Um mega tsunami é
um raro tsunami com ondas
de mais de 100 metros de altura.
Deixando de lado alguns grandes tsunamis
no Alasca, incluindo aí um de 520 metros de altura, na baia de
Lituya - Alasca, acredita-se que o último mega tsunami
que atingiu uma área com população ocorreu há 4.000 anos.
Geólogos dizem que tal
evento é causado por gigantescos deslocamentos de terra, originados por
uma ilha em colapso, por exemplo, em um vasto corpo d'água como um oceano ou
um mar.
Mega tsunamis podem atingir alturas de
centenas de metros, viajar a 900 km/h ao longo do oceano, potencialmente
alcançando 20 km ou mais terra adentro em regiões de plataformas
continentais/costas de baixa altitude.
Em oceanos profundos, um mega tsunami é
quase invisível.
Move-se em um deslocamento vertical de aproximadamente um
metro, com um comprimento de ondas de centenas de quilômetros.
Porém, a enorme
quantidade de energia dentro deste movimento de gigantesca massa líquida produz
uma onda muito mais alta, à medida que a onda se aproxima de águas rasas
situadas nas costas litorâneas das plataformas continentais.
Ilha de La Palma e a Cratera do
Vulcão Cumbre Vieja
Terremotos geralmente não produzem
tsunamis desta escala, a não ser que eles possam causar um grande deslocamento
de terra debaixo d' água, tipicalmente tais tsunamis têm uma altura de dez
metros ou menos (seria o caso do Tsunami do Japão em Março de
2011).
Deslocamentos de
terras que são grandes comparadas à profundidade atingem a água tão rapidamente
que a água que foi deslocada não pode se estabelecer antes que as rochas atinjam
o fundo.
Isto significa que as rochas deslocam a água em velocidade total em
todo seu caminho ao fundo.
Se o nível da água é profundo, o volume de água
deslocado é muito grande e as partes baixas estão sob alta pressão.
Isto resulta
numa onda que contém grande quantidade de energia.
Algumas pessoas assumem que mega
tsunamis pré-históricos varreram antigas civilizações, como um castigo do(s)
deus(es), comum em muitas culturas ao redor do mundo.
Porém, isto é improvável,
considerando que mega tsunamis usualmente acontecem sem qualquer aviso, atigindo
apenas áreas costeiras e não necessariamente ocorrendo após uma chuva
qualquer.
A hipótese de mega
tsunamis foi criada por geólogos buscando por petróleo no Alasca.
Eles
observaram evidência de ondas altas demais em uma baía próxima.
Cinco anos
depois, uma série de deslocamentos de terra foi revelada como a causa destas
altas ondas no Alasca.
O histórico geológico mostra que megatsunamis são muito
raros, mas que devastam qualquer coisa próxima à costa atingida.
Alguns podem
devastar costas de continentes inteiros.
O último evento conhecido desta
magnitude aconteceu há 4 mil anos na Ilha de Reunião, leste
de Madagascar.
Uma onda
que atingiu 524 metros de altura - Baia de Lituya - Alaska -
1958
Um
fato sempre intrigou biólogos e geólogos na baia de
Lituya,
no Alaska.
Ao redor de toda a baia, nas margens, existe uma faixa de vegetação começando da
linha dagua composta por arvores jovens e somente muitas dezenas e até centenas
de metros acima é que aparecem as árvores velhas.
Os cientistas sempre souberam
que as arvores jovens nasceram em decorrência da morte das arvores velhas que
ali estavam, mas não sabiam o que havia causado isso.
Um
evento geológico colossal elucidou o enigma.
No dia 9
de julho de 1958, um grande terremoto de 8.5 graus na escala richter sacudiu a
região da baia de Lituya.
Uma grande massa de rocha com volume estimado de 30
milhões de metros cúbicos se desprendeu de uma altura de 900 metros de uma
montanha, mergulhando na profunda baia de Lituya.
O gigantesco e súbito
deslocamento de água produziu uma descomunal onda.
Segundos depois, parte da
onda atingiu a margem oposta ao deslizamento 1350 metros adiante e quebrou,
subindo uma outra montanha e derrubando arvores a inacreditáveis 524 metros de
altura.
O restante da onda seguiu adiante e arrasou com a baia de Lituya
derrubando arvores a até 200 metros de altura.
Os
acontecimentos de 1958 no ALASCA mostraram que Tsunamis também podem ser criados
por deslocamento de grandes massas de rochas de ilhas vulcânicas e deslocamento
de grandes massas de água sobre a plataforma continental, o que se um dia
ocorrer, será numa escala muito maior e poderá devastar faixas litorâneas
inteiras de muitos países.
Ameaças de Mega tsunamis
Ilhas vulcânicas como as de Reunião e
as Ilhas do Havaí podem causar megatsunamis porque
elas não são mais do que grandes e instáveis blocos de material mal agrupado por
sucessivas erupções.
Evidência de grandes deslocamentos de terra foram
encontradas na forma de grande quantidade de restos subaquáticos, material
terrestre que caiu oceano adentro.
Em anos recentes, cinco de tais restos foram
encontrados somente nas ilhas havaianas.
Alguns geólogos acreditam que o maior
candidato para a causa do próximo megatsunami é a erupção do VULCÃO CUMBRE
VIEJA na
ilha de La Palma, nas Ilhas Canárias, na costa oeste da África.
Em 1949, uma erupção causou a queda do cume
de Cumbre
Vieja e fez
cair vários metros adentro do Oceano Atlântico.
Acredita-se que a causa disto foi
causada pela pressão do magma em aquecimento e água vaporizando-se presa dentro da
estrutura da ilha, causando um deslocamento da estrutura da ilha.
Durante uma próxima erupção, que estima-se
acontecerá em algum tempo nos próximos anos ou milênios, irá causar um novo
deslocamento da ilha, fazendo a metade ocidental, pesando talvez 500 milhões de
toneladas, deslocar-se catastroficamente em direção ao fundo do oceano e com
isso gerando uma imensa onda em direção ao oeste, ao norte/nordeste do Brasil e
à costa leste dos EUA.
''Isto irá automaticamente gerar um megatsunami com ondas locais com
alturas de centenas de metros''.
Depois que o tsunami cruzar o Atlântico,
provavelmente irá gerar uma onda com 10 a 25 metros de altura ao chegar no
Caribe e na costa leste da América do
Norte várias horas depois (entre oito a dez horas), gerando grandes problemas
econômicos e sociais para as populações litorâneas sobreviventes dos países
envolvidos e para a economia global como um todo.
Enquanto que potencialmente não tão destruidor como um
super-vulcão, um mega tsunami seria um desastre sem precedentes em quaisquer
regiões em que este evento ocorra.
Investigação intensiva na seqüência da catástrofe
do tsunami na Indonésia de 26 de dezembro de 2004 mostrou que muitas outras
zonas costeiras também estão em perigo de sofrerem impacto de tsunamis.
Assim,
as costas leste e oeste do Atlântico e na costa do Mediterrâneo, não estão
a salvo de maremotos e, portanto, devem ser mais bem protegidas.
Tsunamis no Atlântico
Mapa de
ocorrências históricas de Tsunamis no Atlântico:
Locais de ocorrências de Tsunamis na
área do Oceano Atlântico.
Em vermelho houve séria destruição,
em amarelo destruição
moderada e em branco pequena destruição.
Poucas catástrofes como tsunamis ocorrem no
Atlântico, em comparação com o Pacífico.
Os maremotos em Lisboa
(em 1º de NOVEMBRO DE 1755, posterior ao grande terremoto acontecido no mesmo
dia com epicentro no nordeste do Oceano Atlântico e que destruiu Lisboa) e em
Porto Rico foram até agora a maior catástrofe de tsunamis, quando
milhares de pessoas perderam suas vidas.
Localização potencial do epicentro do
terremoto de 1755 em LISBOA e o tempo de propagação e chegada do posterior tsunami, em horas
após o sismo
Vulcão
pode provocar tsunami nos EUA e no norte do Brasil, dizem
cientistas
MADRI (Reuters) -
Uma onda de 50
metros de altura atingindo o litoral atlântico dos Estados Unidos e destruindo
tudo no seu caminho --não se trata de um filme de Hollywood, mas de uma sombria
previsão de cientistas britânicos e norte-americanos, que também incluem o
BRASIL na lista de possíveis lugares atingidos.
Enquanto a comunidade internacional tentava ajudar
as vítimas do devastador maremoto de dezembro no sul da Ásia, os especialistas
alertam que a erupção de um vulcão nas ilhas Canárias (que pertencem à Espanha e
ficam no litoral norte da África) pode provocar a maior tsumami já registrado na
história humana.
Cálculo da
evolução das ondas do Tsunami com o colapso do Vulcão Cumbre
Vieja:
Cálculo da evolução do tsunami: A = 2 minutos, B = 5
minutos, C = 10 minutos, D = 15 minutos, E = 30 minutos, F = 1 hora, G = 3
horas, H = 6 horas atinge o Norte/Nordeste do BRASIL e I = 9 horas atingindo a
Flórida.
Segundo um polêmico estudo desses
cientistas, uma explosão no vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La
Palma, pode lançar uma montanhas de rochas do tamanho de uma ilha dentro do
Atlântico, a uma velocidade de até 350 quilômetros por hora.
Mas muitos cientistas dizem que o risco de uma
megatsunami provocado por tal erupção está sendo exagerado.
Nesse estudo, a
energia liberada pela erupção seria equivalente ao consumo de eletricidade nos
Estados Unidos durante seis meses.
As ondas sísmicas se deslocariam pelo
Atlântico na velocidade de um avião a jato (900 km/hora).
A devastação nos Estados Unidos provocaria
prejuízos de trilhões de dólares e ameaçaria dezenas de milhões de pessoas.
Países como a Espanha, Portugal, Grã-Bretanha, França, BRASIL, Região do
Caribe, Guianas, Venezuela e todos os países da África Ocidental também
poderiam ser atingidos pelas ondas gigantes.
"Isso pode ocorrer na próxima
erupção, que pode acontecer no próximo ano, ou pode levar dez mil anos para
acontecer", disse Bill McGuire, do Centro de Pesquisas Benfield Hazard, da
Grã-Bretanha.
O Cumbre Vieja, que teve sua última explosão em
1971, normalmente tem erupções em intervalos de 20 a 200
anos.
"Simplesmente não sabemos quando vai acontecer, mas há alguém
preparado para assumir o risco depois dos incidentes do Oceano Índico?",
disse McGuire, propondo a criação de um programa para monitorar a atividade
sísmica na encosta do vulcão.
Foto
de satélite do Vulcão Cumbre Vieja nas Ilhas
Canárias
"Precisamos fazer
com que as pessoas saiam antes do colapso em si.
Uma vez que o colapso tenha
acontecido, o Caribe teria nove horas, e os EUA de 6 a 12 horas, para retirar
dezenas de milhões de pessoas."
Mas outros especialistas vêem exageros na
previsão sobre o Cumbre
Vieja ou sobre o vulcão havaiano de
Kilauea.
A Sociedade Tsunami, que reúne especialistas de vários países, diz que
essas teorias só servem para assustar as pessoas.
O grupo argumenta
que o Cumbre
Vieja não explodiria em uma única
rocha e que a onda criada seria muito menor
(apesar de
haver registros históricos de mega explosões como a do Vulcão submerso
THERA em Santorini, no arquipélago das ilhas gregas conhecidas
como As Cíclades, no Mar Egeu, que em torno de 1.680 a.C. explodiu
violentamente, literalmente jogando pelos ares a maior parte da ilha
Santorini e o topo da montanha.
Fotos de satélite de SANTORINI, no Mar Egeu e o
gigantesco buraco/vazio deixado na ilha pela explosão do vulcão THERA em 1.680
a.C.
O impacto daquela erupção fez-se sentir
em toda a Terra, mas com particular intensidade na
bacia do Mar Mediterrâneo.
A erupção do vulcão THERA em Santorini parece
estar ligada ao colapso da Civilização Minóica na ilha de Creta, distante de Santorini 110 km ao sul.
Acredita-se que tal cataclismo tenha inspirado as posteriores lendas
acerca de Atlântida.
"Estamos falando de milhares de anos no
futuro. Qualquer coisa pode acontecer.
Nesse meio tempo um asteróide também
poderia cair na Terra", disse George Pararas-Carayannis, fundador da
Sociedade Tsunami.
Muitos especialistas acham que as tsunamis provocadas por
deslizamentos abruptos duram menos do que aquelas geradas por terremotos fortes,
como o de 26 de dezembro de 2004, na Indonésia que matou cerca de
trezentas mil pessoas.
O arquipélago da Ilhas Canárias. Na Ilha de EL HIERRO, AO SUL DA ILHA DE
PALMA, onde está o CUMBRE VIEJA está
acontecendo uma enorme atividade sísmica, com muitos terremotos (alguns são
submarinos).
Charles Mader, editor de uma revista do Hazards
sobre tsunamis, prevê que mesmo um enorme deslizamento em La Palma provocaria
ondas de apenas um metro de altura nos EUA.
De qualquer forma, especialistas
avaliam que a ameaça das tsunamis estava subestimada antes da tragédia asiática,
que matou mais de 150 mil pessoas.
"Não seria surpresa para mim se amanhã
víssemos outra tsunami como essa," disse Pararas-Carayannis, apontando para as
falhas geológicas de Portugal, de Porto Rico e do Peru como riscos
possíveis.
Para McGuire, um sistema de alerta no Índico
teria evitado completamente as mortes em Sri Lanka e na Índia,
já que na maioria dos casos a população precisava se deslocar apenas um
quilômetro para ficar a salvo.
Na opinião dele, o risco dos tsunamis para a
Terra só é inferior ao do aquecimento global.
"Com as costas fortemente ocupadas
agora, particularmente nos países em desenvolvimento, as tsunamis são um grande
problema porque, ao contrário dos terremotos, transmitem a morte e a destruição
através de oceanos inteiros."
Ilhas Canárias: Risco de erupção vulcânica em El Hierro ao sul de LA
PALMA
Foto à esquerda: El Hierro, nas Ilhas Canárias:
Risco de erupção vulcânica. Esferas azuis e vermelhas marcam a ocorrência de
Terremotos recentes.
As autoridades espanholas estão a
mobilizar-se para uma eventual evacuação da ilha de El Hierro, no arquipélago
espanhol das Canárias, devido ao risco de uma erupção
vulcânica.
Nos últimos dias do ano de 2011, têm-se registrado
uma série de movimentos sísmicos na ILHA DE EL HIRRO, e especialistas estão
agora a avaliar se o magma está subindo.
Barcos transportando equipes da Unidade Militar de
Emergências do governo espanhol local partiram, no final da manhã, para El
Hierro, para uma eventual operação de evacuação.
Cinquenta e três pessoas foram
já realojadas e o principal túnel da ilha, entre as localidades de Frontera e
Valverde, foi fechado.
Desde o dia 19 de Julho até às 11h16 de hoje, foram
registados 8.356 eventos sísmicos (TERREMOTOS) na ilha de EL HIERRO, segundo
dados do Instituto Geográfico Nacional (IGN) dA Espanha.
Apenas 15 teriam sido
sentidos de fato pela população, segundo a edição online do diário espanhol El
Pais.
Mas o número de sismos aumentou e alguns mais recentes parecem estar a
ocorrer a uma profundidade menor do que a maioria, o que pode significar um
aumento do nível do magma sob a ilha.
Especialistas dizem
que esta ocorrendo erupções submarinas em EL HIERRO, que se localizam a cerca de
2.000 metros de profundidade no leito do oceano e a uma distância entre cinco e
sete quilômetros da costa.
De qualquer forma, com o aumento na frequência dos
eventos sísmicos o governo das Ilhas Canárias acionou o nível "amarelo" de
alerta - o segundo menos grave numa escla de quatro cores, e que implica em
maior informação à população e planificação de recursos.
As autoridades estão se
preparando para, caso necessário, retirar 4.000 pessoas da Ilha de El Hierro em
quatro horas.
Segundo Maria del Carmen Romero, professora de
Geografia da Universidade de Laguna, citada pelo jornal La Vanguardia, um dos
principais riscos é o de desmoronamentos de terras, já que a ilha tem encostas
muito acentuadas.
No entanto, pode não chegar a haver uma erupção vulcânica,
lembrando de uma crise sísmica semelhante, descrita em crónicas de 1793, sem
erupção vulcânica.