A imagem é de uma pintura rupestre, talvez a mais famosa, que se encontra nas paredes de cavernas de Araña em Valência, na Espanha.
Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch
O que faz o MEL ser tão saudável, ‘eterno’ e não estragar?
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/geral-40763802
Estima-se que foi pintada há cerca de 8 mil anos, prova de que, ao menos desde então, nós nos arriscamos para conseguir essa delícia que as abelhas produzem com a ajuda das flores.
O sabor do mel, a segunda coisa mais doce que se encontra na natureza depois das tâmaras, encanta o ser humano desde que ele passou a ficar na posição ereta.
E o mais assustador é que, se o autor dessa pintura oito milênios atrás tivesse deixado um pote de mel no mesmo lugar, é muito provável que ele ainda estivesse bom para comer – no caso, o professor Jaime Garí Poch, que descobriu as cavernas onde estava a pintura no início do século 20, teria sido o agraciado com o pote.
Mas o que tem no mel para que se mantenha fresco por tanto tempo?
Encontrado em toda parte
Ao longo da história, a humanidade já se alimentou, se banhou e até se tratou com mel.
Em uma tábua de argila de Nippur, o centro religioso dos sumérios no Vale do rio Eufrates, que data aproximadamente do ano 2000 a.C., há uma receita escrita para cuidar de machucados desta forma: “Moer até que a areia do rio vire pó (faltam algumas palavras) e amassar com água e mel, azeite puro e óleo de cedro e colocar quente sobre a ferida”.
O grande guerreiro cartaginês Aníbal deu ao seu exército mel e vinagre quando cruzaram os Alpes em elefantes para lutar contra Roma.
Para a medicina chinesa, o mel tem uma característica equilibrada (não é yin nem yang) e atua de acordo com os princípios do elemento Terra, entrando no pulmão, no baço e nos canais intestinais, segundo textos antigos.
Durante a dinastia Zhou Oriental (770-256 a.C.), um dos manjares reservados para a realeza era uma mistura de mel com larvas de abelha. Nas Poesias de Chu, uma antologia antiga (século 11 a.C-223 a.C.), se fala de vinho e mel.
E, no antigo Egito, os faraós partiam para outro mundo carregados de mel.
São poucos os alimentos que sobrevivem com o passar do tempo.
Desenho antigo em caverna na Espanha mostra um homem pendurado em um cipó e alcançando uma colmeia para coletar mel de abelhas selvagens.
Mas a diferença está aí: você precisará preparar algo.
Como é possível?
A “magia” acontece por uma série de fatores que operam na mais perfeita harmonia e em equilíbrio. O mel é um açúcar, e os açúcares são higroscópicos. Isso significa que eles têm pouca água, mas podem absorver a umidade se expostos a ela.
São raros os micro organismos que podem sobreviver em um ambiente assim. Para que algo estrague, é preciso haver algo que gere esse processo – mas o mel é um “hospedeiro” ruim para eles, então, os micro organismos costumam se manter longe dele. Ao mesmo tempo, o mel é extremamente ácido. Seu pH fica entre 3 e 4,5 (7 seria neutro), e essa acidez mata micro organismos.
O néctar se decompõe em ácido glucônico e peróxido de hidrogênio, a famosa água oxigenada, muitas vezes usada para limpar feridas por matar bactérias e que protege o mel de coisas que queiram “crescer” nele.
Assim, esse “tesouro dourado” é eterno por ser extremamente doce e ácido, o que impede que qualquer bicho sobreviva – além disso, tem um poderoso Antisséptico natural.
Permitida a reprodução desde que mantida a formatação original e mencione as fontes.
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