quarta-feira, 27 de junho de 2012

Quer parar de fumar? A luta é entre você e seu cérebro


Uma pesquisa liderada pela Universidade Yale (Connecticut, EUA) afirma que o fator psicológico, no combate ao vício do tabaco, tem uma influência maior do que imaginamos.

Tudo se resume, segundo eles, em saber quais áreas do cérebro trabalhar para atingir o objetivo de largar o cigarro.

Os cientistas observaram os cérebros de fumantes a partir de Ressonância Magnética.

Enquanto estavam sob o exame, os participantes eram expostos a imagens de cigarro e comida.

Quando os pacientes tentavam resistir ao seu objeto de desejo, o cérebro mostrava intensa atividade em certas áreas e parava em outras, ou seja, é possível criar atividades para atacar o problema na raiz.

Já existe, na psicologia, uma técnica cerebral para ajudar os fumantes a combater o vício.

Chamada de Terapia Cognitivo-comportamental, ela obtinha relativo sucesso no tratamento dos pacientes, mas com um problema: eles não sabiam qual era a área do cérebro responsável pelas mudanças no vício, apenas combatiam o problema.

Agora, a “receita cerebral” para o fim do vício foi descoberta: o Lobo Frontal aumenta a atividade, o Corpo Estriado diminui na mesma proporção, e então o desejo se apaga.

Isso foi descoberto da seguinte maneira: os investigadores apresentaram, a 21 fumantes, imagens de cigarros e alimentos, e orientaram os pacientes a pensar nas consequências negativas de seus vícios em longo prazo, e que fizessem força mental para resistir às suas vontades.

A todas as reações, as áreas do cérebro eram mapeadas ao mesmo tempo.

Os fumantes tinham desejo pelo cigarro mais forte do que aos alimentos, mas o trabalho mental que eles fizeram reduziu ambos os desejos na mesma proporção: cerca de um terço.

 Essa foi a redução mostrada no Corpo Estriado, o setor do cérebro responsável pelos vícios.

O Corpo Estriado, localizado na parte inferior do cérebro, próximo ao tálamo, é um dos núcleos (ou gânglios) da base cerebral, e está conectado com as demais áreas.

Ele está relacionado, grosso modo, às reações de “se acostumar” com as coisas, inclusive às coisas ruins, como o vício em cigarro.

Assim que os participantes resistiam com sucesso à tentação do cigarro, aumentava o fluxo sanguíneo e a atividade no Lobo Frontal.

Essa área é estimulada em situações de resistência, de negação a algo que o corpo demanda.

O desafio dos psiquiatras, agora, é trabalhar em atividades mentais que facilitem esse caminho para os viciados: ativação do Lobo Frontal combinada à inatividade do Corpo Estriado.

[Live Science]

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