Vira Lata Vira Vida está superlotada com 380 animais e 70% são idosos.
Entidade faz campanhas, mas cachorros velhos aguardam desde 2009.
Atualmente a instituição cuida de aproximadamente 380 cães e 70% deles já estão com idade avançada, acima dos 10 anos, fator que contribui para superlotação do local.
Apesar de campanhas para adoção, são raros os casos de cães "velhinhos" que ganham um novo lar.
O que muitas pessoas desconhecem são as histórias de vida e de superação desses animais.
É o caso dos irmãos Bola e Dimmy, ambos com 13 anos, que foram salvos pela biomédica Marli Castelanni, de 64 anos, uma das fundadoras da ONG.
Ainda filhotes, eles foram jogados no lixo com a mãe em 2000.
“Eu me lembro como se fosse hoje.
Eles tinham acabado de nascer e estavam sujos.
Vi um homem chutando a cachorra e colocando os bichinhos no lixo.
Corri para socorrê-los e, desde então, passei a cuidar deles.
O Bola e o Dimmy vivem na ONG desde que ela foi fundada, em 2009."
são idosos (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
“Com a idade mais avançada, os cães acabam dando um pouco mais de trabalho.
Alguns ficam doentes e precisam de medicamentos.
Isso também contribui para a grande quantidade de animais velhinhos sem lar.”
Segundo Leila, o abandono é sentido pelos animais.
"As pessoas não imaginam o sofrimento que causam aos cães que abandonam.
Os animais estão acostumados com a presença do dono, têm rotinas e, de repente, são jogados em um mato, por exemplo, e precisam aprender a se virar sozinhos", disse.
Leila contou que recentemente uma cadela idosa foi deixada amarrada em um poste em frente à ONG.
Segundo ela, o animal estava muito debilitado por causa da idade, mas foi acolhido pelos funcionários da entidade e atualmente está bem de saúde.
A presidente da Vira Lata Vira Vida lembra, no entanto, que donos que abandonam bichos de estimação podem responder criminalmente por maus-tratos se for pego em flagrante.
em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Além dos cuidados médicos necessários, a adoção de cães velhinhos é difícil devido à expectativa de vida deles.
“Muitas pessoas preferem filhotes porque são saudáveis e têm uma vida inteira pela frente.
Para adotar um cão idoso é preciso muito mais amor e dedicação, pois o tempo de convivência com ele será menor”, afirmou Leila.
A cadela Isa de 10 anos é um exemplo dessas dificuldades.
A biomédica Marli disse que, por causa da idade, a cachorra já está cega e ninguém quer adotá-la.
“Ela é muito fofa, toda dondoca, uma madame mesmo.
Apesar de ser muito dócil, ninguém quer levar para casa devido aos problemas de saúde dela.”
Os irmãos Dimmy e Bola, ambos de 13 anos, foram jogados no lixo em 2000 (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
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