quinta-feira, 16 de maio de 2013

Cães farejadores de drogas



Em nosso país, o problema das drogas (tráfico e consumo) tem aumentado de forma vertiginosa, e os traficantes estão cada vez mais ousados, desafiando as autoridades responsáveis pela fiscalização.

As substâncias entorpecentes saem dos países produtores e passam pelo nosso território, sem que possamos contar na maioria das vezes com um importante aliado da fiscalização, os CÃES FAREJADORES DE DROGAS, indispensáveis nos países do primeiro mundo.
 

A utilização dos cães no Brasil ainda é muito restrita, ficando limitada a operações direcionadas da Polícia Federal, que possui um Canil Central em Brasília, onde os cães são treinados e posteriormente enviados para todo o país.

Em alguns Estados, as polícias civis e militares possuem, em pequeno número, cães treinados na busca de narcóticos.

Entretanto, este número é irrisório se comparado ao dos países desenvolvidos.

Em Santa Catarina, a Polícia Civil conta com o auxilio da Academia Canina, que fornece cães treinados na busca de maconha, cocaína, crack, heroína, haxixe e meta-anfetamina, para as operações policiais.

Nos Estados Unidos, Austrália e Europa, os cães farejadores de drogas são amplamente utilizados por todos os Departamentos Policiais, não sendo concebido o combate ao tráfico sem a utilização dos mesmos.

Olfato: cães X ser humano

A grande diferença entre o homem e os cães é o diâmetro interno do nariz, onde se situam as células sensórias do olfato.

Estima-se que o homem tenha 5 (cinco) milhões destas células, enquanto que um Pastor Alemão tenha 220 (duzentos e vinte) milhões.

Um pequeno exemplo do número de células sensórias de algumas raças de cães.

Dachshund - 125 milhões
Fox Terrier - 147 milhões
Pastor Alemão - 220 milhões
Labrador Retriever - 250 milhões


Nehaus descobriu que a sensibilidade olfativa dos cães para determinadas substâncias pode ser de cem mil a cem milhões de vezes superior ao olfato humano.

fonte: "SCENTE AND THE SCENTING DOGS" by William G. Syrotuck.
Arner Publications, Inc.
PO Drawer, A,
Clark Mills, NY 13321 - USA


Seleção Inicial:

A seleção do cão para um Programa de Descoberta de Narcóticos deve enfocar várias aspectos. Estes aspectos são: Raça, idade, desejo de buscar objetos, compatibilidade e intensidade de faro.

A raça do cão pode variar, baseado em regiões diferentes, preocupações ambientais e disponibilidade de raças.

A raça a ser utilizada deve ser aquela em que a habilidade olfativa seja altamente instintiva, acrescido da vontade de buscar e recuperar objetos.

Quase todas as raças esportivas de cães entram nesta categoria.

Os cães da raça Labrador Retriever e Golden Retriever, atualmente, dominam em número a nível mundial o cenário de cães treinados e em operação no combate às drogas; entretanto, são também utilizados Pastores Alemães e Mallinois.

Para o início do treinamento propriamente dito, o cão deve ter entre 18 e 24 meses.

Algumas raças podem começar mais cedo, dado que apresentam maturidade precoce.

As fêmeas geralmente iniciam seu treinamento antes dos machos, e aprendem mais rapidamente que eles.

A maioria dos treinamentos com cães para faro começa quando o animal atinge 18 meses; porém, têm-se conseguido excelentes resultados com treinamentos de cães a partir dos 03 meses de idade.

Outra característica desejada num possível candidato a aluno-cão de um programa de treinamento de faro, é que possua um intenso desejo de recuperação, devendo recuperar todos os objetos que lhe forem determinados.

Igualmente importante está a habilidade olfativa (trabalho de faro).

O cão deve descobrir e recuperar o seu brinquedo escondido.

Esta tarefa deve ser executada com entusiasmo e determinação.

Um cão que para de brincar em poucos minutos, perdendo o interesse pelo brinquedo, é um fraco candidato ao treinamento e à carreira de farejador de drogas.

Por último, o cão deve exibir vontade de trabalhar e executar sua busca em todos os ambientes.

Se o cão nunca foi exposto a um determinado ambiente (barcos, local com outros cães, etc.) deve exibir confiança e entusiasmo para superar as dificuldades que possa ter.

Treinamento:

O treinamento dura em média 16 semanas (04 meses), com dedicação integral, período durante o qual o cão vai sendo gradativamente condicionado a perceber e identificar o odor característico de cada uma das substâncias entorpecentes.

Cada exercício é projetado para ser mais desafiador que o anterior.

No treinamento, a droga é acondicionada dentro de tubos de PVC ou em pequenas bolsas, confeccionadas em lona impermeável, que impedem que o cão possa vir a ter acidentalmente contato direto com a substância.

Por uma série de exercícios de busca aos artigos que contém o odor da droga, o cão estabelece associações de odor.

O grau de dificuldade para que o cão encontre as drogas vai aumentando a cada novo exercício.

Ao encontrar a droga, ele recebe uma toalha branca enrolada que contém o odor daquela droga que ele achou, além de elogios e do carinho do seu adestrador.

Deste modo, ele saberá que, ao encontrar o artigo com o odor desejado, será recompensado.

Existem dois tipos de alerta para os quais os cães podem ser treinados.

Alerta Ativo: ocorre quando o cão é treinado para dar uma resposta entusiástica, arranhando e mordendo no local onde a droga está escondida.

Alerta Passivo: quando o cão senta ao lado dos suspeitos ou do local onde a droga estaria escondida, ou realiza um movimento previamente determinado para indicar através do sinal o local do esconderijo da substância entorpecente.

Os cães que são treinados no sistema de alerta ativo, geralmente trabalham em locais abertos e de difícil acesso, enquanto que os cães treinados no alerta passivo são usualmente utilizados no contato direto com o ser humano.

Seja qual for o tipo de treinamento, o cão JAMAIS, JAMAIS, JAMAIS, terá contato com a droga ou será recompensado com drogas.

A base do sistema é o condicionamento positivo para a brincadeira e para a caça.

Matéria e fotos cedidas por:
Eduardo Marcelo Schmidt Hahn


Webanimal

 

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