Físicos propõem existência de Universo
paralelo
O
desaparecimento repentino de nêutrons, que não pode ser explicado pela física
atual, pode ser o sinal da existência de um universo-espelho.
[Imagem: Andrey Prokhorov/Site Inovação Tecnológica] Uma anomalia no comportamento de partículas subatômicas comuns pode ser o sinal da existência de partículas-espelho, que transitam entre o nosso Universo e um universo paralelo. O fenômeno também poderia oferecer uma explicação para a matéria escura, como hoje os cientistas chamam um ponto de interrogação que representa a massa que parece estar faltando no Universo. Dois cientistas italianos usaram a hipótese da existência das partículas-espelho para explicar uma anomalia nos experimentos, onde os nêutrons parecem desaparecer. A existência dessa matéria-espelho tem sido sugerida em vários contextos científicos nos últimos tempos, incluindo a procura de candidatos adequados para explicar a matéria escura. Os físicos Zurab Berezhiani e Fabrizio Nesti, da Universidade de L'Aquila, reanalisaram os dados experimentais obtidos pelo grupo de pesquisa de Anatoly Serebrov, no Instituto Laue-Langevin, França. Mistério dos nêutrons que desaparecem Eles mostraram que a taxa de perda de nêutrons livres muito lentos parece depender da direção e da intensidade do campo magnético aplicado. Essa anomalia não pode ser explicada pela física conhecida. Os cientistas acreditam que a perda de nêutrons pode ser interpretada à luz de um mundo paralelo hipotético formado por partículas-espelho. Os nêutrons parecem estar oscilando na fronteira entre dois universos paralelos, indo e voltando de um para o outro. [Imagem: Berezhiani/Nesti] Cada nêutron teria a capacidade de fazer uma transição para esse seu gêmeo invisível, e voltar, oscilando de um mundo para o outro. A probabilidade dessa transição foi calculada como sendo dependente da presença de campos magnéticos. Assim, o mundo invisível das partículas-espelho poderia ser detectado experimentalmente. Essa oscilação nêutron-espelho-nêutron pode ocorrer em uma escala temporal de poucos segundos, segundo os pesquisadores. Matéria escura A possibilidade desse desaparecimento rápido de nêutrons - muito mais rápido do que o decaimento de nêutrons, com seus 10 minutos de duração - embora surpreendente, não pode ser excluído pelos atuais limites experimentais e astrofísicos. Esta interpretação é sujeita à condição de que a Terra possui um campo magnético espelho da ordem de 0,1 Gauss. Tal campo pode ser induzido por partículas-espelho flutuando na galáxia - algo como a matéria escura. Hipoteticamente, a Terra poderia capturar a matéria-espelho por meio de interações fracas entre as partículas comuns e as partículas desses mundos paralelos. Bibliografia: Magnetic anomaly in UCN trapping: signal for neutron oscillations to parallel world?Zurab Berezhiani, Fabrizio Nesti European Physical Journal C Vol.: 72, Number 4 (2012) DOI: 10.1140/epjc/s10052-012-1974-5 Todos a bordo:Expresso Buraco de Minhoca vai partir
Com informações da New Scientist - 24/03/2012
Matéria com energia negativa
Todos a bordo do Expresso Buraco de Minhoca, rumo à primeira viagem realmente
espacial da espécie humana.
A novidade é que parece que não é tão difícil quanto se imaginava construir
esses túneis que unem localidades diferentes do espaçotempo - ou abrir portas
para outros universos.
Estima-se que quem entrar em um buraco de minhoca poderá reaparecer
instantaneamente perto de Plutão, ou na galáxia de Andrômeda, ou em qualquer
outro lugar do Universo, ou mesmo em outro universo - sem a chatice da
viagem.
Por enquanto, os buracos de minhoca
E não é por acaso: a mesma teoria que garante que eles são possíveis afirma
que eles são intrinsecamente instáveis, e costumam se fechar antes que você
embarque em sua nave espacial.
A única saída é alimentá-los com uma forma exótica de matéria com energia
negativa, algo cuja existência é posta em dúvida por muitos físicos.
Buraco de minhoca factível
Mas, agora, tudo mudou - esclareça-se, tudo mudou na teoria.
Um físico grego e dois alemães demonstraram que pode ser possível construir
um buraco de minhoca sem usar nem um só saco desse cimento esquisito chamado
matéria com energia negativa.
Se isto estiver correto, significa então que pode ser possível encontrar
buracos de minhoca pelo espaço.
Civilizações mais avançadas do que a nossa já
podem até mesmo estar indo para lá e para cá nesse metrô galáctico construído
com buracos de minhoca.
E, eventualmente, até mesmo poderemos construir nossos próprios túneis
espaçotemporais, como portais para outras paragens, o que inclui, muito
provavelmente, outros universos, com suas próprias galáxias, estrelas e
planetas.
Sempre Einstein
Os cientistas não têm como testar qual das respostas que a Teoria
das Cordas e a Teoria-M dão é a "correta".
Na verdade, todas elas podem estar
corretas e talvez vivamos em um Universo entre um número infinito de
universos.
[Imagem: quintic/Wikipedia]
A ideia de um buraco de minhoca se sustenta na teoria de Einstein, que mostra
que a gravidade nada mais é do que uma dobradura invisível do espaçotempo
causada pela energia - a massa-energia de grandes corpos celestes, por
exemplo.
Foi o austríaco Ludwig Flamm que, em 1916, descobriu que dobraduras
suficientemente dobradas poderiam funcionar como conduítes através do espaço e
do tempo.
Isso chamou a atenção do próprio Einstein, que estudou a possibilidade
juntamente com Nathan Rosen.
Mas eles concluíram que a única conexão que um
buraco de minhoca oferecia seria para um universo paralelo, o que os dois
consideraram algo impensável.
Só em 1955, John Wheeler demonstrou que é possível conectar duas regiões do
nosso próprio Universo - foi ele quem cunhou o termo buraco de minhoca, assim
como ele mesmo já havia batizado os buracos negros.
A tal da matéria com energia negativa seria necessária porque essa matéria
teria uma espécie de anti-gravidade, o que seria necessário para que o buraco de
minhoca abrisse sua boca e nos deixasse passar.
Embora a teoria de Einstein tenha resistido a todos os testes feitos até
agora, os cientistas acreditam que ela talvez seja uma aproximação de uma teoria
mais geral, por duas razões: a primeira é que ela não se coaduna com a mecânica
quântica, e esta tampouco cede a todos os experimentos possíveis.
E, segundo,
porque a teoria de Einstein colapsa no centro de um buraco negro, na chamada
singularidade.
Indo além de Einstein
[Imagem: ESA/SPI Team/ECF
Já em 1921, Theodor Kaluza e Oskar Klein tentaram ir além da teoria da
relatividade.
Inspirados em Einstein, que mostrou que a gravidade é a curvatura de um
tecido que une as três dimensões do espaço mais o tempo, Kaluza e Klein
propuseram que tanto a gravidade quanto a força eletromagnética podem ser
explicadas pela curvatura de um espaçotempo de cinco dimensões.
Hoje, os teóricos da teoria das cordas afirmam que todas as quatro forças
fundamentais podem ser explicadas pelas dobraduras de um espaçotempo de 10
dimensões.
Mas essas teorias são complexas demais até mesmo para os físicos
teóricos.
E aqui entram Kleihaus, Panagiota Kanti e Jutta Kunz, os três intrépidos
proponentes de uma versão mais simples dos buracos de minhoca.
O fundamento é que, se existem outras dimensões, nós não as percebemos porque
elas são pequenas demais.
O processo de compactar as seis dimensões que não percebemos - aquelas que
completam o quadro de 10 dimensões da teoria das cordas - cria vários novos
campos de força, um deles chamado campo dilaton.
Da mesma forma que a gravidade na teoria da relatividade depende da curvatura
do espaçotempo, nessas novas teorias a gravidade depende da curvatura mais a
curvatura elevada a uma potência.
Os três pesquisadores usaram esse termo extra para propor um buraco de
minhoca que não precisa de antigravidade.
Procurando buracos de minhoca no espaço
Recentemente cientistas propuseram uma forma para testar a ideia do
Big Flash, um irmão mais novo do Big Bang, uma explosão de radiação que teria mudado a estrutura do espaçotempo
nos primórdios do nosso Universo.
[Imagem: Getty Images]
O resultado assustaria Einstein, porque o buraco de minhoca resultante do
novo estudo não pode nos levar para Plutão ou Andrômeda, mas apenas para outros
universos.
Desafiador, mas altamente especulativo.
A menos que alguém possa encontrar indícios de que tal estrutura exista no
nosso Universo,
pairando por aí em algum lugar.
Os três pesquisadores acreditam que é possível.
É bom lembrar que estávamos falando de dimensões submicroscópicas, quando
estamos interessados em algo por onde possa menos pelo menos uma nave
espacial.
Os cientistas afirmam que a inflação do Universo pode ter espichado esses
buracos de minhoca a ponto de eles superarem as dimensões humanas, como um ponto
de tinta colocado sobre uma bexiga vai aumentando conforme a bexiga se
enche.
"A inflação [do Universo] pode ter inchado os minúsculos buracos negros que
permeiam o tecido submicroscópico do espaço," propõe Kleihaus.
Como encontrá-los?
Olhando para o Universo, já que a presença de um buraco de
minhoca macroscópico deverá representar uma mudança radical no campo de visão
dos telescópios.
"Afinal de contas, a boca do buraco de minhoca é uma janela para outro
universo," propõe o cientista.
Desde, é claro, que o buraco de minhoca esteja com a boca precisamente virada
para a Terra.
Bibliografia:
Stable Lorentzian Wormholes in Dilatonic Einstein-Gauss-Bonnet Theory Panagiota Kanti, Burkhard Kleihaus, Jutta Kunz arXivhttp://arxiv.org/abs/1111.4049 |
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
universo paralelo
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