quinta-feira, 8 de setembro de 2011

CONHECIMENTO DE SI MESMO


Mensagem para o Grupo Espírita Fé e Caridade

CONHECIMENTO DE SI MESMO

Por: Janete Pinto


Santo Agostinho fala sobre: “Conhecer-te a ti mesmo”
Fonte: O Livro dos Espíritos - Cap. XII - Perfeição Moral - Item V.

· Qual é o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastão que a maldade nos tenta impor todos os dias?

Resposta de Sto. Agostinho:
Um sábio da Antigüidade vos disse: “
Conhece-te a ti mesmo”.

* Compreendemos toda a sabedoria dessa máxima, mas a dificuldade está precisamente em se conhecer a si próprio.
Qual o meio de chegar a isso?

Resposta de Sto. Agostinho: “
Façam como eu fazia quando vivi na terra.
No fim de cada dia interrogava a minha consciência, revisava tudo o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado com o cumprimento dos meus deveres, se ninguém tinha motivos para se queixar de mim.
Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim, necessitava de reforma”.

Sto. Agostinho continuou:
Se todas as noites, ao final de um dia de trabalho e de luta pela vida, aqui na Terra, nós nos interrogássemos, firmemente, sobre todas as ações que tomamos durante cada dia, se elas foram boas e corretas, ou foram más e inadequadas, pedindo a Deus e ao nosso Anjo Guardião que ajudassem-nos a esclarecer nossas dúvidas, sobre os nossos atos, nós adquiriríamos um grande força para nos aperfeiçoar, pois Santo
Agostinho nos garante: Deus assiste ao filho que procura com sinceridade o
seu próprio aperfeiçoamento!

Ele (Sto. Agostinho) nos incentiva a fazermos perguntas, à nossa consciência, do tipo:

* com que objetivo agimos em determinada circunstância?

* fizemos alguma coisa que censuraríamos nos outros?

* praticamos uma ação de teríamos vergonha de confessar?

* se Deus nos chamasse naquela noite, para o mundo dos Espíritos, e ao
entrarmos nele, onde nada é oculto, nós teríamos medo de olhar para alguém?

* fizemos alguma coisa errada contra alguém? Contra Deus? Contra nós
mesmos?

As respostas a essas perguntas podem ser motivo de consciência tranqüila ou indicarão os males em nós, que devem ser curados! !

Portanto, o conhecimento de nós mesmos é a chave do nosso melhoramento! !

Mas podemos então fazer novas perguntas, segundo Sto. Agostinho:
Como julgar nós mesmos?
O nosso amor próprio não nos ilude e atenua as nossas faltas, tornando-as desculpáveis?
Como exemplo, sabemos que o avarento se julga econômico, o orgulhoso se julga tão somente cheio de virtudes, o cruel se julga disciplinador e assim por diante.

Tudo isso é certo diz Sto. Agostinho, mas vocês têm um meio de controlar isso para não se enganarem a si próprios.

E ele nos ensina que quando estivermos indecisos, quanto ao valor de uma de nossas atitudes, devemos perguntar novamente a nossa consciência, como nós qualificaríamos,
estas atitudes, se elas fossem praticadas por outra pessoa.

Se nós não admitirmos aquelas atitudes como certas nos outros, certamente não eram
legitimas e corretas em nós!

A justiça de Deus não usa duas medidas, uma que serve para nós, mas não serve para os outros!
Na justiça humana, muito falha e às vezes tendenciosa, isto pode acontecer e até ocorre muitas vezes, mas na Justiça Divina jamais.

Sto. Agostinho também nos alerta que não devemos negligenciar a opinião dos outros e principalmente dos nossos inimigos.
Porque eles nunca disfarçam a verdade e geralmente Deus nos coloca ao lado de nossos inimigos para servirem de um espelho de advertência, com muito mais franqueza do que faria um amigo.

Aquele, pois que tem realmente à vontade de se melhorar, que explore com muita firmeza a sua consciência e arranque suas más tendências de seu interior, como o jardineiro arranca as ervas daninhas do seu jardim!

Que faça sempre um balanço de sua vida moral, como um comerciante ou industrial
faz o balanço financeiro do seu negócio, para saber se está indo bem, ou se vai abrir falência mais para frente e aí vai ser tarde demais.

Se ao fim de uma jornada de vida, pudermos garantir que ela foi boa, sem enganarmos a nós mesmos, poderemos dormir em paz à noite do túmulo e esperar sem temor, o despertar de uma nova e melhor vida.

Devemos pois, sempre fazer perguntas claras e precisas e não ficar multiplicando elas até encontrar respostas que nos satisfaçam, fazendo-nos chegar a falsas conclusões, para aliviar nossa consciência.

Santo Agostinho nos diz que nós costumamos afirmar que o presente é conhecido e é o que interessa, e que o futuro é incerto, mas mesmo assim costumamos trabalhar duro para um dia podermos ficar mais tranqüilos.

No final quando chegamos a esse futuro (velhice), poucos dias de repouso realmente desfrutamos, porque geralmente chegamos a ele cansados, com enfermidades e às vezes até destruídos pelas decepções.

Mas mesmo assim continuamos lutando!
Então ele nos pergunta se isso vale a pena, porque não vale a pena também trabalhar alguns minutos por dia para livrar as nossas mentes de nossos erros e assim atingirmos a verdadeira felicidade eterna??
Esse esforço rende muito mais para o verdadeiro futuro, o futuro de outras
vidas! !

Foi com esse propósito que Sto. Agostinho e os Espíritos da Verdade, ditaram o Livro dos Espíritos!
Para destruir em nossas mentes os pensamentos e conseqüentes atitudes erradas, como a do tipo “o que interessa é o presente e não o futuro, pois ele é incerto” ou “A vida é uma só, portanto vamos aproveitá-la o máximo possível”, etc. etc ... pois na realidade isso é sempre colheita de dores sem fim! ! !

CONCLUSÃO:
Muito do que fazemos de errado nem percebemos.
Se conseguirmos seguir estes conselhos de Sto. Agostinho, descobriremos quantas
vezes falimos porque não estudamos firmemente as reais intenções de nossas atitudes e atos.

A verdade é que nunca julgamos a nós mesmos como costumamos julgar os outros, daí sempre concluirmos que o mundo todo está errado, menos nós, e que a mudança do mundo para melhor vai ter sempre que começar nos outros e não em nós! !

Mas se todos nós, praticarmos este sistema de interrogar firmemente a nossa
consciência, que não permite alternativas para nos enganarmos, pois exige respostas categóricas de sim ou não, o mundo muda para melhor rapidamente...

Vamos eliminar o mal do mundo, na fonte onde ele nasce, ou seja, em nossas mentes! !

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