sábado, 28 de julho de 2018

Os símbolos e o uso do incenso na Missa



É comum ver estampado no rosto das pessoas, quando estão diante de manifestações públicas de fé, sinais de comoção, devoção e piedade. 
Seja diante da beleza de uma basílica grandiosa ou no toque a uma imagem sagrada, numa peregrinação ou no simples uso do incenso na Missa. 
No caso desse último, basta sentir o perfume, observar a fumaça, os movimentos do turíbulo e associar que estes elementos estão profundamente ligados à presença de Deus.

O ser humano compreende a linguagem dos símbolos, do que é sensível, de modo muito particular e, muitas vezes, que dispensa palavras. Segundo Paull Tillich, citado na introdução do livro Significação dos Símbolos Cristãos, de Urbano Zilles, “todo símbolo indica para além de si através de material simbólico. 
Este material não se entende em sentido literal, mas só se pode expressar de maneira imediata. 
Este ‘algo’ pode estar nas associações vinculadas a uma palavra; pode estar na dimensão da realidade transcendente de nossa vida cotidiana”. 
Neste contexto, a experiência litúrgica sempre vai contemplar os cinco sentidos humanos: a audição, o paladar, a visão, o tato e o olfato.

Diante disso, compreendemos porque a experiência cristã vê a pessoa humana como um ser único, inteiro, que não responde apenas espiritual, mas sensorial e socialmente falando. 
 Sobre isso, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos ensina: “Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais através de sinais e símbolos materiais”, 1146. 
Poderíamos, então, repetir a pergunta, também constante no CIC: “De onde procede a oração do homem? 
Seja qual for a linguagem da oração [gestos e palavras], é o homem todo que ora”, 2562.
O incenso no cristianismo

Entre os cristãos, o incenso foi adotado como ritual simbólico em celebrações durante o século IV. 
Desde o século IX, instaurou-se o uso do incenso no início da Missa e desde o século XI o altar se transformou no centro da incensação.

Já naquela época, o turíbulo – incensário litúrgico – era levado na procissão junto com o evangeliário. 
Em seguida, o ritual estendeu-se às oferendas do pão e do vinho, que são incensadas três vezes em forma de cruz, da mesma maneira como se procede com o altar e a comunidade litúrgica. 
Desta forma, nasceu a tríplice incensação durante a Missa, praticada também hoje de maneira regular no Oriente e, entre nós, somente nas festas solenes.
Na Missa

Quando se trata do rito romano, a incensação pode ocorrer durante a procissão de entrada e no início da Celebração Eucarística, na procissão e proclamação do Evangelho, depois de colocados o pão e o cálice sobre o altar. 
Neste momento, há também a incensação do sacerdote e do povo. Este ato tem um significado precioso para a Igreja e revela duas coisas importantes: “o sacerdote, por causa do ministério sagrado, e o povo, em razão da dignidade batismal” (Instrução Geral do Missal Romano, 75).

Também se usa o incenso na elevação da hóstia e do cálice, depois da consagração.

O uso do incenso na Missa acontece justamente em razão do caráter extraordinário que é próprio de cada Celebração, porque se trata do memorial da paixão, morte e ressurreição de Cristo.

Agora que você já conhece um pouco mais sobre a importância dos símbolos e sobre o uso do incenso na Missa, é possível observar de forma mais consciente a missão deste produto tão rico – em experiência sensorial e de significado – na liturgia.
Confira, também, uma pequena lista com sugestões para uma boa celebração:

*Use sempre incensos de boa qualidade para que todos desfrutem da celebração.

*Procure usar diferentes tipos de incenso para marcar cada Tempo.

*Certifique-se de que o carvão esteja bem aceso e de usar quantidade suficiente de incenso para que a fumaça seja vista e seu perfume se espalhe pelo ar.

“Suba até Vós minha oração como incenso.” (Sl 141, 2)

http://blog.milagros.com.br

Nenhum comentário :