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Sanat Kumara - O Senhor do Mundo
I - Definição
Nosso mundo é regido por um Grande Ser Espiritual.
Esse Ser maravilhoso veio de
Vênus para o nosso planeta, juntamente com seus Três Discípulos, os Três
Kumaras, seus Auxiliares, e trinta Seres Poderosos.
Esta tem sido a primeira
Hierarquia Oculta há aproximadamente seis milhões e meio de anos, durante o
período da Terceira Raça Raiz, com a finalidade de orientar a evolução na
Terra.
Sua chegada é descrita de
maneira bela e detalhada na obra O Homem, de Onde e Como Veio e Para Onde Vai?,
escrita por C. W. Leadbeater e Annie Besant.
Os hindus chamam esse Grande Ser Espiritual de Sanat Kumara, título que em
sânscrito significa príncipe ou regente. Freqüentemente Ele é mencionado como o
Iniciador Único, o Um Sem Segundo, o Eterno Jovem das Dezesseis Primaveras, o
Rei Espiritual ou, mais comumente, como o Senhor do Mundo.
Ele é nosso Regente Supremo, porque em Suas mãos e dentro de Sua Aura atual
encontra-se a totalidade do Seu planeta.
Ele é uma representação do
Logos, naquilo que se refere ao nosso mundo, e dirige a evolução do planeta
inteiro, não apenas da Humanidade mas também dos espíritos da Natureza e todas
as criaturas relacionadas com a Terra.
Durante a etapa de cada período mundial, segundo se diz, existem,
sucessivamente, três Senhores do Mundo.
O que ocupa o cargo
atualmente é o terceiro do presente período.
O Senhor do Mundo reside com Seus Três Discípulos em um oásis no Deserto de
Gobi, chamado Shamballa.
Com freqüência esse lugar é
mencionado como "A Ilha Sagrada", em memória à última vez em que foi
uma ilha, no mar da Ásia Central.
Sobre ela brilham sempre a
Estrela Imortal e a Estrela Refulgente, símbolos do Rei do Mundo.
Esses quatro grandes Adeptos Espirituais são chamados "Os Filhos da Neblina
Flamígera", já que pertencem a uma evolução diferente da nossa.
Seus corpos, ainda que de
aparência humana, diferem amplamente dos nossos em sua constituição, podendo-se
dizer que têm revestimentos que adotam por conveniência, em lugar dos costumeiros
corpos humanos, posto que são artificiais, criados por Kriyashakti.
Suas partículas não se
modificam como as das estruturas humanas.
Não precisam de nenhum tipo
de alimento e permanecem imutáveis por milhões de anos.
Os Três Discípulos, que se encontram no nível de Buda, são chamados Budas
Pratyeka ou Pachcheka, e assessoram o Senhor do Mundo em Seu trabalho.
Eles mesmos estão destinados a ser nossos Três Senhores do Mundo, quando a
Humanidade passar a ocupar o planeta Mercúrio.
II - Seu Trabalho
O Senhor do Mundo é o Chefe da Grande Fraternidade Branca, a Hierarquia Oculta
que governa o mundo.
Ela não é somente uma
corporação de homens, cada um dos quais com seus próprios deveres a cumprir,
mas também uma unidade extraordinária, um instrumento totalmente flexível nas
mãos do Senhor do Mundo e uma arma poderosa que se pode usar, e de fato se usa,
em beneficio da evolução da Humanidade.
Durante a cerimônia de Iniciação, o Hierofante explica o trabalho da Grande
Fraternidade Branca no mundo e a responsabilidade que é dada a cada um dos seus
membros individualmente.
Porque cada um tem que
dividir o peso da grande carga de sofrimentos do mundo.
Cada membro deve estar
pronto para ajudar, tanto para serviços como para conselhos.
Porque a
Fraternidade é uma unidade que atua sob uma mesma Lei e um Chefe único, e cada
um de seus integrantes tem o privilégio de colocar qualquer conhecimento
particular ou faculdade especial que possa possuir à disposição de sua
organização espiritual, para impulsionar qualquer departamento no seu grande
trabalho especial e auxiliar o progresso da Humanidade.
O trabalho do Senhor do Mundo está relacionado à Humanidade em seu conjunto,
mais do que a pessoas individualmente.
Porém, quando influi sobre alguém em
particular, diz-se que é através de Atma e não do Ego que sua influência se faz
notar.
Todo o Plano da Evolução está contido em Sua Mente, em algum nível elevado do qual nada
sabemos.
O Senhor do Mundo é a força
que impulsiona toda a maquinaria evolutiva da Terra, e é a personificação da
Vontade Divina sobre o planeta.
A fortaleza, o valor, a
decisão, a perseverança e qualquer outra qualidade similar, quando aparecem na
vida dos homens, são sempre reflexos Dele.
Em Suas Mãos concentram-se os poderes da destruição cíclica, porque Ele utiliza
Fohat nas suas formas mais elevadas e pode tratar diretamente com as forças
cósmicas fora da nossa Cadeia Terrestre.
A exaltada posição que ocupa nosso Grande Regente Espiritual é descrita, de
forma inspirada, em
A Doutrina Secreta, de Helena Blavatsky.
III - Sua Consciência
A consciência do Senhor do Mundo é de uma natureza tão ampla que compreende, de
imediato, toda a vida sobre o nosso Globo.
A consciência da Grande
Fraternidade Branca, que Ele dirige, é algo maravilhoso e indescritível.
É como um grande oceano
resplandecente e calmo.
É tão extraordinário que, à
menor vibração de uma consciência, resplandece de um extremo a outro,
imediatamente.
Sem dúvida, cada membro sente que é a sua própria consciência individual, ainda
que com um poder, uma força e uma sabedoria inusitadas, inacessível a qualquer
outra consciência humana.
Assim como um grupo de
discípulos é uno com seu Mestre, da mesma forma a Grande Fraternidade Branca,
em sua totalidade, é uma com a Consciência do Seu Senhor.
Não há no plano humano nada que se possa comparar adequadamente a essa
consciência (da Fraternidade como um todo).
Tocá-la é entrar em contato
com algo novo e original e, sem dúvida, é maravilhoso.
Essa experiência não
necessita de evidências e não tem igual, mas afirma-se por si mesma ao estar em
um mundo superior e desconhecido.
IV - Seu Governo
Do mesmo modo que o Logos é uma Trindade, igualmente o Governo Interno do Mundo
possui Três Grandes Departamentos, dirigidos por três funcionários poderosos
que são apenas reflexos dos Três Aspectos do Logos, mas que, de forma real, são
manifestações verdadeiras de cada um Deles.
Esses Oficiais são o Senhor do Mundo, o Senhor Buda e o Senhor Mahachohan.
Seus Graus de Iniciação
permitem-lhes ter consciência de vigília sobre todos os planos da Natureza, até
aqueles que se encontram além do campo de evolução da Humanidade, onde vive o
Logos manifestado.
O Senhor do Mundo é uno com
o Primeiro Aspecto, no mais elevado dos nossos planos, Adi, o Divino, e aplica
a Vontade Divina sobre a Terra.
O Senhor Buda está unido ao
Segundo Aspecto, o plano Anupadaka, o Monádico, e derrama a Sabedoria Divina
sobre a Humanidade. O Senhor Mahachochan é totalmente uno ao Terceiro Aspecto,
que reside no plano Nirvânico, Átmico ou Volitivo e exercita a Atividade
Divina; representa o Espírito Santo e é verdadeiramente o braço do Senhor
estendido sobre o mundo, para fazer Seu Trabalho.
O Governo do Senhor do Mundo é absoluto; no entanto, Ele leva seu vasto
Conselho consigo e, a todo momento, está disposto a considerar qualquer questão
relativa a algum membro.
Além disso, não se toma
nenhuma decisão de importância sem o consentimento até do mais jovem membro da
Fraternidade Branca; por isso, ela difere totalmente de qualquer parlamento
terreno.
Os que se encontram acima
dos demais, em posição de autoridade, não foram eleitos nem designados por
alguma organização política; ocupam suas posições atuais porque as mereceram, e
obtiveram-nas por um desenvolvimento superior e uma sabedoria maior.
O Primeiro Raio - do Governo - é regido pelo Senhor do Mundo.
O Segundo Raio se
encontra aos cuidados do Senhor Buda.
O Senhor Mahachohan tem a
seu cargo os Raios que vão do Terceiro ao Sétimo.
V - O Cetro do Poder
O Cetro do Poder mantém-se sob a custódia do Senhor do Mundo, em Shamballa; até
onde se sabe, o Festival de Wesak, ou Vaisakh, é a única ocasião em que não
está sob sua custodia.
"O Senhor Maitreya
materializa-se durante o festival de Wesak, na lua cheia de maio, no centro do
círculo, e sustém, em Suas mãos, o Cetro do Poder."
Esse símbolo maravilhoso é, de certo modo, um centro físico ou ponto de apoio
para as forças que fluem desde o Logos Planetário, e foi magnetizado por Ele há
milhões de anos, quando pôs em movimento a onda de vida ao redor de nossa
cadeia de globos.
Diz-se que é um sinal físico
que concentra a atenção do Logos e que é levado de planeta em planeta, à medida
que muda Sua atenção.
Onde se encontra o cetro do
Poder, é lá que se situa o teatro central da evolução; quando abandonar nosso
planeta em direção ao próximo, a Terra submergirá naquilo que se compara a um
estado de inércia.
Se aos planetas não-físicos
é levado ou não o Cetro de Poder, não o sabemos; não compreendemos exatamente
como ele é utilizado nem qual é seu papel na economia do mundo.
VI -O Festival de Shamballa
Uma vez a cada sete anos o Senhor do Mundo conduz em Shamballa uma grande
cerimônia, similar ao festival de Wesak, mas em escala ainda superior e de um
tipo diferente, onde todos os Adeptos e alguns Iniciados (que estão abaixo
desse Grau) são convidados, e assim têm a oportunidade de entrar em contato com
seu Grande Dirigente.
Em outras ocasiões, o Senhor do Mundo trata somente com os Chefes de
Departamentos da Hierarquia Oculta, exceto quando, por razões especiais, Ele
convoca outros à Sua Presença.
VII - Iniciação
Em todo o mundo, há somente um Iniciador Único, mas no caso das Primeiras e
Segundas Iniciações, o Senhor do Mundo possui faculdades para delegar a algum
outro Adepto a responsabilidade de levar a termo a cerimônia por Ele, mesmo
que, então, o Oficiante se volte para Shamballa e invoque o Senhor do Mundo no
momento crítico de conferir o Grau.
Esse é um momento
transcendental na vida espiritual do candidato.
Quando um Ego recebe a Iniciação, converte-se em parte da organização mais
coesa, forte e sincera que existe no mundo; une-se ao grande mar de consciência
da Grande Fraternidade Branca.
Durante muito tempo, o novo
iniciado não será capaz de compreender tudo o que essa união implica; deve
penetrar profundamente dentro do Santuário, antes que possa se dar conta da
força do laço e da Consciência que o une ao próprio Senhor do Mundo, e que
todos os irmãos, em certa medida, compartilham com Ele.
Esse novo estado de consciência é incompreensível e inexprimível no plano em
que vivemos; é metafísico e sutil, está além das palavras, mas, sem dúvida, é
uma realidade gloriosa, palpável e tão real que, à medida que se começa a
captá-la, todo o resto parece irreal.
Com o novo laço criado, o recém-iniciado, como cada irmão que vive no mundo,
deve recordar que é um centro através do qual a força do Senhor do Mundo flui
livremente até aqueles que passam por necessidades ou atribulações, e que
qualquer Irmão Mais Velho pode, a qualquer momento, utilizar como um canal para
Sua bênção.
Por isso, cada irmão mais jovem deve estar sempre preparado para ser utilizado
a qualquer momento, porque nunca poderá prever quando serão requeridos os seus
serviços.
Deve recordar, também, que a
honra da Grande Fraternidade Branca está em suas mãos, já que cada membro é um
representante da Fraternidade em qualquer parte do mundo onde possa estar, e
cada um está juramentado para ficar à disposição da Hierarquia Oculta, para
aceitar ir aonde quer que sua presença seja necessária, para trabalhar em
qualquer tarefa que se encomende a ele e de qualquer forma que seja necessária.
Não há, nem pode haver, a menor sombra de coerção para que esses Irmãos Mais
Velhos pensem ou atuem de modo similar, pois é tal a confiança na sua poderosa
organização, ela é tão perfeita e justa, que é impensável que Eles difiram.
Só tendo em mente uma tal
Fraternidade, sob tal comando, é que podemos compreender plenamente as palavras
cheias de ternura de uma das "coletas" da igreja cristã: "em Seu Serviço há uma
liberdade absoluta".
VIII - A Primeira Iniciação
(Fragmento)
"Então o Iniciador levantou-se de sua poltrona e, com o rosto voltado para
Shamballa, exclamou em voz alta: Faço isso, oh Senhor da Vida, da Luz e da
Glória, em Teu Nome
e Por Ti!
Em resposta brilhou sobre a cabeça do Senhor Maitreya a Estrela Fulgurante que
denotava o assentimento do Senhor do Mundo para outorgar a Primeira Iniciação,
e todos se inclinaram perante Ela, enquanto uma música angélica ressoou de maneira
triunfal em uma solene marcha.
A esses compassos o candidato avançou, conduzido pelos dois Mestres, e se
ajoelhou perante Aquele que representava o Iniciador Único, já que Ele é quem
pode conceder admissão à Fraternidade.
Um raio de luz fulgurante,
semelhante ao resplendor de um relâmpago que tenha permanecido imóvel,
estendeu-se desde a Estrela até o coração do Hierofante e Dele até o coração do
candidato.
Sob o influxo desse magnetismo tremendo, a pequena Estrela de Prata da
Consciência, que representa a Mônada no candidato, juntou-se ao brilho
esplendoroso até envolver seu corpo causal, e, durante um momento maravilhoso,
a Mônada e o ego foram um, assim como o serão permanentemente quando for
alcançado o Adeptado.
O Senhor Maitreya colocou
Suas Mãos sobre a cabeça do candidato e, chamando-o por seu verdadeiro nome,
disse:
Em nome do Iniciador Único,
cuja Estrela rutila sobre nós, recebo-te dentro da Fraternidade da Vida Eterna.
Trata de ser um membro digno
e útil Dela.
Agora estás a salvo para
sempre, entraste na corrente; que possas alcançar logo a outra margem!
Posteriormente, quando o Iniciador foi apresentado ao Senhor do Mundo, este lhe
disse o seguinte:
Minha Estrela brilhou
visivelmente sobre ti há algumas horas; recorda que Ela estará sempre sobre ti
realmente, ainda que não a possas ver; onde resplandecer sempre haverá poder,
pureza e paz."
IX - Segunda Iniciação
(Fragmento)
"No jardim da casa do Senhor Maitreya, durante o ato de conferir a Segunda
Iniciação, resplandeceu posteriormente, em resposta à invocação solene, a
Estrela Fulgurante do Iniciador Único, o Rei Todo Poderoso da Hierarquia
Oculta, o Senhor do Mundo."
X - Terceira iniciação
(Fragmento)
Outro símbolo relacionado a esse passo aparece nos relatos do Evangelho, na
apresentação de Cristo a seu Pai, no Templo.
No relato tradicional isso está um
pouco deslocado, porque Cristo se apresenta como uma criança.
Nessa etapa do progresso do
homem, é necessário apresentar-se perante o Senhor do Mundo, o Regente
Espiritual, o Chefe Todo Poderoso da Hierarquia Oculta, que, nesse terceiro
passo, confere a Iniciação por Si Mesmo ou a delega a um de Seus Discípulos, os
Três Senhores da Chama, que vieram com Ele de Vênus.
Nesse último caso, o
Iniciado apresenta-se perante o Senhor do Mundo imediatamente após haver
realizado a Iniciação.
XI - Quarta Iniciação
(Fragmento)
O homem que tenha compreendido essa unidade maravilhosa jamais poderá
esquecê-la e nunca mais voltará a ser o que era antes, porque não importa o
quanto lhe será possível esconder-se em seus veículos inferiores; nunca
esquecerá que seus olhos viram o Senhor do Mundo em toda a Sua Beleza e
Esplendor, que vislumbrou a Terra Longínqua, muito longínqua e ao mesmo tempo
tão próxima, porque se encontra dentro de nós mesmos todo o tempo, embora não
possamos vê-la.
Para chegar ao Nirvana não
necessitamos ir a um céu muito distante, mas apenas abrir nossa consciência à
Sua Glória.
Fonte: Loja Teosófica Liberdade
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