mar e então retrocedeu, “como um sanduíche terrestre de pão marinho”.
A grande questão científica é: o que fez esta paisagem subir, e então desaparecer dentro de 2,5 milhões de anos? Do ponto de vista geológico, é um período muito curto de tempo.
Os pesquisadores têm uma teoria que aponta para um ressurgimento de material através do manto da Terra sob o Atlântico Norte, fenômeno chamado de “pluma islandesa”.
A pluma está centrada na Islândia.
Ela funciona como um tubo de transporte para magma quente das profundezas da Terra para a superfície, onde se espalha como um cogumelo gigante.
Às vezes, o material é invulgarmente quente, e a pluma se espalha como uma onda gigante quente.
Os pesquisadores acreditam que tal ondulação gigante quente empurrou a paisagem perdida acima do Atlântico Norte.
Em seguida, conforme a onda passou, a terra caiu sob o oceano.
Essa teoria é apoiada por novas pesquisas que mostram que a composição química de rochas no fundo do oceano ao redor da Islândia contém um registro de magma quente.
Como processos semelhantes a esse ocorreram em outros lugares do planeta, há provavelmente muitas outras paisagens perdidas iguais a essa.
[OurAmazingPlanet]
http://hypescience.com
Nenhum comentário :
Postar um comentário