terça-feira, 2 de novembro de 2010
CARMA NAS RELIGIÕES ORIENTAIS
Para as religiões orientais, o carma é um fato espiritual, filosófico e ético.
Ele ajuda a explicar desigualdades entre os animais, encoraja boas ações e permite com que as pessoas entendam os altos e baixos da vida.
Porém, o hinduísmo, o budismo, o siquismo e o jainismo têm idéias divergentes sobre como o carma funciona e suas influências na existência de uma pessoa em vidas subseqüentes.
Os hindus acreditam que a alma está presa num ciclo de nascimento e renascimento chamado samsara.
Até que uma pessoa reprima todos os seus desejos e aceite que a alma individual é a mesma coisa que a alma absoluta, ela deve sofrer no samsara e abrir mão da moksha, o objetivo da salvação.
Mas devido ao fato da moksha ser o objetivo principal, somente alcançado após a abdicação de todos os desejos, a maioria dos hindus tentam gerar um bom carma para que possam nascer numa vida melhor.
A lei do carma rege o samsara, com boas ações produzindo um bom carma e más ações criando um carma negativo.
Para os hindus, o bom carma é geralmente produzido ao cumprir suas tarefas sociais de forma correta.
Eles também acreditam que pelo carma reger suas próprias leis, não há a necessidade de interferência divina.
Enquanto os hindus acreditam que uma alma imutável reencarna até alcançar a salvação, os budistas acreditam que o carma acumulado de uma alma, e não a alma em si, reencarna em vários corpos.
A alma, que consiste dos cinco skandhas, conjunto que representa o corpo, as sensações, as percepções, os impulsos e a consciência, desaparece na hora da morte. No entanto, o carma acumulado pela alma se torna um vijñana, "verbe da consciência", numa nova vida [fonte: Encyclopaedia Brittanica (em inglês)].
Como os hindus, os budistas esforçam-se para escapar do ciclo do samsara ao atingirem um estado de total passividade.
Muitos budistas acreditam que uma pessoa pode romper o ciclo de reencarnação e alcançar o nirvana ao passar por diversas vidas e seguir a doutrina do Caminho Óctuplo ou "caminho do meio".
O siquismo também ensina sobre a lei do carma e sobre a reencarnação.
Para o siquismo, o carma influi na qualidade da vida presente e de vidas futuras.
Para sair da corrente de reencarnação, os seguidores devem entender Deus e acabar se tornando um deus também.
Nem todas as religiões orientais consideram o carma como uma lei.
O jainismo ensina que o carma é uma substância atômica, uma espécie de partícula que se instala na jiva, ou alma.
Os seguidores de Jain acreditam que enquanto a alma sofre com o carma, ela permanece presa num ciclo de nascimento e renascimento.
Como as qualidades negativas da alma (como a ira, a ganância ou o orgulho) fazem o carma permanecer, os seguidores de Jain tentam diminuir suas paixões, viver humildemente e não fazer mal a nenhum ser vivo, a não ser em legítima defesa.
Enquanto as religiões orientais sustentam o carma como um princípio espiritual por milênios, ele ainda é uma idéia nova para muitos ocidentais.
Sarah Dowdey.
"HowStuffWorks
Como funciona o carma".
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