domingo, 15 de setembro de 2013
Os pais da Terra não SÃO nossos pais, eles ESTÃO nossos pais.
Pela visão espírita, todos somos adotados.
Porque o único Pai legítimo é Deus.
Porque a cada encarnação, mudamos de pais consanguíneos, mas em todas elas Deus é sempre o mesmo Pai.
Mas, para entendermos melhor a existência desta experiência na vida de muitos pais, é necessário analisá-lo sob a óptica espírita, sob a luz da reencarnação.
A formação de um lar é um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual.
Sabemos que nada ocorre por acaso.
Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também são companheiros de vidas passadas.
E nossa vida de hoje é resultado do que angariamos para nós mesmos, no passado.
Surge, então, a indagação: “se são velhos conhecidos e deverão se encontrar no mesmo lar, por que já não nasceram como filhos naturais?”
Na literatura espírita encontramos vários casos de filhos que, em função do orgulho, do egoísmo e da vaidade, se tornaram tiranos de seus pais, escravizando-os aos seus caprichos e pagando com ingratidão e dor a ternura e zelo paternos.
De retorno à Pátria Espiritual (ao desencarnarem), ao despertarem-lhes a consciência e entenderem a gravidade de suas faltas, passam a trabalhar para recuperarem o tempo perdido e se reconciliarem com aqueles a quem lesaram afetivamente.
Assim, reencontram aqueles mesmos pais a quem não valorizaram, para devolver-lhes a afeição machucada, resgatando o carinho, o amor e a ternura de ontem.
Porque a lei é a de Causa e Efeito.
Não aproveitada a convivência com pais amorosos e desvelados, é da Lei Divina que retomem o contato com eles como filhos de outros pais chegando-lhes aos braços pelas vias de adoção.
Aos pais cabe o trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente de serem filhos consangüíneos ou não.
A responsabilidade de pais permanece a mesma.
Recebendo eles no lar a abençoada experiência da adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam para hoje valorizarem o desvelo e atenção que ontem não souberam fazer.
Trazem no coração desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos do corpo, mas sim filhos do coração.
Allan Kardec elucida: “Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias”.
DEVEMOS ESCONDER QUE ELES SÃO ADOTIVOS?
Um dos maiores erros que alguns pais adotivos cometem é o de esconder a verdade aos seus filhos.
É importante, desde cedo, não esconder a verdade.
Ás vezes, fazem por amor, já que os consideram totalmente como filhos; outros o fazem por medo de perder a afeição e o carinho deles.
Quando os filhos adotivos crescem, aprendendo no lar valores morais elevados, sentem-se mais amados por entenderem que o são, não por terem nascido de seus pais, mas sim frutos de afeição sincera e real, e passam a entender que são filhos queridos do coração.
Revelar-lhes a verdade somente na idade adulta é destruir-lhes todas as alegrias vividas, é alterar-lhes a condição de filhos queridos em órfãos asilados à guisa de pena e compaixão.
Não devemos traumatizá-los, livrando-os do risco de perderem a oportunidade de aprendizado no hoje.
André Luiz esclarece-nos quanto a este perigo: “Filhos adotivos, quando crescem ignorando a verdade, costumam trazer enormes complicações, principalmente quando ouvem esclarecimentos de outras pessoas”.
Identicamente ao que ocorre em relação aos nossos filhos biológicos, buscar o diálogo franco e sincero, com base no respeito mútuo, sob a luz da orientação cristã de conduta.
Pais que conversam com os filhos fortalecem os laços afetivos, tornando a questão da adoção coisa secundária.
Recebendo em nossa jornada terrena a oportunidade de ter em nosso lar um filho adotivo, guardemos no coração a certeza de que Jesus está nos confiando a responsabilidade sagrada de superar o próprio orgulho e vaidade, amando verdadeiramente e desinteressadamente a criatura de Deus confiada em trabalho de educação e amparo.
E, ajudando-o a superar suas próprias mazelas, amanhã poderá retornar ao seio daqueles que o amam na posição de filho legítimo.
É CERTO A ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS?
Raul Teixeira responde: “O amor não tem sexo.
Como é que podemos imaginar que o melhor para uma criança é ser criada na rua, ao relento, submetida a todo tipo de execração, a ser criada nutrida, abençoada por um lar de casal homossexual?
Muita gente assevera que a criança corre riscos. Mas como?
Nós estamos acompanhando as crianças correndo riscos nas casas de seus pais heterossexuais todos os dias.
Outros afirmam que a criança criada por homossexuais poderá adotar a mesma postura, a mesma orientação sexual.
O que também é falso.
A massa de homossexuais do mundo advêm de lares heterossexuais.
Então, teremos de concluir que são os casais heterossexuais que formam os homossexuais.
Logo,não devemos entrar nessa discussão que é tola e preconceituosa. aquele que tem amor para dar que dê.”
Amemos nossos filhos, sem cogitar se nos vieram aos braços pela descendência física ou não, como encargo abençoado com que o Céu nos presenteia. Encerremos com Emmanuel:
“Recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus”.
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O Limite e a Tolerância
Os maldizentes, como os mentirosos, acabam por não merecer crédito, ainda mesmo dizendo verdades.
A maledicência é uma ocupação e lenitivo para os descontentes.
(Marquês de Maricá)
Introdução
Tudo que é "perfeito" tem limites impostos pelo seu próprio ser ou estado de "perfeição": um ser que manifeste as suas qualidades não o pode fazer sempre em todos os aspectos.
O imperfeito, além de não manifestar sua potencialidade, quando o faz, pode fazê-lo de modo a não preencher as características do seu ser.
O homem é um ser social e possui uma individualidade.
Não é perfeito e portanto, sob diversos aspectos, limitado.
Precisa viver consigo mesmo e com os outros, porém, as leis pessoais não são as mesmas que as sociais.
Pelo valor que é a individualidade, alguns homens são melhores em certos aspectos; outros, em outros, e assim a sociedade se completa e a vida social é possível.
Mas a moeda tem outra face e o fato das pessoas diferirem em tantos aspectos pode gerar atritos de valores.
Os limites das pessoas também são diferentes.
Neste ponto começa o limite entre o pessoal e o social.
Existem situações que podem ser ignoradas, passíveis de serem aceitas, em prol da sociedade, do bem comum.
Mas o limite não é fixo, pode variar muito: toleramos algo numa manhã, mas se o mesmo assunto for apresentado à noite..., passa dos limites.
Quereríamos que este limite fosse mais elástico, e de certo modo o é.
O limite da tolerância tem por um lado a manutenção da individualidade e por outro a inclusão do individual no social.
Se isto não ocorrer, alguns perdem sua individualidade e outros são excluídos e preferem se isolar do convívio social.
Neste conviver, o homem percebe que seus sonhos nem sempre são realidades quando se analisa na perspectiva do tempo.
A certeza da morte o incomoda, seja pelo desejo de realizar-se, de deixar uma contribuição para a sociedade, ou pelo nihilismo teórico-prático em que muitos podem mergulhar.
Nossa liberdade é o preço da nossa existência, segundo Rodríguez-Rosado (1976).
Existimos como seres humanos livres.
Se não tivéssemos liberdade, nossa existência com certeza não seria da mesma forma.
Seríamos outros seres, incapazes de optar, pois nosso protocolo seria rígido.
Ao optar, por exemplo, entre ficar em casa estudando ou sair com os amigos para descansar, em qualquer um dos casos, mostraremos que somos livres - e responsáveis -, mas pagaremos o preço da nossa livre decisão.
Cada ser humano pode optar, e ao escolher exclui algo.
E todas as nossas ações podem ser vistas por terceiros, que nos rotulam em função das nossas ações. Existimos e somos, mas nem sempre gostamos de ser rotulados pelos nossos defeitos, modos etc. Algumas pessoas possuem defeitos mais evidentes, que se manifestam no convívio social.
A semelhança de uma verruga negra e grande na ponta do nariz; caso estivesse escondida em outra parte do corpo, chamaria menos a atenção.
Assim são nossos defeitos.
Muitas vezes eles são evidentes, outras não.
A mente humana por vezes tende a caricaturizar em função dos traços ou atitudes negativas daqueles que nos cercam.
Melhor seria ver os aspectos positivos dos outros: é mais fácil ensinar algo do que fazer alguém esquecer alguma coisa.
Assim, poderíamos afirmar que a primeira impressão é a mais forte.
Mas as pessoas mudam, por conta própria ou com a ajuda de terceiros.
E no processo de mudança se percebe, por um lado, um limite pessoal; por outro, uma tolerância social.
No final de cada interrelação, ambas as partes são capazes de exibir um estado superior ao anterior.
É sobre estes pontos que iremos tecer algumas considerações.
A tolerância
A palavra tolerância provem do latim tolerantia, que por sua vez procede de tolero, e significa suportar um peso ou a constância em suportar algo.
Teve no passado, e com sentido negativo, a função de designar as atitudes permissivas por parte das autoridades diante de atitudes sociais impróprias ou erradas.
Hoje em dia, pode ser considerada uma virtude e se apresenta como algo positivo.
Esta é uma atitude social ou individual que nos leva não somente a reconhecer nos demais o direito a ter opiniões diferentes, mas também de as difundir e manifestar pública ou privadamente(1).
Tomás de Aquino diz que a tolerância é o mesmo que a paciência(2).
E a paciência é justamente o bom humor ou o amor que nos faz suportar as coisas ruins ou desagradáveis.
Ao tratar do tema da justiça, o Aquinate também nos indica que "a paciência - ou tolerância - é perfeita nas suas obras, no que respeita ao sofrimento dos males, em relação aos quais ela não só exclui a justa vingança, que a justiça também exclui; nem só o ódio, como a caridade; nem só a ira, como a mansidão, mas também a tristeza desordenada, raiz de todos os males que acabamos de enumerar.
E por isso, é mais perfeita e maior, porque, na matéria em questão, extirpa a raiz.
Mas não é, absolutamente falando, mais perfeita que as outras virtudes, porque a fortaleza não suporta os sofrimentos sem se perturbar, o que também o faz a paciência, mas também os afronta, quando necessário.
Por isso, quem é forte é paciente, mas não, vice-versa.
Pois a paciência é parte da fortaleza."(3)
A diferença de abordagem, seja ela histórica ou dentro dos diferentes campos das ciências particulares, nos permite observar que dentro das humanidades, a tolerância diz respeito ao ser humano ou a sociedade, enquanto que nas ciências exatas, está baseada em leis físico-químicas e biológicas.
Alguns exemplos ilustram o uso da palavra (in)tolerância ao longo dos séculos.
No final do séc. XVI, muito se falou de tolerância religiosa, eclesiástica ou teológica.
Hoje em dia também se tolera - pacientemente - em pontos que não são essenciais de uma determinada doutrina mesmo que seja em detrimento da mesma, mas para uma melhor convivência social(4).
No passado (desde meados do séc. XIX), maison de tolérance(5) era a casa ou zona de prostituição: muitos toleram esses locais, procurando evitar, assim, a disseminação desses costumes em toda sociedade.
Na medicina, a palavra "tolerância" é utilizada para significar a aptidão do organismo para suportar a ação de um medicamento, um agente químico ou físico.
Desta forma, as diferentes espécies toleram de diferentes modos os microrganismos: alguns adoecem e morrem, a outros nada ocorre.
Os níveis de tolerância à radiação têm tal limite...
Tecnicamente, a tolerância é o limite do desvio admitido dentro das características exatas de um objeto fabricado ou de um produto e as características previstas.
Não são todos que suportam os medicamentos, e algo que está fora das normas algumas vezes pode ser tolerado.
E assim pode se falar também de suportar fisicamente ou mentalmente algo pesado; em tolerar erros gramaticais; assim, podemos descer um degrau, recebendo o conhecimento neste nível, o qual é mais tolerável; algo pode ser tolerável, inclusive indiferente, aceitável: "o almoço foi bastante tolerável".
Até mesmo dentro da ecologia Odum (1953) no seu livro Fundamentos de Ecologia coloca exemplos de limites de tolerância dentro da natureza(6).
Dentro das leis físicas, o universo tende a se desorganizar.
Por outro lado, tudo que está vivo, tende a se organizar.
Mas o homem, sendo livre, pode "ajudar" a desorganizar o mundo.
Como num processo de tentativa e erro, as pessoas buscam soluções para viver consigo mesmo e com as demais.
Às vezes parece que temos na mão um saco cheio de bolas, que tentamos arremessar e colocá-las dentro de um buraco distante.
De modo simplista, dizemos que podemos acertar ou não, mas na prática, as coisas não ocorrem bem assim.
O acerto aparece como uma vitória.
Foram centenas de arremessos, e um acerto!
Tolerar é aceitar os limites, é na realidade ser paciente.
A paciência é justamente aceitar o desagradável, com bom humor.
Também na literatura universal, existem alguns provérbios que nos recordam a tolerância.
Tolérance n’est pas quittance(7), que poderíamos traduzir por: "Tolerância não é liberdade total...". Numa pequena cidade do interior, um deficiente físico, sem pernas, perambulava pela cidade com auxílio das duas mãos e o apoio do tronco.
Durante anos, no seu trajeto, era debochado por um homem que dizia: - Vai gastar o... Um dia ele perdeu a paciência e matou o importunador.
Na justiça, o aleijado foi duramente atacado, e tido como assassino cruel.
O advogado, ao iniciar a defesa, falou durante dez minutos elogiando a qualidade de cada membro do júri, até que o juiz interrompeu: - Se o senhor não iniciar a defesa, não permitirei que prossiga. Sabiamente, o advogado respondeu: - Meritíssimo, se o senhor não agüentou dez minutos de elogios, imagine a situação do réu que suportou anos de insultos...
Nestes casos, pode valer o provérbio: "Não seja intolerante a menos que você se confronte com a intolerância"(8).
Quanto à tolerância, costumamos atuar, como diz o provérbio, "com dois pesos e duas medidas": tendemos a ser muito complacentes com os desvios de nossa conduta (e isto quando os reconhecemos...) e implacáveis com os outros: não lhes damos o tempo necessário para mudar.
De fato, abandonar um mau costume e atuar de modo completamente oposto é uma tarefa que exige esforço e pode durar meses ou anos...
E, quanto aos outros, exigimos que tudo ocorra no mesmo instante, esquecendo que as coisas têm seu ritmo natural.
Um feijão demora para germinar, crescer, florir, dar a vagem... e nós às vezes somos semelhantes às crianças, que deixam o feijão no algodão do pires com água, e no dia seguinte se decepcionam com a ausência de vagens.
Para viver, deixar viver(9).
O que leva duas pessoas a entrarem em discórdia?
A invasão do direito alheio, o ultrapassar o limite de tolerância, a incapacidade de compreensão mútua ou própria, a falta de empatia, a nossa própria natureza, o nosso temperamento.
Somos limitados, e isto se manifesta também no modo tosco com que nos relacionamos muitas vezes com as pessoas.
A distância que existe entre as pessoas, em parte é criada por cada um.
Às vezes percebemos que com alguns, já num primeiro momento, se consegue chegar perto, e falar sem gritar ou mandar mensageiros, mas nem sempre é assim.
É preciso usar a inteligência, para encontrar o caminho da comunicação entre as pessoas.
Inteligência e vontade de querer se comunicar... ou não.
Os limites
Nossas limitações são patentes.
Não somos o que queremos, não fazemos tudo que sonhamos, não temos o dom de estar onde desejamos.
Dentro destes limites é que nos movemos.
Conhecer os limites pessoais e os dos outros - pois somos seres que não se repetem - é uma tarefa que dura toda a vida.
O limite também não é algo estático, as pessoas mudam.
Logo, o sistema de comunicação entre as pessoas é algo dinâmico e tem suas "leis" próprias, que cabe a cada um descobrir em cada momento.
Em vez de gastar tempo reclamando que não existe comunicação, poderemos empregá-lo, verificando como estabelecer esta relação.
Por outro lado, quando as pessoas se aproximam, uma tem em relação a outra uma expectativa.
Na prática existe também um pré-conceito, mas por ora, vale a pena refletir sobre a expectativa.
Expectativa
Nossas atividades estão inseridas no contexto da expectativa.
Spes em latim, significa tanto esperança como expectativa de algo feliz.
Um novo emprego, um novo trabalho, uma nova amizade geram expectativas.
Alguns defendem a postura de não ter expectativa de nada, e assim, o que ocorrer de bom nos fará felizes.
Mas isto não condiz com a etimologia da palavra.
Temos esperança de que se agirmos de um modo, seremos felizes.
Se nos relacionamos com alguém, é porque precisamos deste alguém, ou gostamos de estar com ele.
Quando um aluno se aproxima do professor para pedir um estágio, ambos têm uma expectativa. Explicitar estas expectativas um ao outro, evita a decepção.
O combinado não sai caro, reza o ditado popular.
Desta forma se evitaria a conhecida antropofagia...
A antropofagia nos une, quando os interesses pessoais têm a possibilidade de serem supridos pelas habilidades alheias.
Agumas vezes o aluno apenas quer uma bolsa, ou aprender uma técnica, publicar um trabalho, decidir sua vida profissional; ou talvez ele esteja querendo ficar no estágio uma semana, um mês, um ano... sua vida toda.
E como iremos saber se não perguntarmos?
O professor também espera algo do aluno.
Às vezes de modo possessivo, outras vezes de modo diferente, como mão de obra.
Pode pensar também num talento para vida acadêmica, e se por um lado vê um discípulo, não pode deixar de encobrir as dificuldades pelas quais irá passar.
Mas isto tudo, não passa de dúvidas.
Um tem expectativa do outro, e nada mais lógico e razoável que exista um diálogo entre ambos, antes de iniciar as atividades.
Alguém tem expectativa de alguém, mas ninguém não tem expectativa de ninguém...
E os outros são para nós alguém... ou ninguém?!
Compreensão
Compreender cada um como é, acaba sendo o melhor modo de interagir.
As vezes as pessoas precisam de peixe, outras vezes, precisam de trabalho educativo sobre a pesca, e sempre atenção externa de outras pessoas.
Todos precisamos de cúmplices em nossas atividades.
Compreender, querer, perdoar.
Esta tríade resume bem o relacionamento humano ideal.
Da cultura popular somos capazes de lembrar: "Deus perdoa sempre, os homens de vez em quando, a natureza nunca" ou "Errar é humano, perdoar é divino".
O perdão absoluto é divino.
Nós podemos ter o ideal de perdoar, mas nem sempre conseguimos, como na terrível fórmula: "Perdoar, eu perdôo; mas esquecer, não esqueço...".
O erro das pessoas leva às vezes a conseqüências sérias para um perdão imediato.
A reação pessoal ou social contra aquele que errou, pode ser irasciva, vingativa, punitiva.
Mas o que se quer mesmo, é que aquele que errou, e com isto de certa forma agrediu, reconheça e mude.
Talvez precise sofrer as conseqüências do seu ato para merecer o perdão.
Não reconhecer o próprio erro ou de certa forma encobri-lo já consiste em parte da pena, por não se adequar com a verdade.
Perdoar antes porém, abre uma porta honrosa para o agressor, que não precisa gastar tempo se justificando.
Aqui vale mais uma definição do ser humano: aquele que é capaz de se desculpar e justificar em todos os seus atos, mas que ficaria envergonhado de manifestar esta desculpa ou justificativa em voz alta para outros.
Sim, as desculpas que damos a nós mesmos para fazer coisas erradas, não convencem...
O castigo piora o ruim e melhora o bom, e como o bom deve ser melhorado, não se deve evitar o castigo.
Mas, o ruim?
Não merece o castigo, ou além do castigo precisa de algo para melhorar?
Talvez precise também da compreensão...
As pessoas aprendem também pelos erros, próprios ou alheios, históricos ou do presente.
Quanto maior o erro, piores as conseqüências, e menores as chances de errar de novo.
A evidência do erro para a sociedade mexe com os brios daquele que errou.
A compreensão não pode ser confundida com a cumplicidade no erro; a cumplicidade está associada ao desejo de ser solidário com a pessoa que errou e disposição de ajuda para reverter esta situação. Esta aventura de compreender implica num compromisso.
O amigo, é aquela pessoa que apesar de conhecermos perfeitamente como é, continua sendo amigo ou: "O amigo é o amigo do amigo".
O perdão, pode ser imediato ou não, com consequências ou sem elas.
Ora, o tempo é apenas uma convenção, mas nem por isto deixa de existir...
As pessoas, como o bom vinho, melhoram com o tempo ou, para continuar remetendo a provérbios: "O tempo é o melhor remédio".
As pessoas, como já dissemos, buscam sempre uma justificativa para os seus atos, e também para perdoar.
Em todos estes casos, é difícil ter a medida, pois a pena deve ser proporcional a ofensa, e o ofendido mostra que é grande, perdoando.
As leis positivas neste sentido são como que a segurança da sociedade, na tentativa de se estabelecer uma medida; um verdadeiro protocolo social a ser atingido.
Sintonia
Uma rádio que está sintonizada, pode ser escutada sem ruídos, interferências.
Escutar é um ato humano que reflete uma disposição interior.
Peter Drucker dizia que "o verdadeiro comunicador é o receptor".
Escutar é permitir o diálogo.
A prática medieval de dialogar num debate, merece ser lembrada.
Enquanto um falava, o outro era obrigado a escutar, pois antes de colocar seu ponto de vista, era obrigado a repetir a idéia do primeiro - com sua expressa aprovação - antes de colocar a sua resposta.
Alguns têm o defeito quase físico de não escutar e a partir deste ponto seguem as discórdias.
Essencial, importante e acidental
Uma classificação das realidades pode incluir estas três divisões: essencial, importante e acidental. Talvez exista desacordo no que incluir em cada item.
Pensar antes de discutir se aquilo é essencial ou importante ou acidental, em muito reduziria as discussões.
Usar a inteligência para identificar exatamente onde se pretende chegar, também é uma forma de diminuir os problemas.
Seja na via direta, não "criando" problemas, seja indiretamente, pela compreensão das realidades limitadas.
"Humildade não faz mal" - esta máxima popular, ajuda a retratar mais uma vez a dificuldade que temos de enxergar o mundo real.
Por um lado, temos esta deficiência, e por outro temos a teimosia de justificar os atos errados.
Se o diálogo amigo nos faz ver o erro, nada melhor que reconhecer.
A humildade é a verdade... e a humildade não faz mal!
Ignorância e preconceito
As pessoas muitas vezes não atuam de modo errado por má fé, e sim por ignorância.
Com certeza fariam de modo distinto, se soubessem como fazer.
Esta tarefa não tem fim, e questionar-se sobre o empenho pessoal de diminuir o nível de ignorância, nos faria no mínimo reconhecedores da dívida social que carregamos.
Aprendemos tanto, e por este motivo somos capazes de questionar as deficiências.
Não são os professores e pais os únicos interessados.
Ninguém dá o que não tem, e por isto sempre temos algo que dar a outrem, e assim diminuir a ignorância.
Outro ponto é o preconceito...
O preconceito gera um prejuízo (e também um prejuízo).
Uma idéia pré-concebida cria uma barreira para compreender a realidade.
Uma pessoa que não queira ouvir, ver ou escutar, tem muitas vezes o preconceito de não aceitar que os outros possam pensar de modo diferente.
Considerações finais
A incapacidade pessoal provada, leva a ressaltar os possíveis limites alheios em vez de reconhecer os próprios.
No convívio social, a tolerância com os demais, clama por uma interação.
Ou se ajuda, ou se atrapalha.
A indiferença explica mas não resolve.
Mas a quem ajudar?
E como ajudar?
Castiga o bom e ele melhorará, castiga o ruim e ele piorará.
Ou É melhor ensinar a pescar que dar o peixe.
Como resolver situações pontuais, sem levar em conta o princípio da subsidiariedade?
Se ajuda quem precisa, até que ela tenha condições de independência para aquele tipo de ajuda.
Assim se respeita a autonomia, se exerce a autoridade, se compreende o verdadeiro valor da humildade.
As crianças mimadas representam um problema para a sociedade.
As pessoas precisam de afetividade, mas mimar é dar mais do que elas realmente precisam.
Com certeza, a tolerância e sua medida requerem um salutar e apaixonante exercício de análise e síntese.
Esta é a postura de quem quer simplificar as coisas para ter o tempo livre, ou o ócio tão necessário em nossos dias.
Tolerância zero, é um tipo de lei social, que não permite o erro sem punição.
Isto é levar em conta, que as pessoas são boas...
Castiga o bom e ele irá melhorar...
Mas o homem não é bom por natureza.
Ele pode se fazer bom, se tem disposição de ser, pois o homem é um ser axiotrópico.
Não ter tolerância com qualquer tipo de erro, de certa forma ajuda a resgatar o que é próprio da personalidade humana: participação, unicidade, autonomia, protagonismo, liberdade, responsabilidade, consciência, silêncio, provisoriedade e religião.
Höffner (1983).
Cada uma das características do ser humano poderiam ser exploradas neste estudo, mas o protagonismo talvez seja o que mais atenção mereça.
Somos sujeitos do nosso pensar, agir e omitir.
Nossos atos assumem um caráter irrevogável do nosso eu.
Podemos arrepender-nos, mas não nos desfazer nossos atos(10).
E numa sociedade onde tudo é socialmente aceito, tudo acaba sendo tolerado.
As pessoas perdem a noção do que é certo ou errado.
A inteligência deixa de discernir, e a vontade fica fraca para agir.
As pessoas prezam o que lhes é caro, e o dinheiro é caro a todos.
Assim multar é uma forma de obrigar as pessoas a refletirem sobre si mesmas e a sociedade.
Isto não é um direito, é uma tolerância(11).
Quem não vive como pensa, acaba pensando como vive.
Aprender a observar a realidade do ser pessoal e do ser social é a melhor forma de compreender o limite que existe nas coisas e nas pessoas.
Caso contrário, gastar-se-ia tempo moendo água, encontrando defeitos onde existem apenas características.
Com certeza assim, seremos mais tolerantes com os outros e conosco próprios.
Para finalizar, vale a pena recordar os ensinamentos de Sócrates, recolhidos por Reale & Antiseri (1990) "A felicidade não pode vir das coisas exteriores, do corpo, mas somente da alma, porque esta e só esta é a sua essência.
E a alma é feliz quando é ordenada, ou seja, virtuosa.
Diz Sócrates: Para mim quem é virtuoso, seja homem ou mulher, é feliz, ao passo que o injusto e malvado é infeliz.
Assim como a doença e a dor física são desordens do corpo, a saúde da alma é a ordem da alma - e esta ordem espiritual ou harmônica interior é a felicidade"(p. 92).
Rogério Lacaz-Ruiz
Prof. Dr FZEA/USP
roglruiz@usp.br
Anne Pierre de Oliveira
Acadêmica da FMVZ/USP
pierrot7@hotmail.com
Viviane Scholtz
Acadêmica da FMVZ/USP
vivisi@mailcity.com
Nelson Haruo Anzai
Pós-Graduando da FMVZ/USP
nhanzai@mailexcite.com
Referências Bibliográficas
Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française. [en CD-ROM] Liris Interactive : Paris, 1996.
The Oxford English Dictionary 2ed. [on CD-ROM] Oxford : Oxford Univ. Press, 1992.
Höffner, J. Christliche Gessellschaftslehre. Verlag Butzon & Becker. 1983.
Maloux, M. Dictionnaire des proverbs sentences et maximes. Paris: Larousse, 1986. p.516.
Morató, J.C.; Riu, A.M. Diccionario de filosofía en CD-ROM. Barcelona: Editorial Herder. 1996.
Reale, G.; Antiseri, D. História da filosofia. vol. I. São Paulo : Paulus, 1990. p.92.
Rodríguez-Rosado, J.J. La aventura de existir. Pamplona : Eunsa, 1976.
1. "En principio, la idea de tolerancia como actitud social razonada filosóficamente, tiene un origen religioso: surge a partir de los primeros años de la reforma protestante, hacia los siglos XVI-XVII, cuando la autoridad política se enfrenta al hecho de que los súbditos no aceptan la religión oficial; a los tiempos de unidad religiosa, en que domina la concordia doctrinal entre el «imperio» y el «sacerdocio», suceden tiempos en que se impone el principio de cuius regio, eius religio, decidido como derecho de los príncipes -ius reformandi- en la paz de Augsburgo (1555) y en la de Westfalia (1648). Con la afirmación, al mismo tiempo, de la libertad de conciencia, por parte de los teóricos reformados, y el creciente influjo de ideas humanistas que favorecen la autonomía de los asuntos que se consideran humanos, se llega a la separación práctica de Iglesia y Estado y, pronto, a la justificación teórica de la misma. Aparecen múltiples argumentaciones a favor de la separación y de la libertad de conciencia: se insiste en que la fe se ha de practicar de forma voluntaria; que la verdad no ha de imponerse por la fuerza, sino por sí misma; que la persecución no está de acuerdo con la caridad cristiana, etc. No fue de poca importancia la insistencia de determinadas «sectas» religiosas, comunidades religiosas separadas de las confesiones dominantes, que difundieron de forma más organizada la idea de que la Iglesia ha de ser una asociación de pertenencia voluntaria. (...) La defensa filosófica de la tolerancia, a partir de la segunda mitad del s. XVII, toma sus argumentos, a favor de la libertad de conciencia, de la naturaleza racional del hombre y de principios de la ley natural, e insiste en que la libertad de creencias y costumbres forma parte del derecho natural y se distingue claramente entre ley civil y ley divina." (cf. Morató & Riu, 1996).
2. Tolerantia vero est idem quod patientia (cf. Sent. ds. 33 q. 3 a. 3 c).
3. Summa Theologica. Thomae Aquinatis (I-II, 66, 4).
4. Daí derivam as expressões tolérance civile, marge de tolérance etc. (cf. Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996)
5. Cf. Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996.
6. "Trees give way to grassland as the amount of available water drops below the limits of tolerance for forests" (cit. por The Oxford English Dictionary, "tolerance", 1992).
. J.Heywood, Proverbs in the English Tongue [1546], In: Maloux (1986), p.516.
. N’ayez d’intolerance que vis-à-vis de l’intolérance. Provérbio francês - Hippolyte Taine, [1828-1893], In: Maloux (1986), p.516.
. Pour vivre, laisser vivre. Provérbio espanhol - Balthasar Gracián, Oraculo manual, 192. [1647], in Maloux (1986), p.516.
. Cf. Lacaz-Ruiz (1998) Projeto provérbios para escolas de primeiro e segundo graus. Mandruvá : São Paulo, 1998. p.55-60.
. Ce n’est pas un droit, c’est une tolérance. (cf. Le Petit Robert Dictionnaire de la Langue Française, 1996).
Fonte: http://www.hottopos.com/videtur5/o_limite_e_a_tolerancia.htm
http://semfronteirasparaosagrado.blogspot.com.br/2010/05/o-limite-e...
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10 PASSOS NA BUSCA DO EQUILÍBRIO
Livrar a alma das mágoas, ter coragem, buscar sempre a harmonia.
Regras simples de um coração tranqüilo.
Acompanhe as dez lições principais tiradas do livro Tao Te King, escrito há 2500 anos pelo sábio chinês Lao Tsé.
Acompanhe as dez lições principais tiradas do livro Tao Te King, escrito há 2500 anos pelo sábio chinês Lao Tsé.
:: 1 - A lição da UNIDADE
Readquirir a sensação de unidade com a natureza significa estar em sintonia com o fluxo da vida, do qual fazemos parte.
Estar próximo à natureza, observá-la, nos integra de novo ao seu rítmo. Percebemos como tudo nela está em movimento _ e perdemos o medo das mudanças.
Observamos como as energias opostas _quente, frio, seco, úmido_ se integram harmoniosamente e nos abrimos para a convivência como o que é diferente de nós.
:: 2- A lição do CENTRISMO
Assumir o controle da própria vida é não ceder à influência das pressões do mundo.
Por isso, quando as coisas começarem a sair do controle, respire fundo.
Aquiete sua mente e procure atingir a serenidade que existe dentro de você.
Para lidar melhor com as pressões externas, dedique um tempo maior para si mesmo.
Procure ficar mais em casa, separe o que acontece dentro e fora de seu lar e não esqueça de incluir na agenda atividades criativas que possam expressar sua essência.
Em tempo: aprenda a dizer não à invasão do seu espaço.
:: 3- A lição da COMPAIXÃO
O primeiro passo para praticar a compaixão é ser gentil consigo mesmo.
Para poder amar ao próximo é preciso, antes, saber amar a si próprio _ só assim poderemos dar amor ao outro, pois já o vivenciamos.
Aceitar conscientemente nosso corpo, características de personalidade e limites é uma prática de amor, um ato de generosidade.
Só depois disso, é possível estender essa compreensão aos outros.
:: 4- A lição da SIMPLICIDADE
Atividades excessivas podem roubar o prazer de viver.
Portanto, simplifique.
Evite o supérfluo, organize sua vida e sua casa, não assuma muitos compromissos.
Crie espaços na vida, reserve tempo para pensar, relaxar, ler, pintar...
:: 5- A lição dos CICLOS NATURAIS
Como as estações do natureza, nós passamos por várias fases na vida, que precisam ser vividas em sua totalidade, sabendo aceitar as mudanças.
Além disso, existem os ciclos do dia-a-dia _ é importante identificar os períodos mais produtivos para concentrar neles as atividades mais relativas à criatividade.
:: 6- A lição da NOÇÃO DO TEMPO
Aqui, o segredo é evitar os hábitos cotidianos que sabotam o tempo que temos à disposição.
Entre eles estão a dificuldade de delegar tarefas, estabelecer prioridades e ser incapaz de dizer "não posso" ou "não quero".
:: 7- A lição da CORAGEM
Para o Tao, a coragem se manifesta internamente _ é a disposição de sempre seguir o coração.
Muitas pessoas têm medo de demonstrar o que pensam, viver de acordo com a própria convicção e serem rejeitadas por isso.
Para acreditar em si, é preciso enfrentar os medos e aprender com eles.
Outra idéia é ter em mente o que você deseja fazer, avaliar as condições reais e não se concentrar apenas no que pode trazer dificuldades.
:: 8- A lição da FORÇA
A consciência do próprio valor ajuda a construir o poder pessoal.
Ele é construído com base em duas energias, presentes em homens e mulheres: a yin, feminina, suave e emocional, e a yang, masculina, objetiva e ligada ao corpo físico.
Entre as fórmulas para aumentar a energia yang estão: ser positivo, definir objetivos, alimentar-se bem, fazer exercícios e estar de bem com a vida.
Além disso, é preciso buscar o poder da energia yin, da compaixão, representada pela humildade e pela perseverança.
Assim unimos força e flexibilidade.
:: 9- A lição da CAPACIDADE DE AGIR
Pessoas que agem são otimistas, trabalham com a perspectiva de sucesso e aceitam as mudanças como algo natural.
:: 10- A lição da HARMONIA
Citando o exemplo do Aikidô, arte marcial japonesa que ensina a encarar o conflito apenas como energias em oposição, os padrões energéticos são dinâmicos e se movem.
Isso significa que os opostos não são irreconciliáveis.
Com base em uma compreensão maior, há condições de buscar pontos de vista que podem ser compartilhados e, assim, lidar melhor com o conflito.
Saiba mais lendo: O Tao da Mulher - Ed. Campus
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Máquina da culpa
Muitos de nós fomos submetidos a uma conspiração de culpa no decorrer de nossas vidas, uma trama não deliberada para nos transformar em verdadeiras máquinas de culpa.
A máquina funciona assim: alguém envia uma mensagem destinada a lembrar-lhe que você foi um mau sujeito, por causa de alguma coisa que disse ou que deixou de dizer, que sentiu ou que deixou de sentir, que fez ou que deixou de fazer.
Você reage sentindo-se mal em seu momento presente.
Você é a máquina da culpa.
Um dispositivo que anda, fala, respira e que reage com culpa toda vez que o combustível apropriado é derramado dentro de você.
E que está muito bem lubrificado, se teve uma imersão total dentro de nossa cultura geradora de culpa.
Por que é que você aceitou as mensagens de preocupação e culpa que foram atiradas sobre você durante anos e anos?
Em grande parte porque é considerado “mau” o fato de você não se sentir culpado e “desumano” não se preocupar.
Tudo se relaciona com a circunstância de DAR IMPORTÂNCIA.
Se você realmente dá importância aos outros, ou às coisas, então mostra esse interesse sentindo-se culpado pelas coisas terríveis que tiver feito, ou dando alguma prova evidente de que se preocupa com o futuro deles.
É quase como se tivesse que demonstrar sua neurose, para ser rotulado como uma pessoa capaz de dar importância.
A culpa é de longe, o maior desperdício de energia emotiva.
Por quê?
Porque, por definição, você está se sentindo imobilizado, no presente, por alguma coisa que já aconteceu e nenhuma dose de culpa poderá jamais mudar a história.
A culpa não é apenas uma preocupação com o passado; é a imobilização do momento presente por causa de um acontecimento passado.
E o grau de imobilização pode ir de um ligeiro aborrecimento a uma severa depressão.
Se você está apenas aprendendo com seu passado e trabalhando para evitar a repetição do mesmo comportamento específico, não se trata de culpa.
Você sente culpa somente quando é impedido de agir, no momento presente, em resultado de se ter, anteriormente se comportado de determinada maneira.
Aprender com os próprios erros é uma atitude sadia e uma parte necessária do desenvolvimento.
A culpa é doentia porque nela você está usando erradamente a sua energia para se sentir agora ferido, aborrecido e deprimido por um acontecimento que já é histórico.
E é fútil, da mesma forma que é doentia.
Não há culpa que seja capaz de desfazer coisa alguma.
Há dois caminhos básicos, pelos quais a culpa torna-se uma parte da bagagem emocional do indivíduo.
No primeiro, a culpa é aprendida na primeira idade e permanece com o adulto como um resíduo da reação infantil.
No segundo, a culpa é auto imposta pelo adulto, por uma infração de um código que ele afirma observar.
A culpa residual.
Esta culpa é a reação emocional que se carrega com as lembranças da infância.
Há numerosos geradores dessa culpa e embora funcionem para produzir resultados nas crianças, as pessoas as continuam carregando como adultos.
Alguns desses resíduos envolvem advertências, tais como:
“Papai não vai gostar mais de você, se fizer isso outra vez.”
“Você devia sentir-se envergonhado de si mesmo.”
(Como se isso pudesse ter alguma utilidade para você.) “Oh, está bem. Sou apenas sua mãe.”
Quando adulto, os subentendidos por trás dessas frases ainda podem ferir, se uma pessoa decepciona seu patrão, ou outros que tenha transformado em pais.
A persistente tentativa de ganhar-lhes o apoio está presente, do mesmo modo que a culpa, quando os esforços não são bem-sucedidos.
A culpa residual também aparece no sexo e no casamento e pode ser encontrada nas numerosas autocensuras e desculpas pelo comportamento anterior.
Essas reações de culpa se manifestam como resultado de se ter aprendido, na infância, a ser manipulado pelos adultos, mas ainda podem operar quando a criança cresce.
Já a culpa auto imposta é uma área muito mais difícil.
Nesse caso o indivíduo está sendo imobilizado por coisas que fez recentemente, mas que não se vinculam, necessariamente, à sua vida de criança.
Essa culpa é imposta ao eu quando uma regra adulta, ou um código moral, é quebrado.
O indivíduo pode sentir-se mal por longo tempo, muito embora seu sofrimento nada possa fazer para alterar o que aconteceu.
Exemplos típicos de culpa auto imposta incluem falar asperamente com alguém e odiar-se por isso, ou esgotar-se emocionalmente, no presente, em razão de algum ato, como não frequentar a igreja ou ter dito a coisa errada no passado.
Assim, você pode considerar todas as suas sensações de culpa ou como reações a padrões impostos residuais, nos quais você ainda está tentando agradar a uma autoridade ausente, ou como o resultado de tentar viver de acordo com padrões auto impostos, que realmente você não aceita, mas que por alguma razão finge aceitar.
Em qualquer dos casos, é um comportamento excessivo e, mais importante, sem qualquer utilidade. Você pode ficar sentado o resto da vida, lamentando-se sobre o quanto foi mau, sentindo-se culpado até morrer, e nem um minúsculo fragmento dessa culpa ira contribuir de maneira nenhuma para corrigir esse antigo comportamento.
Sua culpa é uma tentativa para mudar a história, para fazer com que ela não seja como é.
Mas a história é assim e você nada pode fazer a respeito.
Você pode começar a mudar de atitude sobre as coisas em relação às quais experimenta sentimento de culpa.
Nossa cultura tem muitos traços de puritanismo que enviam mensagens como’ “Se é divertido, espera-se que você se sinta culpado fazendo isso.”
Muitas das suas próprias reações de culpa auto imposta podem ter suas origens situadas nesse tipo de raciocínio.
Talvez você lenha aprendido que não deve satisfazer seus desejos, nem achar graça numa piada imoral, ou que não deve ter determinado comportamento sexual.
Embora as mensagens repressivas sejam onipresentes em nossa cultura, a culpa por se sentir gratificado é puramente auto infligida.
Você pode aprender a saborear o prazer sem um sentimento de culpa.
Pode aprender a ver a si mesmo como alguém que é capaz de fazer qualquer coisa que se enquadre em seu próprio sistema de valores e que não prejudique os outros — e a fazer isso sem culpas.
Se você faz alguma coisa, seja lá o que for, e não gosta da coisa em si, ou de você mesmo por tê-la feito, pode jurar que eliminará tal comportamento voluntariamente, no futuro.
Mas experimentar uma sentença de culpa auto imposta é uma viagem neurótica que você não precisa fazer.
A culpa não ajuda.
Não só mantém você imobilizado, mas também estimula as oportunidades de que venha a repetir o comportamento indesejável.
A culpa pode ser a sua própria recompensa, bem como a permissão para repetir o comportamento.
Enquanto você guardar a justificativa potencial de absolver-se através da culpa, será capaz de manter-se nessa roda viciosa que não conduz a parte alguma, salvo à infelicidade presente.
fonte: Universo Natural
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Não há ninguém maior que você
Você tem poder.
É isso mesmo!
Todos nós temos.
E quando ganhamos a consciência desse poder, as forças do Universo trabalham a nosso favor e tudo caminha extraordinariamente bem.
O grande problema é que geralmente nós nos encontramos divididos: uma parte de nós caminha e a outra fica, pois os medos e as inseguranças nos detêm.
Uma coisa que nos faz perder o poder é a maldita vaidade.
Vaidade é a ilusão de que eu vivo com o que é do outro.
É infantilidade, dependência, falta de foco em si mesmo.
Quer ver?
Você já deve ter ouvido esta frase: “Se você me amar, serei feliz”.
É uma mentira!
Ninguém sente dentro de si o amor do outro.
Outro exemplo: “Quando todo mundo me aceitar, me sentirei maravilhosa”.
Nada disso!
Só quando você se aceitar é que realmente vai se sentir plena.
Você vive com aquilo que tem – suas emoções, seus sentimentos, sua cabeça -, não com o que é do outro.
É um erro passar a maior parte da vida submetido à aprovação e ao apoio do outro.
A gente incorpora um personagem qualquer e sacrifica o próprio espírito.
E vou mais longe: quanto mais poder você dá à fofoca, mais ela vem.
Quanto mais poder você dá às críticas ou às perdas, mais elas ocorrem.
Se você dá poder aos outros, com certeza está se rebaixando.
Preste atenção: ninguém é menor que ninguém.
Pare com isso e mude já essa situação!
Quanto mais importância e poder você der a seus objetivos, seus sentimentos e sua verdade, mais fortes eles ficarão.
Respeitar-se é fundamental.
Não importa se as pessoas te criticam ou te elogiam.
O que importa é você para você!
Reconheça que você é capaz de tudo.
Sem ter a consciência do próprio poder, você fica com medo da vida, de não dar conta, de sofrer.
Para se realizar, é preciso reverter esse quadro.
Então, acorde!
Recupere sua lucidez espiritual e liberte-se das imposições morais.
Afinal, elas só nos mantêm pequenos e submissos.
Jogue fora tudo que te deixa fraca, culpada, desprezada, resistindo ao seu verdadeiro anseio de vitória.
É um grande trabalho, mas se você não investir em si mesma, quem o fará?
Não há ninguém maior que você!
Dê apoio integral a si mesma e sinta as mudanças acontecerem na sua vida.
Quando você está no seu poder, você arrasa!
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A mania de querer fazer tudo perfeito e a autossabotagem
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Nossos muitos “euzinhos”
Todos nos queremos encontrar a paz de espírito.
Essa é a busca de nossa vida, um trabalho que requer antes de qualquer coisa que aceitemos o que realmente somos.
Descobrir benefícios até nas qualidades que mais odiamos é um processo criativo que necessita apenas o desejo profundo de ouvir e aprender, vontade de liberar crenças e juízos obsoletos e a disposição para se sentir melhor.
Seu verdadeiro Eu não julga.
Somente o ego guiado pelo medo cria juízos para nos proteger – proteção essa que, ironicamente, nos impede de chegar à realização pessoal.
Precisamos estar preparados para amar tudo aquilo de que temos medo.
“Meus ressentimentos escondem a luz do mundo”, diz Um Curso em Milagres.
Para vencer o ego e as suas defesas, temos que permanecer calmos, ter coragem e ouvir nossas vozes interiores.
Atrás de nossas máscaras sociais estão escondidos milhares de rostos.
Cada um deles tem uma personalidade própria.
Cada personalidade tem características próprias e particulares.
Ao manter diálogos interiores com essas personalidades, transformamos os preconceitos e juízos egotistas em tesouros sem preço.
Quando aceitamos as mensagens de cada aspecto de nossa inconsciência, começamos a recuperar a poder que entregávamos aos outros e estabelecemos um elo de confiança com o autêntico Eu.
As vozes de nossas qualidades não assumidas, quando forem admitidas na consciência, devolverão o equilíbrio e a harmonia em seus ritmos naturais.
Restaurarão a capacidade de resolver os próprios problemas e deixarão claro qual é o nosso propósito de vida.
Essas mensagens nos conduzirão a descobrir o amor e a compaixão autênticos.
Examinar essas personalidades é um instrumento que nos ajuda a recuperar as partes perdidas de nós mesmos.
Primeiro precisamos identificá-las e dar-lhes nomes, então estaremos prontos para nos desligar delas.
Na verdade, nomeá-las cria distâncias.
Somos dominados por tudo aquilo com que o nosso ser se identifica.
Conseguimos dominar e controlar tudo o que não identificamos conosco.
Se eu separar uma das minhas características de que não gosto, a coitadinha por exemplo, e então a chamar de Cotinha coitadinha, de repente ela me parecerá menos assustadora.
O interessante é que, assim que falamos desses aspectos, passamos a sentir ternura por eles.
Somos capazes então de assumir uma posição à distância e olhar para eles objetivamente.
Esse processo começa a afrouxar o controle que esses comportamentos exerciam sobre a nossa vida.
Essas personalidades revelam os comportamentos que consideramos inaceitáveis em nós mesmos.
Numa determinada época, nós os descartamos porque não éramos capazes de aceitá-los ou não queríamos fazer isso.
Como deixamos do lado de fora certas partes de nós, não tínhamos contato com a totalidade do nosso ser.
Quando olhamos para dentro, vemos que aqueles traços de caráter gritavam pedindo nossa atenção.
E eles nos guião rumo ao próximo passo para a transformação da nossa vida.
E vamos percebendo que temos tantas personalidades quanto traços.
Podemos descobrir vários e, em qualquer momento que olhemos, somos capazes de descobrir um rosto novo, uma voz nova e uma nova mensagem.
Mesmo as mais sombrias personalidades criam benefícios.
Precisamos apenas estar dispostos a passar algum tempo com cada uma delas para ouvir a voz de sua sabedoria.
Para explorar seu mundo interior, você tem de estar disposto a usar seu tempo.
Em Conversando com, de Neale Walsch, Deus nos faz lembrar que:
“Se você não for para dentro vai ficar de fora”.
Caso você leve essa mensagem a sério, ela pode mudar sua vida.
Ao entrar em você mesmo e formar um relacionamento com todo o seu ser, você começa a perceber que tem habilidade para dirigir sua vida na direção que escolher.
Não há presente maior que você possa se dar.
Então, quando disser: “Quero mais dinheiro, mais amor, mais criatividade, mais amigos ou um corpo mais sadio”, você terá a fé necessária para manifestar isso.
Quando você começa a dialogar com suas vozes interiores
A confiança é sempre o maior problema.
A questão mais comum parece ser:
“Como posso saber se estou ouvindo de fato a minha verdade interior?”
Depois de algumas visitas às suas personalidades, fica fácil distinguir se você está falando com uma personalidade ou ouvindo uma tagarelice negativa.
Sua voz interior negativa raramente tem uma mensagem positiva ou benéfica para você.
Há muitas formas de se ajudar a chegar num lugar interior autêntico.
A meditação pode ser um meio ideal para acalmar a mente e seu falatório negativo.
Uma outra forma fácil e rápida que você pode tentar é a dança.
Ponha uma música suave e bonita e se deixe levar por, mais ou menos, meia hora.
Sente-se, então, feche os olhos e comece a acompanhar sua respiração.
Se estiver num lugar verdadeiramente calmo, você começará a distinguir entre a mente e o coração.
Isso requer alguma prática, mas, uma vez feita essa distinção, o processo de descobrir e explorar suas personalidades se tornará muito mais simples.
Sua mente pode ser insensível.
Seu coração, embora às vezes, direto e obstinado, estará sempre cheio de compaixão.
Fonte: Universo Natural
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