segunda-feira, 14 de junho de 2010
Você já brigou com Deus?
Uma amiga querida, que hoje está morando na Austrália, escreveu contando que estava de mal com Deus.
Alguns fatos da história já sabia porque conheço Marília há pelo menos dez anos, quando ela veio se consultar comigo.
Na época, tinha acabado de se separar e queria se abrir para um novo amor.
Depois de um tempo, conheceu um estrangeiro e foi morar com ele no exterior, levou o filho pequeno e começou vida nova.
Nos anos seguintes, conversamos várias vezes.
Soube que ela tentava engravidar, que o marido não era uma pessoa muito estável profissionalmente o que trazia muito estresse para a relação dos dois e, por fim, há uns 6 meses, fiquei sabendo que eles estavam mais uma vez estremecidos e pensando em se separar.
Assim, Marília muitas vezes comentou comigo que se sentia triste, sem muita esperança no casamento, mas como era guerreira, sempre afirmou que não desistiria.
Dona de uma enorme força interior, muitas vezes ela afirmou que com a graça de Deus superaria todos os obstáculos e nesses e-mails cheios de emoção ela me mandava junto lindas mensagens, orações musicadas, power points maravilhosos.
Claro, que aqui do meu lado, compreendia que ela estava se armando de fé, e com aqueles e-mails desejava receber palavras de apoio dos amigos.
O que era bastante normal.
Mas, por outro lado, eu também sabia que não adiantava nada ficar tapando o sol com a peneira falando de superação das dificuldades no relacionamento porque quando se trata de relacionamento somente superamos alguma dificuldade se todas as pessoas envolvidas se dedicam juntas a melhorar.
Não há como viver bem se um se transforma, se modifica, investe no casamento e o outro fica parado, acomodado no seu jeito de ser.
Resumindo, as coisas se modificam quando cada um faz suas concessões, quando cada um se compromete com a mudança.
Se apenas uma das partes quer mudar, não há sucesso.
Mas confidencio a você, amigo leitor, que já briguei com Deus algumas vezes.
Isso sempre aconteceu quando as coisas aconteciam contrariando a minha vontade ou expectativas.
Briguei com Deus quando Ele me decepcionou nos resultados de investidas profundas da minha fé.
Não foi fácil lidar com a decepção de coisas que desejei, investi, melhorei.
Porque se decepcionar com Deus não é algo trivial.
Normalmente, quando brigamos com Deus o fazemos porque colocamos nas mãos Dele coisas que achamos que podíamos confiar.
Mas será que podemos entregar relacionamentos afetivos a Deus?
Será que compete a Ele resolver mudanças de atitudes das pessoas?
Será que Deus pode mudar o outro para que a gente se dê melhor com nosso marido, esposa ou filho?
Será que Deus pode resolver essas coisas?
Sinceramente, acho que não.
E perceba, amigo leitor, que trabalho com consciência espiritual, ensino as pessoas a cantarem mantras, fazerem orações, enfim, conectarem-se com o divino.
Mas ainda não encontrei uma forma fácil e objetiva de mudar as pessoas sem que elas participem.
Podemos, sim, perdoar, enviar vibrações amorosas, vibrar pelo bem de nossa família e, com certeza, tudo isso ajuda o ambiente ficar mais leve e as pessoas mais felizes.
Mas, algumas situações não podemos evitar.
Não podemos, por exemplo, ludibriar a morte, ou a doença na família, nem mesmo um desemprego.
Porém, quando enfrentamos uma situação como essa, se de fato temos uma conexão profunda, nossa fé não é abalada e encontramos forças para superação.
Brigar com Deus não funciona.
Ele, o Todo Poderoso, continua sendo o princípio de tudo e nós continuamos sendo quem somos, tristes, abalados pelas circunstâncias, ou confiantes apesar dos tropeços do caminho.
Assim, amigo, se você se decepcionou com pessoas, relacionamentos ou resultados, levante as forças e tente observar o que está errado com você, e se não tiver nada errado siga em frente porque a vida sempre continua e momentos melhores virão para todos nós.
Maria Silvia Orlovas
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