quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Perispírito
Aluney Elferr
Albuquerque Silva
Por ter sido o
termo criado pelo Espiritismo, ninguém melhor que Kardec para o definir;
perispírito (...) É o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual.
É por seu intermédio que o espírito encarnado se acha em relação contínua com os
desencarnados; é, em suma, por seu intermédio, que se operam no homem fenômenos
especiais, cuja causa fundamental não se encontra na matéria tangível e que, por
essa razão, parecem sobrenaturais para alguns.
O perispírito é o
órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais
que escapam aos sentidos corpóreos.
Vejamos algumas
perguntas contidas em O Livro dos Espíritos:
93 - O Espírito
propriamente dito tem alguma cobertura ou está, como pretendem alguns, envolvido
numa substância qualquer?
- O Espírito está
revestido de uma substância vaporosa para os teus olhos, mas ainda bem grosseira
para nós; muito vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e se
transportar para onde queira.
Assim como o germe
de um fruto é envolvido pelo perisperma, da mesma forma o Espírito propriamente
dito está revestido de um envoltório que, por comparação, pode-se chamar de
perispírito.
94 - De onde o
Espírito toma o seu invólucro semi-material ?
- Do fluido
universal de cada globo.
Por isso, ele não é o mesmo em todos os mundos.
Passando de um mundo para outro, o Espírito troca seu envoltório, como mudais de
roupa.
- Assim, quando os
Espíritos que habitam mundos superiores vêm entre nós, tomam um perispírito mais
grosseiro?
- Já o dissemos: é
preciso que eles se revistam da vossa matéria.
Do meio onde se
encontra é que o espírito extrai o seu perispírito, isto é, esse envoltório ele
o forma dos fluidos ambientes do globo onde vai habitar.
A natureza do
envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do
espírito.
Os espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu
bel-prazer, pelo que não podem passar, a vontade, de um mundo para o outro.
Os
espíritos que vão habitar um orbe, tiram daquele meio seus perispíritos; porém,
conforme mais ou menos depurado o espírito for, o perispírito também se formará
das partes mais puras encontradas no orbe, como também se for deveras inferior
formar-se-á das partes mais inferiores do orbe onde habitará.
O espírito produz,
aí, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo químico
que atrai a si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.
Resulta disso um
fato de muita importância: a constituição íntima do perispírito não é idêntica
em todos os espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou espaço
que a circunda.
O mesmo já não se dá com o corpo carnal.
Verificamos também
que o progresso perispirítico de um espírito se modifica com o progresso moral
que este realiza em cada uma de suas reencarnações, embora ele encarne no mesmo
meio.
95 - O envoltório
semi-material do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?
- Sim; tem uma
forma que o Espírito deseja, e é assim que ele se vos apresenta algumas vezes,
seja em sonho, seja em estado de vigília, podendo tomar forma visível e mesmo
palpável.
Esse laço a que os
espíritos se reportam é o perispírito.
Ele, também chamado por Kardec de corpo
fluídico dos Espíritos , é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é
uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma.
E
continua: "já vimos que também o corpo carnal tem seu princípio de origem nesse
mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível.
54. "Numerosas
observações de fatos irrecusáveis, dos quais falaremos mais tarde, conduziram a
esta conseqüência de que há no homem três coisas: 1ª alma ou Espírito, princípio
inteligente em que reside o senso moral; 2ª o corpo, envoltório grosseiro,
material, do qual está temporariamente revestido para o cumprimento de certos
objetivos providenciais; 3ª o perispírito, envoltório fluídico, semi-material,
servindo de laço entre a alma e o corpo.
A morte é a
destruição, ou melhor, a desagregação do envoltório grosseiro, daquele que a
alma abandona; o outro se separa e segue a alma que se encontra, dessa maneira,
sempre como um envoltório; este último, se bem que fluídico, etéreo, vaporoso,
invisível para nós em seu estado normal, não deixa de ser matéria, embora, até o
presente, não pudéssemos apanhá-la e submetê-la à análise.
Este segundo
envoltório da alma ou perispírito existe, pois, durante a vida corporal; é o
intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, aquele pelo qual o
Espírito transmite sua vontade ao exterior e age sobre os órgãos.
Para nos
servir de uma comparação material, é o fio elétrico condutor que serve para a
recepção e a transmissão do pensamento; é, enfim, esse agente misterioso,
inacessível, designado sob o nome de fluido nervoso, que desempenha um grande
papel na economia e do qual não de dá bastante conta nos fenômenos fisiológicos
e patológicos.
A Medicina, não considerando senão o elemento material
ponderável, se priva, na apreciação dos fatos, de uma causa incessante, de ação.
Mas não é aqui o lugar de examinar essa questão; faremos somente notar que o
conhecimento do perispírito é a chave de uma multidão de problemas até agora
inexplicados".
(O Livro dos Médiuns)
Aura Humana
Somos conforme já
sabemos de natureza eletromagnética, e por isso possuímos um campo magnético
próprio, poderíamos até em formas didáticas, considerar como se fosse uma
lâmpada acesa, com um campo luminoso formado pelos fótons irradiados ao seu
redor.
Este campo,
conforme dissemos, que se assemelha a uma lâmpada acesa, contém, realmente, a
irradiação luminosa de nossa individualidade espiritual, de nosso próprio
espírito, a refletir as irradiações de nosso corpo físico, de nosso perispírito
e de nosso corpo mental, de nossa identidade eterna, formando assim, este
conjunto que chamamos de AURA.
Em síntese, são emanações de nossas células
orgânicas e de nosso perispírito em uma simbiose comandada por nossa onda
mental.
Se localizarmos em rápidas palavras o envolvimento do perispírito sob o
corpo somático poderemos de uma forma mais profunda analisar estes
detalhes:
Corpo
("Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico,
em conexão com a usina mental, é claramente compreensível que todas as
agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se articulem,
constituindo-se tecidos de forças" André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, p´g.
129)
Duplo etérico (“O
perispírito ao se colar às organizações somáticas, faz às expensas de zona
energética bem definida, chamada o Duplo – Etérico, cujas efusões, de mistura
com aquelas da organização física, determinam um halo energético em volta do
corpo; halo este , de configuração ovóide em seu todo, variável de indivíduo a
indivíduo, não só com suas expansões, mas também de múltipla coloração”- Jorge
Andréa Psicologia Espírita Vol II - parte do perispírito mais grosseira e
próxima do corpo).
Reservatório de vitalidade, necessário, durante a vida
física, à reposição de energias gastas ou perdidas.
Com a desencarnação, essa
estrutura se desintegra com a própria organização física, perdendo, pois, o
perispírito, em grande parte essa túnica de vitalidade, essencial para o
equilíbrio Espírito-corpo.
O Duplo etérico
forma-se com a encarnação do Espírito e não possui existência própria como o
perispírito, desintegrando-se com a morte física como dissemos acima.
É
considerado o cerne da eletricidade biológica humana, por ter função de absorver
energias vitais do ambiente distribuindo-as eqüitativamente, envolvendo órgãos e
sistemas em eflúvios próprios, permitindo, inclusive, o diagnóstico precoce de
males que futuramente venham a acometer o indivíduo.
Nos suicidas, o duplo ainda
pleno de energias vitais, permanece ligado ao perispírito e ao cadáver fazendo
com que o Espírito sinta uma espécie de repercussão daquilo que está a ocorrer
na matéria, ou seja, a decomposição provocada pelos vermos na terra.
Tudo
indica, a propósito, que a carga de energia vital contida no duplo condiciona,
basicamente, a maior ou menor longevidade do ser humano.
Entende-se então, que
os medianeiros curadores, em geral, e os aptos à produção de fenômenos
ectoplásmicos particularmente ostensivos, já trazem, em seu duplo etérico,
reserva maior de energia vital.
Compreendemos,
também, como uma vida na carne pode, eventualmente, ser prolongada, como nos
mostram inúmeros relatos, bem conhecidos, aliás, dos espíritas brasileiros.
Em
caso de prolongamento da vida física, por razões evidentemente especiais,
avaliadas pelos Espíritos Superiores, surge o revigoramento fisiológico, graças
a uma suplementação de recursos no duplo etérico da pessoa contemplada com tal
benefício.
Existe uma relação muito estreita do duplo etérico e o corpo físico,
uma deficiência energética de um, repercute no outro com nítida queda de
vitalidade.
O fenômeno da
insensibilização poderá ser lembrado aqui, pois, a insensibilidade resultaria de
um bloqueio induzido fisicamente, parcial ou não, localizado ou não, na passagem
da energia do duplo etérico para o corpo, com a possibilidade inclusive, de um
afrouxamento dos próprios liames perispirituais, que, no caso de anestesia
geral, poderia ate’favorecer o seu desprendimento.
Nos caso de
materialização completa, um outro efeito se verifica nessa circunstância quando
por qualquer agressão ao corpo materializado repercute imediatamente no corpo
denso do médium doador de recursos ectoplásmicos, através do duplo, chegando a
produzir ferimentos no corpo do medianeiro.
Pois o fluxo do ectoplasma, do duplo
etérico do médium doador ao psicossoma do Espírito em materialização,
revestindo-o e possibilitando-lhe expressão física.
Efeitos esses lembram os
fenômenos de estigmatização, em que o duplo etérico do médium é influenciado por
tais ações mentais que a fisiologia se altera, tecidos podem se romper, feridas
aparecer e o sangue fluir (dermografia), para passado o momento de
influenciação, restabelecer-se o estado de normalidade.
Basicamente todos
os fenômenos de efeitos físicos, definidos e muitos bem definidos no compêndio
kardeciano, por dependerem basicamente do ectoplasma, guardam relação com o
duplo etérico.
No desdobramento,
visando a uma diminuição na sua densidade com conseqüente aumento da velocidade
e na mobilidade, o perispírito devolve ao físico, largas cotas de energia com as
quais se encontra impregnado quando justaposto a este, tal qual um balão, que
para alçar maior altitude desvencilha-se do lastro que o torna lento.
Nos desdobramento
em que se faz acompanhar do duplo etérico, ou eflúvios vitais, o perispírito não
consegue um afastamento maior da organização terrestre, pois essa energia adensa
um pouco mais o perispírito.
Perispírito (
Também com suas moléculas, condensador de emissões do espírito para com o corpo,
funcionando como uma esponja e verdadeiro intermediário para com o corpo e o
espírito de natureza eletromagnética).
Elaborado desde milhões de anos, nos
laboratórios da natureza, o perispírito herdou o automatismo permanente que o
mantém atuante, transmitindo ao Espírito as impressões dos sentidos e
comunicando ao corpo as vontades deste.
Graças a este automatismo perispiritual,
o homem não precisa programar-se ou pensar para respirar, dormir, promover os
efeitos digestivos, excretar, fazer circular o sangue e os hormônios e um sem
número de funções que lhe passam desapercebidas.
O corpo físico
obedece ao automatismo perispirítico até mesmo quando o perispírito se afasta.
Aquele, formado célula a célula em invasão perispiritual, entranha-se neste,
unindo-se molécula a molécula, resultando de tal intimidade completo
intercambio, adaptação e aprendizagem perfeita, tal como se o físico recebesse
como herança perispirítica os automatismos que lhe são peculiares.
Por isso, nos
desdobramentos, onde o complexo Espírito-perispírito se afasta do corpo ficando
a ele ligado por um laço fluídico, suas funções permanecem, sem prejuízo da
economia celular.
O mesmo ocorre no coma, onde às vezes, por milhares de dias,
Espírito e perispírito podem estar distantes, mas não desligados completamente
com o físico animado à espera da volta de ambos.
Afirmamos ainda,
que neste corpo se encontra a gênese patológica das mais variadas enfermidades,
que são drenadas para o físico, graças ao favorecimento de uma sintonia com os
microorganismos patogênicos, gerada por seu adensamento.
Alimentado pelo
fluido vital o corpo permanece com suas funções celulares, mesmo com a saída do
Espírito, qual motor que fica ligado sem o operador estar presente, embebecido
pelo duplo etérico, que contem, ou melhor é formado por eflúvios vitais na
compensação e manutenção do organismo físico.
Todos os corpos da
natureza, irradiam de si mesmos uma energia, pois todos são em essência energia.
Todavia o ser humano encarnado, por possuir inteligência livre apresenta uma
radiação mais variável possível e com uma complexidade enorme.
Semelhante
projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do
pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe
modelam, em derredor da personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo
etéreo.
Conforme Delanne em
A Evolução Anímica, nos diz: " Nos primórdios da vida, o fluido perispiritual
está misturado aos fluidos mais grosseiros do mundo imponderável.
Podemos
compará-lo a uma vapor fuliginoso a empanar as radiações da alma."
A nossa aura,
quando equilibrada, saudável, brilhante, se constitui num escudo que poderá nos
defender das irradiações inferiores, como, por exemplo, pensamentos de inveja,
ciúme, vingança, ódio, etc. que estão contidos no espaço que nos circunda, em
forma de ondas mentais, já projetadas pelas irradiações de outros, prontas a
alimentarem poderosamente o nosso campo energético, se sintonizarmos com
elas.
É ainda André Luiz
que nos diz, em Seu Livro Evolução em Dois Mundos, pág 129 - " A aura é,
portanto a nossa plataforma onipresente em toda comunicação com as rotas
alheias, antecâmara do espírito, em todas as nossas atividades de intercâmbio
com a vida que nos rodeia, através da qual somos vistos e examinados pelas
inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, e temidos
e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição
inferior à nossa.
Isso porque
exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de
pensamentos a pensamentos, sem necessidade das palavras para as simpatias ou
repulsões fundamentais".
Esclarece ainda, no
mesmo livro - " É por essa couraça vibratória, espécie de carapaça fluídica, em
que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que começaram todos os serviços
da mediunidade na Terra, considerando-se a mediunidade como atributo do homem
encarnado para corresponder-se com os homens liberados do corpo físico".
Poderemos verificar
acima que, refletimos o que sentimos e pensamos em nós mesmos e é essa aura que
nos apresenta como verdadeiramente somos.
Principalmente refortificando um
ditado - a raiva é um veneno que tomamos e esperamos que outros morram, ou seja,
esta mesma raiva ficará impregnada em nós transparecendo aquilo que sentimos e
afetando principalmente o nosso próprio tônus vibratório.
É um campo
resultante de emanações de natureza eletromagnética, a envolver todo o ser
humano, encarnado ou desencarnado.
Reflete, não só sua realidade evolutiva, seu
padrão psíquico, como sua situação emocional e o estado físico, espelha, pois, o
ser integral: alma-perispírito- duplo etérico- corpo e no desencarnado: Espírito
– perispírito.
A nossa desarmonia
íntima provoca uma alteração sensível na aura, no ponto correspondente à
situação do órgão ou região desarmonizada.
Assim é que a aura poderá apresentar
pontos frágeis e doentes que, com intervenção magnética poderão ser corrigidos.
É também por essas descontinuidades de nossa aura desarmonizada que espíritos
malfazejos podem alcançar o nosso perispírito e provocar, desarmonia que, como
vimos vai gerar perturbações e esta a doença (vide figura).
Funções do
Perispírito
Bem como já
sabemos, é uma expressão criada por Allan Kardec para designar o envoltório
fluídico semimaterial do espírito, definido inicialmente de maneira muito
simples como laço fluídico mas que, na verdade, exerce papéis de fundamentais
importâncias na estrutura orgânica e no intercâmbio com as forças
invisíveis.
André Luiz, em seu
Livro intitulado Evolução em dois Mundos, nos apresenta importantes informações
acerca das funções do perispírito, iniciando por dizer que este "não é um
reflexo do corpo físico, porque em realidade, o corpo físico que o reflete,
tanto quanto ele próprio, e o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que
lhe preside a formação.
Do ponto de vista da constituição e função em que se
caracteriza na esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo
espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura
eletromagnética.
Claro está
portanto, que ele é santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em
manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil, urdida de recursos
dinâmicos, extremamente poroso e plástica.
Allan Kardec em A
Gênese Cap. XI, nos assevera que; "Pela sua essência espiritual, o Espírito é um
ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a matéria,
sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório fluídico, o qual,
de certo modo, faz parte integrante dele.
Tomado ainda, as palavras de André
Luiz, tiradas do livro supracitado, "o corpo espiritual preside no campo físico
a todas as atividades nervosas, resultantes da entrosagem de sinergias
funcionais diversas pois, do enunciando por Kardec, o espírito administra a
formação do perispírito, apropriando-o às suas novas necessidades", entre as
quais podemos inserir: de arquivos das memórias biológicas; de modelador da
organização fisiobiológica; de forma reflexa dos arquivos pretéritos.
Notemos ainda a
expressão espírito propriamente dito.
No comum das vezes, consideramos espírito
e perispírito como um todo.
Neste breve estudo
do perispírito, é bom também não confundirmos o mesmo com o fluido vital, embora
resultem um e outro de transformações do Plasma ou Fluido Cósmico Universal,
substrato material ou substância matriz, em sua forma mais primitiva.
O fluido
vital, de que se pode estar mais ou menos saturado, mais ou menos carente,
absorvível e transferível de um indivíduo ao outro, responsável pela vitalidade
dos órgãos, não é propriamente um elemento constitutivo do ser, mas o fruto do
próprio dinamismo orgânico, que por sua vez alimenta. Diríamos então, e isto é
elementar, todavia é sempre muito válido relembrar, que o homem é um grande
composto formado de
corpo (animado pelo
princípio vital)
alma (espírito no
estado de encarnado)
perispírito (agente
de intermediação).
Diante das variadas
informações contidas nas Obras Básicas codificadas por Kardec, a respeito da
mediunidade, não se pode entender a fenomenologia mediúnica sem a presença do
perispírito.
Ele representará sempre o campo por onde o fenômeno se instala e
onde as diversas operações se realizam.
Deste modo, o
trabalho mediúnico, com todas as suas diversidades, estará na dependência da
interferência do perispírito; este sempre atrelado ao terreno físico, no caso
dos encarnados, às expensas da região energética do duplo-etérico.
Nesta
acoplagem três regiões estarão envolvidas: Perispírito, Duplo-etérico, e corpo
físico, conforme acima dissemos.
A maior ou menor
sensibilidade mediúnica, seguramente estaria na dependência do modo pelo qual o
perispírito acopla-se na zona física.
Quanto mais atado à matéria menor será a
sensibilidade mediúnica.
No desacoplamento do perispírito em relação ao corpo, o
campo perceptivo se alarga e o médium participará de percepções que transcendem
os conhecidos cinco sentidos.
O perispírito, quando atrelado ao corpo somático,
é como se sofresse uma espécie de absorção, abafamento do campo energético,
limitado, como nos diz Jorge Andréa (Psicologia Espírita Vol. II), a sua
influência à zona consciente, e os fluidos densificados da matéria física.
Quando os campos
energéticos do perispírito e, naturalmente, boa parte do duplo-etérico se
desentrelam do corpo material, diante de certas condições de específica
sensibilidade, ainda mais com maior ou menor facilidade, permitem o
desenvolvimento das conhecidas projeções espirituais, perfeitamente enquadradas
nos processos de mediunidade.
Diante disso, as energias espirituais do homem
projetam-se procurando seus afins e que, pelos exercícios repetitivos, vão se
tornando cada vez mais freqüentes, a ponto também de serem transferidos para o
estado de vigília.
Plasmamos
seguramente em nosso próprio ser, representado pela agregação de
perispírito/Duplo-etérico/Corpo físico (Aura), o que realmente somos e com quem
poderemos sintonizar, tanto emitindo, como também recebendo energias do mesmo
padrão vibratório, ou seja, afins.
Nesta simbiose, natural das coisas vamos
começando a entender e avaliando os passes magnéticos, as simpatias e as
antipatias inexplicáveis doações outras, de uma fonte para a outra, ligadas a
imensos fatores, mais especificamente o objeto de nosso estudo que é o passe,
quando o paciente recebe na posição de verdadeiro receptivo as vibrações
positivas do passista harmonizado, incentivando assim, o restabelecimento do
mesmo.
Todavia, a melhora
deste reflexo que somos todos nós de nós mesmos, deverá ser paulatinamente
mudado, melhorando os comportamentos e pensamentos, daí ser imprescindível a
busca da moralização do ser.
Ao dizermos que o
perispírito tem natureza fluídica, etérea, poderemos neste particular
especificar melhor: mais ou menos etérea, na conformidade desses mundos
habitados e na dependência, em cada um deles, da depuração maior ou menor dos
respectivos espíritos ou das inteligências a que servem de base
espiritual.
E ele próprio se
densifica na medida em que se relaciona mais estreitamente com a constituição
fisiológica, orgânica, neuronial.
De uma forma
bastante simplória, diríamos: o espírito quer, o perispírito transmite e o corpo
executa, sobressaindo, claramente neste particular a característica de
intermediário conhecida por todos nós.
“O espírito é o ser
inteligente e sensível, então é o perispírito que transmite as sensações do
corpo ao espírito e deste as respostas à organização somática, valendo-se é bem
verdade, do riquíssimo sistema de transmissões de estrutura neuronial, o nosso
sistema nervoso”.
(Alberto de Souza Rocha – Além da Matéria Densa).
O desconhecimento
do perispírito ou a não aceitação de sua existência dificulta ao homem conceber,
imaginar o espírito, senão como algo abstrato, impreciso (“imaterial não é bem o
termo; incorpóreo seria mais exato”- questão 82 de “O Livro dos
Espíritos”).
A idéia do homem
trino é muito antiga.
A religião judaica e com ela outras tantas consideravam no
homem corpo, alma e espírito, que os judeus chamavam respectivamente neshamah,
nefesh e huach.
O próprio Kardec,
antes de conceituar alma, para efeito de suas considerações, mencionou esses
diferentes conceitos da palavra.
Kardec afirma em O
Livro dos Médiuns, 2º parte, Cap. I – 58 – “A natureza íntima do Espírito
propriamente dito, ou seja, do ser pensante, é para nós inteiramente
desconhecida” e continua “Ele se nos revela pelos seus atos e esses atos só
podem tocar os nosso sentidos por um intermediário material”.
“Em qualquer de
seus graus o Espírito está sempre revestido de um invólucro ou perispírito, cuja
natureza se eteriza à medida em que ele se purifica e se eleva na hierarquia”
(O
Livro dos Médiuns, 2º parte, Cap. I – 55)
Estudos
desenvolvidos por autores tanto de nosso plano material e do plano espiritual,
já com bastante propriedade e nitidez, idetificam certas propriedades e
qualidades do perispírito, podendo ser assim catalogadas: plasticidade,
densidade, ponderabilidade,luminosidade, penetrabilidade, visibilidade,
tangibilidade, sensibilidade global, sensibilidade magnética, expansibilidade,
biocorpereidade, unicidade, perenidade, mutabilidade, capacidade refletora,
odor, temperatura.
Assinalaremos
abaixo um pequeno resuma de cada uma delas para poder assim compreender melhor
as capacidades de nossas próprias potencialidades, todavia estudo mais profundo
poderá ser encontrado em outras belíssimas obras e em outra que também
colocaremos a disposição dentro em breve.
Plasticidade
O
perispírito sendo o espelho da alma e eterno extensão da mente, molda-se de
acordo com seu comando plastizante, pois como já dissemos é formado também por
fluidos ainda que não sejam totalmente eterizados, também não são totalmente
materiais.
De fato o corpo espiritual mostra um extremo poder plástico, como
assinala EMMANUEL, adaptando-se automaticamente às ordens mentais que brotam
continuadamente da alma.
Forma essa que assume, pode, às vezes, e em certos
limites, dizer muito a capacidade do próprio ser em intelectualidade, com o
desenvolvimento da vontade, com o treino mental próprio, enfim,
independentemente do aperfeiçoamento moral.
O crescimento intelectual da
criatura, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências de
mentes perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas
falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da
perturbação e da crueldade, com espetaculares recursos de modificação nos
aspectos em que se exprimem para causar suas influencias malévolas.
Tal fato, também
poderá explicar o rejuvenescimento que experimentam os Espíritos desencanados,
conscientes de seu estado.
Mesmo tendo desencarnado com idade física avançada,
sentindo-se mais jovens, apresentam-se com tal, totalmente livre dos
condicionamentos humanos do corpo físico, o espírito humano não sofre o
envelhecimento corporal, assim como não morre.
Quando se manifestam
envelhecidos, o fazem artificialmente por poder mental, para a comprovação de
sua identidade terrena, quando ainda estava encarnado.
Contudo, tal
possibilidade de alterar a indumentária perispiritual é limitada ao padrão
evolutivo, intrínseco a cada alma.
A depender em profundidade de sua, poderíamos
dizer, “organização interna”, emocional.
Pois, muitas vezes o espírito mergulha
em tão severo desequilíbrio afetivo que, imerso em um monoideísmo avassalador,
chega a entrar em processo de retração das tessituras perispirituais,
comprometendo assim, dolorosamente suas funções e potencialidades.
Poderíamos
aqui falar dos casos de zoantropia (capacidade ideoplástica em feições
animalescas que o perispírito se reveste, devido às condições mentais dos
Espíritos envolvidos em tal processo, passando por enormes transformações
morfológicas do veículo perispiritual, porquanto, os órgãos psicossomáticos
retraídos, por falta de funções benéficas, assemelham-se a ovóides.
É essa
propriedade do perispírito que explica diversas manifestações que ocorrem tanto
na dimensão espiritual, como física, dentre os quais, adaptação perispiritual,
comumente utilizada pelos Espíritos Superiores, os quais, alteram a forma de sus
corpos espirituais, reduzindo a própria luminosidade e assumindo aspectos que
possam com as regiões e as almas que merecem seus serviços socorristas, moldando
dessa forma, suas condições vibracionais.
O contrário ocorre com aqueles
Espíritos que envolvidos com o mal são socorridos e necessitam de uma
modificação ou minorização de suas dificuldades para serem melhor atendidos,
nesse caso, sendo o Espírito ainda incapaz de modificar seu tônus vibratório,
Mentes Superiores, ostentam um alto poder, que possibilitam maiores operações de
adaptação plástica.
Já nos processos
reencarnatórios, o perispírito em um processo de modelagem, molda a organização
física, informam os Mestres Espirituais, que aproximando o momento da
reencarnação, o Espírito reencarnante, comumente, entra em gradativo processo de
redução psicossômica, o qual acontece simultaneamente com a diminuição da
consciência de si, então, até nos processos acima citados o perispírito
demonstra seu poder de plasticidade.
Densidade
– Como
dissemos no início, o perispírito é formado também por fluidos ainda que não
sejam totalmente eterizados, também não são totalmente materiais.
E não deixando
de ser matéria, ainda que quintessenciado, e como tal apresenta em si uma
densidade, que se relaciona com o grau de evolução da alma.
A variedade de
densidade do perispírito varia também de indivíduo para indivíduo, em Espíritos
Moralmente adiantados, é mais sutil e se aproxima da dos Espíritos Elevados; nos
espíritos inferiores, ao contrário, aproxima-se da matéria e é o que faz os
Espíritos inferiores de baixa condição conservam por muito tempo as ilusões da
vida terrestre.
A densidade psicossômica varia, de acordo com a evolução do
Espírito, ditando, então, seu peso e, também, sua luminosidade, pois quanto
menor a densidade do perispírito, menor seu peso e maior a luminosidade.
Ponderabilidade –
Sob os aspectos físicos a matéria sutil, o corpo espiritual, em si, não
apresentaria um peso possível de ser detectado por meio de qualquer
instrumentação até agora conhecida.
Não obstante, na
dimensão espiritual, cada organização perispirítica tem seu peso específico, que
varia de acordo com sua densidade, ditada, sobretudo, como visto, pelo estado de
moralidade do Espírito.
Nossa posição determina o peso específico do nosso
envoltório espiritual e, conseqüentemente, o habitat que lhe compete.
Significa
que, embora possa parecer fisicamente imponderável – porque não é matéria densa
-, não deixa de apresentar certo peso, variável em cada região ou esfera, visto
que, de qualquer forma, sendo matéria, ainda que tênue, submete-se aos
princípios gravitacionais imperantes no meio em que se situa e do qual se
nutre.
Luminosidade
- Como
muitas outras características assim como a luminosidade, também desponta como
característica particular de cada Espírito e seus condicionamentos morais
evolutivos.
A intensidade da Luz está na razão da pureza do Espírito: as menores
imperfeições morais atenuam e enfraquecem a condição de luminosidade do
Espírito.
Sabemos que quando o Espírito mais evolui, mais etérea e pura
transforma-se naturalmente sua condição vibracional energética, e sabendo que
energia em diversos níveis vibracionais ou velocidade de movimento, produzem
luminosidade a depender da freqüência em que se encontram operando, quando mais
evoluído a entidade maior freqüência vibracional e por conseguinte maior
luminosidade e tanto menos evoluído a criatura, menor freqüência vibracional e
luminosidade.
A luz irradiada por
um Espírito será, tanto mais viva, quanto maior o seu adiantamento.
Assim, sendo
o Espírito, de alguma sorte, é o seu próprio farol luminescente, verá
proporcionalmente à intensidade da luz que produz, do que resulta que os
Espíritos que não a produzem em grande capacidade acham-se na obscuridade.
Note-se que a luz
espiritual nada tem com a luz conhecida em Física – radiação eletromagnética,
pois, luz emitida por fontes como lâmpada fluorescente ou de mercúrio, por
exemplo, chega a parecer, diante de uma presença espiritual superior, mera
claridade emitida por uma vela.
Penetrabilidade
–
Volvendo nossa atenções a natureza etérea do perispírito que permite ao
Espírito, caso presente as necessárias condições mentais, atravessar qualquer
barreira física, pois matéria alguma lhe opões obstáculo, ele atravessa todos,
assim como a luz atravessa os corpos transparentes.
Todavia, verifiquemos que
existem Espíritos que não conseguem atravessar alguns obstáculos, pelo simples
motivo de não saberem que podem fazê-lo.
A ignorância ou até mesmo a incerteza
diminuem suas aptidões e potenciais, e, conseqüentemente seu poder de ação nas
mais diversas áreas.
“Todos os corpos são porosos; não se tocando, suas
moléculas podem dar passagem a um corpo estranho.
Os acadêmicos de Florença
tinham demonstrado este ponto, fazendo violenta pressão sobre a água encerrada
em uma esfera de ouro; ao fim de pouco tempo via-se o líquido transudar por
pequenas gotas, na superfície da esfera.
Verificamos, por esses diferentes
exemplos, qual a matéria pode atravessar a matéria.
É preciso empregar a pressão
ou calor para dilatar as substâncias que se quer fazer atravessar outras.
Isso é
possível e necessário, porque as moléculas do corpo que atravessa, não
adquirindo o grau suficiente de dilatação, ficam encerradas uma contras as
outras.
Mas, se pusermos um estado da matéria em que as moléculas sejam muito
menos aproximadas e eminentemente tênues, poderá ela atravessar toas as
substâncias, sem necessidade de manipulação.
É o que acontece com o perispírito
que, formado de moléculas menos condensadas que a matéria que conhecemos, não
pode ser detido por nenhum Obstáculo”. (Gabriel DELANNE)
Compreensível,
assim, a inexistência de barreiras físicas para o espírito fato que, como visto,
poderia ser explicado pelo princípio da porosidade, observável em toda estrutura
material, embora, nos dias atuais, também possa ser entendido pelo princípio da
incompatibilidade de freqüências, segundo o qual, por exemplo, um raio luminoso
azul e outro amarelo, ainda que se incidirem, simultaneamente, sobre uma
superfície branca, façam com que esta se torne verde -, se se cruzarem,
interpenetrando-se, não mostrarão qualquer alteração, permanecendo, cada qual em
sua freqüência e com sua coloração.
Assim como um raio
laser odontológico, sendo direcionado num nervo, atuará de forma indolor, porque
este vibrará em freqüência diferente da do laser, assim, o perispírito, vibrando
em certa freqüência, não se afetando pelos obstáculos materiais, de natureza
mais densa e, conseqüentemente, de vibração diferente, porque de freqüência
menor.
Outro tema parece crescer em complexidade, que quando se cogita a
passagem do Espírito através do corpo de um encarnado e seu perispírito,
conforme já se vê na literatura Espírita.
Nessa linha, por extensão de
raciocínio, pode-se admitir que, quando encarnado, o espírito se acopla ao corpo
somático adquirindo sua gama de freqüência, o que explicaria o fato de o
espírito desencarnado atravessar o encarnado sem incompatibilidades de
interpenetração, que ocorreria se ambos estivessem volitando no mesmo domínio.
Vejamos que ainda aqui, há diferenças de freqüências vibracionais.
Visibilidade
- Aos
olhos físicos o perispírito é totalmente invisível, todavia não o é para os
Espíritos, nos casos dos menos evoluídos só percebem os seus pares,
captando-lhes o aspecto geral.
Já os Espíritos Superiores, podem perscrutar a
intimidade perispiritual de desencarnados de menor grau de elevação, bem como a
dos encarnados, observando-lhes as desarmonias e as necessidades. Mostram-no
bem, por exemplo, os trabalhos de esclarecimento espiritual, em que os Espíritos
Superiores responsáveis revelam, por meio dos dialogadores encarnados, a
realidade do sofredor conduzindo ao entendimento, auscultado seu perispírito,e,
também, as sessões de cura, em que os médicos espirituais detectam os sinais
patológicos presentes no psicossoma do enfermo.
Finalmente, quanto à
possibilidade de alguns médiuns videntes verem o perispírito, muito raro são os
que, em verdade, possuem as necessárias condições para distingui-lo, ainda, que
eventualmente, entre as projeções que formam a aura.
Tangibilidade
–
Sendo o perispírito também matéria, poderá com o devido apoio ectoplásmico,
tornar-se materialmente tangível, no todo ou em parte.
Sendo também esse
fenômeno, chama do de teleplastia, onde o perispírito do desencarnado ou até
mesmo do encarnado, envolve-se por assim dizer com as condições energéticas do
ambiente e de algum médium capaz de emprestar recursos energéticos através do
duplo etérico, fomentando matéria necessária para revestir o perispírito na
energia necessária para o aparecimento.
“Sob a influência
de certos médiuns, tem-se visto aparecerem mãos com todas as propriedades de
mãos vivas, que, como estas, denotam calor, podem ser apalpadas, oferecem a
resistência de uma corpo sólido, agarram os circunstantes e, de súbito, se
dissipam, quais sombras.”
(Allan Kardec em o Livro dos Médiuns, cap I, II Parte,
n. 57)
Sensibilidade
Global
– Quando encarnado o Espírito registra impressões exteriores por meio de
vias especializadas identificadas no corpo somático e que compõem os órgãos dos
sentidos, sem o corpo físico, sua capacidade de perceber amplia-se
extraordinariamente, pois livre das peias somáticas, a percepção do meio que o
envolve já não depende dos canais nervosos materiais, acontecendo como um
registro global do perispírito, ou seja, uma percepção, que o Espírito realiza
com todo o seu ser.
Assim, vê, ouve, sente, enfim, com o corpo espiritual
inteiro, uma vez em que as sedes dos sentidos não se encontram numa localização
específica e limitada, que se observa no estado de encarnação, os sentidos e
capacidades ampliam-se.
Neste capítulo,
ganham destaques os fenômenos chamados por nós de – transposição de sentidos - ,
que mostram a possibilidade de algumas pessoas mais sensíveis, perceberem os
estímulos por vias físicas totalmente impróprias para isso, explicando, assim,
que a sensibilidade global do perispírito pode exteriorizar-se mesmo estando o
Espírito encarnado, ainda que em casos excepcionais.
Sensibilidade
Magnética
– Sendo o perispírito um campo de força que é, a sustentar uma
estrutura semimaterial, apresenta-se impressionável pela ação magnética, pois
sendo ele mesmo uma criação vibratória do Espírito. Sabemos que somos criados
pela mesma matéria, no seu sentido original e, essa matéria que em diferentes
estados dá origem a tudo, é energia pura, e sendo o perispírito também oriundo
dessa matéria que é o Fluido Cósmico Universal ( FCU ), torna-se o Espírito
suscetível às influências da energia ambiental que o envolve (psicosfera) e é
essa propriedade que lhe permite absorver, assimilar e, também transmitir a
energia espiritual que capta ou recebe.
A exemplo disso, temos o precioso
processo do passe: o Espírito, acumulando energias e estimulando a sensibilidade
do médium, conjuga suas forças com a deste, psíquicas e vitais, para a
transmissão dos recursos de cura.
Expansibilidade
–
Já nos diz Kardec em O Livro do Espíritos na questão 400 – que o “Espírito
aspira incessantemente a libertação.”
O perispírito pode,
entretanto, conforme suas condições, expandir-se, aumentando, inclusive, o campo
de percepção sensorial.
É a expansibilidade do perispírito que faculta, a
processo de emancipação da alma.
Expandindo-se, o perispírito pode chegar a um
estado inicial de desprendimento, em que a percepção se torna acentuadamente
mais aguda, podendo, a partir daí, se for o caso, evoluir para o desdobramento,
a envolver, uma outra propriedade do perispírito, que é a biocorporeidade.
A expansibilidade
perispirítica, aliás, está na base dos principais processos mediúnico; haja
vista, por exemplo, que ‘a exteriorização do psicossoma que permite ao vidente a
captação da realidade espiritual e que, também, graças a essa propriedade, é que
se torna possível o contato perispírito a perispírito, que marca o fenômeno
chamado de incorporação, seja psicofonia ou psicografia.
Biocorporeidade
–
Termos este criado pelo grande codificador Kardec, relacionando-o ao fenômeno de
desdobramento, embora, de certa forma, expressão mais adiantada da
expansibilidade, define-se, particularmente, como notável faculdade do
perispírito, que possibilita, em condições especiais, o seu desdobramento,
poderíamos dizer com muita cautela “fazer-se em dois”, no mesmo lugar ou em
lugares diferentes.
Processo que ainda chegaremos a descobrir com mais
claridade, mas graças a essa propriedade, o perispírito pode apresentar-se
biocorpóreo, ou seja, com um corpo, de igual ao físico da atualidade, fluídico,
com maior ou menor densidade, mas suscetível de ser visto e, até tocado, como
sói acontecer em muitos casos.
Fenômeno
absolutamente natural, nos dizeres de Kardec: “tal fenômeno, como todos os
outros, se compreende na ordem dos fenômenos naturais, pois que decorre das
propriedades do perispírito e de uma lei natural.”( Obras Póstumas, pp. 56 e
57).
Unicidade – A
estrutura perispirítica, como reflexo da alma que é, não é igual a outros
perispíritos, como a rigor não existem almas idênticas.
Obviamente, no
decorrer do processo evolutivo diminuem as diferenças e cresce a harmonização
entre as almas, sem que entretanto a individualidade, deixe de ser
preservada.
“A idéia do grande
todo não implica, necessariamente, a fusão dos seres em um só. Um soldado que
volta ao seu regimento, entra em um todo coletivo, mas não deixa, por isso, de
conservar sua individualidade.
O mesmo se dá com as almas que entram no mundo
dos espíritos, que para elas é, igualmente um todo coletivo: o todo universal.”
(Kardec, Allan. Iniciação Espírita. 13 Ed., Sobradinho, DF: Edicel, 1995, p 213.
Trad. Caibar Schutel)
Nessa direção,
registrado esta em O Livro dos Espíritos nas questões 149 a 152, mostrando que a
alma sempre conserva sua individualidade, a refletir em seu perispírito.
Mutabilidade
– O
perispírito, no decorrer do processo evolutivo, se não é suscetível de
modificar-se no que se refere à sua substância, o é com relação à sua estrutura
íntima e forma.
Sabemos que, por meio da ação plastizante, pode o Espírito
mudar, por exemplo, seu aspecto, porém, tal fenômeno envolve, apenas,
modificação transitória e superficial, sustentada transitoriamente pela
mente.
Desde as formas dos
seres antigos, até o homem e o anjo, uma longa escala é percorrida.
E quanto
mais progride a alma, através das sucessivas transformações, mais apurado vai se
tornando seu veículo espiritual e, conseqüentemente, mais delicada a sua
forma.
Poder-se-ia
assentar que o desenvolvimento do perispírito, através dos milênios incontáveis,
passa, como formação rudimentar, pelo estágio vegetal, viaja pelo reino animal,
como uma proto-estrutura psicossômica, chegando, então, à dimensão hominal como
veículo elaborado, sensível e complexo, a refletir as próprias condições da alma
que surge vitoriosa, tocada pelo Pensamento Divino.
O tempo, pois,
constrói, com a evolução da alma, neste e em outros mundos, a própria eterização
do perispírito.
O item 186 de O Livro dos Espíritos, nos esclarece a respeito da
condição do perispírito mais aperfeiçoado que chega a confundir-se com a própria
alma, como segue:
“Haverá mundos onde
o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, sé tenha por envoltório o
perispírito?”.
- “Há e mesmo esse
envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse.
Esse o
estado dos Espíritos puros.”
Capacidade
Refletora
– O corpo espiritual, extensão da alma que é, reflete contínua e
instantaneamente os estados mentais.
O perispírito, é
suscetível de refletir, a glória ou viciação da mente.
Por isso, a atividade
mental nos marca o perispírito, identificando nossa real posição
evolutiva.
Todo pensamento
encontra imediata ressonância na delicada tessitura perispiritual, produzindo
dois tipos de efeitos:
1) gera na aura a sua imagem, conhecida hoje, como
forma-pensamento – variável, de acordo com a carga emocional, inclusive sob o
aspecto cromático, como demonstram técnicas e testemunhos incontestáveis e,
também, na 2) dimensão física, influindo na fisiologia dos centros vitais,
repercute nos sistemas nervoso, endócrino, sangüíneo, e demais vias de
sustentação do edifício celular, marcando-lhe o desempenho regular ou não, na
economia vital.
Odor
– O
perispírito, a refletir-se na aura, caracteriza-se, também por odor particular,
facilmente perceptível pelos Espíritos.
Contém a literatura
mediúnica, com particularidade , as obras de ANDRÉ LUIZ, descrição de regiões
infestadas de miasmas pestilentos, a exalarem odores tão fétidos que se tornam
quase insuportáveis para os Espíritos mais sensíveis.
Tais odores brotariam da
podridão fluídica características desses ambientes e, ao que se sabe, dos
próprios perispíritos de seus habitantes.
Todas as criaturas vivem cercadas pelo
seu próprio halo vital das energias que lhes vibram no íntimo do ser e esse halo
é constituído por partículas de força a se irradiarem por todos os lados e
direções de si para o ambiente, impressionando-nos o olfato, de modo agradável
ou desagradável, segundo a natureza do indivíduo que as irradia, cada criatura
se caracteriza pela vibração, exalação que lhe é peculiar, aqui e em todos os
mundos.
Alguns trabalhos,
no campo do labor mediúnico e da fluidoterapia, que, no decorrer médiuns chegam
a captar odores, agradáveis ou não, indicativos, inclusive, da evolução dos
Espíritos presentes. Odores esses que não se confundem com aqueles oriundos da
manipulação ectoplásmica e que chegam a impressionar uma assistência por
inteiro, característica essa que nós mesmos já experimentamos na presença de Dr.
Bezerra de Menezes, em momentos de suas comunicações.
Temperatura
– Como,
no desenvolvimento da atividade mediúnica, certos médiuns registram, por
exemplo, uma espécie de gélido torpor, com a avizinhação de alguma alma
sofredora, ou, ao contrário, uma cálida sensação de bem-estar, quando da
aproximação de um Espírito superior, é lícito cogitar-se da possibilidade de que
o Espírito também mostre através de seu perispírito uma espécie de temperatura
própria, relacionada, naturalmente, com o grau de evolução do Espírito.
Trata-se com
certeza de tema que nos trará num futuro breve maiores detalhes a respeito das
mais variadas funções do perispírito.
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