O labirinto é um símbolo ancestral, normalmente representado como um complexo de caminhos enredados, elaborados de forma a desnortear aqueles que tentam encontrar a saída.
Pertence aos rituais de iniciação, de formação esotérica, além de simbolizar a descoberta do centro espiritual oculto, onde os mestres se encontram e seu vagar termina.
Ele está presente em várias culturas, tanto no Ocidente quanto no Oriente.
A forma labiríntica pode ser encontrada em edificações tridimensionais, como o mítico Labirinto de Creta, um dos principais mitos gregos.
Ou em jardins construídos neste formato, entre outros espaços antigos e modernos como a Internet, concebida igualmente como um labirinto.
Ele representa um símbolo de proteção, caminho de iniciação, entrada para o mundo espiritual.
O estudo dessa figura, por meio da geometria sagrada, permitiu descobrir a energia que esse desenho guarda em seu interior.
Na tradição alquímica ele simboliza os desafios e as aflições que os iniciados precisam atravessar para se depurar espiritualmente e assim alcançar a perfeição.
É neste momento que o indivíduo alcança o núcleo de si mesmo.
Os alquimistas acreditam no que se denomina labirinto de Salomão ou labirinto das catedrais, uma imagem predominante na filosofia cabalística, que encabeça alguns manuscritos desta ciência oculta.
Um labirinto protegia dos aventureiros o famoso tesouro de rei Salomão, e o formato labiríntico era também o caminho percorrido pelos profanadores das tumbas egípcias.
Qual será a origem do labirinto?
Nosso corpo humano poderá ser a resposta, com suas múltiplas formas com as
circunvoluções do cérebro, o ouvido interno, as palmas das mãos, as plantas dos
pés, o sistema circulatório, o ventre materno; todos são labirintos complexos.
Os Babilônicos associavam os labirintos com os intestinos dos animais
sacrificados.
O núcleo de um labirinto tem algo em comum com as entranhas da
terra, e também com as cavernas, que são labirintos naturais com complexos
corredores de acesso e também locais de rituais religiosos e iniciáticos,
relacionados com a vida e a morte, nas tradições dos povos antigos.
As antigas
espirais, gravadas nas pedras, foram as primeiras marcas de rituais
espirituais, e de proteção, mas muitos pesquisadores sugerem que os labirintos
simbolizavam diagramas do céu, como os ciclos orbitais dos planetas.
As origens
do labirinto são diversas, pois foram encontrados desenhos no norte da Europa,
na Índia, no Tibete, na Patagônia e no Continente Africano.
A presença dessas
expressões na consciência primitiva do homem, em várias partes do planeta,
surgiu com os conhecimentos geométricos dos sacerdotes, ou mediante práticas de
meditações.
Labirinto de Creta
Na Europa, a lenda do labirinto de Creta, na Grécia foi
descoberta no século XX, nas colunas do antigo Palácio de Cnosos, e influenciou
na concepção mágica e religiosa do labirinto, a ponto de os realizadores nas
pedras receberem o nome de Povo de Tróia ou Parede de Tróia.
O labirinto de
Creta, um dos mitos gregos mais conhecidos, é edificado por Dédalo para nele
encerrar o monstro conhecido como o Minotauro, meio homem e meio touro, que
constantemente era alimentado por jovens, que à ele eram oferecidos.
O labirinto clássico ou cretense é univiário, em forma ovóide e de desenho
muito simples.
Em Cnosos encontraram moedas do século III a.C., com o símbolo
do labirinto.
O formato típico durante esse período é um circuíto de sete
voltas, conhecido como "labirinto clássico".
Ariadne
O MITO DO LABIRINTO DE CRETA
Conta o mito que, Teseu o herói grego resolve apresentar-se
voluntariamente para ir a Creta matar o Minotauro.
Ao chegar na ilha, Ariadne
(filha do rei Minos) apaixona-se pelo herói grego e resolve ajudá-lo
entregando-lhe um novelo de lã para que Teseu pudesse marcar o caminho na
entrada e não se perder no grandioso e perigoso labirinto.
Tomando todo o cuidado, Teseu escondeu-se entre as paredes do labirinto e
atacou o monstro de surpresa.
Ele usou uma espada mágica, que havia ganhado de
presente de Ariadne, colocando fim àquela terrível criatura.
O herói ajudou a
salvar outros atenienses que ainda estavam vivos no labirinto.
Saíram do local
seguindo o caminho deixado pelo novelo de lã.
O mito do Minotauro foi um dos mais contados na época da Grécia Antiga.
Passou
de geração em geração, principalmente de forma oral.
Os gregos ensinavam aos seus
o que poderia acontecer àqueles que tentassem enganar ou desrespeitar aos
deuses.
Entre os Gnósticos o labirinto também tem uma conotação
iniciática, pois o indivíduo deve percorrer seus caminhos, passando assim por
uma espécie de âmago espiritual invisível, onde ocorre a conversão das sombras
em luz e, assim, uma renovação pessoal.
É quando o ser se depara finalmente com
a verdade que busca.
Há labirintos mais simples, com trilhas que seguem um única
direção e, depois de alguns movimentos circulares, leva as pessoas ao seu
núcleo.
E há os Débalos, que tem como objetivo desorientar os viajantes,
através de entradas e saídas variadas.
Outro elemento da formação do mito do labirinto pode ter se
iniciado com o Palácio de Cnosos, que era um complexo de habitações e
corredores, e que os invasores atenienses tiveram dificuldade para encontrar e
matar o rei quando o tomaram.
A origem desse desenho, chamado de labirinto,
parece ter sido com o labirinto de arbustos, que se utilizava para atrair as
perdizes para um de seus machos, enjaulado na parte central.
O labirinto do
qual escapam Débalo e seu filho Ícaro pode ter sido o piso mosaico, que estava
desenhado no solo, e teriam de seguir a dança do ritual da perdiz.
Na primavera era normal realizar-se na região do
Mediterrâneo uma dança erótica da perdiz em honra da deusa Lua, quando os
bailarinos utilizavam asas.
O labirinto Romano é um labirinto univiário, que era
inicialmente de forma quadrada, e posteriormente com vários círculos
concêntricos.
Os labirintos de forma quadrada são os mais antigos que existem;
a primeira representação conhecida de um labirinto desse tipo se encontra em
uma pequena tábua de "Pilo" e também a encontramos como selo, nas
tumbas do Antigo Egito.
Os labirintos de forma redonda ou circular surgiram no
fim de século VII a.C. na Itália etrusca.
LABIRINTO BARROCO TIPO MAZE EM PISANI
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O labirinto Barroco é o segundo grupo de labirintos de mazes
(labirintos de caminhos alternativos), o qual nos oferece em seu interior um
caminho correto e um caminho incorreto, que pode nos levar à saída ou não.
Tem
várias vias ou vários caminhos sem saída, além de possuir só uma via correta
para sair.
Os mazes foram inicialmente utilizados nos jardins na Inglaterra do
século XII, que eram o local propício para uma cita amorosa, e posteriormente
em toda Europa, principalmente na França e na Itália.
Os jardins labirínticos
que mais se destacaram foram de André le Notre, em Versalhes, de Caboni, na
Villa Pisani, na Itália.
LABIRINTO DA CATEDRAL DE CHARTRES
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Labirinto Medieval são labirintos univiários e na Idade
Média, o labirinto se incorporou o símbolo da cruz, e muitas das principais
igrejas europeias gravaram caminhos de características labirínticas em seus
solos.
O centro significava Jerusalém, a cidade mais sagrada das Cruzadas, como
da Catedral de Chartres na França.
Eram utilizados caminhos de penitência por
seus fiéis, que andavam descalços ou de joelhos, orando, enquanto faziam o
caminho desenhado.
O labirinto Rizoma possui ramificações infinitas.
Rizoma é
um labirinto em que todos os percursos se interligam.
Não há centro nem
periferia, mas um emaranhado de possibilidades.
Na zona norte do Continente Americano se encontrou
labirintos gravados em rochas.
Os índios navajos, papagos pimas utilizavam o
labirinto de estilo cretense com sete círculos em seus trabalhos artesanais, e
entre os hopis se conhecia tanto o labirinto circular como o quadrado. Outros
exemplos de desenhos espiraliformes foram encontrados no México e na Venezuela.
Na zona norte do Continente Americano se encontrou labirintos gravados em rochas.
Os índios navajos, papagos pimas utilizavam o labirinto de estilo cretense com sete círculos em seus trabalhos artesanais, e entre os hopis se conhecia tanto o labirinto circular como o quadrado.
Outros exemplos de desenhos espiraliformes foram encontrados no México e na Venezuela.
Labirinto Maneirista é um labirinto com estrutura arbórea, e, no final, encontraremos uma bifurcação em forma de um Y.
Assemelha-se a uma árvore com seus galhos e possíveis trajetos, há muitas falsas saídas.
A "Árvore da Vida".
O labirinto é uma fonte de energia, que pode colaborar com o "fluxo energético" daquele que medita no caminho.
O JOGO INICIÁTICO DA OCA
Os primeiros exemplares conhecidos do Jogo da Oca são da segunda metade do século XVI, mas as características do jogo, suas regras e elementos, fazem pensar que foi conhecido e praticado muito tempo antes.
Sua utilização e difusão foram restringidas aos círculos ocultistas, como eram as lojas de construtores iniciados na arte sagrada.
Na rota do Caminho de Santiago encontram-se uma série de iniciados e elementos, que configuram paralelismos evidentes entre seu significado e o sentido oculto daquela peregrinação.
Durante todo o Trajeto, o "Peregrino" deve manter um estado de meditação para a conexão com o seu eu interior.
Nos caminhos que levam a Santiago de Compostela encontram-se os Gansos.
Em espanhol a palavra é Oca.
O Jogo da Oca representa um elo entre o simbolismo medieval, por meio do labirinto, e os modernos jogos de corrida, em forma de espiral, para se obter a vitória final.
O Jogo da Oca tem 63 casas numeradas e uma a mais sem numerar que representa o Centro, a Meta. Essas casas estão distribuídas em forma espiral.
O jogador estará sujeito a determinadas penalidades, dependendo da casa.
O número de chegada, 63, era considerado o ponto culminante da vida do homem, a soma das Sete Idades, cada uma formada por nove anos.
Na casa 42, chamada de Labirinto, o jogador que cair ali ficará atrasado.
O número 42 é um número místico, sendo o número dos Juízes Mortos, no Livro dos Mortos.
O número 42 também é a soma das gerações bíblicas de Adão a Cristo.
As cartas do Tarô (Os Arcanos maiores) estão associados ao Jogo e descrevem um futuro determinado.
As imagens das cartas são antigas e estão profundamente relacionadas com as tramas mais internas da evolução humana.
É necessária uma atitude de respeito para a dimensão da vida arquetípica que elas representam.
Para iniciar o jogo é necessário dois dados com atitude de respeito, e durante todo o Caminho as Ocas estarão animando para seguir a viagem.
FACILITADORA DAS VIVÊNCIAS NO LABIRINTO
Helena Gerenstadt é escritora de vários livros como: Avalon e o Graal e outros mistérios Arturianos da editora Madras e nasceu em Minas Gerais.
É terapeuta holística, tendo publicado vários artigos em revistas.
Viajante, percorreu países buscando vivências e conhecimentos sobre a condição humana.
Em 1991, foi residir em Israel e posteriormente na Espanha, iniciando estudos de Histórias.
Sentindo a importância de muitos personagens e da grande simbologia inserida na Historia, questionou-se em como fazer a conexão como Todo.
A partir deste questionamento, iniciou sua busca, por meio de muitas pesquisas, de diversos estudos e leituras; percebeu, então que esse caminho não tinha mais volta.
Durante os últimos sete anos pesquisou e estudou sobre labirintos, especialmente sobre o Jogo da Oca, repleto de símbolos medievais, principalmente templários simbolizando a caminhada do peregrino.
O símbolo de Origem Ancestral na MITOLOGIA TEMPLÁRIA
Seu mais recente lançamento na Bienal de São Paulo em 2010 foi o JOGO INICIÁTICO DA OCA, o labirinto.
A experiência adquirida em estudos e cursos, deu-lhe o embasamento prático para enriquecer seus cursos de Comunicação, palestras sobre o labirinto, dos Essênios, Avalon e o Graal, além de cursos como o Reiki Cristão, Cura Cósmica, dentre outros.
Pesquisa no Livro o Jogo Iniciático da Oca, sites da Internet e Wikipédia.
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