terça-feira, 6 de julho de 2010

A Lenda do Lótus Azul


O Lótus sempre foi uma planta misteriosa e sagrada, considerada como o símbolo do Universo.
Em todo Egito ela é usada para ilustrar os papiros e monumentos.
Na Índia ocupa lugar Divino já que se diz que ovo de ouro do qual nasceu Brahma é chamado de Lótus Celestial.
Lakshmi, esposa de Vihnu, flutua sobre um lótus branco, e Buda, Senhor do Universo, se representa sentado sobre um lótus aberto.
Na índia o Lótus é geralmente de cor dourado mas entre os Budistas do Norte ele é azul.
Porém, existe um terceiro tipo de lótus: o Ztzuphus, lótus azul.
Conta a lenda que existiu na Índia um rei descendente do Sol.
Ele se considerava o melhor dos Adoradores de Deus, mas sentia-se humilhado e castigado por não ter tido filhos homens.
Todas as manhãs ele se lamentava em suas orações até que um dia seu fiel conselheiro lhe orientou a fazer um voto para Deus: se Ele lhe enviasse dois ou mais filhos, o rei prometeria sacrificar o mais velho deles numa cerimônia pública.
Assim o Rei teve um filho seguido de vários outros.
O mais velho, herdeiro da coroa era chamado de ‘o Vermelho’ e seu apelido era ‘aquele que foi oferecido’.
O menino cresceu e se transformou num Príncipe inteligente e egoísta.
Quando atingiu a idade da oferenda, Deus chamou o Rei e o lembrou da promessa.
Mas o Rei inventando cada vez mais desculpas para não cumprir sua palavra, fez com que o Altíssimo ficasse furioso e ameaçou o Rei.
Porém, enquanto as vacas sagradas estavam bem, o Rei não levou em conta as coléricas ameaças Divinas.
Quando as vacas e o dinheiro começaram a faltar, o Rei teve que chamar o primogênito e lhe contou a promessa.
Mas o filho se negou a cumprir a palavra do pai que seria matá-lo em oferecimento a Deus.
E mesmo com as fogueiras acesas e as pessoas esperando por ele, o Príncipe não apareceu.
Ele fugiu para os bosques próximos porque ele sabia que ali moravam os ermitãos e os homens santos e que ninguém poderia violá-los.
Ele permaneceu nos bosques por muitos anos e pensava que poderia satisfazer ao Deus Varuna encontrando um substituto com tal de que fosse filho de um Rei, e partiu à procura.
Encontrou um homem e sua família a ponto de morrer de fome, e astutamente contou a sua história e ofereceu cem vacas em troca do filho para que ele fosse imolado para Deus.
Mas o Virtuoso pai negou-se a conceder o filho em troca de alimentos.
O doce filho ofereceu-se por conta própria para que com sua vida salvasse a vida da família.
O pai chorou ‘um mar de lágrimas’ mas consentiu frente ao sublime pedido de devoção e entrega, e foi acender a pira para o sacrifício.
Próximo daí estava o Lakshmi-Padma (lótus branco) banhando-se no lago, Ela escutou a oferenda do filho do ancião; viu a dor do pai, e cheia de amor e compaixão mandou vir um dos filhos do Deus Brahma, contou-lhe a história e Ele prometeu ajuda.
Assim, Ele se aproximou do rapaz e lhe ensinou dois Mantras Sagrados que deveriam ser rezados na pira.
O altar foi preparado perto do lago e as pessoas foram chegando para o sacrifício.
O filho foi amarrado e perfumado e quando cheio de dor o pai levanta a faca, enquanto o filho recitava os Mantras, a faca entra no seu peito.
Então, Indra, o Deus Azul do firmamento, desceu dos céus e envolvendo tudo numa espessa nuvem azul, apagou as chamas da pira, desamarrou o rapaz e espalhou luz azul dourada por todo o lugar.
As pessoas presentes, assustadas, ajoelham-se com medo.
Quando voltaram a se levantar, tudo tinha mudado.
Já não havia nuvem e o fogo reacendeu-se sozinho, e no lugar do filho havia um animal que não era ninguém mais senão o Príncipe que havia fugido quando jovem, queimando pelo seu pecado de maldade.
A poucos metros, sobre os lótus, dormia o pobre rapaz e no lugar em que a faca tinha cortado seu coração brotou um belíssimo lótus azul, e todos os lótus brancos do lago tinham se transformado em lótus azuis.

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