segunda-feira, 12 de setembro de 2011
A Mãe Desnecessária...
Este texto foi repassado por uma amiga médica, super esclarecida, que trabalha há 22 anos com análise e comportamento familiar.
'A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.'
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista esta frase, e ela sempre me soou estranha... até agora!
Chegou o momento de reprimir de vez o impulso natural materno, de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.
Uma batalha interna hercúlea, confesso!
Quando começo a esmorecer na luta, para controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro da frase hoje absolutamente clara:
‘Se fiz meu trabalho direito, devo que me tornar desnecessária’.
Antes que alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que significa isto.
Ser 'desnecessária' é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes, prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical.
A cada nova fase, uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente, e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.
Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
O de que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância e na divergência, no sucesso ou no fracasso, com peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe solidários criam filhos para serem livres.
Esse é o maior desafio e a principal missão!!!
Ao aprendermos a ser desnecessários, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidem atracar...
Pensem nisso!
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