segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tornando a Ação Sagrada



Em certos momentos cruciais, descobrimos que a mulher tem um senso de direção muito melhor do que seu marido.

É assim que a Torá apresenta suas características relativas.

A mulher tem consciência do verdadeiro caminho e se mantém nele.

O homem, ao contrário, geralmente se confunde.

Um exemplo disto, mencionado em nossa Parashá Pinchas, é a confusão causada pelos Espiões.

Doze homens entraram na Terra de Canaã para investigar a melhor forma de conquistá-la.

Dez deles retornaram com um relatório falso.

Todo o Povo chorou amargamente, dizendo que queriam retornar ao Egito – mas não as mulheres.

Outro exemplo do bom senso das mulheres é o de que eles não adoraram o Bezerro de Ouro.

Cronologicamente, nossa Parashá acontece ao final do período de 40 anos de viagem pelo deserto que D'us decretara como punição por aqueles que deram ouvidos aos Espiões e se recusaram a entrar na Terra.

Durante estes 40 anos, os homens adultos morreram – mas não as mulheres. Diferentemente dos homens, elas amaram a Terra e quiseram verdadeiramente nela entrar.

Este amor também é expresso em outro incidente na Parashá, quando cinco mulheres solteiras vieram a Moisés e pediram que lhes fossem dada uma porção da Terra Santa.

Geralmente, a Terra deveria ser partilhada de acordo com os homens de cada família.

No caso destas cinco mulheres, seu pai havia morrido e elas não tinham irmãos.

Isto significava que sua família não teria sua porção na Terra?

Por quê elas deveriam ser deixadas de fora?

D'us disse a Moisés que elas estavam certas: a estas cinco mulheres deveria ser dada a porção de Terra Santa que era devida ao seu pai.

Rashi [famoso comentarista da Torá] comenta que não só elas receberam uma porção da terra – esta passagem foi escrita na Torá em seu mérito.

Qual é a importância do fato das mulheres hebréias amarem a Terra e de não serem desencorajadas a tentar entrar nela e cuidar dela?

Os ensinamentos chassídicos e cabalistas explicam que o verdadeiro erro dos Espiões foi o de querer permanecer no ambiente espiritual do Deserto.

Lá eles eram alimentados pelo Manná dos Céus, cuidados pelas Nuvens de Glória, guiados pelo Pilar de Nuvens durante o dia e pelo Pilar de Fogo à noite.

Por quê eles deveriam entrar na Terra, com todos os seus problemas práticos?

A Terra representa o mundo da Ação.

Os Espiões e aqueles que os seguiram preferiam permanecer nos domínios celestiais.

Eles não queriam entrar na realidade.

Aqui vemos a qualidade especial das mulheres: a mulher tem o poder de trazer o celestial e o espiritual para a saudável realidade da vida.

Elas não tinham medo que a espiritualidade fosse evaporar em face aos aspectos práticos da vida diária.

Por este motivo, as mulheres da época de Moisés amavam a Terra e queriam tanto entrar nela.

Também em nossa época, a mulher tem o poder de criar um domínio sagrado no mundo da Ação e da realidade diária, utilizando a fonte de santidade que flui da Torá.

As leis especiais que se relacionam em particular às mulheres são meios de estabelecerem uma moradia para D'us no mundo real.

Enquanto o homem está às vezes confuso e incerto, a mulher tem o poder de mostrar o caminho para a Terra Sagrada, o que significa também transformar a Terra – a realidade diária da vida – em algo que é puro e sagrado.


Por Dr. Tali Loewenthal

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