Ao longo de nossas vidas, acumulamos muitos conceitos de como nós e as coisas são, como certas pessoas agem e, assim, vamos escrevendo nossa história, pautados em fatos e interpretações na maioria das vezes baseadas no medo, no sofrimento e nas limitações.
Todos temos sonhos e desejos mas ninguém passa a vida sem ter algum frustrado.
Isso ocorre pois em nossa cegueira não percebemos que o que queremos às vezes nada têm a ver com nossa essência, com a expressão mais pura de nosso Ser.
A maioria de nossos desejos aparecem para tapar algum buraco, satisfazer alguma carência, uma solução alternativa "de fora para dentro" que muito fracamente nos satisfaz, logo precisando de mais alguma coisa que supra esta falta.
Nascemos com alguns aprendizados pré-determinados, pontos de vista, vibrações a desenvolver.
Nossos desejos são meramente artifícios para aliviar a falta que estas vibrações nos fazem, para nos manter em uma zona de conforto por um pouco mais de tempo antes de iniciarmos o trabalho que verdadeiramente viemos fazer aqui.
Começamos, então, nosso caminho de autocura pela dor das frustrações, quando já tentamos de tudo, mas, mesmo assim, as coisas continuam do mesmo jeito, as mesmas histórias se repetindo sempre.
É assim que desenvolvemos de forma produtiva uma mentalidade de olhar para dentro e buscar aquela ferida onde uma pitada de amor seria o melhor remédio.
A ilusão de que a cura virá de fora ainda é muito forte, mas sem o nosso envolvimento, nossa própria mudança e consentimento nada em nossa vida mudará.
A primeira questão a nos direcionar para dentro são nossos relacionamentos, são os melhores espelhos para nos enxergarmos, para nos mostrar onde estamos errando.
Todos nossos relacionamentos serão curados a partir de nós mesmos, ou seja, nós temos que mudar para que eles mudem.
As descrições que temos registradas sobre nós mesmos, nossos familiares e afins têm que mudar, pois nós não nos relacionamos com as pessoas, mas sim, com a imagem que fazemos delas.
Só mesmo uma pessoa totalmente desperta consegue se relacionar com o que as pessoas realmente são em essência e, em essência, todos são Deus.
Se temos muito fortemente registrado que somos de tal maneira, que os outros são tal maneira, que sempre sofremos tal tipo de coisas, que a vida é de tal maneira e ficamos esperando que todos de uma hora para outra fiquem perfeitos do jeito que sonhamos, isso não irá acontecer e mais uma vez iremos nos frustrar, pois a mudança começa em nós.
Ninguém obtém sucesso em nada na vida sem desenvolver algumas características pessoais, superar medos e bloqueios, aprender a perdoar, desenvolver a coragem e o poder pessoal, a capacidade de ser feliz independente dos fatos, enfim, muitas situações aparecerão para nos tirar de nossa zona de conforto até que aprendamos todas as lições que nós mesmos escolhemos vivenciar antes mesmo de encarnar.
Por isso, nossos relacionamentos mais próximos e todas as dificuldades que passamos com eles são tão abençoadas, pois são nossos maiores aprendizados.
Vemos refletidos neles partes nossas muito profundas, o que menos gostamos na gente e o que mais temos dificuldade de enfrentar.
Preste atenção como todas as soluções que imaginamos para nossos problemas e irritações são sempre atalhos para nos manter em uma zona de conforto.
Dizemos sempre que o outro ou as coisas é que têm que mudar, nós somos sempre os certos da estória.
O medo de olhar para dentro é grande, a vaidade e o orgulho sempre colocarão a culpa no outro.
Nossas preocupações e ansiedade também são muito grandes para atingirmos certo objetivo, o que também acaba dificultando de enxergarmos as coisas como elas realmente são.
Entendam que aquilo que queremos chegará até nós, mas talvez não da forma que imaginamos.
Não sem antes nos tirar de nossa zona de conforto e nos forçar aprender mais sobre nós mesmos, a fazer-nos crescer e nos fortalecer, a nos amarmos e nos aceitarmos incondicionalmente.
Praticamente todos os grandes problemas que nos afligem atualmente têm a ver com nossa autoimagem, amor próprio, o valor que damos a nós mesmos.
Com comportamentos que nos condicionamos a ter para conseguir das pessoas o amor e o valor que ainda estamos aprendendo a nos atribuir.
Sentimo-nos ainda inferiores, incompletos, acreditamos que precisamos fazer algo para sermos queridos, nos comportarmos de tal maneira que seja aceitável, trabalhar feito loucos em algo por suas recompensas, falar e nos expressar como acreditamos que vão gostar.
Sem perceber o desalinhamento que isto nos causa, energeticamente criamos máscaras, personagens que incorporamos para agradar ao mundo, nos protegermos ou conquistar o que queremos.
Estas máscaras ganham tanta força que em determinado momento não as percebemos mais, achamos que somos nós mesmos.
Criam-se desde nosso chakra frontal causando sérios incômodos na cabeça e se alimentam por laços do segundo e terceiro chakras já construídos sob esta energia de pouco amor próprio e pouca autovalorização.
Isso já trazemos de outras vidas, mas nesta se refletiu atraindo de nossos pais e relacionamentos próximos comportamentos que nos fizeram manifestar este "desamor próprio" novamente.
Sempre tivemos que fazer algo ou nos comportar de tal maneira para conseguir o amor dos pais.
Tínhamos que sorrir, ser educados, comportados, tirar notas altas, ser magros e santos para ganharmos recompensas, que muitas vezes eram materiais quando só precisávamos de um carinho e aceitação.
Tudo isso são feridas de nossa criança interior.
Muitas feridas fazem nossos personagens buscarem fora o que não damos para nós mesmos.
A cura disso, juntamente com toda ajuda que conseguirmos, é um processo pessoal, devemos buscar conscientemente enxergar nossas qualidades únicas e nos amar do jeito que somos.
Sem comparações ou modelos de perfeição herdados, impostos ou autoimpostos.
Quanto mais nos amamos mais os outros nos amam.
Quanto mais nos respeitamos mais os outros nos respeitam.
Quanto mais nos valorizamos mais coisas boas atraímos para nossa vida.
E o que realmente precisamos em nossa vida é Amor.
E quando as feridas, crenças, imagens e rótulos negativos que criamos forem substituídas por esse Amor, nosso mundo se transformará.
Certamente, no caminho para nos libertarmos das ilusões de nossos personagens e nos realinharmos a nossa essência encontramos muitas dores, feridas e bloqueios profundos, crenças, imagens e conceitos envolvidos.
Mas não há outra alternativa senão o nosso envolvimento consciente e o compromisso com nós mesmos.
Procurar em nós mesmos a resposta para o que nos incomoda, pois tudo o que passamos no externo é um reflexo do interno.
Os resultados que obtemos só dependem da nossa própria mudança.
No caminho, busquemos a paz.
Busquemos abrir mão de crenças fixas a respeito de como a vida e as pessoas são.
Deixemos a luz entrar e nos mostrar onde estamos agindo em desacordo com nossa própria essência.
Estejamos abertos a aceitar nossas falhas e dispostos a colocar amor onde antes só haviam sombras. Vocês vão sentir a diferença, não tem como não sentir, pois quando nós mudamos, a vida nos acompanha.
Rodrigo Durante
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