Escrito por Benedito Milioni
Capítulo 4: O nada antes de tudo
Oque vem antes do recomeçar pra valer?
Subitamente, você sente um vazio atordoante: é o que sobra da ruptura com o que precisa ser mudado, instante exato da consciência de que há o que zerar e, logo a seguir, uma nova contagem ser iniciada.
É como o enorme silêncio que vem depois do relâmpago e antes da trovoada: os pássaros ficam quietos, o vento os acompanha com medo também, os raios aceleram a velocidade da queda para fugir do que virá, uma coisa espantosa!
Quer recomeçar as relevâncias da sua vida?
Nesse hiato de silêncio ensurdecedor você deve cuidar para que as vozes da desesperança e os fantasmas dos medos e das inseguranças não ocupem o espaço e os preencha com as muitas frases que apenas se mostram como obsessões.
“Gato escaldado tem medo de água fria” (aqui, com o sentido de que se já não deu certo, não dará mais).
“Deixe a vida te levar” (e costuma levar para um buraco mais fundo…).
“O que tiver que ser será” (mas se não tentar aí mesmo é que não vai ser!).
“Estava escrito, conforme-se” (onde?).
“É… fio(a) …melhor mesmo é se conformar” (pensando assim, ainda estaríamos nas cavernas…).
O fato é que o recomeço de algo importante na vida nunca é tarefa das mais fáceis, muito menos indolor, como a queda de dente de leite.
E, finalmente, o mais grandioso na fase do silêncio vazio que antecede um recomeço: você, caro(a) leitor(a), terá muito tempo para fazer uma reflexão avaliativa dos fatos que descrevam a situação que pretende deixar para trás e sucedê-la pelo cenário que virá com o recomeço.
Uma passagem por seu espaço religioso e, nele, as preces e pensamentos que couberem.
Um tempo de recolhimento em local sem conexões com o mundo do seu cotidiano, em paz e muita meditação.
Tomar uma folha de papel, dividi-la em três partes iguais com uma linha vertical e, no topo de cada uma das colunas resultantes dessa divisão, escrever:
Na coluna ONDE PISEI NA BOLA, anote tudo que tenha feito e que se refletiu na situação-problema que justifica um recomeço, mas TUDO MESMO, corajosamente, de forma adulta e sem reservas tolas. Esgote as suas memórias do que tenha feito, aproveite para dar uma espécie de faxina nelas.
Finalmente, examine tudo com muita atenção e conclua sobre os cuidados a tomar no que será recomeço, para que as mesmas perturbações da sua paz não se repitam ou possam ser melhor administradas, quando não prevenidas ou minimizadas.
Trocando em miúdos: leis de Deus e da sua serva mais diligente, a Natureza, preveem todos os cenários que serão o entorno dos seres humanos e sempre lhes dão a devida oportunidade para se reconhecerem e aos momentos, com tempo mais do que suficiente para parar, pensar, entender e começar a agir!
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