"Certa manhã encontrei, ao despertar, um cartão de ouro sobre a mesa que ficava junto ao meu leito. Pareceu-me ser uma peça de ouro metálico e nela, em bonita caligrafia sombreada num belo tom de cor violeta, estava escrita apenas uma curta frase:
“Comparecei ao nosso ponto de encontro na montanha às sete da manhã”, assinado, “SAINT GERMAIN”.
Pus de parte o cartão, cuidadosamente, e mal pude esperar que se escoasse o tempo intermediário, tão grande era minha ansiedade.
De manhã cedo enquanto preparava o almoço, veio-me um nítido impulso para nada levar comigo.
Obedeci e decidi confiar em que minhas necessidades seriam supridas diretamente do Suprimento Universal.
Em breve estava a caminho, alegremente, resolvido a não deixar escapar nenhuma oportunidade para fazer perguntas, se permitido fosse.
A proporção que me aproximava do lugar marcado, meu corpo se tornava cada vez mais leve, até que, quando me encontrava a quatrocentos metros, mal tocava o chão com os pés.
Não vi sinal de pessoa alguma, de modo que me sentei num troco de árvore para esperar Saint Germain, sem cansaço algum, conquanto meu percurso tivesse sido de quase dezesseis quilômetros.
Enquanto eu meditava no maravilhoso privilégio e na bênção que recebera, ouvi estalar um ramo e olhei em torno, esperando vê-lo. Imaginai minha surpresa quando, a uma distância pouco mais de um metro, vi uma pantera aproximando-se lentamente...
Eu devia estar com os cabelos arrepiados.
Queria correr, gritar — fazer qualquer coisa — tão frenético era o sentimento de medo dentro de mim.
Teria sido inútil mover-me, pois um salto da pantera ter-me-ia sido fatal.
Meu cérebro rodopiava, tão grande era meu pavor, mas uma ideia me veio claramente, que manteve serena minha atenção: lembrei-me de que tinha a Poderosa “Presença de Deus” dentro de mim mesmo, e que essa “Presença” era toda Amor.
Esse belo animal era também uma parte da Vida de Deus e me dispus a olhar para ele, diretamente dentro dos olhos.
Então me veio o pensamento de que uma parte de Deus não poderia prejudicar outra.
Só tive consciência desse fato.
Um sentimento de Amor me arrebatou e saiu como um Raio de Luz diretamente à pantera: com ele foi-se o meu medo.
Os passos furtivos cessaram e encaminhei-me lentamente para o animal, sentindo que o Amor de Deus nos enchia a ambos.
O repulsivo olhar feroz dos seus olhos suavizou-se, o animal endireitou-se e veio vagarosamente ao meu encontro, esfregando a espádua contra minha perna.
Inclinei-me e afaguei sua cabeça macia.
Olhou-me nos olhos por um momento e depois deitou-se, rolando no chão como um gatinho brincalhão.
O pelo era de um belo castanho escuro avermelhado, o corpo longo, flexível e de grande vigor.
Continuei a brincar com ela e quando olhei subitamente para cima, Saint Germain estava a meu lado.
“Meu filho”, disse, vi a grande força que há dentro de vós, de outro modo eu não teria permitido tamanha prova.
Conquistastes o medo.
Minhas felicitações!
Se não tivésseis conquistado o eu-exterior, não permitiria que a pantera vos causasse mal, mas nossa associação seria interrompida por algum tempo.
“Nada tenho a ver com a presença da pantera aqui.
Isto fazia parte da operação Interna da Grande Lei, como vereis antes de cessar a ligação com a vossa nova amiga, que encontrastes.
Agora que passastes pela prova da coragem, ser-me-á possível prestar-vos muito maior assistência.
Tornar-vos-eis cada dia mais forte, mais feliz, e expressareis muito maior liberdade”.
Estendeu a mão e num momento apareceram quatro pequenos bolos, de um belo pardo dourado, com cerca de doze centímetros quadrados cada um.
Ele ofereceu-me e ordenou que os comesse.
Eram deliciosos.
Imediatamente experimentei uma sensação aceleradora, formigante, percorrer todo o meu corpo — sensação nova de saúde e de clareza mental.
Saint Germain sentou-se a meu lado e minha instrução começou.
TRECHO DO LIVRO: MISTÉRIOS DESVELADOS- SAINT GERMAIN
https://anovaterratempodeluz.blogspot.com/
Nenhum comentário :
Postar um comentário