Os cientistas, no mínimo, já desconfiavam, mas agora puderam confirmar: o objeto monstruoso no centro da Via Láctea é, de fato, um gigantesco buraco negro.
Humanidade finalmente verá um buraco negro em 2018
O GRAVITY estava sendo utilizado para observar chamas de radiação infravermelha vindas do disco ao redor de Sagitário A *, o objeto massivo no coração da Via Láctea.
“É inacreditável ver material orbitando um enorme buraco negro a 30% da velocidade da luz.
Feliz coincidência
O GRAVITY combina a luz de quatro telescópios do VLT para criar um super-telescópio virtual de 130 metros de diâmetro, uma técnica chamada interferometria, que pode aumentar drasticamente a sensibilidade e precisão das observações astronômicas.
Os pesquisadores afirmam que a descoberta do material orbitando o buraco negro e a consequente confirmação de sua natureza se deram por uma feliz coincidência.
“Estávamos monitorando de perto a S2, e é claro que sempre ficamos de olho no Sagitário A *. Durante nossas observações, tivemos a sorte de notar três clarões brilhantes ao redor do buraco negro – foi uma coincidência de sorte!”, explica Pfuhl no comunicado do ESO.
Essa emissão, proveniente de elétrons altamente energéticos muito próximos do buraco negro, era visível como três proeminentes explosões luminosas e corresponde exatamente às previsões teóricas de pontos quentes que orbitam perto de um buraco negro de quatro milhões de massas solares. Acredita-se que as chamas originem-se de interações magnéticas no gás muito quente que orbita muito perto de Sagitário A *.
Tempestades magnéticas
Esses pontos quentes encontrados pela equipe são, acredita-se, tempestades magnéticas que ocorrem quando campos magnéticos intensos formam filamentos que se separam e se reconectam, liberando grande quantidade de energia para aquecer o gás próximo dentro do disco de acreção (estrutura formada pelos materiais que orbitam um corpo central, como uma estrela ou um buraco negro).
Tais explosões foram detectadas antes, mas pela primeira vez os astrônomos puderam medir com precisão as posições e movimentos das chamas antes que elas se dissipassem, mostrando cada uma se movendo a 30% da velocidade da luz em uma órbita de aproximadamente 45 minutos em torno de alguma coisa central não vista – o próprio Sagitário A *, nosso buraco negro com massa de quatro milhões de sóis.
Será que um dia conseguiremos ver as singularidades dentro dos buracos negros?
“Eu não conseguia acreditar nos meus olhos.
“Este sempre foi um dos nossos projetos de sonho, mas não nos atrevíamos a ter esperança de que ele se tornaria possível tão cedo.
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