terça-feira, 30 de julho de 2013

Três enganos comuns que as pessoas pensam que são encontros extraterrestres






Quase todo mundo que já olhou para o céu à noite perguntou a si mesmo, pelo menos de alguma forma, a mesma questão:

“Será que estamos realmente sozinhos no universo?”. 

A única coisa que é certa é que nós definitivamente não queremos estar.

Talvez isso explique porque as pessoas continuam vendo OVNIs no céu, e porque estão sempre caindo em um de três tipos básicos de engano.

A ideia de que a humanidade é única é um pensamento muito deprimente para a maioria das pessoas.

É natural, então, que nós passemos a interpretar praticamente qualquer coisa como um sinal de contato alienígena.

A história está repleta de relatos de avistamentos de OVNIs, mas se você tomar um segundo para parar e pensar, quase todos vêm com explicações, e nenhuma delas extraterrestre. 

Considere o seguinte: uma de nossas naves espaciais levaria cerca de 60 mil anos simplesmente para alcançar a borda de nossa galáxia, o que dificulta a viabilidade de uma visita extraterrestre. 

Isso não impediu hordas de pessoas dispostas a jurar até o dia da morte que viram, interagiram com, foram tocados e/ou sido sondados por criaturas de um mundo além do nosso. 

Estas pequenas revindicações e suas posteriores “provas” de vida alienígena na Terra quase sempre caem em uma das três categorias: exercícios militares que deram errado, fenômenos da natureza, e, é claro, fraudes.

 1. Casos Militares
Já percebeu como avistamentos de OVNIs tendem a acontecer convenientemente em torno de bases militares?
Sim, e isso não é uma coincidência.
Seja balão meteorológico, câmeras espiãs voadoras, ou aeronaves não autorizadas, as pessoas sumariamente, e felizes com isso, assumem que o mistério observado é alienígena – em vez de atividade militar.
Especialmente em tempos de paranoia nacional.

A Batalha de Los Angeles

Após o ataque a Pearl Harbor, a sensação de segurança nos EUA foi destruída.
Assim, três meses depois, quando um balão meteorológico casualmente passou flutuando sobre Los Angeles em 1942, a histeria coletiva se alastrou.
O que uma cidade aterrorizada pode pensar?
Pensou que se realizava um ataque aéreo militar maciça contra um intruso extraterrestre, resultando nesta fotografia icônica do que mais tarde foi apelidado de “The Battle of Los Angeles”.



Inicialmente, a sombra no céu foi pensado como sendo um ataque vindo do Japão, mas em uma entrevista coletiva logo após o incidente, o Secretário da Marinha Frank Knox rapidamente procurou tirar atenção do fato, chamando-o de um “alarme falso”.

Isso, em seguida, deixou o pessoal da mídia livre para publicar todos os tipos de “relatórios” de encobrimento de atividades extraterrestres.

A Batalha de Los Angeles aclimatou os civis para a noção de que avistamentos de alienígenas não eram apenas plausíveis, mas prováveis. Permitiu uma maneira mais confortável para explicar os seus medos.

O Incidente Roswell

Um dos mais notórios alegamentos de avistamentos de OVNIs (e a inspiração para um programa de televisão criminalmente subestimado), começou em julho de 1947, Roswell – Novo México EUA, quando o capataz William Brazel tropeçou em uma vala gigante com centenas de metros de comprimento e cheia de detritos, tiras de borracha, papel alumínio, papel, fita adesiva e madeira.

A confusão bizarra foi na propriedade onde trabalhava, e Brazel prontamente comunicou às autoridades, até que o relato chegou à base aérea de Roswell.

O comandante da base descreveu o evento como sendo nada mais que um balão meteorológico com defeito, encorajando todos a esquecer tudo e voltar às suas atividades.

Então, os teóricos da conspiração decidiram que era o momento perfeito para alavancar a demagogia UFO.

Stanton Friedman, físico e ufólogo, foi um dos que iniciaram as explicações envolvendo alienígenas nesse evento, porém trinta anos depois.

Depois de entrevistar o Major Jesse Marcel, um dos inspetores do sítio original, em 1978, Friedman conseguiu o que estava procurando.

Marcel afirmou que todo o evento foi um acobertamento militar de uma nave alienígena.

Glenn Dennis, um agente funerário, também afirmou que corpos foram retirados do local e levados para uma base aérea.

Mas essas pessoas não eram totalmente insanas (ou, no mínimo, totalmente erradas).

Com tanta controvérsia sobre o que realmente aconteceu, duas investigações oficiais do governo separadas ocorreram – uma em 1994 e outra em 1995.

A primeira confirmou que a causa tinha sido de fato sido um balão meteorológico, em um programa confidencial que usou luzes sensíveis para tentar detectar testes nucleares russos.

A segunda esclareceu que os “corpos mortos” eram manequins usados durante testes de paraquedas, manequins estes que, em seguida, tiveram que ser removidos.

Depois de Roswell, o interesse em potenciais naves alienígenas disparou, com cerca de 800 avistamentos ocorrendo nas semanas que se seguiram.

Tal como acontece com a Batalha de Los Angeles, o clima internacional provavelmente desempenhou um papel fundamental.

Enquanto as fotografias de OVNIs são agora relativamente raras e se formou um considerável ceticismo, naquela época, as reivindicações foram aceitas em massa.

Cada avistamento de OVNI era apenas um outro acréscimo para cima de uma já grande pilha de eventos e indutores de ansiedade (quanto mais relatos vinham, mais a ideia se prospectava na população, causando ainda mais relatos).

As luzes misteriosas

Em agosto e setembro de 1951, a pequena cidade americana de Lubbock, Texas, teve seu próprio e breve período nos holofotes ufológicos.

Avistaram um grupo de 20 a 30 luzes flutuando no céu, na noite de 25 de agosto.

Na semana seguinte, o estudante Carl Hart notou um fenômeno similar no céu e tirou fotos, que o jornal local, em seguida, publicou e eventualmente enviou por todo o país.



O Tenente Edward Ruppelt, do Projeto Blue Book da Força Aérea (a agência governamental norte-americana criada para o propósito expresso de investigações de UFOs) analisou as imagens e, finalmente, declarou como sendo uma brincadeira.

Para Ruppelt, a visão não tinha sido nada mais do que postes a refletir sob as barrigas de um bando de maçaricos (aves). Testemunhas na área apoiaram esta explicação, concordando que eles tinham de fato visto e até ouvido grandes bandos de aves migratórias.

Ainda assim, outros sustentaram a ideia de que o tenente estava simplesmente tentando encobrir atividades militares com aeronaves.

Qualquer que possa ser a explicação correta, no entanto, certamente não inclui alienígenas.

 2. Fenômenos da Natureza

Nosso planeta é plenamente capaz de criar seus próprios e absolutamente belos fenômenos impressionantes que podem muito facilmente aterrorizar testemunhas que não entendem o que está acontecendo no céu acima deles.
Geralmente, conforme a ciência avança, temos cada vez menos casos de pessoas relatando atividades suspeitas, potencialmente de outro mundo ou sobrenaturais, diante de uma ocorrência natural.
Ainda assim, é curioso o quão rápido chegamos à conclusão de que uma visão fenomenal veio de algum ser alienígena quando, na verdade, ele só veio a partir de nosso próprio mundo.

Milagre do Sol em Portugal

Em 1917, trinta mil pessoas em Fátima, Portugal, supostamente testemunharam o “Milagre do Sol”, um evento que deveria ser uma prevista aparição da Virgem Maria. Multidões se reuniram para olhar para um céu nublado durante horas.
Mas quando as nuvens finalmente abriram e o sol veio, todo mundo experimentou, simultaneamente, uma visão de luzes multicoloridas que vieram para baixo em espiral – pânico coletivo.



Para esta população claramente de devoção religiosa, as luzes brilhantes poderiam muito bem ter parecido como um sinal do fim dos tempos.
Quase 100 anos depois, sabemos do fato que ficar olhar para o sol por um tão longo período de tempo tem o potencial de induzir diretamente histeria em massa e alucinações.
Se eles estavam procurando por um pouco de emoção, ao menos conseguiram.
O dano grave na retina foi apenas um bônus.

As luzes do País de Gales

Em janeiro de 1974, as pessoas nas montanhas do País de Gales relataram ter visto luzes estranhas no céu, diretamente seguidas por um abalo violento do solo sob seus pés – hoje sabemos que eram terremotos.
Os habitantes da montanha Berwyn, no entanto, definiram que havia apenas duas possíveis explicações: explosões de enormes meteoritos ou ataques alienígenas.



Infelizmente para os sensacionalistas galeses, a ciência diz o contrário: quando a crosta da Terra está sob estresse antes da atividade sísmica, (o que se presume ser) luzes eletromagnéticas, muitas vezes, aparecem no céu.
E o British Geological Survey (BGC) determinou que um terremoto de magnitude 3,5 havia agraciado a região com sua presença nessa mesma noite.

 3. Fraudes (mentirosos, charlatões ou brincalhões)

E há quem simplesmente age de má-fé – e quem acredita.

Roswell: a Autópsia

Em 1995, o tema de Roswell mais uma vez acendeu conversas em todos os Estados Unidos quando o empresário Ray Santilli alegou ter em sua posse um filme em preto e branco de 17 minutos de uma autópsia alienígena recuperada do setor do Caso Roswell.

Então eis que surge um documentário acompanhado do vídeo, com muitos, senão a maioria dos indivíduos entrevistados afirmando firmemente que eles acreditavam que era falso.

As emissoras de televisão que mostraram o documentário mais tarde admitiram censurar as partes que colocavam a validade da autópsia em questão. Uma vez que o filme foi exibido, o diretor do documentário também afirmou que ele acreditava que o filme só podia ser falso.

Claro que, em breve, quase todos com algum tipo de conexão com o evento começaram a falar que era apenas uma brincadeira.

Santili, então, admitiu que a maioria das “imagens originais” eram de péssima qualidade, e ele teve que usar porções refilmadas e reencenar eventos supostamente reais.

Eventualmente, o artista e escultor John Humphreys também veio a público admitindo que ele tinha construído dois corpos extraterrestres e enchido-os com um pouco de mistura “saborosa” de cérebros de ovelha, geleia (sabor não especificado), vísceras de frango e ossos de articulações.
Você sabe, coisas alienígenas…

Apesar de todas estas admissões e as provas em contrário, Santilli continua a afirmar que o filme é uma reconstrução precisa de 100% do original.

Morristown, New Jersey

Recentemente, 2009, os moradores de Morris Conde, New Jersey, ficaram de janeiro a fevereiro mistificados em torno de cinco luzes estranhas que sempre apareciam no céu noturno.

Mesmo trabalhadores em torres de controle não conseguiam descobrir de onde as luzes estavam vindo – nada aparecia em seus radares.

Portanto, é claro, a próxima conclusão lógica foi alienígenas.

No mesmo dia da mentira, dois jovens admitiram a fraude.

Colocaram luzes simples em balões de hélio, e enviaram num caminho acima da cidade, em um esforço para mostrar como é fácil incitar um susto UFO.
E certamente funcionou.




Desde que sabemos 100% ao certo o que realmente aconteceu nesse caso, a extensão e a variedade de reações provaram o quão não confiáveis ​​e inconsistentes podem ser os relatos de avistamentos de alienígenas.

Embora não tinha sido nada mais do que algumas luzes pairando, algumas pessoas afirmaram nunca ter visto nada tão assustador em suas vidas, alguns se recusavam a acreditar que a causa tinha sido balões, e um homem ainda insistiu que ele tinha visto nove luzes espalhadas que finalmente se juntaram numa linha e começaram a se comunicar uma com a outra.

Portanto, não importa quão sincera a história possa parecer, as pessoas são absurdamente não confiáveis ​​quando se trata de um encontro alienígena – e outros também.

Ainda assim, sempre haverá pelo menos algum mistério não resolvido que leve a promessa de contato alienígena.

Mesmo que seja apenas a menor das possibilidades, isso é tudo que algumas pessoas precisam para desencadear um “comboio de teorias da conspiração com atividades alienígenas”.

[GIZMODO]


Jonatas Almeida da Silva

http://hypescience.com

Um comentário :

Anônimo disse...

Olá
Me obrigo a informar que a tese uma viagem a um lugar distante (tipo 60mil anos) torna impossível o contato, é coisa que já caiu por terra a muitos anos na Física moderna. Ninguém de são consciência viajaria linearmente no Universo. obrigatoriamente as viagens devem se dar por "atalhos", com deformação espaço/tempo (cordas). Exemplo simplório: no joguinho "Come-come", se estamos com o cursor na tela do computador e queremos ir para o lado esquerdo, o que é mais perto, ir linearmente TODA a tela até à esquerda, ou simplesmente avançar uma só posição para a direita e já estaremos no lado esquerdo? Imagine a tela como se fosse uma cartolina "deformada" perfazendo um cone, daí fica fácil de entender. As viagens espaciais distantes se dão e se darão por essa maneira, o meio acadêmico aceita e tem todas as fórmulas que provam a veracidade teórica disso.
Um abraço
Paulo