Percebeu que algumas pessoas não eram suficientemente puras para estar aí.
Elas mesmas se envergonhavam diante dos bem aventurados, gente de imaculada beleza!
"Será que Pedro não está vigiando bem a porta do céu?
Por que ele está deixando essa gente entrar?
Será que a idade avançada debilitou a sua coragem?
Isso não pode continuar."
Pediu, então, a um anjo mensageiro que fosse chamar Pedro.
Tomava conta da entrada do céu.
Parecia muito feliz e tranqüilo.
"Pedro", disse o anjo, "vim substituir você um pouquinho, Deus precisa falar com você."
Chegando à sua presença fez uma profunda reverência.
O Senhor foi logo dizendo:
"Há muita gente que não deveria estar aqui nesta santa e celestial morada.
Pedro respondeu assustado:
"Não é possível!
Como isso pôde acontecer?
Fico no meu lugar, dia e noite, vigiando a entrada do céu.
"Não Senhor.
Francamente, nunca as vi e com certeza não passaram por mim.
Se eu não conseguir, o Senhor pode me tirar o cargo de porteiro do céu."
Verificou se não havia alguma entrada clandestina.
Tudo estava na mais perfeita ordem.
Sorriu tranqüilo e continuou vigiando a grande porta.
Poucos dias depois para a sua surpresa, constatou a presença de novos intrusos.
Por onde entraram?
Foi logo procurar Deus.
Ficaram bem atentos.
Uma cena fantástica!
Fora do céu, nas proximidades da porta de entrada, uma multidão chorava.
Profundamente comovida, lá estava Maria ajudando-os.
A Mãe de Deus encostara uma escada no muro e fazia as pessoas subir por ela e entrar no céu.
Pedro suspirou aliviado.
Tendo provado a sua inocência, disse para Deus:
"Talvez seja bom o Senhor ter uma conversa com ela..."
Mas Deus, vendo o carinho, a doçura e a ternura com que Nossa Senhora tratava aqueles infelizes, concluiu:
"Não adianta, Pedro.
Você a conhece bem.
Ela sempre vai conseguir um jeitinho de continuar ajudando!"
"Mãe... é Mãe!"
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