segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Verdade Sobre a Realidade


Em Hebraico, a palavra Kabbalah significa “recepção”.
Mas Cabala não é apenas isso - recepção.
E uma disciplina de estudo, um método que ensina você como receber.

A Cabala lhe ajuda a saber onde você realmente se encontra em relação a onde você pensa que está.

Mostra as limitações dos nossos cinco sentidos e desvenda a parte que eles não conseguem revelar ajudando você a desenvolver um “sexto sentido”.

Esse sexto sentido não somente enriquece sua vida com uma nova dimensão, mas abre uma porta para um “corajoso mundo novo”.

Não há morte nesse mundo, nem aflição e nem dor.

E o melhor de tudo é que você não tem que desis­tir de nada para isso: você não precisa morrer para chegar lá, você não precisa jejuar ou se reprimir de nenhuma maneira.

Em resumo, a Cabala não lhe separa da vida, ela acrescenta um novo significado e força a tudo aquilo que acontece.

É isso mesmo, os Cabalistas vivem uma vida plena.

Receber - Descubra a Força de Doar
Para entender o tipo de prazer que o Cabalista recebe, é essencial en­tender um conceito básico da Cabala.

Em toda realidade, existe apenas uma única força - a força da doação.

E, por essa força ser de doação, ela cria “algo” para receber aquilo que ela doa.

“A força de doação da Cabala é chamada “Criador”, e aquilo que ela cria é chamado” criação”.

O ser criado somos nós, a humanidade como um todo e cada um de nós pessoalmente.

Essa criatura passa por um processo de aprendizado e desenvolvimento e no final descobre a grandeza e a beleza do seu Criador.

Baal HaSulam explica que esta revelação do Criador para a criatura é a essência e o propósito de toda a criação.

A Realidade como um Bordado
Falemos mais um pouco sobre revelar o Criador.

Quando Baal HaSulam descreve o objetivo como - a revelação da Divindade para suas criaturas nesse mundo, - ele quer dizer que a essência da Cabala (- recepção -) é descobrir o Criador porque isso é que nos da o maior prazer.

Mais não é só isso - a Cabala explica que descobrir o Criador significa descobrir a lei que governa a Natureza. De fato o Criador é Natureza.

Ao revelar essa lei da natureza, a Cabala pretende revelar a realida­de inteiramente, em toda a sua escala, revelando porque as coisas nos acontecem e como nos, não apenas podemos prevê-las, mas também mudá-las para o nosso beneficio.

Também, se você pode entender todas as facetas da natureza, você pode alcançar muito além das limitações dos nossos cinco sentidos, como se alguém tivesse removido a venda de seus olhos e permitido que você visse a verdadeira vastidão e beleza do mundo.

Como isso funciona e o que você realmente recebe?
A realidade é como um bordado.

Quando você olha para um bordado, você vê uma imagem coerente.

Mas quando você olha por trás do bordado, para aqueles fios que fizeram a imagem, você encontra um amontoado de fios e cordas, os quais você não é capaz de decidir onde começam e onde terminam e a que parte eles pertencem.

A Cabala ajuda você a entender os fios por trás da imagem da realidade, e nos ensina como, nós mesmos, podemos nos tornar um bordador para que possamos construir uma ima­gem de acordo com nosso gosto.

O Sentido Latente
A recepção em Cabala é a percepção do mundo espiritual.

É um mundo invisível aos nossos cinco sentidos, mas um que certamente experimenta­mos. Se tudo o que buscamos depende de nossos sentidos, então é lógico que para sentirmos o mundo espiritual precisamos de um sentido especial para percebê-lo.

Em outras palavras, não precisamos procurar nada fora de nós mesmos, mas sim cultivar uma percepção que já existe dentro de nos e que está adormecida.

Na Cabala, essa percepção é chamada “sexto sentido.”

De fato, o título “sexto sentido” é um pouco enganador; não é um “sentido” no significado fisiológico da palavra.
Mas por ele permitir que percebamos algo que de outra maneira não poderíamos, os Cabalistas resolveram chamar à essa maneira diferente de percepção de “o sexto sentido.”

Aqui está a chave de tudo: nossos cinco sentidos são “pro­gramados” para servir nossos interesses pessoais, por isso, tudo que percebemos é aquilo que serve aos nossos interesses.

Se, por ou­tro lado, nossos sentidos fossem programados para servir aos interesses do mundo inteiro, então é isso que perceberíamos.

Dessa maneira, cada um de nós seria capaz de perceber aquilo que toda outra pessoa, animal, planta ou mineral no universo, percebe.

Nós nos tornaríamos criaturas de percepção ilimitada.

Em tal estado desligado, os cinco sentidos seriam usados de maneira muito diferente.

Em vez de se concentrarem sobre interesses pessoais, eles serviriam de meio de comunicação com os outros. Isso é o motivo pelo qual o sexto sentido, que nos permite perceber o mundo espiritual, não é um sentido no mesmo sentido da palavra.

É a intenção com a qual usamos os nossos sentidos.

A intenção é um conceito critico na Cabala e nós exploraremos mais em detalhes num outro texto, mas, basicamente, a intenção é o “objetivo” para o qual agimos.

Se quisermos nos beneficiar, apenas vemos a nós mesmos e a tudo que criamos.

Mas se quisermos beneficiar ao Criador, veremos o mundo do Criador e tudo o que Ele criou.

O Criador tem que Doar; Nós temos que Receber
A Cabala é realmente muito sim­ples, uma vez que a conheçamos.

Ela explica que o Criador é be­nevolente e que Ele quer nos ou­torgar prazer infinito sem parar.

Porque o Criador é benevolente,

Ele nos criou com um desejo infinito e ilimitado de receber prazer.

Ele quer outorgar.

Na Cabala, isso é chamado “a vontade de receber.”

Na sua “Introdução ao Livro do Zohar,” Baal HaSulam explica a ne­cessidade do Criador de criar a vontade de receber (criaturas):

“Como o Pensamento da Criação era outorgar às Suas cria­turas, Ele tinha que criar nas almas uma grande medida de desejo de receber o que Ele pensou em dar-lhes... Assim sen­do, o Pensamento da Criação por si, necessariamente, dita a criação de um desejo excessivo de receber nas almas, para se ajustar ao imenso prazer que o Todo Poderoso pensou doar às almas.

Em outras palavras, temos a capacidade, o potencial e até mesmo o desejo inconsciente de nos conectar com o Criador e receber Seus pra­zeres aumentando nossa alegria de viver.”


Egoístas até os Ossos
Mas na pratica, existem conseqüências para tamanha vontade de re­ceber.

Baal HaSulam descreve a complexidade da condição humana no seu ensaio “Paz no Mundo”.:

Todo e cada individuo se sente, no mundo do Criador, como único soberano, e que todos os outros foram criados somente para facilitar e melhorar sua vida, sem que para isso ele sinta qualquer obrigação em retribuir.

Em poucas palavras, somos egoístas até os ossos.

Porém, quando cor­rigidos, esse extremo egoísmo se torna o mais alto grau de altruísmo e benevolência.

O Desejo mais Egoísta: Ser Altruísta
O fato de termos nascidos egoístas não significa que continuaremos a ser egoístas para sempre.

Lembre-se que o Criador e benevolente; Ele não tem nada em sua mente a não ser outorgar.

Conseqüentemente, Ele criou criaturas que somente querem receber.

Essas criaturas começam a receber aquilo que Ele outorga, mais, mais e mais ainda sem fim.

Enquanto a vontade de rece­ber se desenvolve nas criaturas, uma transformação quase mágica acontece.

Elas não querem somen­te aquilo que o Criador outorga, mas elas também querem ser de fato Criadores.

Pense em como cada criança quer se tornar como seus pais.

Pense também que a base do aprendizado do pequeno é seu desejo de crescer.

Os Cabalistas dizem que a vontade da criança de ser um adulto nasce do desejo da criatura de se assemelhar ao seu Criador.

Se seus pais são seus modelos, você estudaria suas ações e se esfor­çaria para igualá-los e ser um também quando adulto.

Da mesma maneira, se o Criador é seu mo­delo, você estudaria o Criador para se assemelhar a Ele.

Se o Criador que você estudar é todo doação, todo benevolência, você pode ver como o egoísmo extremo de querer ser “Como o Criador” pode se tornar em altruísmo (que nós exploraremos mais ainda num outro texto) porque é o que Ele é.

Na Cabala, a capacidade de ser como o Criador é chamada “atingindo o atributo de outorgar.”

A implicação, pode parecer antagônica, mas o desejo mais egoísta de uma pessoa é ser como o Criador: totalmente altruísta.


Em Resumo
A Cabala oferece um método que ensina a receber

O desejo primário do Criador é outorgar prazer, por isso Ele impregna suas criações com o desejo de receber esse prazer.

O “sexto sentido” permite a pessoa perceber os Mundos Espirituais Superiores.

O objetivo da Cabala é a revelação do Criador enquanto ainda vivemos neste mundo.

Os maiores egoístas querem ser como o Criador: altruístas


Michael Laitman

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