Desde este momento, nas terras americanas, o mito desta grande entidade nasceu.
Pena Branca é hoje um símbolo de liberdade, autenticidade e fraternidade.
Entrando em contato com muitos irmãos de cultos afro-indígenas do México, Caribe e Estados Unidos, fiz esta pergunta a mim mesmo:
O primeiro nome que ouvi foi : Pena Branca.
Em seguida, comentei que no Brasil, também incorporava um índio do mesmo nome.
Ele não se surpreendeu e disse que outros "penas" também frequentavam sua sessão de cura, nada impedindo que fossem as mesmas entidades.
Nos terreiros deste culto, trabalham destemidos espíritos de índios, pretos velhos, exus (ali chamados de candelos) e outros espíritos familiares.
Na Linha de Índio Bravo, uma das Vinte e Uma Linhas, encontramos também nosso velho amigo : Pena Branca !
Com ele, também incorporam Águia Branca, Índio da Paz e outros "penas" : Pena Azul, Pena Negra, Pena Amarela, etc... Coincidência ?
Coisa bem diferente, pois por fora parece um templo evangélico e por dentro um terreiro.
Os pastores são médiuns e bem íntimos com as manifestações do Mundo Invisível.
Mais coincidência ?
Ele aparece como um índio banhado em branca e luminosa luz, dando sábios conselhos e mensagens (veja uma imagem dele aqui reproduzida).
Seu nome ? Mestre Pena Branca.
Olha ele aqui de novo....
Dentro dele são celebrados os mistérios dos espíritos de origem indígena taino, etnia local.
Existem muitas entidades indígenas, a maioria com comportamento muito arredio e nomes de animais, como Cobra Verde, Pantera Negra, Jaguar Dourado e etc...
Este espírito se apresenta sério, compenetrado, usa tabaco fortíssimo e uma pena branca na cabeça. Como é chamado ?
Índio Pena Branca.
Pois então, novamente o encontramos.
Tem caboclo, preto velho, exu, marinheiro, Orixás e tudo de bom.
É a tradição de Maria Lionza, a Rainha Mãe da Natureza.
Eles trabalham com pemba, bebidas diversas, água, cocares, maracás e todo o aparato ameríndio. Chegam bradando e saudando o povo, que procura semanalmente os irmandades em busca de alívio, socorro material e espiritual.
Perto do congá, estava um rapaz incorporado com um caboclo.
Atento, o índio ouvia pacientemente uma velha senhora e a limpava com um maço de ervas perfumadas.
A senhora chorava muito e tremia.
No final da sessão, o semblante dela havia mudado. Feliz, ela sentou-se no banco da assistência e orava agradecida.
Adivinhem o nome do caboclo.
Ele mesmo, o grande índio Pena Branca !
Será que é o mesmo Pena Branca ?
Terá este caboclo conhecido da Umbanda viajado tanto assim ?
Afinal, ele é mexicano, americano ou brasileiro ?
Quem, afinal, nasceu primeiro, o Pena Branca daqui ou de lá ?
Inquietações de um pesquisador, pois os afilhados e médiuns de Pena Branca não ficam, creio eu, tão preocupados com a sua origem.
Seu Pena Branca estava em terra, em todo o seu esplendor e força.
Senti uma estranha energia percorrer minha espinha.
Ele continuou olhando e acenou.
Me levantei e acenei de volta.
Tem aí um maço de ervas bem cheiroso para mim ?
(rezada no Caribe)Em nome de Deus Todo Poderoso,Eu invoco o grande Pena Branca,fiel espírito índio, grande herói,zelador de meu altar e morada.A você que me guia e conhece minhas necessidades,peço proteção e luz.Livra-me de toda má intenção e inimigos, ocultos ou manifestados.Vigia meus caminhos e que nenhum feiticeiro ou bruxo malvado,possa cruzar comigo.Grande espírito, te ofereço esta vela (acender uma vela verde) e chamo seu nome.Amém !
4 litros de água,Um pouco de erva cidreira,Um pouco alfavaca,Algumas pétalas de rosa branca.Ferver as ervas, esperar esfriar um pouco e acrescentar as pétalas.Acender uma vela verde antes do banho.ÁGUA DE PENA BRANCA PARA PURIFICAR A RESIDÊNCIA (receita da Obeah).1 litro de água mineral,Um pouco de erva cidreira,Um pouco de arruda,Um pouco de verbena,Sete gotas de essência de almíscar.Misturar as ervas e ferver. Deixar esfriar e adicionar a essência.Acender uma vela verde e pedir a Pena Branca para benzer a água.Depois que a vela acabar, borrifar os cantos da casa, cama e objetos pessoais.
Uma vela de sete dias branca,Um pouco de melaço de cana,Um pouco de açúcar cândi,Sete cravos-da-índia,Sete gotas de essência de rosas,Sete gotas de essência de verbena.Misturar em um prato o melaço, açúcar e as essências. Untar a vela (mas não o pavio) e espetar os cravos nela, formando uma cruz (pode fazer os furinhos com a ajuda de um prego fino). A vela deve estar sem a capa de plástico. Acender a vela e pedir a ajuda deste caboclo.
Saravá Seu Pena BrancaSaravá seu abacéTraz na frente o seu bodoquePra defender filhos de fé.Ele vem de AruandaTrabalhar neste abaçaSaravá Seu Pena BrancaUm guerreiro de OxaláSua flecha vai certeiraVai pegar o feiticeiroQue fez juras e mandingasPara os filhos do terreiroPega o arco, atira a flechaQue esse bicho é corredorMas deve ser castigadoEle é merecedor
Um grito na mata ecoouFoi Seu Pena Branca que chegouCom sua flecha com seu cocarSeu Pena Branca vem nos ajudar
Seu Pena Branca puxa a corimbaA sua banda manda chamarAjuda Seu Pena BrancaPra todo mal destes filhos levar
Que penacho é esse que eu vejo brilharÉ Seu Pena Branca que aqui vai chegarFirma seu ponto ora veja seu cocarÉ Seu Pena Branca que aqui vai chegarMas que Luz é essa que eu vejo brilharÉ Seu Pena Branca que aqui vai chegarFirma seu ponto saravá Pai OxaláÉ Seu Pena Branca que aqui vai chegar
Vem oh cabocloVem Pena BrancaVem trabalharVem dar esperançaÉs caboclo da fé e esperançaDa luz vibranteDa força branca
Era o filho mais velho de seus pais e desde cedo se mostrou com um diferencial entre os outros índios da mesma tribo, era de uma extraordinária inteligência.
Na época não havia o costume de fazer intercâmbios e trocas de alimentos entre tribos, apenas algumas tribos faziam isto, pois havia uma cultura de subsistência, mas o Cacique Pena Branca foi um dos primeiros a incentivar a melhora de condições das tribos, e por isso assumiu a tarefa de fazer intercâmbios com outras tribos, entre elas a Jê ou Tapuia e Nuaruaque ou Caríba.
Quando fazia uma de suas peregrinações ele conheceu na região do nordeste brasileiro (hoje Bahia), uma índia Tupinambá que viria a ser a sua mulher, chamava-se “Flor da Manhã” a qual foi sempre o seu apoio.
Como Cacique Tupinambá, foi respeitado pela sua tribo de tupis, assim como por todas as outras tribos e principalmente a maior rival, os Caramurus, que após a chegada dos portugueses se uniram aos Tupinambás, nascendo então outra nação indígena, a nação Caramurú-Tupinambá, na qual Pena Branca passou a ser o Cacique Geral, apesar disso, continuou seu trabalho de itinerante por todo o Brasil na tentativa de fortalecer e unir a cultura indígena.
Certo dia Pena Branca estava em cima do Monte Pascoal no sul da Bahia, e foi o primeiro a avistar a chegada dos portugueses nas suas naus, com grandes cruzes vermelhas no leme.
Esteve presente na primeira missa realizada no Brasil pelos Jesuítas, na figura de Frei Henrique de Coimbra.
Desde então procurou ser o porta-voz entre índios e os portugueses, sendo precavido pela desconfiança das intenções daqueles homens brancos que ofereciam objetos, como espelhos e pentes, para agradá-los.
- Por Ras Adeagbo
- Xamanismo - Mestre Pena Branca
- http://www.maze.kinghost.net/displayentity.aspx?id=penabranca
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