quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Ainda se eu falasse a linguagem dos anjos ...



Uma das coisas mais difíceis no mundo é ter um coração puro.
Podemos ter corações amáveis, gentis e abertos aos outros, mas puros e cheios de amor desinteressado...
quanto trabalho ainda deve ser feito, quanta renúncia, quanta aceitação e quanta doação!

Não podemos negociar com Deus, fazer isso em troca daquilo, agir de uma certa forma para obter algum tipo de recompensa.

O amor é gratuito e nossa dedicação a Deus ou aos outros não deve depender do que obtemos de volta.

Aquilo que sai da nossa alma e do nosso coração devem ser ofertas, livres de quaisquer condições.

Deus nos dá em retorno?

Certamente, porém não como paga, mas como resultado da confiança que depositamos nEle.

Não somos bons quando damos de nós aos outros, nem quando fazemos caridade, nem mesmo quando abandonamos nossa vida por alguém que carece da nossa ajuda.

Somos bons quando as coisas, gestos e palavras saem do nosso coração como uma flecha
e não ficamos observando se ela vai voltar.

Somos bons quando não contamos que nosso irmão tem mais que nós e nos sentimos ofendidos, quando o bem e a felicidade do outro passam a ser nosso bem e felicidade também.

Erram as pessoas que acham-se boas quando doam de si.
isso é orgulho.

Geralmente elas dão do que lhes sobra e seus objetivos são tornarem-se pessoas melhores.

Fazem por si no fim das contas, não pelos outros.

O caminho para o Alto é muito longo e a porta de entrada é estreita.

Os que acham que já estão na metade do caminho, certamente nem começaram
ainda a subir.

É Deus quem nos eleva e precisamos dizer muitos "não" e muitos "sim" até que alcancemos um pedacinho do céu.

Amar demais aqui e odiar ali, anula o amor; escolher os que perdoamos é o mesmo que não perdoar ninguém, pois nosso coração continua com manchas.

O amor tem olhos fechados e é o maior de todos os dons, distribuído a todos na face da terra.
Mas segundo a Bíblia, há os que plantam, os que colhem, os que multiplicam e os
que escondem.

Podemos fazer todos os bens do mundo, regar os jardins dos que precisam e oferecer-lhes nosso melhor sorriso, mas ainda assim não teremos começado nosso caminho
se negamos a palavra a um irmão, se os ressentimentos corroem nosso coração,
se contamos cada ato que realizamos.

Deus não precisa dos nossos gestos vazios, Ele apenas pede um coração sincero.
Aquele que sabe e reconhece não ser perfeito, mas abre-se a cada dia ao próximo,
ao distante e tem por meta fazer o bem.

Deus ama a todos indistintamente, mas os que aprenderam o que é compartilhar, compreenderam melhor os preceitos do Seu coração.

E esses provam plenamente da Sua Graça.



Letícia Thompson

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