Há um erro básico que o homem pode cometer: é o de agir contra a Unidade; esse tipo de atitude se deve ao egoísmo.
A partir disso, podemos também afirmar que há apenas um tormento básico – o mal-estar, a enfermidade.
E, assim como uma ação contra a Unidade pode ser de vários tipos, da mesma forma a doença – uma conseqüência dessa ação – pode ser dividida em grupos principais que correspondem às suas causas específicas.
A real natureza de uma enfermidade será um guia eficaz para que se identifique o tipo de ação que se está praticando contra a Divina Lei do Amor e da Unidade.
No entanto, ainda não chegamos a semelhante estágio de perfeição; se já o tivéssemos alcançado, não haveria razão nenhuma para nossa existência nesta terra.
Desde o momento em que a lição é aprendida e o erro reparado, não há necessidade do corretivo, pois não podemos nos esquecer que o sofrimento é, em si mesmo, benéfico, sobretudo por mostrar-nos o momento em que estamos seguindo por alguma via enganosa, e por acelerar a marcha de nossa evolução para uma gloriosa perfeição.
Tais defeitos é que constituem a verdadeira doença (usando aqui a palavra com sua conotação moderna), e a continuidade desses defeitos, persistirmos neles, depois de termos alcançado um estágio de desenvolvimento em que já os sabemos nocivos, é o que ocasiona no corpo os efeitos prejudiciais que conhecemos como enfermidades.
Como o orgulho se mostra invariavelmente relutante em se curvar com humildade e resignação à Vontade do Grande Criador, ele pratica ações contrárias a essa Vontade.
Ele se opõe a toda a Obra Divina e é uma negação ao Criador; conduz apenas a pensamentos e a ações que são adversos à Unidade e contrários àqueles que seriam prescritos pelo Amor.
Cada uma dessas imperfeições, se mantiverem-se contrárias à voz do Eu Superior, provocarão um conflito que deve, por força da necessidade, refletir-se no corpo físico, produzindo um tipo específico de enfermidade.
Por exemplo, o orgulho, que é arrogância e rigidez mental, despertará doenças que ocasionarão a rigidez e a ancilose do corpo.
A dor é o resultado da crueldade, e, por meio dela, o paciente aprende, através do próprio sofrimento, a não infligi-lo aos outros, do ponto de vista físico ou mental.
As penalidades resultantes do ódio são o isolamento, o temperamento violento e incontrolável, as perturbações mentais e os estados de histeria.
As doenças decorrentes da introspecção – a neurose, a neurastenia e os estados semelhantes – que acabam tirando da vida tantas alegrias, são causadas pelo egoísmo em excesso.
A instabilidade da mente pode acarretar no corpo a mesma característica, com aquelas várias disfunções que afetam os movimentos e a coordenação motora.
Por exemplo, o coração, a fonte da vida e, portanto, do amor, é atacado especialmente quando o lado amoroso da natureza do indivíduo para com a humanidade não é desenvolvido ou é utilizado de modo errado; a mão lesada denota falha ou erro na ação; o cérebro sendo o centro de controle do corpo, se afetado, indica uma falta de controle na personalidade.
Tudo isso deve seguir o que a lei estabelece.
Estamos todos prontos a admitir as diversas conseqüências que se seguem a uma crise nervosa, a um choque emocional de más notícias que chegam de repente; se as atividades corriqueiras podem assim afetar o corpo, quão mais grave e profundamente enraizado deve ser um conflito que existe desde há muito entre a alma e o corpo!
Como podemos nos espantar com o fato de as conseqüências provocarem doenças tão graves como as que existem entre nós atualmente?
A prevenção e a cura acontecem quando localizamos o erro dentro de nós mesmos, e suprimimos esse defeito por meio do cuidadoso aprimoramento da virtude que o destruirá; não combatendo diretamente o erro, mas desenvolvendo tanto essas virtudes opostas que ele chegue a ser varrido de nossas naturezas.
Nenhum comentário :
Postar um comentário