sábado, 26 de outubro de 2013

A CORAGEM DE HIPÁTIA DE ALEXANDRIA


 
 
Filme “Ágora” Retrata a Vida da Grande Teosofista
 
por Joaquim Soares
 
Nota dos Editores:
 
Sucesso no festival de Cannes de 2009, mas barrado por algum motivo (*) no circuito comercial  das salas de cinema brasileiras, o filme “Ágora”, de que fala o texto a seguir, pode  ser obtido gratuitamente na Internet.
 
 
(*) Parece que houve a "mão da Igreja" nesta estória. 
 
Veja no fim do texto como baixar e assistir ao filme
  

Ao longo da história da humanidade refulgem marcos luminosos testemunhando vidas de dedicado sacrifício para que a marcha humana prossiga no rumo correto, alcançando  sempre novos patamares evolutivos.
 
Essa corrente de luz representa a vida e a obra de místicos e teosofistas que se elevaram destemidamente acima da mesquinhez e da ignorância reinante. Com o seu exemplo, iluminaram um pouco mais a escuridão na qual viviam seus semelhantes. [1]
 
Quase sempre incompreendidos em seu tempo, movidos por uma grande compaixão e por uma vontade indômita de alcançar a sabedoria, muitos acabaram por pagar com a própria vida a ousadia de verem mais longe.
 
A grande maioria desses servidores é quase desconhecida da humanidade.
Por isso, é algo a celebrar quando é dado a conhecer ao grande público episódios da vida de um grande teosofista.
 
É o caso de um extraordinário filme que passou pelas salas de cinema de vários países.
Trata-se da obra de cinema “Ágora”, do cineasta espanhol Alejandro Amenábar.
A obra relata os últimos dias da grande filósofa, matemática, astrônoma e teosofista Hipátia de Alexandria, que durante o século V lutou contra o sectarismo e fanatismo religioso.
 
Considerada como a última dos grandes neoplatônicos, Hipátia marcou o culminar da linhagem de elevados teosofistas ecléticos da famosa Escola de Alexandria, onde brilharam nomes como Porfírio, Proclo e o grande Amônio Saccas [2].
 
Hipátia nasceu por volta do ano 370 e viajou para Atenas onde acabou por se envolver com o Movimento Neoplatônico.
Mais tarde acabou por assumir a liderança da famosa Escola de Alexandria, no Egito.  
Profundamente instruída na Teosofia Eclética, expunha as doutrinas de Platão e contribuiu para restaurar o valor dos Mistérios, seguindo os passos dados anteriormente por Jâmblico, Porfírio e Plotino. Prosseguindo o trabalho de Amônio Saccas, ensinava igualmente a identidade fundamental de todas as religiões.
 
Os ensinamentos teosóficos de Hipátia eram a maior das ameaças à aceitação da frágil  teologia cristã, e suas doutrinas universalistas, bem como o uso firme da razão, punham a nu perante todos a origem dos plágios e da gigantesca fraude cometidos pelo Cristianismo.
 
Helena Blavatsky escreve na sua obra “Ísis Sem Véu”:
 
“Foram precisamente os ensinamentos dessa filósofa pagã (…) que levaram a que muitos se juntassem à nova religião, e então a luz platônica começou a lançar um brilho por demais inconveniente sobre a piedosa colcha de retalhos, porque ela fez ver a todos a fonte de onde provinham as doutrinas ´reveladas`. (…) a Igreja teve de lutar por sua vida, para não dizer por sua supremacia futura. Apenas eles, os sábios e eruditos pagãos detestados, e os não menos sábios gnósticos, tinham em suas doutrinas os fios até então ocultos de todas essas marionetes teológicas. Uma vez erguida a cortina, a conexão entre a antiga religião pagã e a nova religião cristã foi exposta; e, então, o que aconteceria com os mistérios em que penetrar era um pecado e uma blasfêmia? Com a coincidência das alegorias astronômicas de vários mitos pagãos, com as datas adotadas pelo Cristianismo para a natividade, a crucificação e a ressurreição, e com uma identidade de ritos e de cerimônias, qual teria sido a sorte da nova religião se a Igreja, com pretexto de servir a Cristo, não se desembaraçasse dos filósofos mais bem informados?” [3]
 
A extraordinária sabedoria de Hipátia ecoava por toda a Alexandria e mais além, recebendo o reconhecimento e a admiração dos melhores intelectos da sua época, entre os quais muitos cristãos, como por exemplo Sinésio, bispo de Cirene, que chegou a ser seu discípulo.
Foi detestada e odiada pelos cristãos fanáticos, encabeçados por Círilo, bispo de Alexandria.
 
Foi assim que, supõe-se, numa tarde do ano de 414, uma multidão enraivecida de monges ligados a Círilo se dirigiu até às portas do local onde Hipátia dava seus ensinamentos.
Instantes depois,  acabaram por assassinar a mais brilhante das mulheres de Alexandria, marcando o início da decadência da grande Escola Neoplatônica de Alexandria.
Segundo alguns, a morte de Hipátia marcou o início da "Idade das Trevas", ou da Ignorância.
 
A sanha persecutória dos cristãos fanáticos dos primeiros séculos não deixou pedra sobre pedra. Milhares de pergaminhos, edifícios, templos pagãos e estátuas foram destruídos.
Escolas de sabedoria foram fechadas  e filósofos e místicos mortos.
 
Sem meias palavras, Blavatsky indaga:
 
“Se o coup d´état [golpe de estado] tivesse falhado, seria na verdade muito difícil adivinhar qual seria a religião predominante no nosso próprio século. Mas, com toda probabilidade, não teria ocorrido o estado de coisas que fez da Idade Média um período de escuridão intelectual, que degradou as nações do Ocidente e rebaixou o cidadão europeu daquela época ao nível de um selvagem da Papuásia.” [4]
 
Para a história, ficou a morte de uma mulher sábia nas mãos de um bando de ignorantes comandados por um bispo tirano e sanguinário,  que acabou por ser elevado a santo (São Círilo!) pela Igreja Católica.
 
Por tudo isto, e muito mais, aplaudimos o filme “Ágora”, que retrata a notável figura de Hipátia de Alexandria. Consideramos  louvável e corajoso este projeto cinematográfico do diretor Alejandro Amenábar.
 
Vale a pena conhecer algumas ideias de Amenábar sobre esta sua obra:
 
“Eu nunca estive interessado em ciência. 
Para mim, a beleza deste projeto foi ter estado em contato com o mundo da ciência do ponto de vista espiritual, emocional. 
Nossa intenção com o filme é transmitir a emoção do que acontece no universo.
Significa que tenta desvendar o mistério do cosmos.”
 
Vemos aqui que o realizador, talvez intuitivamente, compreendeu algo muito importante – e que ele faz transparecer no filme, na personagem de Hipátia, a quem se aplicam as seguintes palavras de Einstein, a propósito da religiosidade cósmica:
 
“[Os] gênios religiosos de todos os tempos se distinguiram por essa religiosidade diante do cosmos.
Ela não tem dogmas nem um Deus concebido à imagem do homem; portanto nenhuma Igreja ensina a religião cósmica.
Temos também a impressão de que os hereges de todos os tempos da história humana se nutriam com esta forma superior de religião.” [5]
 
Amenábar conclui dizendo:
 
“Acabamos contando a história de Hipátia no século V e em Alexandria por um processo de depuração.  Primeiro foi uma história que abrangeu dois mil anos, a partir do sistema geocêntrico à relatividade, e fomos delimitando.  Pesquisando sobre Hipátia e o período em que ela viveu descobrimos muitas conexões com o mundo atual, e isso nos pareceu duplamente interessante. Alexandria era o símbolo de uma civilização que estava morrendo nas mãos de diferentes facções, fundamentalmente religiosas, e Hipátia foi uma personagem que para muitos marcou de maneira simbólica o fim do Mundo Antigo e o começo da Idade Média. Ágora é, em muitos aspectos, uma história do passado sobre o que está acontecendo agora, um espelho para que o público olhe e observe de uma distância de tempo e espaço, e descubra, surpreendentemente, que o mundo não mudou tanto assim.”
De fato, assim é.
 
Até hoje, que se saiba, a Igreja Católica não reconheceu a injustiça cometida contra Hipátia, talvez porque isso significasse a capitulação perante todos aqueles que defenderam, e defendem ainda hoje, que o cristianismo, no que tem de melhor, tem uma dívida em relação às religiões antigas. Por outro lado, o sectarismo religioso continua a ser a fonte da maioria dos males que afligem a humanidade.
 
Apesar da contestação do Vaticano, que tem impedido a estreia do filme de Amenábar em vários países [6] , a história de Hipátia começa agora a ser conhecida por um número cada vez maior de pessoas.  “Ágora” é uma verdadeira lição de teosofia e algo que não se deve perder.
 

NOTAS:
 
[1] Ver textos “O Caminho do Aprendizado”, em duas partes, no website www.filosofiaesoterica.com,  seção temática “Autoconhecimento e Sabedoria”. (JS)
 
[2] Em “A Chave Para a Teosofia”, HPB informa que foram Amônio Saccas e seus discípulos que introduziram no século III o nome “Teosofia”, inaugurando o sistema Teosófico Eclético. (JS)
 
[3] “Ísis Sem Véu”, Vol. III,  H. P. Blavatsky, Ed. Pensamento,  SP, pp. 224-225. (JS)
 
[4] Na obra citada anteriormente. (JS)
 
[5] O texto “A Religião Cósmica” pode ser encontrado no website www.filosofiaesoterica.com, na seção “Ciência, Psicologia e Teosofia”. (JS)
 
[6] Aparentemente, também no Brasil. Mas o filme pode ser obtido gratuitamente na Internet. (Nota do editor de www.filosofiaesoterica.com )
 
 
 
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Como baixar e assistir ao filme:
 
 
1ª Opção - Via Torrent (Arquivo Torrent + Legendas no anexo desta mensagem)
 
Tipo de arquivo: .AVI
Qualidade: DVDRip
Idioma do Áudio: Inglês
Legendas (no anexo): em Português
 
 
2ª Opção - Via Provedor (4Shared)
 
Tipo de arquivo: .RMVB
Qualidade: DVDRip
Idioma do Áudio: Inglês
Legendas : Embutidas em Português
 
 
Links para download:
 
 
 
Observações  => Atenção ! => PARA QUEM BAIXAR PELO PROVEDOR 4SHARED
 
1) Para assistir ao filme é necessário baixar todas as partes ( 5 partes ) do mesmo.
Como estão compactadas e divididas em segmentos pelo WinRar, baixando apenas uma parte não proporcionará nenhuma exibição em qualquer player existente, além de exibir a mensagem de erro se tentarmos descompactar pelo WinRar.
O WinRar só irá descompactar o arquivo (do filme) se todas as partes estiverem presente em uma mesma pasta.
 
Para baixar o WinRar use o link abaixo:
 
 
2) O vídeo está com extensão  .rmvb, o que significa dizer que só poderá ser assistido com o Real Player.
ou outro qualquer que rode arquivos Real Media. Um deles é o
Media Player Classic.
Portanto, o Windows Media Player não executa este tipo de arquivo !
 
Para baixar o Media Player Classic para Windons 2000 ou Windows XP use o link abaixo:
 
Para baixar o Media Player Classic para Windons 98 ou Windows Milenium (ME) use o link abaixo:
 
3) Outro Player muito bom é o KMPlayer que roda em qualquer sistema operacional Windows
Para baixar o KMPlayer use o link abaixo:
 
4) Se ainda não conseguir assisti-lo, atualize seus codec de áudio e vídeo, baixando e instalando o arquivo K-Lite Mega Codec Pack 6.2.0
Para baixar o K-Lite Mega Codec Pack 6.2.0 use o link abaixo:
 
 
 

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