Escrito por Benedito Milioni
Capítulo 1 – INTRODUÇÃO AO RECOMEÇO
Este é um bom começo para este quase livro.
Digo “quase” porque de tal forma simples, objetiva e despretensiosa quanto a ser palavra final, pode até ser chamado de “livro”, mas não importa, o texto é honesto e limpo como a frase acima que dá o tom de “bom começo”.
Ninguém dispõe da máquina do tempo e as leis da Física não toleram violações, simplesmente não se deixam levar pela vontade humana: não volta no tempo e muito menos se desfaz o que foi feito ou se faz o que não tenha sido.
Passou, passou.
Restam apenas lembranças, saudades, o que lamentar e muito aprendizado.
Resta, ao cabo de tudo, recomeçar para um fim melhor, como disse muito melhor que eu diria o saudoso, Chico Xavier.
Recomeçar, no escopo dessa publicação (melhor, esse nome, não?) não é começar do ponto em que se parou e nem seguir fazendo e refazendo o que foi feito.
Nada de autoenganos ou de comportamentos de consolo, e muito menos nada de fatalismos ou de outras contaminações advindas de fontes amargas e que se comprazem em negar a felicidade humana.
Recomeçar é zerar o cronômetro, “deletar” os textos dos mapas mentais escritos
com tintas de pouco ou nenhum viço, apagar as memórias carrancudas, onde parecem beber os seres que constroem e editam os nossos pesadelos, dar uma sacudida nos nossos penduricalhos emocionais desagradáveis, e PRINCIPALMENTE, não ouvir conselhos e palpites de gente presa nas suas próprias prisões, cujos muros são os medos em não tentar e o horror em correr riscos e acreditar no perverso ditado: “melhor o certo que o duvidoso”.
Recomeçar é um ato de libertação.
Recomeçar para valer é uma libertação luminosa, como a experimentada por um prisioneiro de si mesmo e dos seus medos que, certa vez, de tanto espiar como era o mundo fora dos seus limites, acabou tropeçando da amurada e despencando no
mundo que temia e que se revelou, para seu espanto e êxtase, como imenso cenário de coisas novas!
Recomeçar é seguir junto da natureza: todo dia ela recomeça e em todas as estações do ano ela se repagina, se faz mais bela, se faz mais generosa e tolerante e sempre promete que assim será por muuuuuuuuito tempo (mais alguns milhões de anos pelo menos…ou bilhões…nem sei, tamanha é a escala do tempo do Criador).
Recomeçar é renascer já adulto e pleno todos os dias, é fazer de si mesmo o útero de um novo ser, cuja fecundação e genes são escolhas autônomas e cheias de graça, porque banhadas em cores e sons líquidos: cá entre nós, a fonte da célula mater que nos dará vida nova para ser o que quisermos!
Mas…afinal, que é mesmo um “novo fim”?
Esse patamar pode ser contido no campo do possível ou tende a se perder nas imensas extensões dos sonhos de “príncipe encantado no cavalo branco ou princesa dourada na carruagem de diamantes”, tudo muito bacaninha, não é, estimado(a) leitor(a)?
Contudo não tem a menor utilidade no campo do real!
É preciso que se tenha em mente um cenário possível e desejado, homologado simultaneamente pela emoção e pela razão.
A imagem a seguir, da Roda da Vida, ferramenta muito utilizada em diversos campos do desenvolvimento na vida, pode ajudar muito para que se possa projetar os cenários do porvir que se deseja, o “novo fim” para a história de sua vida que estará trabalhando nos processos de recomeço.
Ela funciona assim: considere que cada “pedaço de pizza” é um segmento da sua existência.
Na figura, há uma escala de 1 a 10, de dentro para fora (o ponto 1 é o centro do círculo, que significa a menor intensidade até o estágio 10, que representa a plenitude.
Pode ser que um ou mais desses segmentos acabe sinalizando onde você deva pensar seriamente em um recomeço…para valer!
CONTINUA
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