quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Estação Primavera
Pouco importa em que fase da vida estejamos.
As estações que se renovam nos dão a sábia oportunidade de encontrarmos novas razões de viver e encantamento pelas coisas simples que tecem a vida.
Primavera não é apenas tempo de mais borboletas, trinados de pássaros, desabrochar de flores e de alergias causadas pelo pólen.
É estação para ressuscitar sonhos, dissolver dissabores e estarmos atentos a novos amores.
É tempo também de abrir janelas e deixar que mais vida e mais luz entrem por elas.
E por que não, tempo também de transformar textos, sob o pretexto de dar um toque extra de prosa no que deveria ter sido poesia ?
Primavera chegando ...
E você, já experimentou usar flores e folhas para pintar?
E também convidar crianças para entrar na brincadeira?
Vai estragar o jardim ?
As flores duram alguns dias, muito tempo dura a amizade, o aprendizado e a alegria.
Hei! Estação nova chegando!
Vamos lá!
Na primavera, que tal mudar a forma de pintar ?
É isso mesmo!
Sugiro aproveitar pétalas de flores, folhas, vegetais, terra e outras cores naturais, fáceis de encontrar.
Recolha também juras de amor sob a lua cheia, mãos entrelaçadas de namorados a caminhar na areia.
Resgate sonhos antigos, planos e ilusões até.
Experimente uma iluminada idéia, com toques de fé.
Junte fragmentos de angústia, cacos de dor e dê realce à pintura, com a cor complementar.
Pegue aqueles tons suaves de ternura e paz, algum filete de fonte cristalina que a sede desfaz.
Vá com calma, construa seu caminho com arte, as pegadas serão seguidas, mesmo que em parte.
Solte a voz, cante para o sol, mesmo desafinado.
Poderá acompanhar você, um coral, em trinados.
Plante sementes de alegria, vida e esperança.
Perdoe, é possível, e ajude a curar lembranças.
Quem sabe, uma poda aqui, outra ali, faz parte.
Mas que seja com carinho e um pouco de arte.
Vamos lá, mude a forma de pintar!
Que tal, uns riscos e rabiscos de poetar?
Para mim, poema-primavera é assim:
Uma braçada multicor de belas flores colhidas no jardim e nas estradas da vida, que a gente vai contemplando e ajeitando.
No desejo de que fique o mais correto, envolvemos amores e amarramos flores com fitas generosas de cuidados e afeto.
Zuleides Andrade
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