O Canto Gregoriano é um gênero de música vocal monofônica, monódica (só uma melodia), não acompanhada, ou acompanhada apenas pela repetição da voz principal com o organum, com o ritmo livre e não medido, utilizada pelo ritual da liturgia católica romana, a idéia central do cantochão ocidental.
Somente este tipo de prática musical podia ser utilizada na liturgia ou outros ofícios católicos.
Desde seu surgimento que a música cristã foi uma oração cantada, que devia realizar-se não de forma puramente material, mas com devoção ou, como dizia Paulo (Apóstolo): "cantando a Deus em vosso coração".
O texto era, pois, a razão de ser do Canto Gregoriano.
Na verdade, o canto do texto se baseia no princípio - segundo Santo Agostinho - de que "quem canta ora duas vezes".
Por isso, ao interpretá-lo, os cantores devem haver compreendido bem o sentido dele.
Em conseqüência, deve-se evitar qualquer impostação de voz de tipo operístico, em que se busca o destaque do intérprete.
Deste canto procedem os modos gregorianos, que dão base à música ocidental.
Deles vêm os modos maior (jônio) e menor (eólico), e outros cinco, menos conhecidos (dórico, frígio, lídio, mixolídio e lócrio).
HISTÓRIA DO CANTO GREGORIANO
O canto gregoriano é a mais antiga manifestação musical do Ocidente e tem suas raízes nos cantos das antigas sinagogas, desde os tempos de Jesus Cristo.
Os primeiros cristãos e discípulos de Cristo foram judeus convertidos que, perseverantes na oração, continuaram a cantar os salmos e cânticos do Antigo Testamento como estavam acostumados, embora com outro sentido.
O período de formação do canto gregoriano vai dos séculos I ao VI, atingindo o seu auge nos séculos VII e VIII, quando foram feitas as mais lindas composições e, finalmente, nos séculos IX, X e XI, princípio da Idade Média; começa, então, sua decadência.
Seu nome é uma homenagem ao papa Gregório Magno (540-604) que fez uma coletânea de peças, publicando-as em dois livros: o Antifonário, conjunto de melodias referentes às Horas Canônicas, e o Gradual Romano, contendo os cantos da Santa Missa.
Seus monges, na época, deram início a um trabalho de paleografia (estudo dos manuscritos antigos) de canto gregoriano e de recuperação dos sinais escritos nos séculos VIII e IX.
Depois, surge a semiologia gregoriana, que é a interpretação dos sinais, com uma volta à fonte, estabelecendo uma interpretação mais autêntica do canto gregoriano; entre outros sobressai nesse trabalho dom Eugène Cardine, OSB.
No começo do século XX, o papa Pio X pede aos monges beneditinos para fazerem uma edição moderna à luz dos manuscritos, surgindo então a Edição Vaticana e em 1985 foi lançada uma outra edição chamada "Graduale Triplex" (Gradual Tríplice) com as três notações do canto gregoriano: a Vaticana, a de Laon (França) e a de Saint Gaal (Suíça).
As principais características do canto gregoriano, também conhecido como canto chão, são: as melodias são cantadas em uníssono (monódico), sem predominância de vozes, ou seja, rigorosamente homofônico; de ritmo livre, sem compasso, baseado apenas na acentuação e no fraseado; cantado "a capella", isto é, sem acompanhamento de instrumentos musicais e suas letras são em latim, tiradas, em sua grande maioria, dos textos bíblicos, sobretudo os salmos.
Em 1994 houve um "renascimento" do canto gregoriano quando foi lançado pela EMI, em CD, um disco que havia sido gravado há mais de 20 anos pelos monges do Mosteiro de Santo Domingo de Silos, norte da Espanha – o disco alcançou o primeiro lugar em vendas em vários países, atingindo a marca de 5 milhões de cópias vendidas.
Recentemente surgiram outros dois ótimos grupos que também lançaram músicas de rock em estilo gregoriano: The sound of silence, Tears in heaven, In the air tonight, Eden (Sarah Brightman), When a man loves a woman e outras.
Você pode ouvir o canto gregoriano, inclusive o CD Rorate do Coral Gregoriano de Belo Horizonte, e músicas sacras na Radio Set.
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